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Estamos perante um estudo, o primeiro a demonstrar o conceito da utilização de AMP para prevenir a aquisição da infeção. O VCR01 (anticorpo neutralizante de largo espectro) está a ser estudado para o tratamento, prevenção e cura.
“AMP, do inglês “Antibody Mediated Prevention”, significa Prevenção Mediada por Anticorpos. Este conceito consiste na proteção da infeção pelo VIH através da administração de anticorpos contra o vírus. Estes anticorpos são também conhecidos como anticorpos monoclonais, o que significa que foram sintetizados em laboratório, ao invés de serem naturalmente produzidos pelo organismo humano. Os estudos AMP investigaram a eficácia de um anticorpo denominado VRC01, administrado por perfusão intravenosa (IV), na prevenção da infeção pelo VIH”.
O VCR01 teve pouco efeito na maioria das estripes do VIH, (teve efeito em 30%) mas nos casos em que era eficaz, os casos caíram 75%. O que sugere a combinação de múltiplos anticorpos.
Estudos clínicos de combinações de anticorpos neutralizantes de largo espetro que podem prevenir o VIH por 4 a 6 meses estão já a ser realizados.
Realizaram-se 2 estudos, o primeiro estudo (HVTN 703/HPTN 081) incluiu 1,924 mulheres cisgénero da África subsariana, onde o subtipo C é o mais preponderante. O Segundo estudo (HVTN 704/HPTN 085) incluiu 2,699 HSH, homens bissexuais e adultos transgéneros da América do SUL, Suiça e EUA, onde o subtipo B é mais comum.
Os estudos avaliaram o VCR01, um anticorpo neutralizante de largo espectro oriundo de sangue doado por uma pessoa a viver com VIH (tal como a coleta de plasma de pessoas que recuperaram do COVID-19). Pois as pessoas que foram expostas a um vírus específico desenvolvem anticorpos para o controlarem. Cientistas podem modificar e multiplicar estes anticorpos e usá-los para prevenir ou tratar a infeção em outras pessoas.
Poderá ser possível a administração de anticorpos através de injeção subcutânea ou intramuscular em lugar de intravenosa.
Fonte: HIVR4P
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Atualmente a profilaxia pré-exposição (PrEP) consiste na toma diária de um comprimido, o Truvada. Já aqui falámos de uma nova forma de PrEP, injetável. E agora vamos referir a toma mensal de Islatravir –um fármaco experimental pertencente a uma nova família de antirretrovirais– que alcança os niveís apropriados para prevenir o VIH durante um mês graças à sua ação prolongada. Este estudo foi apresentado na conferência HIVR4P.
O Islatravir ainda em pesquisa, é um medicamento bem tolerado que traz uma redução na quantidade medicamentosa e mais conforto.
Com um mecanismo de ação singular, o primeiro inibidor da translocação transcriptase reversa nucleosideo está a ser estudado para prevenção e para tratamento.
Em novembro passado foi lançada a fase III do estudo IMPOWER 22 que avalia a eficácia e segurança do isaltravir, como PrEP em mulheres cisgénero e jovens adolescentes em elevado risco de contrair o VIH na África subsariana. Cerca de 4.500 participantes vão receber o comprimido de toma oral e mensal ou o comprimido de toma diária Truvada.
Outro estudo planeado, IMPOWER-024, inclui homens cisgénero e mulheres transgénero que têm sexo com homens de vários países. Irão receber o islatravir de toma mensal ou o Truvada de toma diária.
Existe ainda uma formulação em implante do islatravir que está a ser estudada para PrEP. Um implante semelhante aos implantes de longa duração utilizados na contracepção. Um estudo anterior com voluntários VIH-negativos mostrou que o implante proporcionou concentrações protetoras do medicamento por mais de um ano.
No que concerne o tratamento a combinação da toma diária do isaltravir mais doravirina demonstrou uma boa eficácia na fase IIb do estudo. Após 96 semanas 90% das pessoas tratadas apresentavam uma carga viral indetetável. Mas existem planos para avaliar o islatravir mais o experimental MK-807 como um regime de tratamento semanal.
Fonte: HIVR4P
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Injeções de Cabotegravir e a toma diária de comprimidos de Truvada são ambos altamente eficazes, mas algumas mulheres podem considerar mais fácil usar o regime de longa duração.
As injeções de cabotegravir de ação prolongada, para a prevenção do VIH, em mulheres cisgénero, administradas por profissional de saúde a cada dois meses foram mais eficazes do que as injeções de Truvada Cabotegravir uma vez ao dia e os comprimidos de toma diária de Truvada (que são altamente eficazes), mas algumas mulheres podem achar mais fácil usar o regime de ação prolongada. de acordo com os resultados do estudo apresentados esta semana na conferência virtual HIV Research for Prevention (HIVR4P).
Estudos realizados com o comprimido de toma diária Truvada em homens que têm sexo com homens e mulheres transgénero demonstrou que o Truvada era 99% eficaz nos homens gay e bi, mas nas mulheres cisgénero os níveis de proteção foram mais baixos, devido potencialmente ao uso inconsistente.
Estudo realizado na Africa do Sul, envolveu 3.224 mulheres cisgénero sexualmente ativas em risco de contrair o VIH, que receberam injeções bimensais de Cabotegravir ou comprimidos diários de Truvada. O estudo parou em Novembro de 2020, apesar de estar programado para mais 3 anos, porque foi demonstrada a maior eficácia das injeções de cabotegravir em relação à toma diária dos comprimidos.
Estes resultados foram consistentes com o estudo HPTN 083, que envolveu 4.490 mulheres cisgénero e mulheres transexuais de 6 países.
A injeção é bem tolerada, com algumas reações no local da injeção como dor, vermelhidão, inchaço. Também se observou aumento de peso. E é segura, mulheres que engravidaram nestes estudos não reportaram qualquer anomalia.
O injetável de longa duração tem a vantagem de ser discreto, com uma toma a cada 8 semanas, que pode ser sincronizada com outros injetáveis de planeamento familiar e que não exige o envolvimento do parceiro.
Fonte conferência HIV r4P.
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A OMS (Organização Mundial de Saúde) recomendou, recentemente, a oferta do anel vaginal dapivirina (DPV-VR) como forma adicional de prevenção, para mulheres em risco substancial de infeção por VIH tipo 1, como parte de uma abordagem de prevenção combinada.
É utilizado em combinação com práticas sexuais seguras (como o uso do preservativo) por mulheres com 18 anos ou mais, quando a profilaxia pré-exposição (PrEP) por via oral não pode ser usada. De acordo com a EMA (Agência Europeia do Medicamento) é para uso fora da EU.
As mulheres têm, assim, mais uma forma de prevenção do VIH tipo 1. O DPV-VR é a primeira opção de longa duração que a mulher pode controlar ela própria e usar discretamente para reduzir o risco de contrair o VIH durante o sexo vaginal. Feito de silicone flexível, de fácil inserção, o anel liberta lentamente o antirretroviral dapivirina na vagina. O anel deve ser usado, no interior da vagina, por 28 dias e depois desse período deve ser colocado um novo anel.
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Na conferência de imprensa da conferência HIV R4P, sobre pesquisa e prevenção em VIH, apresentou-se a prevenção mediada por anticorpos (AMP), a PrEP (profilaxia pré-exposição) injetável de longa duração, o comprimido PrEP mensal e as tendências da toma oral diária da PrEP.
Juntas representam o futuro da prevenção do VIH com mais opções.
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A aprovação, por parte da Comissão Europeia, do injetável de longa duração para o tratamento do VIH pode transformar a vida das pessoas a viver com o VIH.
A autorização significa que, pela primeira vez, as pessoas que vivem com VIH na Europa vão ter a opção de tratamento através de um injetável de longa duração em lugar dos comprimidos diários.
Este injetável destina-se a pessoas adultas que se encontrem virologicamente suprimidas (carga viral indetetável) e num regime antirretroviral estável sem evidência de resistências a inibidores da transcriptase reversa não-nucleósidos ou inibidores da integrase.
As injeções de cabotegravir e rilpivirina serão administradas de forma intramuscular nas nádegas por professional de saúde. Mas previamente à iniciação das injeções é necessário a toma de comprimidos, de cabotegravir e rilpivirina, durante pelo menos 28 dias para avaliar a tolerabilidade dos medicamentos.
Após a fase de iniciação oral para avaliar a tolerabilidade dos medicamentos, as injeções de cabotegravir e rilpivirina podem reduzir o número de dias de tratamento por ano de 365 para 12 para o regime de injetável uma vez por mês, ou seis para o regime de dosagem uma vez a cada dois meses, representando uma mudança de paradigma na forma de tratar e gerir a doença. O regime de ação prolongada de cabotegravir e rilpivirina foi tão eficaz quanto o tratamento com comprimidos diários na manutenção da supressão viral, é geralmente bem tolerado e pode mudar a experiência do tratamento para algumas pessoas que vivem com VIH que podem ter desafios diários com as terapias de VIH.
O injetável, na Europa, tem o nome de Vocabria.
Encontre o artigo na Agência Europeia do Medicamento aqui.
Encontre o artigo aqui.
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É a vacina da Pfizer contra o COVID-19 segura para as pessoas com VIH? SIM.
É igualmente eficaz? Não se sabe ainda.
A Pfizer não refere se a vacina é eficaz. Isto porque apesar das 120 pessoas com VIH que participaram na fase 2 e 3 do estudo, a Pfizer não apresenta resultados separados para estas referindo que a amostra é muito pequena.
Por outro lado, nos Estados Unidos, a Emergency Use Authorization contem um aviso que “as pessoas imunocomprometidas, incluindo as pessoas a receber terapia imunossupressora, podem ter uma resposta imunitária diminuída à vacina contra o COVID-19 da Pfizer-BioNTech”
Fonte aqui.
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Perante a especulação:
– Estão as pessoas que vivem com VIH protegidas pelos antirretrovirais (ARV)?
- Estudo realizado nos EUA, em 36 instituições, observou não existir associação entre ARVs ou ausência de supressão viral e consequências de infeção por COVID-19. (Dandachi, Clinic Infect Dis. 2020)
- Estudo em Espanha, envolvendo 77.590 pessoas que vivem com VIH (PVV), analisou a incidência e gravidade do COVID em PVV. O risco de diagnóstico por COVID-19 e hospitalização era maior entre os homens e as pessoas com mais de 70 anos (3.7 por 10.000 em PVV comparativamente com 2.1 por 10.000 na população em geral). Este estudo observou também que nenhuma pessoa em Tenofovir/ emtricitabina foi admitida nos cuidados intensivos ou morreu. Mas mais estudos são necessários. (Del Amo, Ann Intern Med. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32589451/)
- O maior estudo foi realizado na África do Sul envolvendo cerca de 3 milhões de pessoas (3.978 PVV com COVID-19). A morte por COVID-19 estava associada ao sexo masculino, idade avançada, diabetes, hipertensão e doença renal crónica. E observou que o rácio de mortalidade por COVID-19 nas pessoas com VIH vs sem VIH foi de 2.39. (Boulle, CID. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32860699/)
- Estudo realizado nos EUA entre os veteranos (VACS) observou não existir maior suscetibilidade ao COVID-19 ou incidência de gravidade de doença entre as PVV infetadas. (Park, AIDS2020, abstract LBPEC23, 2020)
- PVV participaram na pesquisa da vacina, mas não sabemos o número.
- Em estudos maiores, as PVV com estabilidade nos ARV, apresentam resultados semelhantes às pessoas sem VIH, mas os dados sobre mortalidade não são consistentes.
- Uma baixa contagem de CD4 pode piorar os resultados.
- Sobre a mortalidade por COVID-19 entre PVV ver o artigo publicado aqui.
Baseado em artigo do Dr. Paul E. Sax, Director Clínico do Brigham and Women’s Hospital e Professor de Medicina de Harvard Medical School
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O GAT, Grupo de Ativistas em Tratamentos e a Seres (con) viver com o VIH, duas organizações de doentes VIH, apresentam vários estudos que apontam para uma maior mortalidade das pessoas com o VIH face ao COVID-19 aos responsáveis pelo plano de vacinação e autoridades em VIH.
Alguns estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade pela COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH. Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA que não conseguiram encontrar provas de que o VIH é um fator de risco para a COVID-19:
aidsonline, aids2020, tandfonline
Anteriormente, um grande estudo na África do Sul observou também um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação em Portugal.
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Estamos perante um estudo, o primeiro a demonstrar o conceito da utilização de AMP para prevenir a aquisição da infeção. O VCR01 (anticorpo neutralizante de largo espectro) está a ser estudado para o tratamento, prevenção e cura.
“AMP, do inglês “Antibody Mediated Prevention”, significa Prevenção Mediada por Anticorpos. Este conceito consiste na proteção da infeção pelo VIH através da administração de anticorpos contra o vírus. Estes anticorpos são também conhecidos como anticorpos monoclonais, o que significa que foram sintetizados em laboratório, ao invés de serem naturalmente produzidos pelo organismo humano. Os estudos AMP investigaram a eficácia de um anticorpo denominado VRC01, administrado por perfusão intravenosa (IV), na prevenção da infeção pelo VIH”.
O VCR01 teve pouco efeito na maioria das estripes do VIH, (teve efeito em 30%) mas nos casos em que era eficaz, os casos caíram 75%. O que sugere a combinação de múltiplos anticorpos.
Estudos clínicos de combinações de anticorpos neutralizantes de largo espetro que podem prevenir o VIH por 4 a 6 meses estão já a ser realizados.
Realizaram-se 2 estudos, o primeiro estudo (HVTN 703/HPTN 081) incluiu 1,924 mulheres cisgénero da África subsariana, onde o subtipo C é o mais preponderante. O Segundo estudo (HVTN 704/HPTN 085) incluiu 2,699 HSH, homens bissexuais e adultos transgéneros da América do SUL, Suiça e EUA, onde o subtipo B é mais comum.
Os estudos avaliaram o VCR01, um anticorpo neutralizante de largo espectro oriundo de sangue doado por uma pessoa a viver com VIH (tal como a coleta de plasma de pessoas que recuperaram do COVID-19). Pois as pessoas que foram expostas a um vírus específico desenvolvem anticorpos para o controlarem. Cientistas podem modificar e multiplicar estes anticorpos e usá-los para prevenir ou tratar a infeção em outras pessoas.
Poderá ser possível a administração de anticorpos através de injeção subcutânea ou intramuscular em lugar de intravenosa.
Fonte: HIVR4P
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Atualmente a profilaxia pré-exposição (PrEP) consiste na toma diária de um comprimido, o Truvada. Já aqui falámos de uma nova forma de PrEP, injetável. E agora vamos referir a toma mensal de Islatravir –um fármaco experimental pertencente a uma nova família de antirretrovirais– que alcança os niveís apropriados para prevenir o VIH durante um mês graças à sua ação prolongada. Este estudo foi apresentado na conferência HIVR4P.
O Islatravir ainda em pesquisa, é um medicamento bem tolerado que traz uma redução na quantidade medicamentosa e mais conforto.
Com um mecanismo de ação singular, o primeiro inibidor da translocação transcriptase reversa nucleosideo está a ser estudado para prevenção e para tratamento.
Em novembro passado foi lançada a fase III do estudo IMPOWER 22 que avalia a eficácia e segurança do isaltravir, como PrEP em mulheres cisgénero e jovens adolescentes em elevado risco de contrair o VIH na África subsariana. Cerca de 4.500 participantes vão receber o comprimido de toma oral e mensal ou o comprimido de toma diária Truvada.
Outro estudo planeado, IMPOWER-024, inclui homens cisgénero e mulheres transgénero que têm sexo com homens de vários países. Irão receber o islatravir de toma mensal ou o Truvada de toma diária.
Existe ainda uma formulação em implante do islatravir que está a ser estudada para PrEP. Um implante semelhante aos implantes de longa duração utilizados na contracepção. Um estudo anterior com voluntários VIH-negativos mostrou que o implante proporcionou concentrações protetoras do medicamento por mais de um ano.
No que concerne o tratamento a combinação da toma diária do isaltravir mais doravirina demonstrou uma boa eficácia na fase IIb do estudo. Após 96 semanas 90% das pessoas tratadas apresentavam uma carga viral indetetável. Mas existem planos para avaliar o islatravir mais o experimental MK-807 como um regime de tratamento semanal.
Fonte: HIVR4P
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Injeções de Cabotegravir e a toma diária de comprimidos de Truvada são ambos altamente eficazes, mas algumas mulheres podem considerar mais fácil usar o regime de longa duração.
As injeções de cabotegravir de ação prolongada, para a prevenção do VIH, em mulheres cisgénero, administradas por profissional de saúde a cada dois meses foram mais eficazes do que as injeções de Truvada Cabotegravir uma vez ao dia e os comprimidos de toma diária de Truvada (que são altamente eficazes), mas algumas mulheres podem achar mais fácil usar o regime de ação prolongada. de acordo com os resultados do estudo apresentados esta semana na conferência virtual HIV Research for Prevention (HIVR4P).
Estudos realizados com o comprimido de toma diária Truvada em homens que têm sexo com homens e mulheres transgénero demonstrou que o Truvada era 99% eficaz nos homens gay e bi, mas nas mulheres cisgénero os níveis de proteção foram mais baixos, devido potencialmente ao uso inconsistente.
Estudo realizado na Africa do Sul, envolveu 3.224 mulheres cisgénero sexualmente ativas em risco de contrair o VIH, que receberam injeções bimensais de Cabotegravir ou comprimidos diários de Truvada. O estudo parou em Novembro de 2020, apesar de estar programado para mais 3 anos, porque foi demonstrada a maior eficácia das injeções de cabotegravir em relação à toma diária dos comprimidos.
Estes resultados foram consistentes com o estudo HPTN 083, que envolveu 4.490 mulheres cisgénero e mulheres transexuais de 6 países.
A injeção é bem tolerada, com algumas reações no local da injeção como dor, vermelhidão, inchaço. Também se observou aumento de peso. E é segura, mulheres que engravidaram nestes estudos não reportaram qualquer anomalia.
O injetável de longa duração tem a vantagem de ser discreto, com uma toma a cada 8 semanas, que pode ser sincronizada com outros injetáveis de planeamento familiar e que não exige o envolvimento do parceiro.
Fonte conferência HIV r4P.
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A OMS (Organização Mundial de Saúde) recomendou, recentemente, a oferta do anel vaginal dapivirina (DPV-VR) como forma adicional de prevenção, para mulheres em risco substancial de infeção por VIH tipo 1, como parte de uma abordagem de prevenção combinada.
É utilizado em combinação com práticas sexuais seguras (como o uso do preservativo) por mulheres com 18 anos ou mais, quando a profilaxia pré-exposição (PrEP) por via oral não pode ser usada. De acordo com a EMA (Agência Europeia do Medicamento) é para uso fora da EU.
As mulheres têm, assim, mais uma forma de prevenção do VIH tipo 1. O DPV-VR é a primeira opção de longa duração que a mulher pode controlar ela própria e usar discretamente para reduzir o risco de contrair o VIH durante o sexo vaginal. Feito de silicone flexível, de fácil inserção, o anel liberta lentamente o antirretroviral dapivirina na vagina. O anel deve ser usado, no interior da vagina, por 28 dias e depois desse período deve ser colocado um novo anel.
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Na conferência de imprensa da conferência HIV R4P, sobre pesquisa e prevenção em VIH, apresentou-se a prevenção mediada por anticorpos (AMP), a PrEP (profilaxia pré-exposição) injetável de longa duração, o comprimido PrEP mensal e as tendências da toma oral diária da PrEP.
Juntas representam o futuro da prevenção do VIH com mais opções.
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A aprovação, por parte da Comissão Europeia, do injetável de longa duração para o tratamento do VIH pode transformar a vida das pessoas a viver com o VIH.
A autorização significa que, pela primeira vez, as pessoas que vivem com VIH na Europa vão ter a opção de tratamento através de um injetável de longa duração em lugar dos comprimidos diários.
Este injetável destina-se a pessoas adultas que se encontrem virologicamente suprimidas (carga viral indetetável) e num regime antirretroviral estável sem evidência de resistências a inibidores da transcriptase reversa não-nucleósidos ou inibidores da integrase.
As injeções de cabotegravir e rilpivirina serão administradas de forma intramuscular nas nádegas por professional de saúde. Mas previamente à iniciação das injeções é necessário a toma de comprimidos, de cabotegravir e rilpivirina, durante pelo menos 28 dias para avaliar a tolerabilidade dos medicamentos.
Após a fase de iniciação oral para avaliar a tolerabilidade dos medicamentos, as injeções de cabotegravir e rilpivirina podem reduzir o número de dias de tratamento por ano de 365 para 12 para o regime de injetável uma vez por mês, ou seis para o regime de dosagem uma vez a cada dois meses, representando uma mudança de paradigma na forma de tratar e gerir a doença. O regime de ação prolongada de cabotegravir e rilpivirina foi tão eficaz quanto o tratamento com comprimidos diários na manutenção da supressão viral, é geralmente bem tolerado e pode mudar a experiência do tratamento para algumas pessoas que vivem com VIH que podem ter desafios diários com as terapias de VIH.
O injetável, na Europa, tem o nome de Vocabria.
Encontre o artigo na Agência Europeia do Medicamento aqui.
Encontre o artigo aqui.
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É a vacina da Pfizer contra o COVID-19 segura para as pessoas com VIH? SIM.
É igualmente eficaz? Não se sabe ainda.
A Pfizer não refere se a vacina é eficaz. Isto porque apesar das 120 pessoas com VIH que participaram na fase 2 e 3 do estudo, a Pfizer não apresenta resultados separados para estas referindo que a amostra é muito pequena.
Por outro lado, nos Estados Unidos, a Emergency Use Authorization contem um aviso que “as pessoas imunocomprometidas, incluindo as pessoas a receber terapia imunossupressora, podem ter uma resposta imunitária diminuída à vacina contra o COVID-19 da Pfizer-BioNTech”
Fonte aqui.
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Perante a especulação:
– Estão as pessoas que vivem com VIH protegidas pelos antirretrovirais (ARV)?
- Estudo realizado nos EUA, em 36 instituições, observou não existir associação entre ARVs ou ausência de supressão viral e consequências de infeção por COVID-19. (Dandachi, Clinic Infect Dis. 2020)
- Estudo em Espanha, envolvendo 77.590 pessoas que vivem com VIH (PVV), analisou a incidência e gravidade do COVID em PVV. O risco de diagnóstico por COVID-19 e hospitalização era maior entre os homens e as pessoas com mais de 70 anos (3.7 por 10.000 em PVV comparativamente com 2.1 por 10.000 na população em geral). Este estudo observou também que nenhuma pessoa em Tenofovir/ emtricitabina foi admitida nos cuidados intensivos ou morreu. Mas mais estudos são necessários. (Del Amo, Ann Intern Med. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32589451/)
- O maior estudo foi realizado na África do Sul envolvendo cerca de 3 milhões de pessoas (3.978 PVV com COVID-19). A morte por COVID-19 estava associada ao sexo masculino, idade avançada, diabetes, hipertensão e doença renal crónica. E observou que o rácio de mortalidade por COVID-19 nas pessoas com VIH vs sem VIH foi de 2.39. (Boulle, CID. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32860699/)
- Estudo realizado nos EUA entre os veteranos (VACS) observou não existir maior suscetibilidade ao COVID-19 ou incidência de gravidade de doença entre as PVV infetadas. (Park, AIDS2020, abstract LBPEC23, 2020)
- PVV participaram na pesquisa da vacina, mas não sabemos o número.
- Em estudos maiores, as PVV com estabilidade nos ARV, apresentam resultados semelhantes às pessoas sem VIH, mas os dados sobre mortalidade não são consistentes.
- Uma baixa contagem de CD4 pode piorar os resultados.
- Sobre a mortalidade por COVID-19 entre PVV ver o artigo publicado aqui.
Baseado em artigo do Dr. Paul E. Sax, Director Clínico do Brigham and Women’s Hospital e Professor de Medicina de Harvard Medical School
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O GAT, Grupo de Ativistas em Tratamentos e a Seres (con) viver com o VIH, duas organizações de doentes VIH, apresentam vários estudos que apontam para uma maior mortalidade das pessoas com o VIH face ao COVID-19 aos responsáveis pelo plano de vacinação e autoridades em VIH.
Alguns estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade pela COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH. Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA que não conseguiram encontrar provas de que o VIH é um fator de risco para a COVID-19:
aidsonline, aids2020, tandfonline
Anteriormente, um grande estudo na África do Sul observou também um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação em Portugal.
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Estamos perante um estudo, o primeiro a demonstrar o conceito da utilização de AMP para prevenir a aquisição da infeção. O VCR01 (anticorpo neutralizante de largo espectro) está a ser estudado para o tratamento, prevenção e cura.
“AMP, do inglês “Antibody Mediated Prevention”, significa Prevenção Mediada por Anticorpos. Este conceito consiste na proteção da infeção pelo VIH através da administração de anticorpos contra o vírus. Estes anticorpos são também conhecidos como anticorpos monoclonais, o que significa que foram sintetizados em laboratório, ao invés de serem naturalmente produzidos pelo organismo humano. Os estudos AMP investigaram a eficácia de um anticorpo denominado VRC01, administrado por perfusão intravenosa (IV), na prevenção da infeção pelo VIH”.
O VCR01 teve pouco efeito na maioria das estripes do VIH, (teve efeito em 30%) mas nos casos em que era eficaz, os casos caíram 75%. O que sugere a combinação de múltiplos anticorpos.
Estudos clínicos de combinações de anticorpos neutralizantes de largo espetro que podem prevenir o VIH por 4 a 6 meses estão já a ser realizados.
Realizaram-se 2 estudos, o primeiro estudo (HVTN 703/HPTN 081) incluiu 1,924 mulheres cisgénero da África subsariana, onde o subtipo C é o mais preponderante. O Segundo estudo (HVTN 704/HPTN 085) incluiu 2,699 HSH, homens bissexuais e adultos transgéneros da América do SUL, Suiça e EUA, onde o subtipo B é mais comum.
Os estudos avaliaram o VCR01, um anticorpo neutralizante de largo espectro oriundo de sangue doado por uma pessoa a viver com VIH (tal como a coleta de plasma de pessoas que recuperaram do COVID-19). Pois as pessoas que foram expostas a um vírus específico desenvolvem anticorpos para o controlarem. Cientistas podem modificar e multiplicar estes anticorpos e usá-los para prevenir ou tratar a infeção em outras pessoas.
Poderá ser possível a administração de anticorpos através de injeção subcutânea ou intramuscular em lugar de intravenosa.
