
CROI 2017: novos dados sobre o VIH-2
Porque o VIH-2 é menos virulento do que o VIH-1, e, portanto, menos frequentemente transmitido, tem sido menos estudado. Mas atualmente a questão não é tanto a sua transmissão mas o seu tratamento pois as diretrizes relativas ao tratamento do VIH não consideram este vírus.
Joakim Esbjörnsson, da Universidade de Oxford referiu que a literatura prévia sugeria que apenas 15%-25% das pessoas com VIH-2 progrediam para SIDA, e apenas uma minoria no decorrer de 10 anos.
O VIH-2 é menos fácil de transmitir e a carga viral é mais baixa que no VIH-1, contudo a quantidade de ADN próviral integrada nas suas células é igual ao do VIH-1.
Esbjörnsson sugere que as estimativas de progressão para SIDA e morte têm sido subestimadas. O seu estudo observa a progressão para SIDA e morte na policia da Guine Bissau em que 13% são mulheres e o tratamento para o VIH apenas disponível a partir de 2006.
Nesta amostra a progressão para SIDA foi de 6.2 anos para o VIH-1 e 14.3 anos para o VIH-2. E a progressão para a morte foi de 8.2 anos para o VIH-1 e de 15.6 anos para o VIH-2. A probabilidade de progressão para SIDA era 2.84 vezes maior no VIH-1 comparativamente ao VIH-2, e 3.5 vezes maior para a morte.
Apesar de tudo, 20 anos após o inicio da amostra enquanto 90% das pessoas com VIH-1 progrediam para SIDA apenas 70% das pessoas com VIH-2 progrediam, demonstrando que estudos prévios subestimaram consideravelmente a mortalidade e morbilidade do VIH-2. O VIH-2 era aproximadamente 90% letal em 25 anos de infeção.
A média de declínio das células/mm3 CD4 era de 22.5 por ano em pessoas com VIH-1 e de 12.8 em pessoas com VIH-2. A progressão para SIDA acontecia com um numero mais elevado de CD4 no VIH-2 em relação ao VIH-1: a contagem de CD4 num diagnostico de SIDA era de 237 células/mm3 em pessoas com VIH-2 e de 137 células/mm3 em pessoas com VIH-1.