A contracepção hormonal está associada ao aumento do risco de doença cardiometabólica em mulheres que vivem com VIH
As mulheres que vivem com o VIH apresentam uma elevada incidência de doença cardiometabólica. A contracepção hormonal pode afetar o risco cardiometabólico nas mulheres. mas ainda não tinha sido estudado nas mulheres que vivem com VIH.
- Este estudo realizado nos EUA, incluiu mulheres cisgénero com idades entre os 18 e os 45 anos, no período de 1998-2018.
- O estudo incluiu doença cardiovascular/trombótica (hipertensão, doença aterosclerótica, insuficiência cardíaca, trombose venosa profunda) e doença metabólica (diabetes, dislipidemia, obesidade, esteatose hepática não alcoólica.
- Resultados: das 729 mulheres incluídas, a média de idades era de 31 anos, a contagem média de CD4 de 442 células/”µL, 15% (115) mulheres tinham doença cardiovascular e 48% (350) tinham desordens metabólicas.
- Durante o acompanhamento 32% (235) mulheres usaram contracepção hormonal durante uma média de 1.65 anos.
- O uso corrente e cumulativo da contracepção hormonal aumentou o risco de doença cardiovascular, sobretudo a contracepção hormonal oral.
- A contracepção hormonal está menos associada a incidentes de desordens metabólicas.
- O risco de desordem metabólica aumentou com o uso cumulativo da contracepção hormonal oral e diminuiu com uso cumulativo de acetato de medroxiprogesterona (Depo-Provera).
- Outros factores que aumentaram o risco de doenças cardiometabólica: a raça não caucasiana, fumar, comorbilidades, idade mais avançada.
- Conclusões: o uso corrente e cumulativo de contracepção hormonal estava independentemente associado ao risco de doença cardiometabólica, particularmente doença cardiovascular, entre as mulheres que vivem com VIH. O risco cardiometabólico devia ser considerado na seleção de contracepção para as mulheres que vivem com VIH.
Fonte: IAS