Fonte: HIVR4P
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Atualmente a profilaxia pré-exposição (PrEP) consiste na toma diária de um comprimido, o Truvada. Já aqui falámos de uma nova forma de PrEP, injetável. E agora vamos referir a toma mensal de Islatravir –um fármaco experimental pertencente a uma nova família de antirretrovirais– que alcança os niveís apropriados para prevenir o VIH durante um mês graças à sua ação prolongada. Este estudo foi apresentado na conferência HIVR4P.
O Islatravir ainda em pesquisa, é um medicamento bem tolerado que traz uma redução na quantidade medicamentosa e mais conforto.
Com um mecanismo de ação singular, o primeiro inibidor da translocação transcriptase reversa nucleosideo está a ser estudado para prevenção e para tratamento.
Em novembro passado foi lançada a fase III do estudo IMPOWER 22 que avalia a eficácia e segurança do isaltravir, como PrEP em mulheres cisgénero e jovens adolescentes em elevado risco de contrair o VIH na África subsariana. Cerca de 4.500 participantes vão receber o comprimido de toma oral e mensal ou o comprimido de toma diária Truvada.
Outro estudo planeado, IMPOWER-024, inclui homens cisgénero e mulheres transgénero que têm sexo com homens de vários países. Irão receber o islatravir de toma mensal ou o Truvada de toma diária.
Existe ainda uma formulação em implante do islatravir que está a ser estudada para PrEP. Um implante semelhante aos implantes de longa duração utilizados na contracepção. Um estudo anterior com voluntários VIH-negativos mostrou que o implante proporcionou concentrações protetoras do medicamento por mais de um ano.
No que concerne o tratamento a combinação da toma diária do isaltravir mais doravirina demonstrou uma boa eficácia na fase IIb do estudo. Após 96 semanas 90% das pessoas tratadas apresentavam uma carga viral indetetável. Mas existem planos para avaliar o islatravir mais o experimental MK-807 como um regime de tratamento semanal.
Fonte: HIVR4P
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Injeções de Cabotegravir e a toma diária de comprimidos de Truvada são ambos altamente eficazes, mas algumas mulheres podem considerar mais fácil usar o regime de longa duração.
As injeções de cabotegravir de ação prolongada, para a prevenção do VIH, em mulheres cisgénero, administradas por profissional de saúde a cada dois meses foram mais eficazes do que as injeções de Truvada Cabotegravir uma vez ao dia e os comprimidos de toma diária de Truvada (que são altamente eficazes), mas algumas mulheres podem achar mais fácil usar o regime de ação prolongada. de acordo com os resultados do estudo apresentados esta semana na conferência virtual HIV Research for Prevention (HIVR4P).
Estudos realizados com o comprimido de toma diária Truvada em homens que têm sexo com homens e mulheres transgénero demonstrou que o Truvada era 99% eficaz nos homens gay e bi, mas nas mulheres cisgénero os níveis de proteção foram mais baixos, devido potencialmente ao uso inconsistente.
Estudo realizado na Africa do Sul, envolveu 3.224 mulheres cisgénero sexualmente ativas em risco de contrair o VIH, que receberam injeções bimensais de Cabotegravir ou comprimidos diários de Truvada. O estudo parou em Novembro de 2020, apesar de estar programado para mais 3 anos, porque foi demonstrada a maior eficácia das injeções de cabotegravir em relação à toma diária dos comprimidos.
Estes resultados foram consistentes com o estudo HPTN 083, que envolveu 4.490 mulheres cisgénero e mulheres transexuais de 6 países.
A injeção é bem tolerada, com algumas reações no local da injeção como dor, vermelhidão, inchaço. Também se observou aumento de peso. E é segura, mulheres que engravidaram nestes estudos não reportaram qualquer anomalia.
O injetável de longa duração tem a vantagem de ser discreto, com uma toma a cada 8 semanas, que pode ser sincronizada com outros injetáveis de planeamento familiar e que não exige o envolvimento do parceiro.
Fonte conferência HIV r4P.
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A OMS (Organização Mundial de Saúde) recomendou, recentemente, a oferta do anel vaginal dapivirina (DPV-VR) como forma adicional de prevenção, para mulheres em risco substancial de infeção por VIH tipo 1, como parte de uma abordagem de prevenção combinada.
É utilizado em combinação com práticas sexuais seguras (como o uso do preservativo) por mulheres com 18 anos ou mais, quando a profilaxia pré-exposição (PrEP) por via oral não pode ser usada. De acordo com a EMA (Agência Europeia do Medicamento) é para uso fora da EU.
As mulheres têm, assim, mais uma forma de prevenção do VIH tipo 1. O DPV-VR é a primeira opção de longa duração que a mulher pode controlar ela própria e usar discretamente para reduzir o risco de contrair o VIH durante o sexo vaginal. Feito de silicone flexível, de fácil inserção, o anel liberta lentamente o antirretroviral dapivirina na vagina. O anel deve ser usado, no interior da vagina, por 28 dias e depois desse período deve ser colocado um novo anel.
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Na conferência de imprensa da conferência HIV R4P, sobre pesquisa e prevenção em VIH, apresentou-se a prevenção mediada por anticorpos (AMP), a PrEP (profilaxia pré-exposição) injetável de longa duração, o comprimido PrEP mensal e as tendências da toma oral diária da PrEP.
Juntas representam o futuro da prevenção do VIH com mais opções.
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A aprovação, por parte da Comissão Europeia, do injetável de longa duração para o tratamento do VIH pode transformar a vida das pessoas a viver com o VIH.
A autorização significa que, pela primeira vez, as pessoas que vivem com VIH na Europa vão ter a opção de tratamento através de um injetável de longa duração em lugar dos comprimidos diários.
Este injetável destina-se a pessoas adultas que se encontrem virologicamente suprimidas (carga viral indetetável) e num regime antirretroviral estável sem evidência de resistências a inibidores da transcriptase reversa não-nucleósidos ou inibidores da integrase.
As injeções de cabotegravir e rilpivirina serão administradas de forma intramuscular nas nádegas por professional de saúde. Mas previamente à iniciação das injeções é necessário a toma de comprimidos, de cabotegravir e rilpivirina, durante pelo menos 28 dias para avaliar a tolerabilidade dos medicamentos.
Após a fase de iniciação oral para avaliar a tolerabilidade dos medicamentos, as injeções de cabotegravir e rilpivirina podem reduzir o número de dias de tratamento por ano de 365 para 12 para o regime de injetável uma vez por mês, ou seis para o regime de dosagem uma vez a cada dois meses, representando uma mudança de paradigma na forma de tratar e gerir a doença. O regime de ação prolongada de cabotegravir e rilpivirina foi tão eficaz quanto o tratamento com comprimidos diários na manutenção da supressão viral, é geralmente bem tolerado e pode mudar a experiência do tratamento para algumas pessoas que vivem com VIH que podem ter desafios diários com as terapias de VIH.
O injetável, na Europa, tem o nome de Vocabria.
Encontre o artigo na Agência Europeia do Medicamento aqui.
Encontre o artigo aqui.
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É a vacina da Pfizer contra o COVID-19 segura para as pessoas com VIH? SIM.
É igualmente eficaz? Não se sabe ainda.
A Pfizer não refere se a vacina é eficaz. Isto porque apesar das 120 pessoas com VIH que participaram na fase 2 e 3 do estudo, a Pfizer não apresenta resultados separados para estas referindo que a amostra é muito pequena.
Por outro lado, nos Estados Unidos, a Emergency Use Authorization contem um aviso que “as pessoas imunocomprometidas, incluindo as pessoas a receber terapia imunossupressora, podem ter uma resposta imunitária diminuída à vacina contra o COVID-19 da Pfizer-BioNTech”
Fonte aqui.
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Perante a especulação:
– Estão as pessoas que vivem com VIH protegidas pelos antirretrovirais (ARV)?
- Estudo realizado nos EUA, em 36 instituições, observou não existir associação entre ARVs ou ausência de supressão viral e consequências de infeção por COVID-19. (Dandachi, Clinic Infect Dis. 2020)
- Estudo em Espanha, envolvendo 77.590 pessoas que vivem com VIH (PVV), analisou a incidência e gravidade do COVID em PVV. O risco de diagnóstico por COVID-19 e hospitalização era maior entre os homens e as pessoas com mais de 70 anos (3.7 por 10.000 em PVV comparativamente com 2.1 por 10.000 na população em geral). Este estudo observou também que nenhuma pessoa em Tenofovir/ emtricitabina foi admitida nos cuidados intensivos ou morreu. Mas mais estudos são necessários. (Del Amo, Ann Intern Med. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32589451/)
- O maior estudo foi realizado na África do Sul envolvendo cerca de 3 milhões de pessoas (3.978 PVV com COVID-19). A morte por COVID-19 estava associada ao sexo masculino, idade avançada, diabetes, hipertensão e doença renal crónica. E observou que o rácio de mortalidade por COVID-19 nas pessoas com VIH vs sem VIH foi de 2.39. (Boulle, CID. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32860699/)
- Estudo realizado nos EUA entre os veteranos (VACS) observou não existir maior suscetibilidade ao COVID-19 ou incidência de gravidade de doença entre as PVV infetadas. (Park, AIDS2020, abstract LBPEC23, 2020)
- PVV participaram na pesquisa da vacina, mas não sabemos o número.
- Em estudos maiores, as PVV com estabilidade nos ARV, apresentam resultados semelhantes às pessoas sem VIH, mas os dados sobre mortalidade não são consistentes.
- Uma baixa contagem de CD4 pode piorar os resultados.
- Sobre a mortalidade por COVID-19 entre PVV ver o artigo publicado aqui.
Baseado em artigo do Dr. Paul E. Sax, Director Clínico do Brigham and Women’s Hospital e Professor de Medicina de Harvard Medical School
-
O GAT, Grupo de Ativistas em Tratamentos e a Seres (con) viver com o VIH, duas organizações de doentes VIH, apresentam vários estudos que apontam para uma maior mortalidade das pessoas com o VIH face ao COVID-19 aos responsáveis pelo plano de vacinação e autoridades em VIH.
Alguns estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade pela COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH. Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA que não conseguiram encontrar provas de que o VIH é um fator de risco para a COVID-19:
aidsonline, aids2020, tandfonline
Anteriormente, um grande estudo na África do Sul observou também um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação em Portugal.
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Estamos perante um estudo, o primeiro a demonstrar o conceito da utilização de AMP para prevenir a aquisição da infeção. O VCR01 (anticorpo neutralizante de largo espectro) está a ser estudado para o tratamento, prevenção e cura.
“AMP, do inglês “Antibody Mediated Prevention”, significa Prevenção Mediada por Anticorpos. Este conceito consiste na proteção da infeção pelo VIH através da administração de anticorpos contra o vírus. Estes anticorpos são também conhecidos como anticorpos monoclonais, o que significa que foram sintetizados em laboratório, ao invés de serem naturalmente produzidos pelo organismo humano. Os estudos AMP investigaram a eficácia de um anticorpo denominado VRC01, administrado por perfusão intravenosa (IV), na prevenção da infeção pelo VIH”.
O VCR01 teve pouco efeito na maioria das estripes do VIH, (teve efeito em 30%) mas nos casos em que era eficaz, os casos caíram 75%. O que sugere a combinação de múltiplos anticorpos.
Estudos clínicos de combinações de anticorpos neutralizantes de largo espetro que podem prevenir o VIH por 4 a 6 meses estão já a ser realizados.
Realizaram-se 2 estudos, o primeiro estudo (HVTN 703/HPTN 081) incluiu 1,924 mulheres cisgénero da África subsariana, onde o subtipo C é o mais preponderante. O Segundo estudo (HVTN 704/HPTN 085) incluiu 2,699 HSH, homens bissexuais e adultos transgéneros da América do SUL, Suiça e EUA, onde o subtipo B é mais comum.
Os estudos avaliaram o VCR01, um anticorpo neutralizante de largo espectro oriundo de sangue doado por uma pessoa a viver com VIH (tal como a coleta de plasma de pessoas que recuperaram do COVID-19). Pois as pessoas que foram expostas a um vírus específico desenvolvem anticorpos para o controlarem. Cientistas podem modificar e multiplicar estes anticorpos e usá-los para prevenir ou tratar a infeção em outras pessoas.
Poderá ser possível a administração de anticorpos através de injeção subcutânea ou intramuscular em lugar de intravenosa.
Fonte: HIVR4P
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Atualmente a profilaxia pré-exposição (PrEP) consiste na toma diária de um comprimido, o Truvada. Já aqui falámos de uma nova forma de PrEP, injetável. E agora vamos referir a toma mensal de Islatravir –um fármaco experimental pertencente a uma nova família de antirretrovirais– que alcança os niveís apropriados para prevenir o VIH durante um mês graças à sua ação prolongada. Este estudo foi apresentado na conferência HIVR4P.
O Islatravir ainda em pesquisa, é um medicamento bem tolerado que traz uma redução na quantidade medicamentosa e mais conforto.
Com um mecanismo de ação singular, o primeiro inibidor da translocação transcriptase reversa nucleosideo está a ser estudado para prevenção e para tratamento.
Em novembro passado foi lançada a fase III do estudo IMPOWER 22 que avalia a eficácia e segurança do isaltravir, como PrEP em mulheres cisgénero e jovens adolescentes em elevado risco de contrair o VIH na África subsariana. Cerca de 4.500 participantes vão receber o comprimido de toma oral e mensal ou o comprimido de toma diária Truvada.
Outro estudo planeado, IMPOWER-024, inclui homens cisgénero e mulheres transgénero que têm sexo com homens de vários países. Irão receber o islatravir de toma mensal ou o Truvada de toma diária.
Existe ainda uma formulação em implante do islatravir que está a ser estudada para PrEP. Um implante semelhante aos implantes de longa duração utilizados na contracepção. Um estudo anterior com voluntários VIH-negativos mostrou que o implante proporcionou concentrações protetoras do medicamento por mais de um ano.
No que concerne o tratamento a combinação da toma diária do isaltravir mais doravirina demonstrou uma boa eficácia na fase IIb do estudo. Após 96 semanas 90% das pessoas tratadas apresentavam uma carga viral indetetável. Mas existem planos para avaliar o islatravir mais o experimental MK-807 como um regime de tratamento semanal.
Fonte: HIVR4P
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Injeções de Cabotegravir e a toma diária de comprimidos de Truvada são ambos altamente eficazes, mas algumas mulheres podem considerar mais fácil usar o regime de longa duração.
As injeções de cabotegravir de ação prolongada, para a prevenção do VIH, em mulheres cisgénero, administradas por profissional de saúde a cada dois meses foram mais eficazes do que as injeções de Truvada Cabotegravir uma vez ao dia e os comprimidos de toma diária de Truvada (que são altamente eficazes), mas algumas mulheres podem achar mais fácil usar o regime de ação prolongada. de acordo com os resultados do estudo apresentados esta semana na conferência virtual HIV Research for Prevention (HIVR4P).
Estudos realizados com o comprimido de toma diária Truvada em homens que têm sexo com homens e mulheres transgénero demonstrou que o Truvada era 99% eficaz nos homens gay e bi, mas nas mulheres cisgénero os níveis de proteção foram mais baixos, devido potencialmente ao uso inconsistente.
Estudo realizado na Africa do Sul, envolveu 3.224 mulheres cisgénero sexualmente ativas em risco de contrair o VIH, que receberam injeções bimensais de Cabotegravir ou comprimidos diários de Truvada. O estudo parou em Novembro de 2020, apesar de estar programado para mais 3 anos, porque foi demonstrada a maior eficácia das injeções de cabotegravir em relação à toma diária dos comprimidos.
Estes resultados foram consistentes com o estudo HPTN 083, que envolveu 4.490 mulheres cisgénero e mulheres transexuais de 6 países.
A injeção é bem tolerada, com algumas reações no local da injeção como dor, vermelhidão, inchaço. Também se observou aumento de peso. E é segura, mulheres que engravidaram nestes estudos não reportaram qualquer anomalia.
O injetável de longa duração tem a vantagem de ser discreto, com uma toma a cada 8 semanas, que pode ser sincronizada com outros injetáveis de planeamento familiar e que não exige o envolvimento do parceiro.
Fonte conferência HIV r4P.
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A OMS (Organização Mundial de Saúde) recomendou, recentemente, a oferta do anel vaginal dapivirina (DPV-VR) como forma adicional de prevenção, para mulheres em risco substancial de infeção por VIH tipo 1, como parte de uma abordagem de prevenção combinada.
É utilizado em combinação com práticas sexuais seguras (como o uso do preservativo) por mulheres com 18 anos ou mais, quando a profilaxia pré-exposição (PrEP) por via oral não pode ser usada. De acordo com a EMA (Agência Europeia do Medicamento) é para uso fora da EU.
As mulheres têm, assim, mais uma forma de prevenção do VIH tipo 1. O DPV-VR é a primeira opção de longa duração que a mulher pode controlar ela própria e usar discretamente para reduzir o risco de contrair o VIH durante o sexo vaginal. Feito de silicone flexível, de fácil inserção, o anel liberta lentamente o antirretroviral dapivirina na vagina. O anel deve ser usado, no interior da vagina, por 28 dias e depois desse período deve ser colocado um novo anel.
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Na conferência de imprensa da conferência HIV R4P, sobre pesquisa e prevenção em VIH, apresentou-se a prevenção mediada por anticorpos (AMP), a PrEP (profilaxia pré-exposição) injetável de longa duração, o comprimido PrEP mensal e as tendências da toma oral diária da PrEP.
Juntas representam o futuro da prevenção do VIH com mais opções.
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A aprovação, por parte da Comissão Europeia, do injetável de longa duração para o tratamento do VIH pode transformar a vida das pessoas a viver com o VIH.
A autorização significa que, pela primeira vez, as pessoas que vivem com VIH na Europa vão ter a opção de tratamento através de um injetável de longa duração em lugar dos comprimidos diários.
Este injetável destina-se a pessoas adultas que se encontrem virologicamente suprimidas (carga viral indetetável) e num regime antirretroviral estável sem evidência de resistências a inibidores da transcriptase reversa não-nucleósidos ou inibidores da integrase.
As injeções de cabotegravir e rilpivirina serão administradas de forma intramuscular nas nádegas por professional de saúde. Mas previamente à iniciação das injeções é necessário a toma de comprimidos, de cabotegravir e rilpivirina, durante pelo menos 28 dias para avaliar a tolerabilidade dos medicamentos.
Após a fase de iniciação oral para avaliar a tolerabilidade dos medicamentos, as injeções de cabotegravir e rilpivirina podem reduzir o número de dias de tratamento por ano de 365 para 12 para o regime de injetável uma vez por mês, ou seis para o regime de dosagem uma vez a cada dois meses, representando uma mudança de paradigma na forma de tratar e gerir a doença. O regime de ação prolongada de cabotegravir e rilpivirina foi tão eficaz quanto o tratamento com comprimidos diários na manutenção da supressão viral, é geralmente bem tolerado e pode mudar a experiência do tratamento para algumas pessoas que vivem com VIH que podem ter desafios diários com as terapias de VIH.
O injetável, na Europa, tem o nome de Vocabria.
Encontre o artigo na Agência Europeia do Medicamento aqui.
Encontre o artigo aqui.
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É a vacina da Pfizer contra o COVID-19 segura para as pessoas com VIH? SIM.
É igualmente eficaz? Não se sabe ainda.
A Pfizer não refere se a vacina é eficaz. Isto porque apesar das 120 pessoas com VIH que participaram na fase 2 e 3 do estudo, a Pfizer não apresenta resultados separados para estas referindo que a amostra é muito pequena.
Por outro lado, nos Estados Unidos, a Emergency Use Authorization contem um aviso que “as pessoas imunocomprometidas, incluindo as pessoas a receber terapia imunossupressora, podem ter uma resposta imunitária diminuída à vacina contra o COVID-19 da Pfizer-BioNTech”
Fonte aqui.
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Perante a especulação:
– Estão as pessoas que vivem com VIH protegidas pelos antirretrovirais (ARV)?
- Estudo realizado nos EUA, em 36 instituições, observou não existir associação entre ARVs ou ausência de supressão viral e consequências de infeção por COVID-19. (Dandachi, Clinic Infect Dis. 2020)
- Estudo em Espanha, envolvendo 77.590 pessoas que vivem com VIH (PVV), analisou a incidência e gravidade do COVID em PVV. O risco de diagnóstico por COVID-19 e hospitalização era maior entre os homens e as pessoas com mais de 70 anos (3.7 por 10.000 em PVV comparativamente com 2.1 por 10.000 na população em geral). Este estudo observou também que nenhuma pessoa em Tenofovir/ emtricitabina foi admitida nos cuidados intensivos ou morreu. Mas mais estudos são necessários. (Del Amo, Ann Intern Med. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32589451/)
- O maior estudo foi realizado na África do Sul envolvendo cerca de 3 milhões de pessoas (3.978 PVV com COVID-19). A morte por COVID-19 estava associada ao sexo masculino, idade avançada, diabetes, hipertensão e doença renal crónica. E observou que o rácio de mortalidade por COVID-19 nas pessoas com VIH vs sem VIH foi de 2.39. (Boulle, CID. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32860699/)
- Estudo realizado nos EUA entre os veteranos (VACS) observou não existir maior suscetibilidade ao COVID-19 ou incidência de gravidade de doença entre as PVV infetadas. (Park, AIDS2020, abstract LBPEC23, 2020)
- PVV participaram na pesquisa da vacina, mas não sabemos o número.
- Em estudos maiores, as PVV com estabilidade nos ARV, apresentam resultados semelhantes às pessoas sem VIH, mas os dados sobre mortalidade não são consistentes.
- Uma baixa contagem de CD4 pode piorar os resultados.
- Sobre a mortalidade por COVID-19 entre PVV ver o artigo publicado aqui.
Baseado em artigo do Dr. Paul E. Sax, Director Clínico do Brigham and Women’s Hospital e Professor de Medicina de Harvard Medical School
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O GAT, Grupo de Ativistas em Tratamentos e a Seres (con) viver com o VIH, duas organizações de doentes VIH, apresentam vários estudos que apontam para uma maior mortalidade das pessoas com o VIH face ao COVID-19 aos responsáveis pelo plano de vacinação e autoridades em VIH.
Alguns estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade pela COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH. Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA que não conseguiram encontrar provas de que o VIH é um fator de risco para a COVID-19:
aidsonline, aids2020, tandfonline
Anteriormente, um grande estudo na África do Sul observou também um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação em Portugal.
-
Estamos perante um estudo, o primeiro a demonstrar o conceito da utilização de AMP para prevenir a aquisição da infeção. O VCR01 (anticorpo neutralizante de largo espectro) está a ser estudado para o tratamento, prevenção e cura.
“AMP, do inglês “Antibody Mediated Prevention”, significa Prevenção Mediada por Anticorpos. Este conceito consiste na proteção da infeção pelo VIH através da administração de anticorpos contra o vírus. Estes anticorpos são também conhecidos como anticorpos monoclonais, o que significa que foram sintetizados em laboratório, ao invés de serem naturalmente produzidos pelo organismo humano. Os estudos AMP investigaram a eficácia de um anticorpo denominado VRC01, administrado por perfusão intravenosa (IV), na prevenção da infeção pelo VIH”.
O VCR01 teve pouco efeito na maioria das estripes do VIH, (teve efeito em 30%) mas nos casos em que era eficaz, os casos caíram 75%. O que sugere a combinação de múltiplos anticorpos.
Estudos clínicos de combinações de anticorpos neutralizantes de largo espetro que podem prevenir o VIH por 4 a 6 meses estão já a ser realizados.
Realizaram-se 2 estudos, o primeiro estudo (HVTN 703/HPTN 081) incluiu 1,924 mulheres cisgénero da África subsariana, onde o subtipo C é o mais preponderante. O Segundo estudo (HVTN 704/HPTN 085) incluiu 2,699 HSH, homens bissexuais e adultos transgéneros da América do SUL, Suiça e EUA, onde o subtipo B é mais comum.
Os estudos avaliaram o VCR01, um anticorpo neutralizante de largo espectro oriundo de sangue doado por uma pessoa a viver com VIH (tal como a coleta de plasma de pessoas que recuperaram do COVID-19). Pois as pessoas que foram expostas a um vírus específico desenvolvem anticorpos para o controlarem. Cientistas podem modificar e multiplicar estes anticorpos e usá-los para prevenir ou tratar a infeção em outras pessoas.
Poderá ser possível a administração de anticorpos através de injeção subcutânea ou intramuscular em lugar de intravenosa.
Fonte: HIVR4P
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Atualmente a profilaxia pré-exposição (PrEP) consiste na toma diária de um comprimido, o Truvada. Já aqui falámos de uma nova forma de PrEP, injetável. E agora vamos referir a toma mensal de Islatravir –um fármaco experimental pertencente a uma nova família de antirretrovirais– que alcança os niveís apropriados para prevenir o VIH durante um mês graças à sua ação prolongada. Este estudo foi apresentado na conferência HIVR4P.
O Islatravir ainda em pesquisa, é um medicamento bem tolerado que traz uma redução na quantidade medicamentosa e mais conforto.
Com um mecanismo de ação singular, o primeiro inibidor da translocação transcriptase reversa nucleosideo está a ser estudado para prevenção e para tratamento.
Em novembro passado foi lançada a fase III do estudo IMPOWER 22 que avalia a eficácia e segurança do isaltravir, como PrEP em mulheres cisgénero e jovens adolescentes em elevado risco de contrair o VIH na África subsariana. Cerca de 4.500 participantes vão receber o comprimido de toma oral e mensal ou o comprimido de toma diária Truvada.
Outro estudo planeado, IMPOWER-024, inclui homens cisgénero e mulheres transgénero que têm sexo com homens de vários países. Irão receber o islatravir de toma mensal ou o Truvada de toma diária.
Existe ainda uma formulação em implante do islatravir que está a ser estudada para PrEP. Um implante semelhante aos implantes de longa duração utilizados na contracepção. Um estudo anterior com voluntários VIH-negativos mostrou que o implante proporcionou concentrações protetoras do medicamento por mais de um ano.
No que concerne o tratamento a combinação da toma diária do isaltravir mais doravirina demonstrou uma boa eficácia na fase IIb do estudo. Após 96 semanas 90% das pessoas tratadas apresentavam uma carga viral indetetável. Mas existem planos para avaliar o islatravir mais o experimental MK-807 como um regime de tratamento semanal.
Fonte: HIVR4P
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Injeções de Cabotegravir e a toma diária de comprimidos de Truvada são ambos altamente eficazes, mas algumas mulheres podem considerar mais fácil usar o regime de longa duração.
As injeções de cabotegravir de ação prolongada, para a prevenção do VIH, em mulheres cisgénero, administradas por profissional de saúde a cada dois meses foram mais eficazes do que as injeções de Truvada Cabotegravir uma vez ao dia e os comprimidos de toma diária de Truvada (que são altamente eficazes), mas algumas mulheres podem achar mais fácil usar o regime de ação prolongada. de acordo com os resultados do estudo apresentados esta semana na conferência virtual HIV Research for Prevention (HIVR4P).
Estudos realizados com o comprimido de toma diária Truvada em homens que têm sexo com homens e mulheres transgénero demonstrou que o Truvada era 99% eficaz nos homens gay e bi, mas nas mulheres cisgénero os níveis de proteção foram mais baixos, devido potencialmente ao uso inconsistente.
Estudo realizado na Africa do Sul, envolveu 3.224 mulheres cisgénero sexualmente ativas em risco de contrair o VIH, que receberam injeções bimensais de Cabotegravir ou comprimidos diários de Truvada. O estudo parou em Novembro de 2020, apesar de estar programado para mais 3 anos, porque foi demonstrada a maior eficácia das injeções de cabotegravir em relação à toma diária dos comprimidos.
Estes resultados foram consistentes com o estudo HPTN 083, que envolveu 4.490 mulheres cisgénero e mulheres transexuais de 6 países.
A injeção é bem tolerada, com algumas reações no local da injeção como dor, vermelhidão, inchaço. Também se observou aumento de peso. E é segura, mulheres que engravidaram nestes estudos não reportaram qualquer anomalia.
O injetável de longa duração tem a vantagem de ser discreto, com uma toma a cada 8 semanas, que pode ser sincronizada com outros injetáveis de planeamento familiar e que não exige o envolvimento do parceiro.
Fonte conferência HIV r4P.
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A OMS (Organização Mundial de Saúde) recomendou, recentemente, a oferta do anel vaginal dapivirina (DPV-VR) como forma adicional de prevenção, para mulheres em risco substancial de infeção por VIH tipo 1, como parte de uma abordagem de prevenção combinada.
É utilizado em combinação com práticas sexuais seguras (como o uso do preservativo) por mulheres com 18 anos ou mais, quando a profilaxia pré-exposição (PrEP) por via oral não pode ser usada. De acordo com a EMA (Agência Europeia do Medicamento) é para uso fora da EU.
As mulheres têm, assim, mais uma forma de prevenção do VIH tipo 1. O DPV-VR é a primeira opção de longa duração que a mulher pode controlar ela própria e usar discretamente para reduzir o risco de contrair o VIH durante o sexo vaginal. Feito de silicone flexível, de fácil inserção, o anel liberta lentamente o antirretroviral dapivirina na vagina. O anel deve ser usado, no interior da vagina, por 28 dias e depois desse período deve ser colocado um novo anel.
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Na conferência de imprensa da conferência HIV R4P, sobre pesquisa e prevenção em VIH, apresentou-se a prevenção mediada por anticorpos (AMP), a PrEP (profilaxia pré-exposição) injetável de longa duração, o comprimido PrEP mensal e as tendências da toma oral diária da PrEP.
Juntas representam o futuro da prevenção do VIH com mais opções.
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A aprovação, por parte da Comissão Europeia, do injetável de longa duração para o tratamento do VIH pode transformar a vida das pessoas a viver com o VIH.
A autorização significa que, pela primeira vez, as pessoas que vivem com VIH na Europa vão ter a opção de tratamento através de um injetável de longa duração em lugar dos comprimidos diários.
Este injetável destina-se a pessoas adultas que se encontrem virologicamente suprimidas (carga viral indetetável) e num regime antirretroviral estável sem evidência de resistências a inibidores da transcriptase reversa não-nucleósidos ou inibidores da integrase.
As injeções de cabotegravir e rilpivirina serão administradas de forma intramuscular nas nádegas por professional de saúde. Mas previamente à iniciação das injeções é necessário a toma de comprimidos, de cabotegravir e rilpivirina, durante pelo menos 28 dias para avaliar a tolerabilidade dos medicamentos.
Após a fase de iniciação oral para avaliar a tolerabilidade dos medicamentos, as injeções de cabotegravir e rilpivirina podem reduzir o número de dias de tratamento por ano de 365 para 12 para o regime de injetável uma vez por mês, ou seis para o regime de dosagem uma vez a cada dois meses, representando uma mudança de paradigma na forma de tratar e gerir a doença. O regime de ação prolongada de cabotegravir e rilpivirina foi tão eficaz quanto o tratamento com comprimidos diários na manutenção da supressão viral, é geralmente bem tolerado e pode mudar a experiência do tratamento para algumas pessoas que vivem com VIH que podem ter desafios diários com as terapias de VIH.
O injetável, na Europa, tem o nome de Vocabria.
Encontre o artigo na Agência Europeia do Medicamento aqui.
Encontre o artigo aqui.
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É a vacina da Pfizer contra o COVID-19 segura para as pessoas com VIH? SIM.
É igualmente eficaz? Não se sabe ainda.
A Pfizer não refere se a vacina é eficaz. Isto porque apesar das 120 pessoas com VIH que participaram na fase 2 e 3 do estudo, a Pfizer não apresenta resultados separados para estas referindo que a amostra é muito pequena.
Por outro lado, nos Estados Unidos, a Emergency Use Authorization contem um aviso que “as pessoas imunocomprometidas, incluindo as pessoas a receber terapia imunossupressora, podem ter uma resposta imunitária diminuída à vacina contra o COVID-19 da Pfizer-BioNTech”
Fonte aqui.
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Perante a especulação:
– Estão as pessoas que vivem com VIH protegidas pelos antirretrovirais (ARV)?
- Estudo realizado nos EUA, em 36 instituições, observou não existir associação entre ARVs ou ausência de supressão viral e consequências de infeção por COVID-19. (Dandachi, Clinic Infect Dis. 2020)
- Estudo em Espanha, envolvendo 77.590 pessoas que vivem com VIH (PVV), analisou a incidência e gravidade do COVID em PVV. O risco de diagnóstico por COVID-19 e hospitalização era maior entre os homens e as pessoas com mais de 70 anos (3.7 por 10.000 em PVV comparativamente com 2.1 por 10.000 na população em geral). Este estudo observou também que nenhuma pessoa em Tenofovir/ emtricitabina foi admitida nos cuidados intensivos ou morreu. Mas mais estudos são necessários. (Del Amo, Ann Intern Med. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32589451/)
- O maior estudo foi realizado na África do Sul envolvendo cerca de 3 milhões de pessoas (3.978 PVV com COVID-19). A morte por COVID-19 estava associada ao sexo masculino, idade avançada, diabetes, hipertensão e doença renal crónica. E observou que o rácio de mortalidade por COVID-19 nas pessoas com VIH vs sem VIH foi de 2.39. (Boulle, CID. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32860699/)
- Estudo realizado nos EUA entre os veteranos (VACS) observou não existir maior suscetibilidade ao COVID-19 ou incidência de gravidade de doença entre as PVV infetadas. (Park, AIDS2020, abstract LBPEC23, 2020)
- PVV participaram na pesquisa da vacina, mas não sabemos o número.
- Em estudos maiores, as PVV com estabilidade nos ARV, apresentam resultados semelhantes às pessoas sem VIH, mas os dados sobre mortalidade não são consistentes.
- Uma baixa contagem de CD4 pode piorar os resultados.
- Sobre a mortalidade por COVID-19 entre PVV ver o artigo publicado aqui.
Baseado em artigo do Dr. Paul E. Sax, Director Clínico do Brigham and Women’s Hospital e Professor de Medicina de Harvard Medical School
-
O GAT, Grupo de Ativistas em Tratamentos e a Seres (con) viver com o VIH, duas organizações de doentes VIH, apresentam vários estudos que apontam para uma maior mortalidade das pessoas com o VIH face ao COVID-19 aos responsáveis pelo plano de vacinação e autoridades em VIH.
Alguns estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade pela COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH. Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA que não conseguiram encontrar provas de que o VIH é um fator de risco para a COVID-19:
aidsonline, aids2020, tandfonline
Anteriormente, um grande estudo na África do Sul observou também um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação em Portugal.
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Estamos perante um estudo, o primeiro a demonstrar o conceito da utilização de AMP para prevenir a aquisição da infeção. O VCR01 (anticorpo neutralizante de largo espectro) está a ser estudado para o tratamento, prevenção e cura.
“AMP, do inglês “Antibody Mediated Prevention”, significa Prevenção Mediada por Anticorpos. Este conceito consiste na proteção da infeção pelo VIH através da administração de anticorpos contra o vírus. Estes anticorpos são também conhecidos como anticorpos monoclonais, o que significa que foram sintetizados em laboratório, ao invés de serem naturalmente produzidos pelo organismo humano. Os estudos AMP investigaram a eficácia de um anticorpo denominado VRC01, administrado por perfusão intravenosa (IV), na prevenção da infeção pelo VIH”.
O VCR01 teve pouco efeito na maioria das estripes do VIH, (teve efeito em 30%) mas nos casos em que era eficaz, os casos caíram 75%. O que sugere a combinação de múltiplos anticorpos.
Estudos clínicos de combinações de anticorpos neutralizantes de largo espetro que podem prevenir o VIH por 4 a 6 meses estão já a ser realizados.
Realizaram-se 2 estudos, o primeiro estudo (HVTN 703/HPTN 081) incluiu 1,924 mulheres cisgénero da África subsariana, onde o subtipo C é o mais preponderante. O Segundo estudo (HVTN 704/HPTN 085) incluiu 2,699 HSH, homens bissexuais e adultos transgéneros da América do SUL, Suiça e EUA, onde o subtipo B é mais comum.
Os estudos avaliaram o VCR01, um anticorpo neutralizante de largo espectro oriundo de sangue doado por uma pessoa a viver com VIH (tal como a coleta de plasma de pessoas que recuperaram do COVID-19). Pois as pessoas que foram expostas a um vírus específico desenvolvem anticorpos para o controlarem. Cientistas podem modificar e multiplicar estes anticorpos e usá-los para prevenir ou tratar a infeção em outras pessoas.
Poderá ser possível a administração de anticorpos através de injeção subcutânea ou intramuscular em lugar de intravenosa.
Fonte: HIVR4P
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Atualmente a profilaxia pré-exposição (PrEP) consiste na toma diária de um comprimido, o Truvada. Já aqui falámos de uma nova forma de PrEP, injetável. E agora vamos referir a toma mensal de Islatravir –um fármaco experimental pertencente a uma nova família de antirretrovirais– que alcança os niveís apropriados para prevenir o VIH durante um mês graças à sua ação prolongada. Este estudo foi apresentado na conferência HIVR4P.
O Islatravir ainda em pesquisa, é um medicamento bem tolerado que traz uma redução na quantidade medicamentosa e mais conforto.
Com um mecanismo de ação singular, o primeiro inibidor da translocação transcriptase reversa nucleosideo está a ser estudado para prevenção e para tratamento.
Em novembro passado foi lançada a fase III do estudo IMPOWER 22 que avalia a eficácia e segurança do isaltravir, como PrEP em mulheres cisgénero e jovens adolescentes em elevado risco de contrair o VIH na África subsariana. Cerca de 4.500 participantes vão receber o comprimido de toma oral e mensal ou o comprimido de toma diária Truvada.
Outro estudo planeado, IMPOWER-024, inclui homens cisgénero e mulheres transgénero que têm sexo com homens de vários países. Irão receber o islatravir de toma mensal ou o Truvada de toma diária.
Existe ainda uma formulação em implante do islatravir que está a ser estudada para PrEP. Um implante semelhante aos implantes de longa duração utilizados na contracepção. Um estudo anterior com voluntários VIH-negativos mostrou que o implante proporcionou concentrações protetoras do medicamento por mais de um ano.
No que concerne o tratamento a combinação da toma diária do isaltravir mais doravirina demonstrou uma boa eficácia na fase IIb do estudo. Após 96 semanas 90% das pessoas tratadas apresentavam uma carga viral indetetável. Mas existem planos para avaliar o islatravir mais o experimental MK-807 como um regime de tratamento semanal.
Fonte: HIVR4P
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Injeções de Cabotegravir e a toma diária de comprimidos de Truvada são ambos altamente eficazes, mas algumas mulheres podem considerar mais fácil usar o regime de longa duração.
As injeções de cabotegravir de ação prolongada, para a prevenção do VIH, em mulheres cisgénero, administradas por profissional de saúde a cada dois meses foram mais eficazes do que as injeções de Truvada Cabotegravir uma vez ao dia e os comprimidos de toma diária de Truvada (que são altamente eficazes), mas algumas mulheres podem achar mais fácil usar o regime de ação prolongada. de acordo com os resultados do estudo apresentados esta semana na conferência virtual HIV Research for Prevention (HIVR4P).
Estudos realizados com o comprimido de toma diária Truvada em homens que têm sexo com homens e mulheres transgénero demonstrou que o Truvada era 99% eficaz nos homens gay e bi, mas nas mulheres cisgénero os níveis de proteção foram mais baixos, devido potencialmente ao uso inconsistente.
Estudo realizado na Africa do Sul, envolveu 3.224 mulheres cisgénero sexualmente ativas em risco de contrair o VIH, que receberam injeções bimensais de Cabotegravir ou comprimidos diários de Truvada. O estudo parou em Novembro de 2020, apesar de estar programado para mais 3 anos, porque foi demonstrada a maior eficácia das injeções de cabotegravir em relação à toma diária dos comprimidos.
Estes resultados foram consistentes com o estudo HPTN 083, que envolveu 4.490 mulheres cisgénero e mulheres transexuais de 6 países.
A injeção é bem tolerada, com algumas reações no local da injeção como dor, vermelhidão, inchaço. Também se observou aumento de peso. E é segura, mulheres que engravidaram nestes estudos não reportaram qualquer anomalia.
O injetável de longa duração tem a vantagem de ser discreto, com uma toma a cada 8 semanas, que pode ser sincronizada com outros injetáveis de planeamento familiar e que não exige o envolvimento do parceiro.
Fonte conferência HIV r4P.
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A OMS (Organização Mundial de Saúde) recomendou, recentemente, a oferta do anel vaginal dapivirina (DPV-VR) como forma adicional de prevenção, para mulheres em risco substancial de infeção por VIH tipo 1, como parte de uma abordagem de prevenção combinada.
É utilizado em combinação com práticas sexuais seguras (como o uso do preservativo) por mulheres com 18 anos ou mais, quando a profilaxia pré-exposição (PrEP) por via oral não pode ser usada. De acordo com a EMA (Agência Europeia do Medicamento) é para uso fora da EU.
As mulheres têm, assim, mais uma forma de prevenção do VIH tipo 1. O DPV-VR é a primeira opção de longa duração que a mulher pode controlar ela própria e usar discretamente para reduzir o risco de contrair o VIH durante o sexo vaginal. Feito de silicone flexível, de fácil inserção, o anel liberta lentamente o antirretroviral dapivirina na vagina. O anel deve ser usado, no interior da vagina, por 28 dias e depois desse período deve ser colocado um novo anel.
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Na conferência de imprensa da conferência HIV R4P, sobre pesquisa e prevenção em VIH, apresentou-se a prevenção mediada por anticorpos (AMP), a PrEP (profilaxia pré-exposição) injetável de longa duração, o comprimido PrEP mensal e as tendências da toma oral diária da PrEP.
Juntas representam o futuro da prevenção do VIH com mais opções.
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A aprovação, por parte da Comissão Europeia, do injetável de longa duração para o tratamento do VIH pode transformar a vida das pessoas a viver com o VIH.
A autorização significa que, pela primeira vez, as pessoas que vivem com VIH na Europa vão ter a opção de tratamento através de um injetável de longa duração em lugar dos comprimidos diários.
Este injetável destina-se a pessoas adultas que se encontrem virologicamente suprimidas (carga viral indetetável) e num regime antirretroviral estável sem evidência de resistências a inibidores da transcriptase reversa não-nucleósidos ou inibidores da integrase.
As injeções de cabotegravir e rilpivirina serão administradas de forma intramuscular nas nádegas por professional de saúde. Mas previamente à iniciação das injeções é necessário a toma de comprimidos, de cabotegravir e rilpivirina, durante pelo menos 28 dias para avaliar a tolerabilidade dos medicamentos.
Após a fase de iniciação oral para avaliar a tolerabilidade dos medicamentos, as injeções de cabotegravir e rilpivirina podem reduzir o número de dias de tratamento por ano de 365 para 12 para o regime de injetável uma vez por mês, ou seis para o regime de dosagem uma vez a cada dois meses, representando uma mudança de paradigma na forma de tratar e gerir a doença. O regime de ação prolongada de cabotegravir e rilpivirina foi tão eficaz quanto o tratamento com comprimidos diários na manutenção da supressão viral, é geralmente bem tolerado e pode mudar a experiência do tratamento para algumas pessoas que vivem com VIH que podem ter desafios diários com as terapias de VIH.
O injetável, na Europa, tem o nome de Vocabria.
Encontre o artigo na Agência Europeia do Medicamento aqui.
Encontre o artigo aqui.
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É a vacina da Pfizer contra o COVID-19 segura para as pessoas com VIH? SIM.
É igualmente eficaz? Não se sabe ainda.
A Pfizer não refere se a vacina é eficaz. Isto porque apesar das 120 pessoas com VIH que participaram na fase 2 e 3 do estudo, a Pfizer não apresenta resultados separados para estas referindo que a amostra é muito pequena.
Por outro lado, nos Estados Unidos, a Emergency Use Authorization contem um aviso que “as pessoas imunocomprometidas, incluindo as pessoas a receber terapia imunossupressora, podem ter uma resposta imunitária diminuída à vacina contra o COVID-19 da Pfizer-BioNTech”
Fonte aqui.
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Perante a especulação:
– Estão as pessoas que vivem com VIH protegidas pelos antirretrovirais (ARV)?
- Estudo realizado nos EUA, em 36 instituições, observou não existir associação entre ARVs ou ausência de supressão viral e consequências de infeção por COVID-19. (Dandachi, Clinic Infect Dis. 2020)
- Estudo em Espanha, envolvendo 77.590 pessoas que vivem com VIH (PVV), analisou a incidência e gravidade do COVID em PVV. O risco de diagnóstico por COVID-19 e hospitalização era maior entre os homens e as pessoas com mais de 70 anos (3.7 por 10.000 em PVV comparativamente com 2.1 por 10.000 na população em geral). Este estudo observou também que nenhuma pessoa em Tenofovir/ emtricitabina foi admitida nos cuidados intensivos ou morreu. Mas mais estudos são necessários. (Del Amo, Ann Intern Med. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32589451/)
- O maior estudo foi realizado na África do Sul envolvendo cerca de 3 milhões de pessoas (3.978 PVV com COVID-19). A morte por COVID-19 estava associada ao sexo masculino, idade avançada, diabetes, hipertensão e doença renal crónica. E observou que o rácio de mortalidade por COVID-19 nas pessoas com VIH vs sem VIH foi de 2.39. (Boulle, CID. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32860699/)
- Estudo realizado nos EUA entre os veteranos (VACS) observou não existir maior suscetibilidade ao COVID-19 ou incidência de gravidade de doença entre as PVV infetadas. (Park, AIDS2020, abstract LBPEC23, 2020)
- PVV participaram na pesquisa da vacina, mas não sabemos o número.
- Em estudos maiores, as PVV com estabilidade nos ARV, apresentam resultados semelhantes às pessoas sem VIH, mas os dados sobre mortalidade não são consistentes.
- Uma baixa contagem de CD4 pode piorar os resultados.
- Sobre a mortalidade por COVID-19 entre PVV ver o artigo publicado aqui.
Baseado em artigo do Dr. Paul E. Sax, Director Clínico do Brigham and Women’s Hospital e Professor de Medicina de Harvard Medical School
-
O GAT, Grupo de Ativistas em Tratamentos e a Seres (con) viver com o VIH, duas organizações de doentes VIH, apresentam vários estudos que apontam para uma maior mortalidade das pessoas com o VIH face ao COVID-19 aos responsáveis pelo plano de vacinação e autoridades em VIH.
Alguns estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade pela COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH. Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA que não conseguiram encontrar provas de que o VIH é um fator de risco para a COVID-19:
aidsonline, aids2020, tandfonline
Anteriormente, um grande estudo na África do Sul observou também um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação em Portugal.
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Estamos perante um estudo, o primeiro a demonstrar o conceito da utilização de AMP para prevenir a aquisição da infeção. O VCR01 (anticorpo neutralizante de largo espectro) está a ser estudado para o tratamento, prevenção e cura.
“AMP, do inglês “Antibody Mediated Prevention”, significa Prevenção Mediada por Anticorpos. Este conceito consiste na proteção da infeção pelo VIH através da administração de anticorpos contra o vírus. Estes anticorpos são também conhecidos como anticorpos monoclonais, o que significa que foram sintetizados em laboratório, ao invés de serem naturalmente produzidos pelo organismo humano. Os estudos AMP investigaram a eficácia de um anticorpo denominado VRC01, administrado por perfusão intravenosa (IV), na prevenção da infeção pelo VIH”.
O VCR01 teve pouco efeito na maioria das estripes do VIH, (teve efeito em 30%) mas nos casos em que era eficaz, os casos caíram 75%. O que sugere a combinação de múltiplos anticorpos.
Estudos clínicos de combinações de anticorpos neutralizantes de largo espetro que podem prevenir o VIH por 4 a 6 meses estão já a ser realizados.
Realizaram-se 2 estudos, o primeiro estudo (HVTN 703/HPTN 081) incluiu 1,924 mulheres cisgénero da África subsariana, onde o subtipo C é o mais preponderante. O Segundo estudo (HVTN 704/HPTN 085) incluiu 2,699 HSH, homens bissexuais e adultos transgéneros da América do SUL, Suiça e EUA, onde o subtipo B é mais comum.
Os estudos avaliaram o VCR01, um anticorpo neutralizante de largo espectro oriundo de sangue doado por uma pessoa a viver com VIH (tal como a coleta de plasma de pessoas que recuperaram do COVID-19). Pois as pessoas que foram expostas a um vírus específico desenvolvem anticorpos para o controlarem. Cientistas podem modificar e multiplicar estes anticorpos e usá-los para prevenir ou tratar a infeção em outras pessoas.
Poderá ser possível a administração de anticorpos através de injeção subcutânea ou intramuscular em lugar de intravenosa.
Fonte: HIVR4P
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Atualmente a profilaxia pré-exposição (PrEP) consiste na toma diária de um comprimido, o Truvada. Já aqui falámos de uma nova forma de PrEP, injetável. E agora vamos referir a toma mensal de Islatravir –um fármaco experimental pertencente a uma nova família de antirretrovirais– que alcança os niveís apropriados para prevenir o VIH durante um mês graças à sua ação prolongada. Este estudo foi apresentado na conferência HIVR4P.
O Islatravir ainda em pesquisa, é um medicamento bem tolerado que traz uma redução na quantidade medicamentosa e mais conforto.
Com um mecanismo de ação singular, o primeiro inibidor da translocação transcriptase reversa nucleosideo está a ser estudado para prevenção e para tratamento.
Em novembro passado foi lançada a fase III do estudo IMPOWER 22 que avalia a eficácia e segurança do isaltravir, como PrEP em mulheres cisgénero e jovens adolescentes em elevado risco de contrair o VIH na África subsariana. Cerca de 4.500 participantes vão receber o comprimido de toma oral e mensal ou o comprimido de toma diária Truvada.
Outro estudo planeado, IMPOWER-024, inclui homens cisgénero e mulheres transgénero que têm sexo com homens de vários países. Irão receber o islatravir de toma mensal ou o Truvada de toma diária.
Existe ainda uma formulação em implante do islatravir que está a ser estudada para PrEP. Um implante semelhante aos implantes de longa duração utilizados na contracepção. Um estudo anterior com voluntários VIH-negativos mostrou que o implante proporcionou concentrações protetoras do medicamento por mais de um ano.
No que concerne o tratamento a combinação da toma diária do isaltravir mais doravirina demonstrou uma boa eficácia na fase IIb do estudo. Após 96 semanas 90% das pessoas tratadas apresentavam uma carga viral indetetável. Mas existem planos para avaliar o islatravir mais o experimental MK-807 como um regime de tratamento semanal.
Fonte: HIVR4P
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Injeções de Cabotegravir e a toma diária de comprimidos de Truvada são ambos altamente eficazes, mas algumas mulheres podem considerar mais fácil usar o regime de longa duração.
As injeções de cabotegravir de ação prolongada, para a prevenção do VIH, em mulheres cisgénero, administradas por profissional de saúde a cada dois meses foram mais eficazes do que as injeções de Truvada Cabotegravir uma vez ao dia e os comprimidos de toma diária de Truvada (que são altamente eficazes), mas algumas mulheres podem achar mais fácil usar o regime de ação prolongada. de acordo com os resultados do estudo apresentados esta semana na conferência virtual HIV Research for Prevention (HIVR4P).
Estudos realizados com o comprimido de toma diária Truvada em homens que têm sexo com homens e mulheres transgénero demonstrou que o Truvada era 99% eficaz nos homens gay e bi, mas nas mulheres cisgénero os níveis de proteção foram mais baixos, devido potencialmente ao uso inconsistente.
Estudo realizado na Africa do Sul, envolveu 3.224 mulheres cisgénero sexualmente ativas em risco de contrair o VIH, que receberam injeções bimensais de Cabotegravir ou comprimidos diários de Truvada. O estudo parou em Novembro de 2020, apesar de estar programado para mais 3 anos, porque foi demonstrada a maior eficácia das injeções de cabotegravir em relação à toma diária dos comprimidos.
Estes resultados foram consistentes com o estudo HPTN 083, que envolveu 4.490 mulheres cisgénero e mulheres transexuais de 6 países.
A injeção é bem tolerada, com algumas reações no local da injeção como dor, vermelhidão, inchaço. Também se observou aumento de peso. E é segura, mulheres que engravidaram nestes estudos não reportaram qualquer anomalia.
O injetável de longa duração tem a vantagem de ser discreto, com uma toma a cada 8 semanas, que pode ser sincronizada com outros injetáveis de planeamento familiar e que não exige o envolvimento do parceiro.
Fonte conferência HIV r4P.
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A OMS (Organização Mundial de Saúde) recomendou, recentemente, a oferta do anel vaginal dapivirina (DPV-VR) como forma adicional de prevenção, para mulheres em risco substancial de infeção por VIH tipo 1, como parte de uma abordagem de prevenção combinada.
É utilizado em combinação com práticas sexuais seguras (como o uso do preservativo) por mulheres com 18 anos ou mais, quando a profilaxia pré-exposição (PrEP) por via oral não pode ser usada. De acordo com a EMA (Agência Europeia do Medicamento) é para uso fora da EU.
As mulheres têm, assim, mais uma forma de prevenção do VIH tipo 1. O DPV-VR é a primeira opção de longa duração que a mulher pode controlar ela própria e usar discretamente para reduzir o risco de contrair o VIH durante o sexo vaginal. Feito de silicone flexível, de fácil inserção, o anel liberta lentamente o antirretroviral dapivirina na vagina. O anel deve ser usado, no interior da vagina, por 28 dias e depois desse período deve ser colocado um novo anel.
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Na conferência de imprensa da conferência HIV R4P, sobre pesquisa e prevenção em VIH, apresentou-se a prevenção mediada por anticorpos (AMP), a PrEP (profilaxia pré-exposição) injetável de longa duração, o comprimido PrEP mensal e as tendências da toma oral diária da PrEP.
Juntas representam o futuro da prevenção do VIH com mais opções.
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A aprovação, por parte da Comissão Europeia, do injetável de longa duração para o tratamento do VIH pode transformar a vida das pessoas a viver com o VIH.
A autorização significa que, pela primeira vez, as pessoas que vivem com VIH na Europa vão ter a opção de tratamento através de um injetável de longa duração em lugar dos comprimidos diários.
Este injetável destina-se a pessoas adultas que se encontrem virologicamente suprimidas (carga viral indetetável) e num regime antirretroviral estável sem evidência de resistências a inibidores da transcriptase reversa não-nucleósidos ou inibidores da integrase.
As injeções de cabotegravir e rilpivirina serão administradas de forma intramuscular nas nádegas por professional de saúde. Mas previamente à iniciação das injeções é necessário a toma de comprimidos, de cabotegravir e rilpivirina, durante pelo menos 28 dias para avaliar a tolerabilidade dos medicamentos.
Após a fase de iniciação oral para avaliar a tolerabilidade dos medicamentos, as injeções de cabotegravir e rilpivirina podem reduzir o número de dias de tratamento por ano de 365 para 12 para o regime de injetável uma vez por mês, ou seis para o regime de dosagem uma vez a cada dois meses, representando uma mudança de paradigma na forma de tratar e gerir a doença. O regime de ação prolongada de cabotegravir e rilpivirina foi tão eficaz quanto o tratamento com comprimidos diários na manutenção da supressão viral, é geralmente bem tolerado e pode mudar a experiência do tratamento para algumas pessoas que vivem com VIH que podem ter desafios diários com as terapias de VIH.
O injetável, na Europa, tem o nome de Vocabria.
Encontre o artigo na Agência Europeia do Medicamento aqui.
Encontre o artigo aqui.
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É a vacina da Pfizer contra o COVID-19 segura para as pessoas com VIH? SIM.
É igualmente eficaz? Não se sabe ainda.
A Pfizer não refere se a vacina é eficaz. Isto porque apesar das 120 pessoas com VIH que participaram na fase 2 e 3 do estudo, a Pfizer não apresenta resultados separados para estas referindo que a amostra é muito pequena.
Por outro lado, nos Estados Unidos, a Emergency Use Authorization contem um aviso que “as pessoas imunocomprometidas, incluindo as pessoas a receber terapia imunossupressora, podem ter uma resposta imunitária diminuída à vacina contra o COVID-19 da Pfizer-BioNTech”
Fonte aqui.
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Perante a especulação:
– Estão as pessoas que vivem com VIH protegidas pelos antirretrovirais (ARV)?
- Estudo realizado nos EUA, em 36 instituições, observou não existir associação entre ARVs ou ausência de supressão viral e consequências de infeção por COVID-19. (Dandachi, Clinic Infect Dis. 2020)
- Estudo em Espanha, envolvendo 77.590 pessoas que vivem com VIH (PVV), analisou a incidência e gravidade do COVID em PVV. O risco de diagnóstico por COVID-19 e hospitalização era maior entre os homens e as pessoas com mais de 70 anos (3.7 por 10.000 em PVV comparativamente com 2.1 por 10.000 na população em geral). Este estudo observou também que nenhuma pessoa em Tenofovir/ emtricitabina foi admitida nos cuidados intensivos ou morreu. Mas mais estudos são necessários. (Del Amo, Ann Intern Med. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32589451/)
- O maior estudo foi realizado na África do Sul envolvendo cerca de 3 milhões de pessoas (3.978 PVV com COVID-19). A morte por COVID-19 estava associada ao sexo masculino, idade avançada, diabetes, hipertensão e doença renal crónica. E observou que o rácio de mortalidade por COVID-19 nas pessoas com VIH vs sem VIH foi de 2.39. (Boulle, CID. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32860699/)
- Estudo realizado nos EUA entre os veteranos (VACS) observou não existir maior suscetibilidade ao COVID-19 ou incidência de gravidade de doença entre as PVV infetadas. (Park, AIDS2020, abstract LBPEC23, 2020)
- PVV participaram na pesquisa da vacina, mas não sabemos o número.
- Em estudos maiores, as PVV com estabilidade nos ARV, apresentam resultados semelhantes às pessoas sem VIH, mas os dados sobre mortalidade não são consistentes.
- Uma baixa contagem de CD4 pode piorar os resultados.
- Sobre a mortalidade por COVID-19 entre PVV ver o artigo publicado aqui.
Baseado em artigo do Dr. Paul E. Sax, Director Clínico do Brigham and Women’s Hospital e Professor de Medicina de Harvard Medical School
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O GAT, Grupo de Ativistas em Tratamentos e a Seres (con) viver com o VIH, duas organizações de doentes VIH, apresentam vários estudos que apontam para uma maior mortalidade das pessoas com o VIH face ao COVID-19 aos responsáveis pelo plano de vacinação e autoridades em VIH.
Alguns estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade pela COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH. Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA que não conseguiram encontrar provas de que o VIH é um fator de risco para a COVID-19:
aidsonline, aids2020, tandfonline
Anteriormente, um grande estudo na África do Sul observou também um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação em Portugal.
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Estamos perante um estudo, o primeiro a demonstrar o conceito da utilização de AMP para prevenir a aquisição da infeção. O VCR01 (anticorpo neutralizante de largo espectro) está a ser estudado para o tratamento, prevenção e cura.
“AMP, do inglês “Antibody Mediated Prevention”, significa Prevenção Mediada por Anticorpos. Este conceito consiste na proteção da infeção pelo VIH através da administração de anticorpos contra o vírus. Estes anticorpos são também conhecidos como anticorpos monoclonais, o que significa que foram sintetizados em laboratório, ao invés de serem naturalmente produzidos pelo organismo humano. Os estudos AMP investigaram a eficácia de um anticorpo denominado VRC01, administrado por perfusão intravenosa (IV), na prevenção da infeção pelo VIH”.
O VCR01 teve pouco efeito na maioria das estripes do VIH, (teve efeito em 30%) mas nos casos em que era eficaz, os casos caíram 75%. O que sugere a combinação de múltiplos anticorpos.
Estudos clínicos de combinações de anticorpos neutralizantes de largo espetro que podem prevenir o VIH por 4 a 6 meses estão já a ser realizados.
Realizaram-se 2 estudos, o primeiro estudo (HVTN 703/HPTN 081) incluiu 1,924 mulheres cisgénero da África subsariana, onde o subtipo C é o mais preponderante. O Segundo estudo (HVTN 704/HPTN 085) incluiu 2,699 HSH, homens bissexuais e adultos transgéneros da América do SUL, Suiça e EUA, onde o subtipo B é mais comum.
Os estudos avaliaram o VCR01, um anticorpo neutralizante de largo espectro oriundo de sangue doado por uma pessoa a viver com VIH (tal como a coleta de plasma de pessoas que recuperaram do COVID-19). Pois as pessoas que foram expostas a um vírus específico desenvolvem anticorpos para o controlarem. Cientistas podem modificar e multiplicar estes anticorpos e usá-los para prevenir ou tratar a infeção em outras pessoas.
Poderá ser possível a administração de anticorpos através de injeção subcutânea ou intramuscular em lugar de intravenosa.
Fonte: HIVR4P
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Atualmente a profilaxia pré-exposição (PrEP) consiste na toma diária de um comprimido, o Truvada. Já aqui falámos de uma nova forma de PrEP, injetável. E agora vamos referir a toma mensal de Islatravir –um fármaco experimental pertencente a uma nova família de antirretrovirais– que alcança os niveís apropriados para prevenir o VIH durante um mês graças à sua ação prolongada. Este estudo foi apresentado na conferência HIVR4P.
O Islatravir ainda em pesquisa, é um medicamento bem tolerado que traz uma redução na quantidade medicamentosa e mais conforto.
Com um mecanismo de ação singular, o primeiro inibidor da translocação transcriptase reversa nucleosideo está a ser estudado para prevenção e para tratamento.
Em novembro passado foi lançada a fase III do estudo IMPOWER 22 que avalia a eficácia e segurança do isaltravir, como PrEP em mulheres cisgénero e jovens adolescentes em elevado risco de contrair o VIH na África subsariana. Cerca de 4.500 participantes vão receber o comprimido de toma oral e mensal ou o comprimido de toma diária Truvada.
Outro estudo planeado, IMPOWER-024, inclui homens cisgénero e mulheres transgénero que têm sexo com homens de vários países. Irão receber o islatravir de toma mensal ou o Truvada de toma diária.
Existe ainda uma formulação em implante do islatravir que está a ser estudada para PrEP. Um implante semelhante aos implantes de longa duração utilizados na contracepção. Um estudo anterior com voluntários VIH-negativos mostrou que o implante proporcionou concentrações protetoras do medicamento por mais de um ano.
No que concerne o tratamento a combinação da toma diária do isaltravir mais doravirina demonstrou uma boa eficácia na fase IIb do estudo. Após 96 semanas 90% das pessoas tratadas apresentavam uma carga viral indetetável. Mas existem planos para avaliar o islatravir mais o experimental MK-807 como um regime de tratamento semanal.
Fonte: HIVR4P
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Injeções de Cabotegravir e a toma diária de comprimidos de Truvada são ambos altamente eficazes, mas algumas mulheres podem considerar mais fácil usar o regime de longa duração.
As injeções de cabotegravir de ação prolongada, para a prevenção do VIH, em mulheres cisgénero, administradas por profissional de saúde a cada dois meses foram mais eficazes do que as injeções de Truvada Cabotegravir uma vez ao dia e os comprimidos de toma diária de Truvada (que são altamente eficazes), mas algumas mulheres podem achar mais fácil usar o regime de ação prolongada. de acordo com os resultados do estudo apresentados esta semana na conferência virtual HIV Research for Prevention (HIVR4P).
Estudos realizados com o comprimido de toma diária Truvada em homens que têm sexo com homens e mulheres transgénero demonstrou que o Truvada era 99% eficaz nos homens gay e bi, mas nas mulheres cisgénero os níveis de proteção foram mais baixos, devido potencialmente ao uso inconsistente.
Estudo realizado na Africa do Sul, envolveu 3.224 mulheres cisgénero sexualmente ativas em risco de contrair o VIH, que receberam injeções bimensais de Cabotegravir ou comprimidos diários de Truvada. O estudo parou em Novembro de 2020, apesar de estar programado para mais 3 anos, porque foi demonstrada a maior eficácia das injeções de cabotegravir em relação à toma diária dos comprimidos.
Estes resultados foram consistentes com o estudo HPTN 083, que envolveu 4.490 mulheres cisgénero e mulheres transexuais de 6 países.
A injeção é bem tolerada, com algumas reações no local da injeção como dor, vermelhidão, inchaço. Também se observou aumento de peso. E é segura, mulheres que engravidaram nestes estudos não reportaram qualquer anomalia.
O injetável de longa duração tem a vantagem de ser discreto, com uma toma a cada 8 semanas, que pode ser sincronizada com outros injetáveis de planeamento familiar e que não exige o envolvimento do parceiro.
Fonte conferência HIV r4P.
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A OMS (Organização Mundial de Saúde) recomendou, recentemente, a oferta do anel vaginal dapivirina (DPV-VR) como forma adicional de prevenção, para mulheres em risco substancial de infeção por VIH tipo 1, como parte de uma abordagem de prevenção combinada.
É utilizado em combinação com práticas sexuais seguras (como o uso do preservativo) por mulheres com 18 anos ou mais, quando a profilaxia pré-exposição (PrEP) por via oral não pode ser usada. De acordo com a EMA (Agência Europeia do Medicamento) é para uso fora da EU.
As mulheres têm, assim, mais uma forma de prevenção do VIH tipo 1. O DPV-VR é a primeira opção de longa duração que a mulher pode controlar ela própria e usar discretamente para reduzir o risco de contrair o VIH durante o sexo vaginal. Feito de silicone flexível, de fácil inserção, o anel liberta lentamente o antirretroviral dapivirina na vagina. O anel deve ser usado, no interior da vagina, por 28 dias e depois desse período deve ser colocado um novo anel.
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Na conferência de imprensa da conferência HIV R4P, sobre pesquisa e prevenção em VIH, apresentou-se a prevenção mediada por anticorpos (AMP), a PrEP (profilaxia pré-exposição) injetável de longa duração, o comprimido PrEP mensal e as tendências da toma oral diária da PrEP.
Juntas representam o futuro da prevenção do VIH com mais opções.
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A aprovação, por parte da Comissão Europeia, do injetável de longa duração para o tratamento do VIH pode transformar a vida das pessoas a viver com o VIH.
A autorização significa que, pela primeira vez, as pessoas que vivem com VIH na Europa vão ter a opção de tratamento através de um injetável de longa duração em lugar dos comprimidos diários.
Este injetável destina-se a pessoas adultas que se encontrem virologicamente suprimidas (carga viral indetetável) e num regime antirretroviral estável sem evidência de resistências a inibidores da transcriptase reversa não-nucleósidos ou inibidores da integrase.
As injeções de cabotegravir e rilpivirina serão administradas de forma intramuscular nas nádegas por professional de saúde. Mas previamente à iniciação das injeções é necessário a toma de comprimidos, de cabotegravir e rilpivirina, durante pelo menos 28 dias para avaliar a tolerabilidade dos medicamentos.
Após a fase de iniciação oral para avaliar a tolerabilidade dos medicamentos, as injeções de cabotegravir e rilpivirina podem reduzir o número de dias de tratamento por ano de 365 para 12 para o regime de injetável uma vez por mês, ou seis para o regime de dosagem uma vez a cada dois meses, representando uma mudança de paradigma na forma de tratar e gerir a doença. O regime de ação prolongada de cabotegravir e rilpivirina foi tão eficaz quanto o tratamento com comprimidos diários na manutenção da supressão viral, é geralmente bem tolerado e pode mudar a experiência do tratamento para algumas pessoas que vivem com VIH que podem ter desafios diários com as terapias de VIH.
O injetável, na Europa, tem o nome de Vocabria.
Encontre o artigo na Agência Europeia do Medicamento aqui.
Encontre o artigo aqui.
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É a vacina da Pfizer contra o COVID-19 segura para as pessoas com VIH? SIM.
É igualmente eficaz? Não se sabe ainda.
A Pfizer não refere se a vacina é eficaz. Isto porque apesar das 120 pessoas com VIH que participaram na fase 2 e 3 do estudo, a Pfizer não apresenta resultados separados para estas referindo que a amostra é muito pequena.
Por outro lado, nos Estados Unidos, a Emergency Use Authorization contem um aviso que “as pessoas imunocomprometidas, incluindo as pessoas a receber terapia imunossupressora, podem ter uma resposta imunitária diminuída à vacina contra o COVID-19 da Pfizer-BioNTech”
Fonte aqui.
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Perante a especulação:
– Estão as pessoas que vivem com VIH protegidas pelos antirretrovirais (ARV)?
- Estudo realizado nos EUA, em 36 instituições, observou não existir associação entre ARVs ou ausência de supressão viral e consequências de infeção por COVID-19. (Dandachi, Clinic Infect Dis. 2020)
- Estudo em Espanha, envolvendo 77.590 pessoas que vivem com VIH (PVV), analisou a incidência e gravidade do COVID em PVV. O risco de diagnóstico por COVID-19 e hospitalização era maior entre os homens e as pessoas com mais de 70 anos (3.7 por 10.000 em PVV comparativamente com 2.1 por 10.000 na população em geral). Este estudo observou também que nenhuma pessoa em Tenofovir/ emtricitabina foi admitida nos cuidados intensivos ou morreu. Mas mais estudos são necessários. (Del Amo, Ann Intern Med. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32589451/)
- O maior estudo foi realizado na África do Sul envolvendo cerca de 3 milhões de pessoas (3.978 PVV com COVID-19). A morte por COVID-19 estava associada ao sexo masculino, idade avançada, diabetes, hipertensão e doença renal crónica. E observou que o rácio de mortalidade por COVID-19 nas pessoas com VIH vs sem VIH foi de 2.39. (Boulle, CID. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32860699/)
- Estudo realizado nos EUA entre os veteranos (VACS) observou não existir maior suscetibilidade ao COVID-19 ou incidência de gravidade de doença entre as PVV infetadas. (Park, AIDS2020, abstract LBPEC23, 2020)
- PVV participaram na pesquisa da vacina, mas não sabemos o número.
- Em estudos maiores, as PVV com estabilidade nos ARV, apresentam resultados semelhantes às pessoas sem VIH, mas os dados sobre mortalidade não são consistentes.
- Uma baixa contagem de CD4 pode piorar os resultados.
- Sobre a mortalidade por COVID-19 entre PVV ver o artigo publicado aqui.
Baseado em artigo do Dr. Paul E. Sax, Director Clínico do Brigham and Women’s Hospital e Professor de Medicina de Harvard Medical School
-
O GAT, Grupo de Ativistas em Tratamentos e a Seres (con) viver com o VIH, duas organizações de doentes VIH, apresentam vários estudos que apontam para uma maior mortalidade das pessoas com o VIH face ao COVID-19 aos responsáveis pelo plano de vacinação e autoridades em VIH.
Alguns estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade pela COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH. Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA que não conseguiram encontrar provas de que o VIH é um fator de risco para a COVID-19:
aidsonline, aids2020, tandfonline
Anteriormente, um grande estudo na África do Sul observou também um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação em Portugal.
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Estamos perante um estudo, o primeiro a demonstrar o conceito da utilização de AMP para prevenir a aquisição da infeção. O VCR01 (anticorpo neutralizante de largo espectro) está a ser estudado para o tratamento, prevenção e cura.
“AMP, do inglês “Antibody Mediated Prevention”, significa Prevenção Mediada por Anticorpos. Este conceito consiste na proteção da infeção pelo VIH através da administração de anticorpos contra o vírus. Estes anticorpos são também conhecidos como anticorpos monoclonais, o que significa que foram sintetizados em laboratório, ao invés de serem naturalmente produzidos pelo organismo humano. Os estudos AMP investigaram a eficácia de um anticorpo denominado VRC01, administrado por perfusão intravenosa (IV), na prevenção da infeção pelo VIH”.
O VCR01 teve pouco efeito na maioria das estripes do VIH, (teve efeito em 30%) mas nos casos em que era eficaz, os casos caíram 75%. O que sugere a combinação de múltiplos anticorpos.
Estudos clínicos de combinações de anticorpos neutralizantes de largo espetro que podem prevenir o VIH por 4 a 6 meses estão já a ser realizados.
Realizaram-se 2 estudos, o primeiro estudo (HVTN 703/HPTN 081) incluiu 1,924 mulheres cisgénero da África subsariana, onde o subtipo C é o mais preponderante. O Segundo estudo (HVTN 704/HPTN 085) incluiu 2,699 HSH, homens bissexuais e adultos transgéneros da América do SUL, Suiça e EUA, onde o subtipo B é mais comum.
Os estudos avaliaram o VCR01, um anticorpo neutralizante de largo espectro oriundo de sangue doado por uma pessoa a viver com VIH (tal como a coleta de plasma de pessoas que recuperaram do COVID-19). Pois as pessoas que foram expostas a um vírus específico desenvolvem anticorpos para o controlarem. Cientistas podem modificar e multiplicar estes anticorpos e usá-los para prevenir ou tratar a infeção em outras pessoas.
Poderá ser possível a administração de anticorpos através de injeção subcutânea ou intramuscular em lugar de intravenosa.
Fonte: HIVR4P
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Atualmente a profilaxia pré-exposição (PrEP) consiste na toma diária de um comprimido, o Truvada. Já aqui falámos de uma nova forma de PrEP, injetável. E agora vamos referir a toma mensal de Islatravir –um fármaco experimental pertencente a uma nova família de antirretrovirais– que alcança os niveís apropriados para prevenir o VIH durante um mês graças à sua ação prolongada. Este estudo foi apresentado na conferência HIVR4P.
O Islatravir ainda em pesquisa, é um medicamento bem tolerado que traz uma redução na quantidade medicamentosa e mais conforto.
Com um mecanismo de ação singular, o primeiro inibidor da translocação transcriptase reversa nucleosideo está a ser estudado para prevenção e para tratamento.
Em novembro passado foi lançada a fase III do estudo IMPOWER 22 que avalia a eficácia e segurança do isaltravir, como PrEP em mulheres cisgénero e jovens adolescentes em elevado risco de contrair o VIH na África subsariana. Cerca de 4.500 participantes vão receber o comprimido de toma oral e mensal ou o comprimido de toma diária Truvada.
Outro estudo planeado, IMPOWER-024, inclui homens cisgénero e mulheres transgénero que têm sexo com homens de vários países. Irão receber o islatravir de toma mensal ou o Truvada de toma diária.
Existe ainda uma formulação em implante do islatravir que está a ser estudada para PrEP. Um implante semelhante aos implantes de longa duração utilizados na contracepção. Um estudo anterior com voluntários VIH-negativos mostrou que o implante proporcionou concentrações protetoras do medicamento por mais de um ano.
No que concerne o tratamento a combinação da toma diária do isaltravir mais doravirina demonstrou uma boa eficácia na fase IIb do estudo. Após 96 semanas 90% das pessoas tratadas apresentavam uma carga viral indetetável. Mas existem planos para avaliar o islatravir mais o experimental MK-807 como um regime de tratamento semanal.
Fonte: HIVR4P
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Injeções de Cabotegravir e a toma diária de comprimidos de Truvada são ambos altamente eficazes, mas algumas mulheres podem considerar mais fácil usar o regime de longa duração.
As injeções de cabotegravir de ação prolongada, para a prevenção do VIH, em mulheres cisgénero, administradas por profissional de saúde a cada dois meses foram mais eficazes do que as injeções de Truvada Cabotegravir uma vez ao dia e os comprimidos de toma diária de Truvada (que são altamente eficazes), mas algumas mulheres podem achar mais fácil usar o regime de ação prolongada. de acordo com os resultados do estudo apresentados esta semana na conferência virtual HIV Research for Prevention (HIVR4P).
Estudos realizados com o comprimido de toma diária Truvada em homens que têm sexo com homens e mulheres transgénero demonstrou que o Truvada era 99% eficaz nos homens gay e bi, mas nas mulheres cisgénero os níveis de proteção foram mais baixos, devido potencialmente ao uso inconsistente.
Estudo realizado na Africa do Sul, envolveu 3.224 mulheres cisgénero sexualmente ativas em risco de contrair o VIH, que receberam injeções bimensais de Cabotegravir ou comprimidos diários de Truvada. O estudo parou em Novembro de 2020, apesar de estar programado para mais 3 anos, porque foi demonstrada a maior eficácia das injeções de cabotegravir em relação à toma diária dos comprimidos.
Estes resultados foram consistentes com o estudo HPTN 083, que envolveu 4.490 mulheres cisgénero e mulheres transexuais de 6 países.
A injeção é bem tolerada, com algumas reações no local da injeção como dor, vermelhidão, inchaço. Também se observou aumento de peso. E é segura, mulheres que engravidaram nestes estudos não reportaram qualquer anomalia.
O injetável de longa duração tem a vantagem de ser discreto, com uma toma a cada 8 semanas, que pode ser sincronizada com outros injetáveis de planeamento familiar e que não exige o envolvimento do parceiro.
Fonte conferência HIV r4P.
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A OMS (Organização Mundial de Saúde) recomendou, recentemente, a oferta do anel vaginal dapivirina (DPV-VR) como forma adicional de prevenção, para mulheres em risco substancial de infeção por VIH tipo 1, como parte de uma abordagem de prevenção combinada.
É utilizado em combinação com práticas sexuais seguras (como o uso do preservativo) por mulheres com 18 anos ou mais, quando a profilaxia pré-exposição (PrEP) por via oral não pode ser usada. De acordo com a EMA (Agência Europeia do Medicamento) é para uso fora da EU.
As mulheres têm, assim, mais uma forma de prevenção do VIH tipo 1. O DPV-VR é a primeira opção de longa duração que a mulher pode controlar ela própria e usar discretamente para reduzir o risco de contrair o VIH durante o sexo vaginal. Feito de silicone flexível, de fácil inserção, o anel liberta lentamente o antirretroviral dapivirina na vagina. O anel deve ser usado, no interior da vagina, por 28 dias e depois desse período deve ser colocado um novo anel.
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Na conferência de imprensa da conferência HIV R4P, sobre pesquisa e prevenção em VIH, apresentou-se a prevenção mediada por anticorpos (AMP), a PrEP (profilaxia pré-exposição) injetável de longa duração, o comprimido PrEP mensal e as tendências da toma oral diária da PrEP.
Juntas representam o futuro da prevenção do VIH com mais opções.
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A aprovação, por parte da Comissão Europeia, do injetável de longa duração para o tratamento do VIH pode transformar a vida das pessoas a viver com o VIH.
A autorização significa que, pela primeira vez, as pessoas que vivem com VIH na Europa vão ter a opção de tratamento através de um injetável de longa duração em lugar dos comprimidos diários.
Este injetável destina-se a pessoas adultas que se encontrem virologicamente suprimidas (carga viral indetetável) e num regime antirretroviral estável sem evidência de resistências a inibidores da transcriptase reversa não-nucleósidos ou inibidores da integrase.
As injeções de cabotegravir e rilpivirina serão administradas de forma intramuscular nas nádegas por professional de saúde. Mas previamente à iniciação das injeções é necessário a toma de comprimidos, de cabotegravir e rilpivirina, durante pelo menos 28 dias para avaliar a tolerabilidade dos medicamentos.
Após a fase de iniciação oral para avaliar a tolerabilidade dos medicamentos, as injeções de cabotegravir e rilpivirina podem reduzir o número de dias de tratamento por ano de 365 para 12 para o regime de injetável uma vez por mês, ou seis para o regime de dosagem uma vez a cada dois meses, representando uma mudança de paradigma na forma de tratar e gerir a doença. O regime de ação prolongada de cabotegravir e rilpivirina foi tão eficaz quanto o tratamento com comprimidos diários na manutenção da supressão viral, é geralmente bem tolerado e pode mudar a experiência do tratamento para algumas pessoas que vivem com VIH que podem ter desafios diários com as terapias de VIH.
O injetável, na Europa, tem o nome de Vocabria.
Encontre o artigo na Agência Europeia do Medicamento aqui.
Encontre o artigo aqui.
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É a vacina da Pfizer contra o COVID-19 segura para as pessoas com VIH? SIM.
É igualmente eficaz? Não se sabe ainda.
A Pfizer não refere se a vacina é eficaz. Isto porque apesar das 120 pessoas com VIH que participaram na fase 2 e 3 do estudo, a Pfizer não apresenta resultados separados para estas referindo que a amostra é muito pequena.
Por outro lado, nos Estados Unidos, a Emergency Use Authorization contem um aviso que “as pessoas imunocomprometidas, incluindo as pessoas a receber terapia imunossupressora, podem ter uma resposta imunitária diminuída à vacina contra o COVID-19 da Pfizer-BioNTech”
Fonte aqui.
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Perante a especulação:
– Estão as pessoas que vivem com VIH protegidas pelos antirretrovirais (ARV)?
- Estudo realizado nos EUA, em 36 instituições, observou não existir associação entre ARVs ou ausência de supressão viral e consequências de infeção por COVID-19. (Dandachi, Clinic Infect Dis. 2020)
- Estudo em Espanha, envolvendo 77.590 pessoas que vivem com VIH (PVV), analisou a incidência e gravidade do COVID em PVV. O risco de diagnóstico por COVID-19 e hospitalização era maior entre os homens e as pessoas com mais de 70 anos (3.7 por 10.000 em PVV comparativamente com 2.1 por 10.000 na população em geral). Este estudo observou também que nenhuma pessoa em Tenofovir/ emtricitabina foi admitida nos cuidados intensivos ou morreu. Mas mais estudos são necessários. (Del Amo, Ann Intern Med. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32589451/)
- O maior estudo foi realizado na África do Sul envolvendo cerca de 3 milhões de pessoas (3.978 PVV com COVID-19). A morte por COVID-19 estava associada ao sexo masculino, idade avançada, diabetes, hipertensão e doença renal crónica. E observou que o rácio de mortalidade por COVID-19 nas pessoas com VIH vs sem VIH foi de 2.39. (Boulle, CID. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32860699/)
- Estudo realizado nos EUA entre os veteranos (VACS) observou não existir maior suscetibilidade ao COVID-19 ou incidência de gravidade de doença entre as PVV infetadas. (Park, AIDS2020, abstract LBPEC23, 2020)
- PVV participaram na pesquisa da vacina, mas não sabemos o número.
- Em estudos maiores, as PVV com estabilidade nos ARV, apresentam resultados semelhantes às pessoas sem VIH, mas os dados sobre mortalidade não são consistentes.
- Uma baixa contagem de CD4 pode piorar os resultados.
- Sobre a mortalidade por COVID-19 entre PVV ver o artigo publicado aqui.
Baseado em artigo do Dr. Paul E. Sax, Director Clínico do Brigham and Women’s Hospital e Professor de Medicina de Harvard Medical School
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O GAT, Grupo de Ativistas em Tratamentos e a Seres (con) viver com o VIH, duas organizações de doentes VIH, apresentam vários estudos que apontam para uma maior mortalidade das pessoas com o VIH face ao COVID-19 aos responsáveis pelo plano de vacinação e autoridades em VIH.
Alguns estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade pela COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH. Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA que não conseguiram encontrar provas de que o VIH é um fator de risco para a COVID-19:
aidsonline, aids2020, tandfonline
Anteriormente, um grande estudo na África do Sul observou também um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação em Portugal.
-
Estamos perante um estudo, o primeiro a demonstrar o conceito da utilização de AMP para prevenir a aquisição da infeção. O VCR01 (anticorpo neutralizante de largo espectro) está a ser estudado para o tratamento, prevenção e cura.
“AMP, do inglês “Antibody Mediated Prevention”, significa Prevenção Mediada por Anticorpos. Este conceito consiste na proteção da infeção pelo VIH através da administração de anticorpos contra o vírus. Estes anticorpos são também conhecidos como anticorpos monoclonais, o que significa que foram sintetizados em laboratório, ao invés de serem naturalmente produzidos pelo organismo humano. Os estudos AMP investigaram a eficácia de um anticorpo denominado VRC01, administrado por perfusão intravenosa (IV), na prevenção da infeção pelo VIH”.
O VCR01 teve pouco efeito na maioria das estripes do VIH, (teve efeito em 30%) mas nos casos em que era eficaz, os casos caíram 75%. O que sugere a combinação de múltiplos anticorpos.
Estudos clínicos de combinações de anticorpos neutralizantes de largo espetro que podem prevenir o VIH por 4 a 6 meses estão já a ser realizados.
Realizaram-se 2 estudos, o primeiro estudo (HVTN 703/HPTN 081) incluiu 1,924 mulheres cisgénero da África subsariana, onde o subtipo C é o mais preponderante. O Segundo estudo (HVTN 704/HPTN 085) incluiu 2,699 HSH, homens bissexuais e adultos transgéneros da América do SUL, Suiça e EUA, onde o subtipo B é mais comum.
Os estudos avaliaram o VCR01, um anticorpo neutralizante de largo espectro oriundo de sangue doado por uma pessoa a viver com VIH (tal como a coleta de plasma de pessoas que recuperaram do COVID-19). Pois as pessoas que foram expostas a um vírus específico desenvolvem anticorpos para o controlarem. Cientistas podem modificar e multiplicar estes anticorpos e usá-los para prevenir ou tratar a infeção em outras pessoas.
Poderá ser possível a administração de anticorpos através de injeção subcutânea ou intramuscular em lugar de intravenosa.
Fonte: HIVR4P
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Atualmente a profilaxia pré-exposição (PrEP) consiste na toma diária de um comprimido, o Truvada. Já aqui falámos de uma nova forma de PrEP, injetável. E agora vamos referir a toma mensal de Islatravir –um fármaco experimental pertencente a uma nova família de antirretrovirais– que alcança os niveís apropriados para prevenir o VIH durante um mês graças à sua ação prolongada. Este estudo foi apresentado na conferência HIVR4P.
O Islatravir ainda em pesquisa, é um medicamento bem tolerado que traz uma redução na quantidade medicamentosa e mais conforto.
Com um mecanismo de ação singular, o primeiro inibidor da translocação transcriptase reversa nucleosideo está a ser estudado para prevenção e para tratamento.
Em novembro passado foi lançada a fase III do estudo IMPOWER 22 que avalia a eficácia e segurança do isaltravir, como PrEP em mulheres cisgénero e jovens adolescentes em elevado risco de contrair o VIH na África subsariana. Cerca de 4.500 participantes vão receber o comprimido de toma oral e mensal ou o comprimido de toma diária Truvada.
Outro estudo planeado, IMPOWER-024, inclui homens cisgénero e mulheres transgénero que têm sexo com homens de vários países. Irão receber o islatravir de toma mensal ou o Truvada de toma diária.
Existe ainda uma formulação em implante do islatravir que está a ser estudada para PrEP. Um implante semelhante aos implantes de longa duração utilizados na contracepção. Um estudo anterior com voluntários VIH-negativos mostrou que o implante proporcionou concentrações protetoras do medicamento por mais de um ano.
No que concerne o tratamento a combinação da toma diária do isaltravir mais doravirina demonstrou uma boa eficácia na fase IIb do estudo. Após 96 semanas 90% das pessoas tratadas apresentavam uma carga viral indetetável. Mas existem planos para avaliar o islatravir mais o experimental MK-807 como um regime de tratamento semanal.
Fonte: HIVR4P
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Injeções de Cabotegravir e a toma diária de comprimidos de Truvada são ambos altamente eficazes, mas algumas mulheres podem considerar mais fácil usar o regime de longa duração.
As injeções de cabotegravir de ação prolongada, para a prevenção do VIH, em mulheres cisgénero, administradas por profissional de saúde a cada dois meses foram mais eficazes do que as injeções de Truvada Cabotegravir uma vez ao dia e os comprimidos de toma diária de Truvada (que são altamente eficazes), mas algumas mulheres podem achar mais fácil usar o regime de ação prolongada. de acordo com os resultados do estudo apresentados esta semana na conferência virtual HIV Research for Prevention (HIVR4P).
Estudos realizados com o comprimido de toma diária Truvada em homens que têm sexo com homens e mulheres transgénero demonstrou que o Truvada era 99% eficaz nos homens gay e bi, mas nas mulheres cisgénero os níveis de proteção foram mais baixos, devido potencialmente ao uso inconsistente.
Estudo realizado na Africa do Sul, envolveu 3.224 mulheres cisgénero sexualmente ativas em risco de contrair o VIH, que receberam injeções bimensais de Cabotegravir ou comprimidos diários de Truvada. O estudo parou em Novembro de 2020, apesar de estar programado para mais 3 anos, porque foi demonstrada a maior eficácia das injeções de cabotegravir em relação à toma diária dos comprimidos.
Estes resultados foram consistentes com o estudo HPTN 083, que envolveu 4.490 mulheres cisgénero e mulheres transexuais de 6 países.
A injeção é bem tolerada, com algumas reações no local da injeção como dor, vermelhidão, inchaço. Também se observou aumento de peso. E é segura, mulheres que engravidaram nestes estudos não reportaram qualquer anomalia.
O injetável de longa duração tem a vantagem de ser discreto, com uma toma a cada 8 semanas, que pode ser sincronizada com outros injetáveis de planeamento familiar e que não exige o envolvimento do parceiro.
Fonte conferência HIV r4P.
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A OMS (Organização Mundial de Saúde) recomendou, recentemente, a oferta do anel vaginal dapivirina (DPV-VR) como forma adicional de prevenção, para mulheres em risco substancial de infeção por VIH tipo 1, como parte de uma abordagem de prevenção combinada.
É utilizado em combinação com práticas sexuais seguras (como o uso do preservativo) por mulheres com 18 anos ou mais, quando a profilaxia pré-exposição (PrEP) por via oral não pode ser usada. De acordo com a EMA (Agência Europeia do Medicamento) é para uso fora da EU.
As mulheres têm, assim, mais uma forma de prevenção do VIH tipo 1. O DPV-VR é a primeira opção de longa duração que a mulher pode controlar ela própria e usar discretamente para reduzir o risco de contrair o VIH durante o sexo vaginal. Feito de silicone flexível, de fácil inserção, o anel liberta lentamente o antirretroviral dapivirina na vagina. O anel deve ser usado, no interior da vagina, por 28 dias e depois desse período deve ser colocado um novo anel.
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Na conferência de imprensa da conferência HIV R4P, sobre pesquisa e prevenção em VIH, apresentou-se a prevenção mediada por anticorpos (AMP), a PrEP (profilaxia pré-exposição) injetável de longa duração, o comprimido PrEP mensal e as tendências da toma oral diária da PrEP.
Juntas representam o futuro da prevenção do VIH com mais opções.
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A aprovação, por parte da Comissão Europeia, do injetável de longa duração para o tratamento do VIH pode transformar a vida das pessoas a viver com o VIH.
A autorização significa que, pela primeira vez, as pessoas que vivem com VIH na Europa vão ter a opção de tratamento através de um injetável de longa duração em lugar dos comprimidos diários.
Este injetável destina-se a pessoas adultas que se encontrem virologicamente suprimidas (carga viral indetetável) e num regime antirretroviral estável sem evidência de resistências a inibidores da transcriptase reversa não-nucleósidos ou inibidores da integrase.
As injeções de cabotegravir e rilpivirina serão administradas de forma intramuscular nas nádegas por professional de saúde. Mas previamente à iniciação das injeções é necessário a toma de comprimidos, de cabotegravir e rilpivirina, durante pelo menos 28 dias para avaliar a tolerabilidade dos medicamentos.
Após a fase de iniciação oral para avaliar a tolerabilidade dos medicamentos, as injeções de cabotegravir e rilpivirina podem reduzir o número de dias de tratamento por ano de 365 para 12 para o regime de injetável uma vez por mês, ou seis para o regime de dosagem uma vez a cada dois meses, representando uma mudança de paradigma na forma de tratar e gerir a doença. O regime de ação prolongada de cabotegravir e rilpivirina foi tão eficaz quanto o tratamento com comprimidos diários na manutenção da supressão viral, é geralmente bem tolerado e pode mudar a experiência do tratamento para algumas pessoas que vivem com VIH que podem ter desafios diários com as terapias de VIH.
O injetável, na Europa, tem o nome de Vocabria.
Encontre o artigo na Agência Europeia do Medicamento aqui.
Encontre o artigo aqui.
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É a vacina da Pfizer contra o COVID-19 segura para as pessoas com VIH? SIM.
É igualmente eficaz? Não se sabe ainda.
A Pfizer não refere se a vacina é eficaz. Isto porque apesar das 120 pessoas com VIH que participaram na fase 2 e 3 do estudo, a Pfizer não apresenta resultados separados para estas referindo que a amostra é muito pequena.
Por outro lado, nos Estados Unidos, a Emergency Use Authorization contem um aviso que “as pessoas imunocomprometidas, incluindo as pessoas a receber terapia imunossupressora, podem ter uma resposta imunitária diminuída à vacina contra o COVID-19 da Pfizer-BioNTech”
Fonte aqui.
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Perante a especulação:
– Estão as pessoas que vivem com VIH protegidas pelos antirretrovirais (ARV)?
- Estudo realizado nos EUA, em 36 instituições, observou não existir associação entre ARVs ou ausência de supressão viral e consequências de infeção por COVID-19. (Dandachi, Clinic Infect Dis. 2020)
- Estudo em Espanha, envolvendo 77.590 pessoas que vivem com VIH (PVV), analisou a incidência e gravidade do COVID em PVV. O risco de diagnóstico por COVID-19 e hospitalização era maior entre os homens e as pessoas com mais de 70 anos (3.7 por 10.000 em PVV comparativamente com 2.1 por 10.000 na população em geral). Este estudo observou também que nenhuma pessoa em Tenofovir/ emtricitabina foi admitida nos cuidados intensivos ou morreu. Mas mais estudos são necessários. (Del Amo, Ann Intern Med. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32589451/)
- O maior estudo foi realizado na África do Sul envolvendo cerca de 3 milhões de pessoas (3.978 PVV com COVID-19). A morte por COVID-19 estava associada ao sexo masculino, idade avançada, diabetes, hipertensão e doença renal crónica. E observou que o rácio de mortalidade por COVID-19 nas pessoas com VIH vs sem VIH foi de 2.39. (Boulle, CID. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32860699/)
- Estudo realizado nos EUA entre os veteranos (VACS) observou não existir maior suscetibilidade ao COVID-19 ou incidência de gravidade de doença entre as PVV infetadas. (Park, AIDS2020, abstract LBPEC23, 2020)
- PVV participaram na pesquisa da vacina, mas não sabemos o número.
- Em estudos maiores, as PVV com estabilidade nos ARV, apresentam resultados semelhantes às pessoas sem VIH, mas os dados sobre mortalidade não são consistentes.
- Uma baixa contagem de CD4 pode piorar os resultados.
- Sobre a mortalidade por COVID-19 entre PVV ver o artigo publicado aqui.
Baseado em artigo do Dr. Paul E. Sax, Director Clínico do Brigham and Women’s Hospital e Professor de Medicina de Harvard Medical School
-
O GAT, Grupo de Ativistas em Tratamentos e a Seres (con) viver com o VIH, duas organizações de doentes VIH, apresentam vários estudos que apontam para uma maior mortalidade das pessoas com o VIH face ao COVID-19 aos responsáveis pelo plano de vacinação e autoridades em VIH.
Alguns estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade pela COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH. Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA que não conseguiram encontrar provas de que o VIH é um fator de risco para a COVID-19:
aidsonline, aids2020, tandfonline
Anteriormente, um grande estudo na África do Sul observou também um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação em Portugal.
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Estamos perante um estudo, o primeiro a demonstrar o conceito da utilização de AMP para prevenir a aquisição da infeção. O VCR01 (anticorpo neutralizante de largo espectro) está a ser estudado para o tratamento, prevenção e cura.
“AMP, do inglês “Antibody Mediated Prevention”, significa Prevenção Mediada por Anticorpos. Este conceito consiste na proteção da infeção pelo VIH através da administração de anticorpos contra o vírus. Estes anticorpos são também conhecidos como anticorpos monoclonais, o que significa que foram sintetizados em laboratório, ao invés de serem naturalmente produzidos pelo organismo humano. Os estudos AMP investigaram a eficácia de um anticorpo denominado VRC01, administrado por perfusão intravenosa (IV), na prevenção da infeção pelo VIH”.
O VCR01 teve pouco efeito na maioria das estripes do VIH, (teve efeito em 30%) mas nos casos em que era eficaz, os casos caíram 75%. O que sugere a combinação de múltiplos anticorpos.
Estudos clínicos de combinações de anticorpos neutralizantes de largo espetro que podem prevenir o VIH por 4 a 6 meses estão já a ser realizados.
Realizaram-se 2 estudos, o primeiro estudo (HVTN 703/HPTN 081) incluiu 1,924 mulheres cisgénero da África subsariana, onde o subtipo C é o mais preponderante. O Segundo estudo (HVTN 704/HPTN 085) incluiu 2,699 HSH, homens bissexuais e adultos transgéneros da América do SUL, Suiça e EUA, onde o subtipo B é mais comum.
Os estudos avaliaram o VCR01, um anticorpo neutralizante de largo espectro oriundo de sangue doado por uma pessoa a viver com VIH (tal como a coleta de plasma de pessoas que recuperaram do COVID-19). Pois as pessoas que foram expostas a um vírus específico desenvolvem anticorpos para o controlarem. Cientistas podem modificar e multiplicar estes anticorpos e usá-los para prevenir ou tratar a infeção em outras pessoas.
Poderá ser possível a administração de anticorpos através de injeção subcutânea ou intramuscular em lugar de intravenosa.
Fonte: HIVR4P
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Atualmente a profilaxia pré-exposição (PrEP) consiste na toma diária de um comprimido, o Truvada. Já aqui falámos de uma nova forma de PrEP, injetável. E agora vamos referir a toma mensal de Islatravir –um fármaco experimental pertencente a uma nova família de antirretrovirais– que alcança os niveís apropriados para prevenir o VIH durante um mês graças à sua ação prolongada. Este estudo foi apresentado na conferência HIVR4P.
O Islatravir ainda em pesquisa, é um medicamento bem tolerado que traz uma redução na quantidade medicamentosa e mais conforto.
Com um mecanismo de ação singular, o primeiro inibidor da translocação transcriptase reversa nucleosideo está a ser estudado para prevenção e para tratamento.
Em novembro passado foi lançada a fase III do estudo IMPOWER 22 que avalia a eficácia e segurança do isaltravir, como PrEP em mulheres cisgénero e jovens adolescentes em elevado risco de contrair o VIH na África subsariana. Cerca de 4.500 participantes vão receber o comprimido de toma oral e mensal ou o comprimido de toma diária Truvada.
Outro estudo planeado, IMPOWER-024, inclui homens cisgénero e mulheres transgénero que têm sexo com homens de vários países. Irão receber o islatravir de toma mensal ou o Truvada de toma diária.
Existe ainda uma formulação em implante do islatravir que está a ser estudada para PrEP. Um implante semelhante aos implantes de longa duração utilizados na contracepção. Um estudo anterior com voluntários VIH-negativos mostrou que o implante proporcionou concentrações protetoras do medicamento por mais de um ano.
No que concerne o tratamento a combinação da toma diária do isaltravir mais doravirina demonstrou uma boa eficácia na fase IIb do estudo. Após 96 semanas 90% das pessoas tratadas apresentavam uma carga viral indetetável. Mas existem planos para avaliar o islatravir mais o experimental MK-807 como um regime de tratamento semanal.
Fonte: HIVR4P
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Injeções de Cabotegravir e a toma diária de comprimidos de Truvada são ambos altamente eficazes, mas algumas mulheres podem considerar mais fácil usar o regime de longa duração.
As injeções de cabotegravir de ação prolongada, para a prevenção do VIH, em mulheres cisgénero, administradas por profissional de saúde a cada dois meses foram mais eficazes do que as injeções de Truvada Cabotegravir uma vez ao dia e os comprimidos de toma diária de Truvada (que são altamente eficazes), mas algumas mulheres podem achar mais fácil usar o regime de ação prolongada. de acordo com os resultados do estudo apresentados esta semana na conferência virtual HIV Research for Prevention (HIVR4P).
Estudos realizados com o comprimido de toma diária Truvada em homens que têm sexo com homens e mulheres transgénero demonstrou que o Truvada era 99% eficaz nos homens gay e bi, mas nas mulheres cisgénero os níveis de proteção foram mais baixos, devido potencialmente ao uso inconsistente.
Estudo realizado na Africa do Sul, envolveu 3.224 mulheres cisgénero sexualmente ativas em risco de contrair o VIH, que receberam injeções bimensais de Cabotegravir ou comprimidos diários de Truvada. O estudo parou em Novembro de 2020, apesar de estar programado para mais 3 anos, porque foi demonstrada a maior eficácia das injeções de cabotegravir em relação à toma diária dos comprimidos.
Estes resultados foram consistentes com o estudo HPTN 083, que envolveu 4.490 mulheres cisgénero e mulheres transexuais de 6 países.
A injeção é bem tolerada, com algumas reações no local da injeção como dor, vermelhidão, inchaço. Também se observou aumento de peso. E é segura, mulheres que engravidaram nestes estudos não reportaram qualquer anomalia.
O injetável de longa duração tem a vantagem de ser discreto, com uma toma a cada 8 semanas, que pode ser sincronizada com outros injetáveis de planeamento familiar e que não exige o envolvimento do parceiro.
Fonte conferência HIV r4P.
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A OMS (Organização Mundial de Saúde) recomendou, recentemente, a oferta do anel vaginal dapivirina (DPV-VR) como forma adicional de prevenção, para mulheres em risco substancial de infeção por VIH tipo 1, como parte de uma abordagem de prevenção combinada.
É utilizado em combinação com práticas sexuais seguras (como o uso do preservativo) por mulheres com 18 anos ou mais, quando a profilaxia pré-exposição (PrEP) por via oral não pode ser usada. De acordo com a EMA (Agência Europeia do Medicamento) é para uso fora da EU.
As mulheres têm, assim, mais uma forma de prevenção do VIH tipo 1. O DPV-VR é a primeira opção de longa duração que a mulher pode controlar ela própria e usar discretamente para reduzir o risco de contrair o VIH durante o sexo vaginal. Feito de silicone flexível, de fácil inserção, o anel liberta lentamente o antirretroviral dapivirina na vagina. O anel deve ser usado, no interior da vagina, por 28 dias e depois desse período deve ser colocado um novo anel.
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Na conferência de imprensa da conferência HIV R4P, sobre pesquisa e prevenção em VIH, apresentou-se a prevenção mediada por anticorpos (AMP), a PrEP (profilaxia pré-exposição) injetável de longa duração, o comprimido PrEP mensal e as tendências da toma oral diária da PrEP.
Juntas representam o futuro da prevenção do VIH com mais opções.
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A aprovação, por parte da Comissão Europeia, do injetável de longa duração para o tratamento do VIH pode transformar a vida das pessoas a viver com o VIH.
A autorização significa que, pela primeira vez, as pessoas que vivem com VIH na Europa vão ter a opção de tratamento através de um injetável de longa duração em lugar dos comprimidos diários.
Este injetável destina-se a pessoas adultas que se encontrem virologicamente suprimidas (carga viral indetetável) e num regime antirretroviral estável sem evidência de resistências a inibidores da transcriptase reversa não-nucleósidos ou inibidores da integrase.
As injeções de cabotegravir e rilpivirina serão administradas de forma intramuscular nas nádegas por professional de saúde. Mas previamente à iniciação das injeções é necessário a toma de comprimidos, de cabotegravir e rilpivirina, durante pelo menos 28 dias para avaliar a tolerabilidade dos medicamentos.
Após a fase de iniciação oral para avaliar a tolerabilidade dos medicamentos, as injeções de cabotegravir e rilpivirina podem reduzir o número de dias de tratamento por ano de 365 para 12 para o regime de injetável uma vez por mês, ou seis para o regime de dosagem uma vez a cada dois meses, representando uma mudança de paradigma na forma de tratar e gerir a doença. O regime de ação prolongada de cabotegravir e rilpivirina foi tão eficaz quanto o tratamento com comprimidos diários na manutenção da supressão viral, é geralmente bem tolerado e pode mudar a experiência do tratamento para algumas pessoas que vivem com VIH que podem ter desafios diários com as terapias de VIH.
O injetável, na Europa, tem o nome de Vocabria.
Encontre o artigo na Agência Europeia do Medicamento aqui.
Encontre o artigo aqui.
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É a vacina da Pfizer contra o COVID-19 segura para as pessoas com VIH? SIM.
É igualmente eficaz? Não se sabe ainda.
A Pfizer não refere se a vacina é eficaz. Isto porque apesar das 120 pessoas com VIH que participaram na fase 2 e 3 do estudo, a Pfizer não apresenta resultados separados para estas referindo que a amostra é muito pequena.
Por outro lado, nos Estados Unidos, a Emergency Use Authorization contem um aviso que “as pessoas imunocomprometidas, incluindo as pessoas a receber terapia imunossupressora, podem ter uma resposta imunitária diminuída à vacina contra o COVID-19 da Pfizer-BioNTech”
Fonte aqui.
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Perante a especulação:
– Estão as pessoas que vivem com VIH protegidas pelos antirretrovirais (ARV)?
- Estudo realizado nos EUA, em 36 instituições, observou não existir associação entre ARVs ou ausência de supressão viral e consequências de infeção por COVID-19. (Dandachi, Clinic Infect Dis. 2020)
- Estudo em Espanha, envolvendo 77.590 pessoas que vivem com VIH (PVV), analisou a incidência e gravidade do COVID em PVV. O risco de diagnóstico por COVID-19 e hospitalização era maior entre os homens e as pessoas com mais de 70 anos (3.7 por 10.000 em PVV comparativamente com 2.1 por 10.000 na população em geral). Este estudo observou também que nenhuma pessoa em Tenofovir/ emtricitabina foi admitida nos cuidados intensivos ou morreu. Mas mais estudos são necessários. (Del Amo, Ann Intern Med. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32589451/)
- O maior estudo foi realizado na África do Sul envolvendo cerca de 3 milhões de pessoas (3.978 PVV com COVID-19). A morte por COVID-19 estava associada ao sexo masculino, idade avançada, diabetes, hipertensão e doença renal crónica. E observou que o rácio de mortalidade por COVID-19 nas pessoas com VIH vs sem VIH foi de 2.39. (Boulle, CID. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32860699/)
- Estudo realizado nos EUA entre os veteranos (VACS) observou não existir maior suscetibilidade ao COVID-19 ou incidência de gravidade de doença entre as PVV infetadas. (Park, AIDS2020, abstract LBPEC23, 2020)
- PVV participaram na pesquisa da vacina, mas não sabemos o número.
- Em estudos maiores, as PVV com estabilidade nos ARV, apresentam resultados semelhantes às pessoas sem VIH, mas os dados sobre mortalidade não são consistentes.
- Uma baixa contagem de CD4 pode piorar os resultados.
- Sobre a mortalidade por COVID-19 entre PVV ver o artigo publicado aqui.
Baseado em artigo do Dr. Paul E. Sax, Director Clínico do Brigham and Women’s Hospital e Professor de Medicina de Harvard Medical School
-
O GAT, Grupo de Ativistas em Tratamentos e a Seres (con) viver com o VIH, duas organizações de doentes VIH, apresentam vários estudos que apontam para uma maior mortalidade das pessoas com o VIH face ao COVID-19 aos responsáveis pelo plano de vacinação e autoridades em VIH.
Alguns estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade pela COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH. Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA que não conseguiram encontrar provas de que o VIH é um fator de risco para a COVID-19:
aidsonline, aids2020, tandfonline
Anteriormente, um grande estudo na África do Sul observou também um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação em Portugal.
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Estamos perante um estudo, o primeiro a demonstrar o conceito da utilização de AMP para prevenir a aquisição da infeção. O VCR01 (anticorpo neutralizante de largo espectro) está a ser estudado para o tratamento, prevenção e cura.
“AMP, do inglês “Antibody Mediated Prevention”, significa Prevenção Mediada por Anticorpos. Este conceito consiste na proteção da infeção pelo VIH através da administração de anticorpos contra o vírus. Estes anticorpos são também conhecidos como anticorpos monoclonais, o que significa que foram sintetizados em laboratório, ao invés de serem naturalmente produzidos pelo organismo humano. Os estudos AMP investigaram a eficácia de um anticorpo denominado VRC01, administrado por perfusão intravenosa (IV), na prevenção da infeção pelo VIH”.
O VCR01 teve pouco efeito na maioria das estripes do VIH, (teve efeito em 30%) mas nos casos em que era eficaz, os casos caíram 75%. O que sugere a combinação de múltiplos anticorpos.
Estudos clínicos de combinações de anticorpos neutralizantes de largo espetro que podem prevenir o VIH por 4 a 6 meses estão já a ser realizados.
Realizaram-se 2 estudos, o primeiro estudo (HVTN 703/HPTN 081) incluiu 1,924 mulheres cisgénero da África subsariana, onde o subtipo C é o mais preponderante. O Segundo estudo (HVTN 704/HPTN 085) incluiu 2,699 HSH, homens bissexuais e adultos transgéneros da América do SUL, Suiça e EUA, onde o subtipo B é mais comum.
Os estudos avaliaram o VCR01, um anticorpo neutralizante de largo espectro oriundo de sangue doado por uma pessoa a viver com VIH (tal como a coleta de plasma de pessoas que recuperaram do COVID-19). Pois as pessoas que foram expostas a um vírus específico desenvolvem anticorpos para o controlarem. Cientistas podem modificar e multiplicar estes anticorpos e usá-los para prevenir ou tratar a infeção em outras pessoas.
Poderá ser possível a administração de anticorpos através de injeção subcutânea ou intramuscular em lugar de intravenosa.
Fonte: HIVR4P
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Atualmente a profilaxia pré-exposição (PrEP) consiste na toma diária de um comprimido, o Truvada. Já aqui falámos de uma nova forma de PrEP, injetável. E agora vamos referir a toma mensal de Islatravir –um fármaco experimental pertencente a uma nova família de antirretrovirais– que alcança os niveís apropriados para prevenir o VIH durante um mês graças à sua ação prolongada. Este estudo foi apresentado na conferência HIVR4P.
O Islatravir ainda em pesquisa, é um medicamento bem tolerado que traz uma redução na quantidade medicamentosa e mais conforto.
Com um mecanismo de ação singular, o primeiro inibidor da translocação transcriptase reversa nucleosideo está a ser estudado para prevenção e para tratamento.
Em novembro passado foi lançada a fase III do estudo IMPOWER 22 que avalia a eficácia e segurança do isaltravir, como PrEP em mulheres cisgénero e jovens adolescentes em elevado risco de contrair o VIH na África subsariana. Cerca de 4.500 participantes vão receber o comprimido de toma oral e mensal ou o comprimido de toma diária Truvada.
Outro estudo planeado, IMPOWER-024, inclui homens cisgénero e mulheres transgénero que têm sexo com homens de vários países. Irão receber o islatravir de toma mensal ou o Truvada de toma diária.
Existe ainda uma formulação em implante do islatravir que está a ser estudada para PrEP. Um implante semelhante aos implantes de longa duração utilizados na contracepção. Um estudo anterior com voluntários VIH-negativos mostrou que o implante proporcionou concentrações protetoras do medicamento por mais de um ano.
No que concerne o tratamento a combinação da toma diária do isaltravir mais doravirina demonstrou uma boa eficácia na fase IIb do estudo. Após 96 semanas 90% das pessoas tratadas apresentavam uma carga viral indetetável. Mas existem planos para avaliar o islatravir mais o experimental MK-807 como um regime de tratamento semanal.
Fonte: HIVR4P
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Injeções de Cabotegravir e a toma diária de comprimidos de Truvada são ambos altamente eficazes, mas algumas mulheres podem considerar mais fácil usar o regime de longa duração.
As injeções de cabotegravir de ação prolongada, para a prevenção do VIH, em mulheres cisgénero, administradas por profissional de saúde a cada dois meses foram mais eficazes do que as injeções de Truvada Cabotegravir uma vez ao dia e os comprimidos de toma diária de Truvada (que são altamente eficazes), mas algumas mulheres podem achar mais fácil usar o regime de ação prolongada. de acordo com os resultados do estudo apresentados esta semana na conferência virtual HIV Research for Prevention (HIVR4P).
Estudos realizados com o comprimido de toma diária Truvada em homens que têm sexo com homens e mulheres transgénero demonstrou que o Truvada era 99% eficaz nos homens gay e bi, mas nas mulheres cisgénero os níveis de proteção foram mais baixos, devido potencialmente ao uso inconsistente.
Estudo realizado na Africa do Sul, envolveu 3.224 mulheres cisgénero sexualmente ativas em risco de contrair o VIH, que receberam injeções bimensais de Cabotegravir ou comprimidos diários de Truvada. O estudo parou em Novembro de 2020, apesar de estar programado para mais 3 anos, porque foi demonstrada a maior eficácia das injeções de cabotegravir em relação à toma diária dos comprimidos.
Estes resultados foram consistentes com o estudo HPTN 083, que envolveu 4.490 mulheres cisgénero e mulheres transexuais de 6 países.
A injeção é bem tolerada, com algumas reações no local da injeção como dor, vermelhidão, inchaço. Também se observou aumento de peso. E é segura, mulheres que engravidaram nestes estudos não reportaram qualquer anomalia.
O injetável de longa duração tem a vantagem de ser discreto, com uma toma a cada 8 semanas, que pode ser sincronizada com outros injetáveis de planeamento familiar e que não exige o envolvimento do parceiro.
Fonte conferência HIV r4P.
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A OMS (Organização Mundial de Saúde) recomendou, recentemente, a oferta do anel vaginal dapivirina (DPV-VR) como forma adicional de prevenção, para mulheres em risco substancial de infeção por VIH tipo 1, como parte de uma abordagem de prevenção combinada.
É utilizado em combinação com práticas sexuais seguras (como o uso do preservativo) por mulheres com 18 anos ou mais, quando a profilaxia pré-exposição (PrEP) por via oral não pode ser usada. De acordo com a EMA (Agência Europeia do Medicamento) é para uso fora da EU.
As mulheres têm, assim, mais uma forma de prevenção do VIH tipo 1. O DPV-VR é a primeira opção de longa duração que a mulher pode controlar ela própria e usar discretamente para reduzir o risco de contrair o VIH durante o sexo vaginal. Feito de silicone flexível, de fácil inserção, o anel liberta lentamente o antirretroviral dapivirina na vagina. O anel deve ser usado, no interior da vagina, por 28 dias e depois desse período deve ser colocado um novo anel.
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Na conferência de imprensa da conferência HIV R4P, sobre pesquisa e prevenção em VIH, apresentou-se a prevenção mediada por anticorpos (AMP), a PrEP (profilaxia pré-exposição) injetável de longa duração, o comprimido PrEP mensal e as tendências da toma oral diária da PrEP.
Juntas representam o futuro da prevenção do VIH com mais opções.
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A aprovação, por parte da Comissão Europeia, do injetável de longa duração para o tratamento do VIH pode transformar a vida das pessoas a viver com o VIH.
A autorização significa que, pela primeira vez, as pessoas que vivem com VIH na Europa vão ter a opção de tratamento através de um injetável de longa duração em lugar dos comprimidos diários.
Este injetável destina-se a pessoas adultas que se encontrem virologicamente suprimidas (carga viral indetetável) e num regime antirretroviral estável sem evidência de resistências a inibidores da transcriptase reversa não-nucleósidos ou inibidores da integrase.
As injeções de cabotegravir e rilpivirina serão administradas de forma intramuscular nas nádegas por professional de saúde. Mas previamente à iniciação das injeções é necessário a toma de comprimidos, de cabotegravir e rilpivirina, durante pelo menos 28 dias para avaliar a tolerabilidade dos medicamentos.
Após a fase de iniciação oral para avaliar a tolerabilidade dos medicamentos, as injeções de cabotegravir e rilpivirina podem reduzir o número de dias de tratamento por ano de 365 para 12 para o regime de injetável uma vez por mês, ou seis para o regime de dosagem uma vez a cada dois meses, representando uma mudança de paradigma na forma de tratar e gerir a doença. O regime de ação prolongada de cabotegravir e rilpivirina foi tão eficaz quanto o tratamento com comprimidos diários na manutenção da supressão viral, é geralmente bem tolerado e pode mudar a experiência do tratamento para algumas pessoas que vivem com VIH que podem ter desafios diários com as terapias de VIH.
O injetável, na Europa, tem o nome de Vocabria.
Encontre o artigo na Agência Europeia do Medicamento aqui.
Encontre o artigo aqui.
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É a vacina da Pfizer contra o COVID-19 segura para as pessoas com VIH? SIM.
É igualmente eficaz? Não se sabe ainda.
A Pfizer não refere se a vacina é eficaz. Isto porque apesar das 120 pessoas com VIH que participaram na fase 2 e 3 do estudo, a Pfizer não apresenta resultados separados para estas referindo que a amostra é muito pequena.
Por outro lado, nos Estados Unidos, a Emergency Use Authorization contem um aviso que “as pessoas imunocomprometidas, incluindo as pessoas a receber terapia imunossupressora, podem ter uma resposta imunitária diminuída à vacina contra o COVID-19 da Pfizer-BioNTech”
Fonte aqui.
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Perante a especulação:
– Estão as pessoas que vivem com VIH protegidas pelos antirretrovirais (ARV)?
- Estudo realizado nos EUA, em 36 instituições, observou não existir associação entre ARVs ou ausência de supressão viral e consequências de infeção por COVID-19. (Dandachi, Clinic Infect Dis. 2020)
- Estudo em Espanha, envolvendo 77.590 pessoas que vivem com VIH (PVV), analisou a incidência e gravidade do COVID em PVV. O risco de diagnóstico por COVID-19 e hospitalização era maior entre os homens e as pessoas com mais de 70 anos (3.7 por 10.000 em PVV comparativamente com 2.1 por 10.000 na população em geral). Este estudo observou também que nenhuma pessoa em Tenofovir/ emtricitabina foi admitida nos cuidados intensivos ou morreu. Mas mais estudos são necessários. (Del Amo, Ann Intern Med. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32589451/)
- O maior estudo foi realizado na África do Sul envolvendo cerca de 3 milhões de pessoas (3.978 PVV com COVID-19). A morte por COVID-19 estava associada ao sexo masculino, idade avançada, diabetes, hipertensão e doença renal crónica. E observou que o rácio de mortalidade por COVID-19 nas pessoas com VIH vs sem VIH foi de 2.39. (Boulle, CID. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32860699/)
- Estudo realizado nos EUA entre os veteranos (VACS) observou não existir maior suscetibilidade ao COVID-19 ou incidência de gravidade de doença entre as PVV infetadas. (Park, AIDS2020, abstract LBPEC23, 2020)
- PVV participaram na pesquisa da vacina, mas não sabemos o número.
- Em estudos maiores, as PVV com estabilidade nos ARV, apresentam resultados semelhantes às pessoas sem VIH, mas os dados sobre mortalidade não são consistentes.
- Uma baixa contagem de CD4 pode piorar os resultados.
- Sobre a mortalidade por COVID-19 entre PVV ver o artigo publicado aqui.
Baseado em artigo do Dr. Paul E. Sax, Director Clínico do Brigham and Women’s Hospital e Professor de Medicina de Harvard Medical School
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O GAT, Grupo de Ativistas em Tratamentos e a Seres (con) viver com o VIH, duas organizações de doentes VIH, apresentam vários estudos que apontam para uma maior mortalidade das pessoas com o VIH face ao COVID-19 aos responsáveis pelo plano de vacinação e autoridades em VIH.
Alguns estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade pela COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH. Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA que não conseguiram encontrar provas de que o VIH é um fator de risco para a COVID-19:
aidsonline, aids2020, tandfonline
Anteriormente, um grande estudo na África do Sul observou também um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação em Portugal.
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Estamos perante um estudo, o primeiro a demonstrar o conceito da utilização de AMP para prevenir a aquisição da infeção. O VCR01 (anticorpo neutralizante de largo espectro) está a ser estudado para o tratamento, prevenção e cura.
“AMP, do inglês “Antibody Mediated Prevention”, significa Prevenção Mediada por Anticorpos. Este conceito consiste na proteção da infeção pelo VIH através da administração de anticorpos contra o vírus. Estes anticorpos são também conhecidos como anticorpos monoclonais, o que significa que foram sintetizados em laboratório, ao invés de serem naturalmente produzidos pelo organismo humano. Os estudos AMP investigaram a eficácia de um anticorpo denominado VRC01, administrado por perfusão intravenosa (IV), na prevenção da infeção pelo VIH”.
O VCR01 teve pouco efeito na maioria das estripes do VIH, (teve efeito em 30%) mas nos casos em que era eficaz, os casos caíram 75%. O que sugere a combinação de múltiplos anticorpos.
Estudos clínicos de combinações de anticorpos neutralizantes de largo espetro que podem prevenir o VIH por 4 a 6 meses estão já a ser realizados.
Realizaram-se 2 estudos, o primeiro estudo (HVTN 703/HPTN 081) incluiu 1,924 mulheres cisgénero da África subsariana, onde o subtipo C é o mais preponderante. O Segundo estudo (HVTN 704/HPTN 085) incluiu 2,699 HSH, homens bissexuais e adultos transgéneros da América do SUL, Suiça e EUA, onde o subtipo B é mais comum.
Os estudos avaliaram o VCR01, um anticorpo neutralizante de largo espectro oriundo de sangue doado por uma pessoa a viver com VIH (tal como a coleta de plasma de pessoas que recuperaram do COVID-19). Pois as pessoas que foram expostas a um vírus específico desenvolvem anticorpos para o controlarem. Cientistas podem modificar e multiplicar estes anticorpos e usá-los para prevenir ou tratar a infeção em outras pessoas.
Poderá ser possível a administração de anticorpos através de injeção subcutânea ou intramuscular em lugar de intravenosa.
Fonte: HIVR4P
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Atualmente a profilaxia pré-exposição (PrEP) consiste na toma diária de um comprimido, o Truvada. Já aqui falámos de uma nova forma de PrEP, injetável. E agora vamos referir a toma mensal de Islatravir –um fármaco experimental pertencente a uma nova família de antirretrovirais– que alcança os niveís apropriados para prevenir o VIH durante um mês graças à sua ação prolongada. Este estudo foi apresentado na conferência HIVR4P.
O Islatravir ainda em pesquisa, é um medicamento bem tolerado que traz uma redução na quantidade medicamentosa e mais conforto.
Com um mecanismo de ação singular, o primeiro inibidor da translocação transcriptase reversa nucleosideo está a ser estudado para prevenção e para tratamento.
Em novembro passado foi lançada a fase III do estudo IMPOWER 22 que avalia a eficácia e segurança do isaltravir, como PrEP em mulheres cisgénero e jovens adolescentes em elevado risco de contrair o VIH na África subsariana. Cerca de 4.500 participantes vão receber o comprimido de toma oral e mensal ou o comprimido de toma diária Truvada.
Outro estudo planeado, IMPOWER-024, inclui homens cisgénero e mulheres transgénero que têm sexo com homens de vários países. Irão receber o islatravir de toma mensal ou o Truvada de toma diária.
Existe ainda uma formulação em implante do islatravir que está a ser estudada para PrEP. Um implante semelhante aos implantes de longa duração utilizados na contracepção. Um estudo anterior com voluntários VIH-negativos mostrou que o implante proporcionou concentrações protetoras do medicamento por mais de um ano.
No que concerne o tratamento a combinação da toma diária do isaltravir mais doravirina demonstrou uma boa eficácia na fase IIb do estudo. Após 96 semanas 90% das pessoas tratadas apresentavam uma carga viral indetetável. Mas existem planos para avaliar o islatravir mais o experimental MK-807 como um regime de tratamento semanal.
Fonte: HIVR4P
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Injeções de Cabotegravir e a toma diária de comprimidos de Truvada são ambos altamente eficazes, mas algumas mulheres podem considerar mais fácil usar o regime de longa duração.
As injeções de cabotegravir de ação prolongada, para a prevenção do VIH, em mulheres cisgénero, administradas por profissional de saúde a cada dois meses foram mais eficazes do que as injeções de Truvada Cabotegravir uma vez ao dia e os comprimidos de toma diária de Truvada (que são altamente eficazes), mas algumas mulheres podem achar mais fácil usar o regime de ação prolongada. de acordo com os resultados do estudo apresentados esta semana na conferência virtual HIV Research for Prevention (HIVR4P).
Estudos realizados com o comprimido de toma diária Truvada em homens que têm sexo com homens e mulheres transgénero demonstrou que o Truvada era 99% eficaz nos homens gay e bi, mas nas mulheres cisgénero os níveis de proteção foram mais baixos, devido potencialmente ao uso inconsistente.
Estudo realizado na Africa do Sul, envolveu 3.224 mulheres cisgénero sexualmente ativas em risco de contrair o VIH, que receberam injeções bimensais de Cabotegravir ou comprimidos diários de Truvada. O estudo parou em Novembro de 2020, apesar de estar programado para mais 3 anos, porque foi demonstrada a maior eficácia das injeções de cabotegravir em relação à toma diária dos comprimidos.
Estes resultados foram consistentes com o estudo HPTN 083, que envolveu 4.490 mulheres cisgénero e mulheres transexuais de 6 países.
A injeção é bem tolerada, com algumas reações no local da injeção como dor, vermelhidão, inchaço. Também se observou aumento de peso. E é segura, mulheres que engravidaram nestes estudos não reportaram qualquer anomalia.
O injetável de longa duração tem a vantagem de ser discreto, com uma toma a cada 8 semanas, que pode ser sincronizada com outros injetáveis de planeamento familiar e que não exige o envolvimento do parceiro.
Fonte conferência HIV r4P.
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A OMS (Organização Mundial de Saúde) recomendou, recentemente, a oferta do anel vaginal dapivirina (DPV-VR) como forma adicional de prevenção, para mulheres em risco substancial de infeção por VIH tipo 1, como parte de uma abordagem de prevenção combinada.
É utilizado em combinação com práticas sexuais seguras (como o uso do preservativo) por mulheres com 18 anos ou mais, quando a profilaxia pré-exposição (PrEP) por via oral não pode ser usada. De acordo com a EMA (Agência Europeia do Medicamento) é para uso fora da EU.
As mulheres têm, assim, mais uma forma de prevenção do VIH tipo 1. O DPV-VR é a primeira opção de longa duração que a mulher pode controlar ela própria e usar discretamente para reduzir o risco de contrair o VIH durante o sexo vaginal. Feito de silicone flexível, de fácil inserção, o anel liberta lentamente o antirretroviral dapivirina na vagina. O anel deve ser usado, no interior da vagina, por 28 dias e depois desse período deve ser colocado um novo anel.
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Na conferência de imprensa da conferência HIV R4P, sobre pesquisa e prevenção em VIH, apresentou-se a prevenção mediada por anticorpos (AMP), a PrEP (profilaxia pré-exposição) injetável de longa duração, o comprimido PrEP mensal e as tendências da toma oral diária da PrEP.
Juntas representam o futuro da prevenção do VIH com mais opções.
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A aprovação, por parte da Comissão Europeia, do injetável de longa duração para o tratamento do VIH pode transformar a vida das pessoas a viver com o VIH.
A autorização significa que, pela primeira vez, as pessoas que vivem com VIH na Europa vão ter a opção de tratamento através de um injetável de longa duração em lugar dos comprimidos diários.
Este injetável destina-se a pessoas adultas que se encontrem virologicamente suprimidas (carga viral indetetável) e num regime antirretroviral estável sem evidência de resistências a inibidores da transcriptase reversa não-nucleósidos ou inibidores da integrase.
As injeções de cabotegravir e rilpivirina serão administradas de forma intramuscular nas nádegas por professional de saúde. Mas previamente à iniciação das injeções é necessário a toma de comprimidos, de cabotegravir e rilpivirina, durante pelo menos 28 dias para avaliar a tolerabilidade dos medicamentos.
Após a fase de iniciação oral para avaliar a tolerabilidade dos medicamentos, as injeções de cabotegravir e rilpivirina podem reduzir o número de dias de tratamento por ano de 365 para 12 para o regime de injetável uma vez por mês, ou seis para o regime de dosagem uma vez a cada dois meses, representando uma mudança de paradigma na forma de tratar e gerir a doença. O regime de ação prolongada de cabotegravir e rilpivirina foi tão eficaz quanto o tratamento com comprimidos diários na manutenção da supressão viral, é geralmente bem tolerado e pode mudar a experiência do tratamento para algumas pessoas que vivem com VIH que podem ter desafios diários com as terapias de VIH.
O injetável, na Europa, tem o nome de Vocabria.
Encontre o artigo na Agência Europeia do Medicamento aqui.
Encontre o artigo aqui.
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É a vacina da Pfizer contra o COVID-19 segura para as pessoas com VIH? SIM.
É igualmente eficaz? Não se sabe ainda.
A Pfizer não refere se a vacina é eficaz. Isto porque apesar das 120 pessoas com VIH que participaram na fase 2 e 3 do estudo, a Pfizer não apresenta resultados separados para estas referindo que a amostra é muito pequena.
Por outro lado, nos Estados Unidos, a Emergency Use Authorization contem um aviso que “as pessoas imunocomprometidas, incluindo as pessoas a receber terapia imunossupressora, podem ter uma resposta imunitária diminuída à vacina contra o COVID-19 da Pfizer-BioNTech”
Fonte aqui.
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Perante a especulação:
– Estão as pessoas que vivem com VIH protegidas pelos antirretrovirais (ARV)?
- Estudo realizado nos EUA, em 36 instituições, observou não existir associação entre ARVs ou ausência de supressão viral e consequências de infeção por COVID-19. (Dandachi, Clinic Infect Dis. 2020)
- Estudo em Espanha, envolvendo 77.590 pessoas que vivem com VIH (PVV), analisou a incidência e gravidade do COVID em PVV. O risco de diagnóstico por COVID-19 e hospitalização era maior entre os homens e as pessoas com mais de 70 anos (3.7 por 10.000 em PVV comparativamente com 2.1 por 10.000 na população em geral). Este estudo observou também que nenhuma pessoa em Tenofovir/ emtricitabina foi admitida nos cuidados intensivos ou morreu. Mas mais estudos são necessários. (Del Amo, Ann Intern Med. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32589451/)
- O maior estudo foi realizado na África do Sul envolvendo cerca de 3 milhões de pessoas (3.978 PVV com COVID-19). A morte por COVID-19 estava associada ao sexo masculino, idade avançada, diabetes, hipertensão e doença renal crónica. E observou que o rácio de mortalidade por COVID-19 nas pessoas com VIH vs sem VIH foi de 2.39. (Boulle, CID. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32860699/)
- Estudo realizado nos EUA entre os veteranos (VACS) observou não existir maior suscetibilidade ao COVID-19 ou incidência de gravidade de doença entre as PVV infetadas. (Park, AIDS2020, abstract LBPEC23, 2020)
- PVV participaram na pesquisa da vacina, mas não sabemos o número.
- Em estudos maiores, as PVV com estabilidade nos ARV, apresentam resultados semelhantes às pessoas sem VIH, mas os dados sobre mortalidade não são consistentes.
- Uma baixa contagem de CD4 pode piorar os resultados.
- Sobre a mortalidade por COVID-19 entre PVV ver o artigo publicado aqui.
Baseado em artigo do Dr. Paul E. Sax, Director Clínico do Brigham and Women’s Hospital e Professor de Medicina de Harvard Medical School
-
O GAT, Grupo de Ativistas em Tratamentos e a Seres (con) viver com o VIH, duas organizações de doentes VIH, apresentam vários estudos que apontam para uma maior mortalidade das pessoas com o VIH face ao COVID-19 aos responsáveis pelo plano de vacinação e autoridades em VIH.
Alguns estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade pela COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH. Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA que não conseguiram encontrar provas de que o VIH é um fator de risco para a COVID-19:
aidsonline, aids2020, tandfonline
Anteriormente, um grande estudo na África do Sul observou também um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação em Portugal.
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Estamos perante um estudo, o primeiro a demonstrar o conceito da utilização de AMP para prevenir a aquisição da infeção. O VCR01 (anticorpo neutralizante de largo espectro) está a ser estudado para o tratamento, prevenção e cura.
“AMP, do inglês “Antibody Mediated Prevention”, significa Prevenção Mediada por Anticorpos. Este conceito consiste na proteção da infeção pelo VIH através da administração de anticorpos contra o vírus. Estes anticorpos são também conhecidos como anticorpos monoclonais, o que significa que foram sintetizados em laboratório, ao invés de serem naturalmente produzidos pelo organismo humano. Os estudos AMP investigaram a eficácia de um anticorpo denominado VRC01, administrado por perfusão intravenosa (IV), na prevenção da infeção pelo VIH”.
O VCR01 teve pouco efeito na maioria das estripes do VIH, (teve efeito em 30%) mas nos casos em que era eficaz, os casos caíram 75%. O que sugere a combinação de múltiplos anticorpos.
Estudos clínicos de combinações de anticorpos neutralizantes de largo espetro que podem prevenir o VIH por 4 a 6 meses estão já a ser realizados.
Realizaram-se 2 estudos, o primeiro estudo (HVTN 703/HPTN 081) incluiu 1,924 mulheres cisgénero da África subsariana, onde o subtipo C é o mais preponderante. O Segundo estudo (HVTN 704/HPTN 085) incluiu 2,699 HSH, homens bissexuais e adultos transgéneros da América do SUL, Suiça e EUA, onde o subtipo B é mais comum.
Os estudos avaliaram o VCR01, um anticorpo neutralizante de largo espectro oriundo de sangue doado por uma pessoa a viver com VIH (tal como a coleta de plasma de pessoas que recuperaram do COVID-19). Pois as pessoas que foram expostas a um vírus específico desenvolvem anticorpos para o controlarem. Cientistas podem modificar e multiplicar estes anticorpos e usá-los para prevenir ou tratar a infeção em outras pessoas.
Poderá ser possível a administração de anticorpos através de injeção subcutânea ou intramuscular em lugar de intravenosa.
Fonte: HIVR4P
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Atualmente a profilaxia pré-exposição (PrEP) consiste na toma diária de um comprimido, o Truvada. Já aqui falámos de uma nova forma de PrEP, injetável. E agora vamos referir a toma mensal de Islatravir –um fármaco experimental pertencente a uma nova família de antirretrovirais– que alcança os niveís apropriados para prevenir o VIH durante um mês graças à sua ação prolongada. Este estudo foi apresentado na conferência HIVR4P.
O Islatravir ainda em pesquisa, é um medicamento bem tolerado que traz uma redução na quantidade medicamentosa e mais conforto.
Com um mecanismo de ação singular, o primeiro inibidor da translocação transcriptase reversa nucleosideo está a ser estudado para prevenção e para tratamento.
Em novembro passado foi lançada a fase III do estudo IMPOWER 22 que avalia a eficácia e segurança do isaltravir, como PrEP em mulheres cisgénero e jovens adolescentes em elevado risco de contrair o VIH na África subsariana. Cerca de 4.500 participantes vão receber o comprimido de toma oral e mensal ou o comprimido de toma diária Truvada.
Outro estudo planeado, IMPOWER-024, inclui homens cisgénero e mulheres transgénero que têm sexo com homens de vários países. Irão receber o islatravir de toma mensal ou o Truvada de toma diária.
Existe ainda uma formulação em implante do islatravir que está a ser estudada para PrEP. Um implante semelhante aos implantes de longa duração utilizados na contracepção. Um estudo anterior com voluntários VIH-negativos mostrou que o implante proporcionou concentrações protetoras do medicamento por mais de um ano.
No que concerne o tratamento a combinação da toma diária do isaltravir mais doravirina demonstrou uma boa eficácia na fase IIb do estudo. Após 96 semanas 90% das pessoas tratadas apresentavam uma carga viral indetetável. Mas existem planos para avaliar o islatravir mais o experimental MK-807 como um regime de tratamento semanal.
Fonte: HIVR4P
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Injeções de Cabotegravir e a toma diária de comprimidos de Truvada são ambos altamente eficazes, mas algumas mulheres podem considerar mais fácil usar o regime de longa duração.
As injeções de cabotegravir de ação prolongada, para a prevenção do VIH, em mulheres cisgénero, administradas por profissional de saúde a cada dois meses foram mais eficazes do que as injeções de Truvada Cabotegravir uma vez ao dia e os comprimidos de toma diária de Truvada (que são altamente eficazes), mas algumas mulheres podem achar mais fácil usar o regime de ação prolongada. de acordo com os resultados do estudo apresentados esta semana na conferência virtual HIV Research for Prevention (HIVR4P).
Estudos realizados com o comprimido de toma diária Truvada em homens que têm sexo com homens e mulheres transgénero demonstrou que o Truvada era 99% eficaz nos homens gay e bi, mas nas mulheres cisgénero os níveis de proteção foram mais baixos, devido potencialmente ao uso inconsistente.
Estudo realizado na Africa do Sul, envolveu 3.224 mulheres cisgénero sexualmente ativas em risco de contrair o VIH, que receberam injeções bimensais de Cabotegravir ou comprimidos diários de Truvada. O estudo parou em Novembro de 2020, apesar de estar programado para mais 3 anos, porque foi demonstrada a maior eficácia das injeções de cabotegravir em relação à toma diária dos comprimidos.
Estes resultados foram consistentes com o estudo HPTN 083, que envolveu 4.490 mulheres cisgénero e mulheres transexuais de 6 países.
A injeção é bem tolerada, com algumas reações no local da injeção como dor, vermelhidão, inchaço. Também se observou aumento de peso. E é segura, mulheres que engravidaram nestes estudos não reportaram qualquer anomalia.
O injetável de longa duração tem a vantagem de ser discreto, com uma toma a cada 8 semanas, que pode ser sincronizada com outros injetáveis de planeamento familiar e que não exige o envolvimento do parceiro.
Fonte conferência HIV r4P.
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A OMS (Organização Mundial de Saúde) recomendou, recentemente, a oferta do anel vaginal dapivirina (DPV-VR) como forma adicional de prevenção, para mulheres em risco substancial de infeção por VIH tipo 1, como parte de uma abordagem de prevenção combinada.
É utilizado em combinação com práticas sexuais seguras (como o uso do preservativo) por mulheres com 18 anos ou mais, quando a profilaxia pré-exposição (PrEP) por via oral não pode ser usada. De acordo com a EMA (Agência Europeia do Medicamento) é para uso fora da EU.
As mulheres têm, assim, mais uma forma de prevenção do VIH tipo 1. O DPV-VR é a primeira opção de longa duração que a mulher pode controlar ela própria e usar discretamente para reduzir o risco de contrair o VIH durante o sexo vaginal. Feito de silicone flexível, de fácil inserção, o anel liberta lentamente o antirretroviral dapivirina na vagina. O anel deve ser usado, no interior da vagina, por 28 dias e depois desse período deve ser colocado um novo anel.
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Na conferência de imprensa da conferência HIV R4P, sobre pesquisa e prevenção em VIH, apresentou-se a prevenção mediada por anticorpos (AMP), a PrEP (profilaxia pré-exposição) injetável de longa duração, o comprimido PrEP mensal e as tendências da toma oral diária da PrEP.
Juntas representam o futuro da prevenção do VIH com mais opções.
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A aprovação, por parte da Comissão Europeia, do injetável de longa duração para o tratamento do VIH pode transformar a vida das pessoas a viver com o VIH.
A autorização significa que, pela primeira vez, as pessoas que vivem com VIH na Europa vão ter a opção de tratamento através de um injetável de longa duração em lugar dos comprimidos diários.
Este injetável destina-se a pessoas adultas que se encontrem virologicamente suprimidas (carga viral indetetável) e num regime antirretroviral estável sem evidência de resistências a inibidores da transcriptase reversa não-nucleósidos ou inibidores da integrase.
As injeções de cabotegravir e rilpivirina serão administradas de forma intramuscular nas nádegas por professional de saúde. Mas previamente à iniciação das injeções é necessário a toma de comprimidos, de cabotegravir e rilpivirina, durante pelo menos 28 dias para avaliar a tolerabilidade dos medicamentos.
Após a fase de iniciação oral para avaliar a tolerabilidade dos medicamentos, as injeções de cabotegravir e rilpivirina podem reduzir o número de dias de tratamento por ano de 365 para 12 para o regime de injetável uma vez por mês, ou seis para o regime de dosagem uma vez a cada dois meses, representando uma mudança de paradigma na forma de tratar e gerir a doença. O regime de ação prolongada de cabotegravir e rilpivirina foi tão eficaz quanto o tratamento com comprimidos diários na manutenção da supressão viral, é geralmente bem tolerado e pode mudar a experiência do tratamento para algumas pessoas que vivem com VIH que podem ter desafios diários com as terapias de VIH.
O injetável, na Europa, tem o nome de Vocabria.
Encontre o artigo na Agência Europeia do Medicamento aqui.
Encontre o artigo aqui.
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É a vacina da Pfizer contra o COVID-19 segura para as pessoas com VIH? SIM.
É igualmente eficaz? Não se sabe ainda.
A Pfizer não refere se a vacina é eficaz. Isto porque apesar das 120 pessoas com VIH que participaram na fase 2 e 3 do estudo, a Pfizer não apresenta resultados separados para estas referindo que a amostra é muito pequena.
Por outro lado, nos Estados Unidos, a Emergency Use Authorization contem um aviso que “as pessoas imunocomprometidas, incluindo as pessoas a receber terapia imunossupressora, podem ter uma resposta imunitária diminuída à vacina contra o COVID-19 da Pfizer-BioNTech”
Fonte aqui.
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Perante a especulação:
– Estão as pessoas que vivem com VIH protegidas pelos antirretrovirais (ARV)?
- Estudo realizado nos EUA, em 36 instituições, observou não existir associação entre ARVs ou ausência de supressão viral e consequências de infeção por COVID-19. (Dandachi, Clinic Infect Dis. 2020)
- Estudo em Espanha, envolvendo 77.590 pessoas que vivem com VIH (PVV), analisou a incidência e gravidade do COVID em PVV. O risco de diagnóstico por COVID-19 e hospitalização era maior entre os homens e as pessoas com mais de 70 anos (3.7 por 10.000 em PVV comparativamente com 2.1 por 10.000 na população em geral). Este estudo observou também que nenhuma pessoa em Tenofovir/ emtricitabina foi admitida nos cuidados intensivos ou morreu. Mas mais estudos são necessários. (Del Amo, Ann Intern Med. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32589451/)
- O maior estudo foi realizado na África do Sul envolvendo cerca de 3 milhões de pessoas (3.978 PVV com COVID-19). A morte por COVID-19 estava associada ao sexo masculino, idade avançada, diabetes, hipertensão e doença renal crónica. E observou que o rácio de mortalidade por COVID-19 nas pessoas com VIH vs sem VIH foi de 2.39. (Boulle, CID. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32860699/)
- Estudo realizado nos EUA entre os veteranos (VACS) observou não existir maior suscetibilidade ao COVID-19 ou incidência de gravidade de doença entre as PVV infetadas. (Park, AIDS2020, abstract LBPEC23, 2020)
- PVV participaram na pesquisa da vacina, mas não sabemos o número.
- Em estudos maiores, as PVV com estabilidade nos ARV, apresentam resultados semelhantes às pessoas sem VIH, mas os dados sobre mortalidade não são consistentes.
- Uma baixa contagem de CD4 pode piorar os resultados.
- Sobre a mortalidade por COVID-19 entre PVV ver o artigo publicado aqui.
Baseado em artigo do Dr. Paul E. Sax, Director Clínico do Brigham and Women’s Hospital e Professor de Medicina de Harvard Medical School
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O GAT, Grupo de Ativistas em Tratamentos e a Seres (con) viver com o VIH, duas organizações de doentes VIH, apresentam vários estudos que apontam para uma maior mortalidade das pessoas com o VIH face ao COVID-19 aos responsáveis pelo plano de vacinação e autoridades em VIH.
Alguns estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade pela COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH. Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA que não conseguiram encontrar provas de que o VIH é um fator de risco para a COVID-19:
aidsonline, aids2020, tandfonline
Anteriormente, um grande estudo na África do Sul observou também um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação em Portugal.
-
Estamos perante um estudo, o primeiro a demonstrar o conceito da utilização de AMP para prevenir a aquisição da infeção. O VCR01 (anticorpo neutralizante de largo espectro) está a ser estudado para o tratamento, prevenção e cura.
“AMP, do inglês “Antibody Mediated Prevention”, significa Prevenção Mediada por Anticorpos. Este conceito consiste na proteção da infeção pelo VIH através da administração de anticorpos contra o vírus. Estes anticorpos são também conhecidos como anticorpos monoclonais, o que significa que foram sintetizados em laboratório, ao invés de serem naturalmente produzidos pelo organismo humano. Os estudos AMP investigaram a eficácia de um anticorpo denominado VRC01, administrado por perfusão intravenosa (IV), na prevenção da infeção pelo VIH”.
O VCR01 teve pouco efeito na maioria das estripes do VIH, (teve efeito em 30%) mas nos casos em que era eficaz, os casos caíram 75%. O que sugere a combinação de múltiplos anticorpos.
Estudos clínicos de combinações de anticorpos neutralizantes de largo espetro que podem prevenir o VIH por 4 a 6 meses estão já a ser realizados.
Realizaram-se 2 estudos, o primeiro estudo (HVTN 703/HPTN 081) incluiu 1,924 mulheres cisgénero da África subsariana, onde o subtipo C é o mais preponderante. O Segundo estudo (HVTN 704/HPTN 085) incluiu 2,699 HSH, homens bissexuais e adultos transgéneros da América do SUL, Suiça e EUA, onde o subtipo B é mais comum.
Os estudos avaliaram o VCR01, um anticorpo neutralizante de largo espectro oriundo de sangue doado por uma pessoa a viver com VIH (tal como a coleta de plasma de pessoas que recuperaram do COVID-19). Pois as pessoas que foram expostas a um vírus específico desenvolvem anticorpos para o controlarem. Cientistas podem modificar e multiplicar estes anticorpos e usá-los para prevenir ou tratar a infeção em outras pessoas.
Poderá ser possível a administração de anticorpos através de injeção subcutânea ou intramuscular em lugar de intravenosa.
Fonte: HIVR4P
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Atualmente a profilaxia pré-exposição (PrEP) consiste na toma diária de um comprimido, o Truvada. Já aqui falámos de uma nova forma de PrEP, injetável. E agora vamos referir a toma mensal de Islatravir –um fármaco experimental pertencente a uma nova família de antirretrovirais– que alcança os niveís apropriados para prevenir o VIH durante um mês graças à sua ação prolongada. Este estudo foi apresentado na conferência HIVR4P.
O Islatravir ainda em pesquisa, é um medicamento bem tolerado que traz uma redução na quantidade medicamentosa e mais conforto.
Com um mecanismo de ação singular, o primeiro inibidor da translocação transcriptase reversa nucleosideo está a ser estudado para prevenção e para tratamento.
Em novembro passado foi lançada a fase III do estudo IMPOWER 22 que avalia a eficácia e segurança do isaltravir, como PrEP em mulheres cisgénero e jovens adolescentes em elevado risco de contrair o VIH na África subsariana. Cerca de 4.500 participantes vão receber o comprimido de toma oral e mensal ou o comprimido de toma diária Truvada.
Outro estudo planeado, IMPOWER-024, inclui homens cisgénero e mulheres transgénero que têm sexo com homens de vários países. Irão receber o islatravir de toma mensal ou o Truvada de toma diária.
Existe ainda uma formulação em implante do islatravir que está a ser estudada para PrEP. Um implante semelhante aos implantes de longa duração utilizados na contracepção. Um estudo anterior com voluntários VIH-negativos mostrou que o implante proporcionou concentrações protetoras do medicamento por mais de um ano.
No que concerne o tratamento a combinação da toma diária do isaltravir mais doravirina demonstrou uma boa eficácia na fase IIb do estudo. Após 96 semanas 90% das pessoas tratadas apresentavam uma carga viral indetetável. Mas existem planos para avaliar o islatravir mais o experimental MK-807 como um regime de tratamento semanal.
Fonte: HIVR4P
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Injeções de Cabotegravir e a toma diária de comprimidos de Truvada são ambos altamente eficazes, mas algumas mulheres podem considerar mais fácil usar o regime de longa duração.
As injeções de cabotegravir de ação prolongada, para a prevenção do VIH, em mulheres cisgénero, administradas por profissional de saúde a cada dois meses foram mais eficazes do que as injeções de Truvada Cabotegravir uma vez ao dia e os comprimidos de toma diária de Truvada (que são altamente eficazes), mas algumas mulheres podem achar mais fácil usar o regime de ação prolongada. de acordo com os resultados do estudo apresentados esta semana na conferência virtual HIV Research for Prevention (HIVR4P).
Estudos realizados com o comprimido de toma diária Truvada em homens que têm sexo com homens e mulheres transgénero demonstrou que o Truvada era 99% eficaz nos homens gay e bi, mas nas mulheres cisgénero os níveis de proteção foram mais baixos, devido potencialmente ao uso inconsistente.
Estudo realizado na Africa do Sul, envolveu 3.224 mulheres cisgénero sexualmente ativas em risco de contrair o VIH, que receberam injeções bimensais de Cabotegravir ou comprimidos diários de Truvada. O estudo parou em Novembro de 2020, apesar de estar programado para mais 3 anos, porque foi demonstrada a maior eficácia das injeções de cabotegravir em relação à toma diária dos comprimidos.
Estes resultados foram consistentes com o estudo HPTN 083, que envolveu 4.490 mulheres cisgénero e mulheres transexuais de 6 países.
A injeção é bem tolerada, com algumas reações no local da injeção como dor, vermelhidão, inchaço. Também se observou aumento de peso. E é segura, mulheres que engravidaram nestes estudos não reportaram qualquer anomalia.
O injetável de longa duração tem a vantagem de ser discreto, com uma toma a cada 8 semanas, que pode ser sincronizada com outros injetáveis de planeamento familiar e que não exige o envolvimento do parceiro.
Fonte conferência HIV r4P.
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A OMS (Organização Mundial de Saúde) recomendou, recentemente, a oferta do anel vaginal dapivirina (DPV-VR) como forma adicional de prevenção, para mulheres em risco substancial de infeção por VIH tipo 1, como parte de uma abordagem de prevenção combinada.
É utilizado em combinação com práticas sexuais seguras (como o uso do preservativo) por mulheres com 18 anos ou mais, quando a profilaxia pré-exposição (PrEP) por via oral não pode ser usada. De acordo com a EMA (Agência Europeia do Medicamento) é para uso fora da EU.
As mulheres têm, assim, mais uma forma de prevenção do VIH tipo 1. O DPV-VR é a primeira opção de longa duração que a mulher pode controlar ela própria e usar discretamente para reduzir o risco de contrair o VIH durante o sexo vaginal. Feito de silicone flexível, de fácil inserção, o anel liberta lentamente o antirretroviral dapivirina na vagina. O anel deve ser usado, no interior da vagina, por 28 dias e depois desse período deve ser colocado um novo anel.
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Na conferência de imprensa da conferência HIV R4P, sobre pesquisa e prevenção em VIH, apresentou-se a prevenção mediada por anticorpos (AMP), a PrEP (profilaxia pré-exposição) injetável de longa duração, o comprimido PrEP mensal e as tendências da toma oral diária da PrEP.
Juntas representam o futuro da prevenção do VIH com mais opções.
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A aprovação, por parte da Comissão Europeia, do injetável de longa duração para o tratamento do VIH pode transformar a vida das pessoas a viver com o VIH.
A autorização significa que, pela primeira vez, as pessoas que vivem com VIH na Europa vão ter a opção de tratamento através de um injetável de longa duração em lugar dos comprimidos diários.
Este injetável destina-se a pessoas adultas que se encontrem virologicamente suprimidas (carga viral indetetável) e num regime antirretroviral estável sem evidência de resistências a inibidores da transcriptase reversa não-nucleósidos ou inibidores da integrase.
As injeções de cabotegravir e rilpivirina serão administradas de forma intramuscular nas nádegas por professional de saúde. Mas previamente à iniciação das injeções é necessário a toma de comprimidos, de cabotegravir e rilpivirina, durante pelo menos 28 dias para avaliar a tolerabilidade dos medicamentos.
Após a fase de iniciação oral para avaliar a tolerabilidade dos medicamentos, as injeções de cabotegravir e rilpivirina podem reduzir o número de dias de tratamento por ano de 365 para 12 para o regime de injetável uma vez por mês, ou seis para o regime de dosagem uma vez a cada dois meses, representando uma mudança de paradigma na forma de tratar e gerir a doença. O regime de ação prolongada de cabotegravir e rilpivirina foi tão eficaz quanto o tratamento com comprimidos diários na manutenção da supressão viral, é geralmente bem tolerado e pode mudar a experiência do tratamento para algumas pessoas que vivem com VIH que podem ter desafios diários com as terapias de VIH.
O injetável, na Europa, tem o nome de Vocabria.
Encontre o artigo na Agência Europeia do Medicamento aqui.
Encontre o artigo aqui.
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É a vacina da Pfizer contra o COVID-19 segura para as pessoas com VIH? SIM.
É igualmente eficaz? Não se sabe ainda.
A Pfizer não refere se a vacina é eficaz. Isto porque apesar das 120 pessoas com VIH que participaram na fase 2 e 3 do estudo, a Pfizer não apresenta resultados separados para estas referindo que a amostra é muito pequena.
Por outro lado, nos Estados Unidos, a Emergency Use Authorization contem um aviso que “as pessoas imunocomprometidas, incluindo as pessoas a receber terapia imunossupressora, podem ter uma resposta imunitária diminuída à vacina contra o COVID-19 da Pfizer-BioNTech”
Fonte aqui.
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Perante a especulação:
– Estão as pessoas que vivem com VIH protegidas pelos antirretrovirais (ARV)?
- Estudo realizado nos EUA, em 36 instituições, observou não existir associação entre ARVs ou ausência de supressão viral e consequências de infeção por COVID-19. (Dandachi, Clinic Infect Dis. 2020)
- Estudo em Espanha, envolvendo 77.590 pessoas que vivem com VIH (PVV), analisou a incidência e gravidade do COVID em PVV. O risco de diagnóstico por COVID-19 e hospitalização era maior entre os homens e as pessoas com mais de 70 anos (3.7 por 10.000 em PVV comparativamente com 2.1 por 10.000 na população em geral). Este estudo observou também que nenhuma pessoa em Tenofovir/ emtricitabina foi admitida nos cuidados intensivos ou morreu. Mas mais estudos são necessários. (Del Amo, Ann Intern Med. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32589451/)
- O maior estudo foi realizado na África do Sul envolvendo cerca de 3 milhões de pessoas (3.978 PVV com COVID-19). A morte por COVID-19 estava associada ao sexo masculino, idade avançada, diabetes, hipertensão e doença renal crónica. E observou que o rácio de mortalidade por COVID-19 nas pessoas com VIH vs sem VIH foi de 2.39. (Boulle, CID. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32860699/)
- Estudo realizado nos EUA entre os veteranos (VACS) observou não existir maior suscetibilidade ao COVID-19 ou incidência de gravidade de doença entre as PVV infetadas. (Park, AIDS2020, abstract LBPEC23, 2020)
- PVV participaram na pesquisa da vacina, mas não sabemos o número.
- Em estudos maiores, as PVV com estabilidade nos ARV, apresentam resultados semelhantes às pessoas sem VIH, mas os dados sobre mortalidade não são consistentes.
- Uma baixa contagem de CD4 pode piorar os resultados.
- Sobre a mortalidade por COVID-19 entre PVV ver o artigo publicado aqui.
Baseado em artigo do Dr. Paul E. Sax, Director Clínico do Brigham and Women’s Hospital e Professor de Medicina de Harvard Medical School
-
O GAT, Grupo de Ativistas em Tratamentos e a Seres (con) viver com o VIH, duas organizações de doentes VIH, apresentam vários estudos que apontam para uma maior mortalidade das pessoas com o VIH face ao COVID-19 aos responsáveis pelo plano de vacinação e autoridades em VIH.
Alguns estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade pela COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH. Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA que não conseguiram encontrar provas de que o VIH é um fator de risco para a COVID-19:
aidsonline, aids2020, tandfonline
Anteriormente, um grande estudo na África do Sul observou também um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação em Portugal.
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Estamos perante um estudo, o primeiro a demonstrar o conceito da utilização de AMP para prevenir a aquisição da infeção. O VCR01 (anticorpo neutralizante de largo espectro) está a ser estudado para o tratamento, prevenção e cura.
“AMP, do inglês “Antibody Mediated Prevention”, significa Prevenção Mediada por Anticorpos. Este conceito consiste na proteção da infeção pelo VIH através da administração de anticorpos contra o vírus. Estes anticorpos são também conhecidos como anticorpos monoclonais, o que significa que foram sintetizados em laboratório, ao invés de serem naturalmente produzidos pelo organismo humano. Os estudos AMP investigaram a eficácia de um anticorpo denominado VRC01, administrado por perfusão intravenosa (IV), na prevenção da infeção pelo VIH”.
O VCR01 teve pouco efeito na maioria das estripes do VIH, (teve efeito em 30%) mas nos casos em que era eficaz, os casos caíram 75%. O que sugere a combinação de múltiplos anticorpos.
Estudos clínicos de combinações de anticorpos neutralizantes de largo espetro que podem prevenir o VIH por 4 a 6 meses estão já a ser realizados.
Realizaram-se 2 estudos, o primeiro estudo (HVTN 703/HPTN 081) incluiu 1,924 mulheres cisgénero da África subsariana, onde o subtipo C é o mais preponderante. O Segundo estudo (HVTN 704/HPTN 085) incluiu 2,699 HSH, homens bissexuais e adultos transgéneros da América do SUL, Suiça e EUA, onde o subtipo B é mais comum.
Os estudos avaliaram o VCR01, um anticorpo neutralizante de largo espectro oriundo de sangue doado por uma pessoa a viver com VIH (tal como a coleta de plasma de pessoas que recuperaram do COVID-19). Pois as pessoas que foram expostas a um vírus específico desenvolvem anticorpos para o controlarem. Cientistas podem modificar e multiplicar estes anticorpos e usá-los para prevenir ou tratar a infeção em outras pessoas.
Poderá ser possível a administração de anticorpos através de injeção subcutânea ou intramuscular em lugar de intravenosa.
Fonte: HIVR4P
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Atualmente a profilaxia pré-exposição (PrEP) consiste na toma diária de um comprimido, o Truvada. Já aqui falámos de uma nova forma de PrEP, injetável. E agora vamos referir a toma mensal de Islatravir –um fármaco experimental pertencente a uma nova família de antirretrovirais– que alcança os niveís apropriados para prevenir o VIH durante um mês graças à sua ação prolongada. Este estudo foi apresentado na conferência HIVR4P.
O Islatravir ainda em pesquisa, é um medicamento bem tolerado que traz uma redução na quantidade medicamentosa e mais conforto.
Com um mecanismo de ação singular, o primeiro inibidor da translocação transcriptase reversa nucleosideo está a ser estudado para prevenção e para tratamento.
Em novembro passado foi lançada a fase III do estudo IMPOWER 22 que avalia a eficácia e segurança do isaltravir, como PrEP em mulheres cisgénero e jovens adolescentes em elevado risco de contrair o VIH na África subsariana. Cerca de 4.500 participantes vão receber o comprimido de toma oral e mensal ou o comprimido de toma diária Truvada.
Outro estudo planeado, IMPOWER-024, inclui homens cisgénero e mulheres transgénero que têm sexo com homens de vários países. Irão receber o islatravir de toma mensal ou o Truvada de toma diária.
Existe ainda uma formulação em implante do islatravir que está a ser estudada para PrEP. Um implante semelhante aos implantes de longa duração utilizados na contracepção. Um estudo anterior com voluntários VIH-negativos mostrou que o implante proporcionou concentrações protetoras do medicamento por mais de um ano.
No que concerne o tratamento a combinação da toma diária do isaltravir mais doravirina demonstrou uma boa eficácia na fase IIb do estudo. Após 96 semanas 90% das pessoas tratadas apresentavam uma carga viral indetetável. Mas existem planos para avaliar o islatravir mais o experimental MK-807 como um regime de tratamento semanal.
Fonte: HIVR4P
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Injeções de Cabotegravir e a toma diária de comprimidos de Truvada são ambos altamente eficazes, mas algumas mulheres podem considerar mais fácil usar o regime de longa duração.
As injeções de cabotegravir de ação prolongada, para a prevenção do VIH, em mulheres cisgénero, administradas por profissional de saúde a cada dois meses foram mais eficazes do que as injeções de Truvada Cabotegravir uma vez ao dia e os comprimidos de toma diária de Truvada (que são altamente eficazes), mas algumas mulheres podem achar mais fácil usar o regime de ação prolongada. de acordo com os resultados do estudo apresentados esta semana na conferência virtual HIV Research for Prevention (HIVR4P).
Estudos realizados com o comprimido de toma diária Truvada em homens que têm sexo com homens e mulheres transgénero demonstrou que o Truvada era 99% eficaz nos homens gay e bi, mas nas mulheres cisgénero os níveis de proteção foram mais baixos, devido potencialmente ao uso inconsistente.
Estudo realizado na Africa do Sul, envolveu 3.224 mulheres cisgénero sexualmente ativas em risco de contrair o VIH, que receberam injeções bimensais de Cabotegravir ou comprimidos diários de Truvada. O estudo parou em Novembro de 2020, apesar de estar programado para mais 3 anos, porque foi demonstrada a maior eficácia das injeções de cabotegravir em relação à toma diária dos comprimidos.
Estes resultados foram consistentes com o estudo HPTN 083, que envolveu 4.490 mulheres cisgénero e mulheres transexuais de 6 países.
A injeção é bem tolerada, com algumas reações no local da injeção como dor, vermelhidão, inchaço. Também se observou aumento de peso. E é segura, mulheres que engravidaram nestes estudos não reportaram qualquer anomalia.
O injetável de longa duração tem a vantagem de ser discreto, com uma toma a cada 8 semanas, que pode ser sincronizada com outros injetáveis de planeamento familiar e que não exige o envolvimento do parceiro.
Fonte conferência HIV r4P.
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A OMS (Organização Mundial de Saúde) recomendou, recentemente, a oferta do anel vaginal dapivirina (DPV-VR) como forma adicional de prevenção, para mulheres em risco substancial de infeção por VIH tipo 1, como parte de uma abordagem de prevenção combinada.
É utilizado em combinação com práticas sexuais seguras (como o uso do preservativo) por mulheres com 18 anos ou mais, quando a profilaxia pré-exposição (PrEP) por via oral não pode ser usada. De acordo com a EMA (Agência Europeia do Medicamento) é para uso fora da EU.
As mulheres têm, assim, mais uma forma de prevenção do VIH tipo 1. O DPV-VR é a primeira opção de longa duração que a mulher pode controlar ela própria e usar discretamente para reduzir o risco de contrair o VIH durante o sexo vaginal. Feito de silicone flexível, de fácil inserção, o anel liberta lentamente o antirretroviral dapivirina na vagina. O anel deve ser usado, no interior da vagina, por 28 dias e depois desse período deve ser colocado um novo anel.
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Na conferência de imprensa da conferência HIV R4P, sobre pesquisa e prevenção em VIH, apresentou-se a prevenção mediada por anticorpos (AMP), a PrEP (profilaxia pré-exposição) injetável de longa duração, o comprimido PrEP mensal e as tendências da toma oral diária da PrEP.
Juntas representam o futuro da prevenção do VIH com mais opções.
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A aprovação, por parte da Comissão Europeia, do injetável de longa duração para o tratamento do VIH pode transformar a vida das pessoas a viver com o VIH.
A autorização significa que, pela primeira vez, as pessoas que vivem com VIH na Europa vão ter a opção de tratamento através de um injetável de longa duração em lugar dos comprimidos diários.
Este injetável destina-se a pessoas adultas que se encontrem virologicamente suprimidas (carga viral indetetável) e num regime antirretroviral estável sem evidência de resistências a inibidores da transcriptase reversa não-nucleósidos ou inibidores da integrase.
As injeções de cabotegravir e rilpivirina serão administradas de forma intramuscular nas nádegas por professional de saúde. Mas previamente à iniciação das injeções é necessário a toma de comprimidos, de cabotegravir e rilpivirina, durante pelo menos 28 dias para avaliar a tolerabilidade dos medicamentos.
Após a fase de iniciação oral para avaliar a tolerabilidade dos medicamentos, as injeções de cabotegravir e rilpivirina podem reduzir o número de dias de tratamento por ano de 365 para 12 para o regime de injetável uma vez por mês, ou seis para o regime de dosagem uma vez a cada dois meses, representando uma mudança de paradigma na forma de tratar e gerir a doença. O regime de ação prolongada de cabotegravir e rilpivirina foi tão eficaz quanto o tratamento com comprimidos diários na manutenção da supressão viral, é geralmente bem tolerado e pode mudar a experiência do tratamento para algumas pessoas que vivem com VIH que podem ter desafios diários com as terapias de VIH.
O injetável, na Europa, tem o nome de Vocabria.
Encontre o artigo na Agência Europeia do Medicamento aqui.
Encontre o artigo aqui.
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É a vacina da Pfizer contra o COVID-19 segura para as pessoas com VIH? SIM.
É igualmente eficaz? Não se sabe ainda.
A Pfizer não refere se a vacina é eficaz. Isto porque apesar das 120 pessoas com VIH que participaram na fase 2 e 3 do estudo, a Pfizer não apresenta resultados separados para estas referindo que a amostra é muito pequena.
Por outro lado, nos Estados Unidos, a Emergency Use Authorization contem um aviso que “as pessoas imunocomprometidas, incluindo as pessoas a receber terapia imunossupressora, podem ter uma resposta imunitária diminuída à vacina contra o COVID-19 da Pfizer-BioNTech”
Fonte aqui.
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Perante a especulação:
– Estão as pessoas que vivem com VIH protegidas pelos antirretrovirais (ARV)?
- Estudo realizado nos EUA, em 36 instituições, observou não existir associação entre ARVs ou ausência de supressão viral e consequências de infeção por COVID-19. (Dandachi, Clinic Infect Dis. 2020)
- Estudo em Espanha, envolvendo 77.590 pessoas que vivem com VIH (PVV), analisou a incidência e gravidade do COVID em PVV. O risco de diagnóstico por COVID-19 e hospitalização era maior entre os homens e as pessoas com mais de 70 anos (3.7 por 10.000 em PVV comparativamente com 2.1 por 10.000 na população em geral). Este estudo observou também que nenhuma pessoa em Tenofovir/ emtricitabina foi admitida nos cuidados intensivos ou morreu. Mas mais estudos são necessários. (Del Amo, Ann Intern Med. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32589451/)
- O maior estudo foi realizado na África do Sul envolvendo cerca de 3 milhões de pessoas (3.978 PVV com COVID-19). A morte por COVID-19 estava associada ao sexo masculino, idade avançada, diabetes, hipertensão e doença renal crónica. E observou que o rácio de mortalidade por COVID-19 nas pessoas com VIH vs sem VIH foi de 2.39. (Boulle, CID. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32860699/)
- Estudo realizado nos EUA entre os veteranos (VACS) observou não existir maior suscetibilidade ao COVID-19 ou incidência de gravidade de doença entre as PVV infetadas. (Park, AIDS2020, abstract LBPEC23, 2020)
- PVV participaram na pesquisa da vacina, mas não sabemos o número.
- Em estudos maiores, as PVV com estabilidade nos ARV, apresentam resultados semelhantes às pessoas sem VIH, mas os dados sobre mortalidade não são consistentes.
- Uma baixa contagem de CD4 pode piorar os resultados.
- Sobre a mortalidade por COVID-19 entre PVV ver o artigo publicado aqui.
Baseado em artigo do Dr. Paul E. Sax, Director Clínico do Brigham and Women’s Hospital e Professor de Medicina de Harvard Medical School
-
O GAT, Grupo de Ativistas em Tratamentos e a Seres (con) viver com o VIH, duas organizações de doentes VIH, apresentam vários estudos que apontam para uma maior mortalidade das pessoas com o VIH face ao COVID-19 aos responsáveis pelo plano de vacinação e autoridades em VIH.
Alguns estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade pela COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH. Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA que não conseguiram encontrar provas de que o VIH é um fator de risco para a COVID-19:
aidsonline, aids2020, tandfonline
Anteriormente, um grande estudo na África do Sul observou também um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação em Portugal.
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Estamos perante um estudo, o primeiro a demonstrar o conceito da utilização de AMP para prevenir a aquisição da infeção. O VCR01 (anticorpo neutralizante de largo espectro) está a ser estudado para o tratamento, prevenção e cura.
“AMP, do inglês “Antibody Mediated Prevention”, significa Prevenção Mediada por Anticorpos. Este conceito consiste na proteção da infeção pelo VIH através da administração de anticorpos contra o vírus. Estes anticorpos são também conhecidos como anticorpos monoclonais, o que significa que foram sintetizados em laboratório, ao invés de serem naturalmente produzidos pelo organismo humano. Os estudos AMP investigaram a eficácia de um anticorpo denominado VRC01, administrado por perfusão intravenosa (IV), na prevenção da infeção pelo VIH”.
O VCR01 teve pouco efeito na maioria das estripes do VIH, (teve efeito em 30%) mas nos casos em que era eficaz, os casos caíram 75%. O que sugere a combinação de múltiplos anticorpos.
Estudos clínicos de combinações de anticorpos neutralizantes de largo espetro que podem prevenir o VIH por 4 a 6 meses estão já a ser realizados.
Realizaram-se 2 estudos, o primeiro estudo (HVTN 703/HPTN 081) incluiu 1,924 mulheres cisgénero da África subsariana, onde o subtipo C é o mais preponderante. O Segundo estudo (HVTN 704/HPTN 085) incluiu 2,699 HSH, homens bissexuais e adultos transgéneros da América do SUL, Suiça e EUA, onde o subtipo B é mais comum.
Os estudos avaliaram o VCR01, um anticorpo neutralizante de largo espectro oriundo de sangue doado por uma pessoa a viver com VIH (tal como a coleta de plasma de pessoas que recuperaram do COVID-19). Pois as pessoas que foram expostas a um vírus específico desenvolvem anticorpos para o controlarem. Cientistas podem modificar e multiplicar estes anticorpos e usá-los para prevenir ou tratar a infeção em outras pessoas.
Poderá ser possível a administração de anticorpos através de injeção subcutânea ou intramuscular em lugar de intravenosa.
Fonte: HIVR4P
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Atualmente a profilaxia pré-exposição (PrEP) consiste na toma diária de um comprimido, o Truvada. Já aqui falámos de uma nova forma de PrEP, injetável. E agora vamos referir a toma mensal de Islatravir –um fármaco experimental pertencente a uma nova família de antirretrovirais– que alcança os niveís apropriados para prevenir o VIH durante um mês graças à sua ação prolongada. Este estudo foi apresentado na conferência HIVR4P.
O Islatravir ainda em pesquisa, é um medicamento bem tolerado que traz uma redução na quantidade medicamentosa e mais conforto.
Com um mecanismo de ação singular, o primeiro inibidor da translocação transcriptase reversa nucleosideo está a ser estudado para prevenção e para tratamento.
Em novembro passado foi lançada a fase III do estudo IMPOWER 22 que avalia a eficácia e segurança do isaltravir, como PrEP em mulheres cisgénero e jovens adolescentes em elevado risco de contrair o VIH na África subsariana. Cerca de 4.500 participantes vão receber o comprimido de toma oral e mensal ou o comprimido de toma diária Truvada.
Outro estudo planeado, IMPOWER-024, inclui homens cisgénero e mulheres transgénero que têm sexo com homens de vários países. Irão receber o islatravir de toma mensal ou o Truvada de toma diária.
Existe ainda uma formulação em implante do islatravir que está a ser estudada para PrEP. Um implante semelhante aos implantes de longa duração utilizados na contracepção. Um estudo anterior com voluntários VIH-negativos mostrou que o implante proporcionou concentrações protetoras do medicamento por mais de um ano.
No que concerne o tratamento a combinação da toma diária do isaltravir mais doravirina demonstrou uma boa eficácia na fase IIb do estudo. Após 96 semanas 90% das pessoas tratadas apresentavam uma carga viral indetetável. Mas existem planos para avaliar o islatravir mais o experimental MK-807 como um regime de tratamento semanal.
Fonte: HIVR4P
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Injeções de Cabotegravir e a toma diária de comprimidos de Truvada são ambos altamente eficazes, mas algumas mulheres podem considerar mais fácil usar o regime de longa duração.
As injeções de cabotegravir de ação prolongada, para a prevenção do VIH, em mulheres cisgénero, administradas por profissional de saúde a cada dois meses foram mais eficazes do que as injeções de Truvada Cabotegravir uma vez ao dia e os comprimidos de toma diária de Truvada (que são altamente eficazes), mas algumas mulheres podem achar mais fácil usar o regime de ação prolongada. de acordo com os resultados do estudo apresentados esta semana na conferência virtual HIV Research for Prevention (HIVR4P).
Estudos realizados com o comprimido de toma diária Truvada em homens que têm sexo com homens e mulheres transgénero demonstrou que o Truvada era 99% eficaz nos homens gay e bi, mas nas mulheres cisgénero os níveis de proteção foram mais baixos, devido potencialmente ao uso inconsistente.
Estudo realizado na Africa do Sul, envolveu 3.224 mulheres cisgénero sexualmente ativas em risco de contrair o VIH, que receberam injeções bimensais de Cabotegravir ou comprimidos diários de Truvada. O estudo parou em Novembro de 2020, apesar de estar programado para mais 3 anos, porque foi demonstrada a maior eficácia das injeções de cabotegravir em relação à toma diária dos comprimidos.
Estes resultados foram consistentes com o estudo HPTN 083, que envolveu 4.490 mulheres cisgénero e mulheres transexuais de 6 países.
A injeção é bem tolerada, com algumas reações no local da injeção como dor, vermelhidão, inchaço. Também se observou aumento de peso. E é segura, mulheres que engravidaram nestes estudos não reportaram qualquer anomalia.
O injetável de longa duração tem a vantagem de ser discreto, com uma toma a cada 8 semanas, que pode ser sincronizada com outros injetáveis de planeamento familiar e que não exige o envolvimento do parceiro.
Fonte conferência HIV r4P.
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A OMS (Organização Mundial de Saúde) recomendou, recentemente, a oferta do anel vaginal dapivirina (DPV-VR) como forma adicional de prevenção, para mulheres em risco substancial de infeção por VIH tipo 1, como parte de uma abordagem de prevenção combinada.
É utilizado em combinação com práticas sexuais seguras (como o uso do preservativo) por mulheres com 18 anos ou mais, quando a profilaxia pré-exposição (PrEP) por via oral não pode ser usada. De acordo com a EMA (Agência Europeia do Medicamento) é para uso fora da EU.
As mulheres têm, assim, mais uma forma de prevenção do VIH tipo 1. O DPV-VR é a primeira opção de longa duração que a mulher pode controlar ela própria e usar discretamente para reduzir o risco de contrair o VIH durante o sexo vaginal. Feito de silicone flexível, de fácil inserção, o anel liberta lentamente o antirretroviral dapivirina na vagina. O anel deve ser usado, no interior da vagina, por 28 dias e depois desse período deve ser colocado um novo anel.
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Na conferência de imprensa da conferência HIV R4P, sobre pesquisa e prevenção em VIH, apresentou-se a prevenção mediada por anticorpos (AMP), a PrEP (profilaxia pré-exposição) injetável de longa duração, o comprimido PrEP mensal e as tendências da toma oral diária da PrEP.
Juntas representam o futuro da prevenção do VIH com mais opções.
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A aprovação, por parte da Comissão Europeia, do injetável de longa duração para o tratamento do VIH pode transformar a vida das pessoas a viver com o VIH.
A autorização significa que, pela primeira vez, as pessoas que vivem com VIH na Europa vão ter a opção de tratamento através de um injetável de longa duração em lugar dos comprimidos diários.
Este injetável destina-se a pessoas adultas que se encontrem virologicamente suprimidas (carga viral indetetável) e num regime antirretroviral estável sem evidência de resistências a inibidores da transcriptase reversa não-nucleósidos ou inibidores da integrase.
As injeções de cabotegravir e rilpivirina serão administradas de forma intramuscular nas nádegas por professional de saúde. Mas previamente à iniciação das injeções é necessário a toma de comprimidos, de cabotegravir e rilpivirina, durante pelo menos 28 dias para avaliar a tolerabilidade dos medicamentos.
Após a fase de iniciação oral para avaliar a tolerabilidade dos medicamentos, as injeções de cabotegravir e rilpivirina podem reduzir o número de dias de tratamento por ano de 365 para 12 para o regime de injetável uma vez por mês, ou seis para o regime de dosagem uma vez a cada dois meses, representando uma mudança de paradigma na forma de tratar e gerir a doença. O regime de ação prolongada de cabotegravir e rilpivirina foi tão eficaz quanto o tratamento com comprimidos diários na manutenção da supressão viral, é geralmente bem tolerado e pode mudar a experiência do tratamento para algumas pessoas que vivem com VIH que podem ter desafios diários com as terapias de VIH.
O injetável, na Europa, tem o nome de Vocabria.
Encontre o artigo na Agência Europeia do Medicamento aqui.
Encontre o artigo aqui.
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É a vacina da Pfizer contra o COVID-19 segura para as pessoas com VIH? SIM.
É igualmente eficaz? Não se sabe ainda.
A Pfizer não refere se a vacina é eficaz. Isto porque apesar das 120 pessoas com VIH que participaram na fase 2 e 3 do estudo, a Pfizer não apresenta resultados separados para estas referindo que a amostra é muito pequena.
Por outro lado, nos Estados Unidos, a Emergency Use Authorization contem um aviso que “as pessoas imunocomprometidas, incluindo as pessoas a receber terapia imunossupressora, podem ter uma resposta imunitária diminuída à vacina contra o COVID-19 da Pfizer-BioNTech”
Fonte aqui.
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Perante a especulação:
– Estão as pessoas que vivem com VIH protegidas pelos antirretrovirais (ARV)?
- Estudo realizado nos EUA, em 36 instituições, observou não existir associação entre ARVs ou ausência de supressão viral e consequências de infeção por COVID-19. (Dandachi, Clinic Infect Dis. 2020)
- Estudo em Espanha, envolvendo 77.590 pessoas que vivem com VIH (PVV), analisou a incidência e gravidade do COVID em PVV. O risco de diagnóstico por COVID-19 e hospitalização era maior entre os homens e as pessoas com mais de 70 anos (3.7 por 10.000 em PVV comparativamente com 2.1 por 10.000 na população em geral). Este estudo observou também que nenhuma pessoa em Tenofovir/ emtricitabina foi admitida nos cuidados intensivos ou morreu. Mas mais estudos são necessários. (Del Amo, Ann Intern Med. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32589451/)
- O maior estudo foi realizado na África do Sul envolvendo cerca de 3 milhões de pessoas (3.978 PVV com COVID-19). A morte por COVID-19 estava associada ao sexo masculino, idade avançada, diabetes, hipertensão e doença renal crónica. E observou que o rácio de mortalidade por COVID-19 nas pessoas com VIH vs sem VIH foi de 2.39. (Boulle, CID. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32860699/)
- Estudo realizado nos EUA entre os veteranos (VACS) observou não existir maior suscetibilidade ao COVID-19 ou incidência de gravidade de doença entre as PVV infetadas. (Park, AIDS2020, abstract LBPEC23, 2020)
- PVV participaram na pesquisa da vacina, mas não sabemos o número.
- Em estudos maiores, as PVV com estabilidade nos ARV, apresentam resultados semelhantes às pessoas sem VIH, mas os dados sobre mortalidade não são consistentes.
- Uma baixa contagem de CD4 pode piorar os resultados.
- Sobre a mortalidade por COVID-19 entre PVV ver o artigo publicado aqui.
Baseado em artigo do Dr. Paul E. Sax, Director Clínico do Brigham and Women’s Hospital e Professor de Medicina de Harvard Medical School
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O GAT, Grupo de Ativistas em Tratamentos e a Seres (con) viver com o VIH, duas organizações de doentes VIH, apresentam vários estudos que apontam para uma maior mortalidade das pessoas com o VIH face ao COVID-19 aos responsáveis pelo plano de vacinação e autoridades em VIH.
Alguns estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade pela COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH. Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA que não conseguiram encontrar provas de que o VIH é um fator de risco para a COVID-19:
aidsonline, aids2020, tandfonline
Anteriormente, um grande estudo na África do Sul observou também um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação em Portugal.
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Estamos perante um estudo, o primeiro a demonstrar o conceito da utilização de AMP para prevenir a aquisição da infeção. O VCR01 (anticorpo neutralizante de largo espectro) está a ser estudado para o tratamento, prevenção e cura.
“AMP, do inglês “Antibody Mediated Prevention”, significa Prevenção Mediada por Anticorpos. Este conceito consiste na proteção da infeção pelo VIH através da administração de anticorpos contra o vírus. Estes anticorpos são também conhecidos como anticorpos monoclonais, o que significa que foram sintetizados em laboratório, ao invés de serem naturalmente produzidos pelo organismo humano. Os estudos AMP investigaram a eficácia de um anticorpo denominado VRC01, administrado por perfusão intravenosa (IV), na prevenção da infeção pelo VIH”.
O VCR01 teve pouco efeito na maioria das estripes do VIH, (teve efeito em 30%) mas nos casos em que era eficaz, os casos caíram 75%. O que sugere a combinação de múltiplos anticorpos.
Estudos clínicos de combinações de anticorpos neutralizantes de largo espetro que podem prevenir o VIH por 4 a 6 meses estão já a ser realizados.
Realizaram-se 2 estudos, o primeiro estudo (HVTN 703/HPTN 081) incluiu 1,924 mulheres cisgénero da África subsariana, onde o subtipo C é o mais preponderante. O Segundo estudo (HVTN 704/HPTN 085) incluiu 2,699 HSH, homens bissexuais e adultos transgéneros da América do SUL, Suiça e EUA, onde o subtipo B é mais comum.
Os estudos avaliaram o VCR01, um anticorpo neutralizante de largo espectro oriundo de sangue doado por uma pessoa a viver com VIH (tal como a coleta de plasma de pessoas que recuperaram do COVID-19). Pois as pessoas que foram expostas a um vírus específico desenvolvem anticorpos para o controlarem. Cientistas podem modificar e multiplicar estes anticorpos e usá-los para prevenir ou tratar a infeção em outras pessoas.
Poderá ser possível a administração de anticorpos através de injeção subcutânea ou intramuscular em lugar de intravenosa.
Fonte: HIVR4P
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Atualmente a profilaxia pré-exposição (PrEP) consiste na toma diária de um comprimido, o Truvada. Já aqui falámos de uma nova forma de PrEP, injetável. E agora vamos referir a toma mensal de Islatravir –um fármaco experimental pertencente a uma nova família de antirretrovirais– que alcança os niveís apropriados para prevenir o VIH durante um mês graças à sua ação prolongada. Este estudo foi apresentado na conferência HIVR4P.
O Islatravir ainda em pesquisa, é um medicamento bem tolerado que traz uma redução na quantidade medicamentosa e mais conforto.
Com um mecanismo de ação singular, o primeiro inibidor da translocação transcriptase reversa nucleosideo está a ser estudado para prevenção e para tratamento.
Em novembro passado foi lançada a fase III do estudo IMPOWER 22 que avalia a eficácia e segurança do isaltravir, como PrEP em mulheres cisgénero e jovens adolescentes em elevado risco de contrair o VIH na África subsariana. Cerca de 4.500 participantes vão receber o comprimido de toma oral e mensal ou o comprimido de toma diária Truvada.
Outro estudo planeado, IMPOWER-024, inclui homens cisgénero e mulheres transgénero que têm sexo com homens de vários países. Irão receber o islatravir de toma mensal ou o Truvada de toma diária.
Existe ainda uma formulação em implante do islatravir que está a ser estudada para PrEP. Um implante semelhante aos implantes de longa duração utilizados na contracepção. Um estudo anterior com voluntários VIH-negativos mostrou que o implante proporcionou concentrações protetoras do medicamento por mais de um ano.
No que concerne o tratamento a combinação da toma diária do isaltravir mais doravirina demonstrou uma boa eficácia na fase IIb do estudo. Após 96 semanas 90% das pessoas tratadas apresentavam uma carga viral indetetável. Mas existem planos para avaliar o islatravir mais o experimental MK-807 como um regime de tratamento semanal.
Fonte: HIVR4P
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Injeções de Cabotegravir e a toma diária de comprimidos de Truvada são ambos altamente eficazes, mas algumas mulheres podem considerar mais fácil usar o regime de longa duração.
As injeções de cabotegravir de ação prolongada, para a prevenção do VIH, em mulheres cisgénero, administradas por profissional de saúde a cada dois meses foram mais eficazes do que as injeções de Truvada Cabotegravir uma vez ao dia e os comprimidos de toma diária de Truvada (que são altamente eficazes), mas algumas mulheres podem achar mais fácil usar o regime de ação prolongada. de acordo com os resultados do estudo apresentados esta semana na conferência virtual HIV Research for Prevention (HIVR4P).
Estudos realizados com o comprimido de toma diária Truvada em homens que têm sexo com homens e mulheres transgénero demonstrou que o Truvada era 99% eficaz nos homens gay e bi, mas nas mulheres cisgénero os níveis de proteção foram mais baixos, devido potencialmente ao uso inconsistente.
Estudo realizado na Africa do Sul, envolveu 3.224 mulheres cisgénero sexualmente ativas em risco de contrair o VIH, que receberam injeções bimensais de Cabotegravir ou comprimidos diários de Truvada. O estudo parou em Novembro de 2020, apesar de estar programado para mais 3 anos, porque foi demonstrada a maior eficácia das injeções de cabotegravir em relação à toma diária dos comprimidos.
Estes resultados foram consistentes com o estudo HPTN 083, que envolveu 4.490 mulheres cisgénero e mulheres transexuais de 6 países.
A injeção é bem tolerada, com algumas reações no local da injeção como dor, vermelhidão, inchaço. Também se observou aumento de peso. E é segura, mulheres que engravidaram nestes estudos não reportaram qualquer anomalia.
O injetável de longa duração tem a vantagem de ser discreto, com uma toma a cada 8 semanas, que pode ser sincronizada com outros injetáveis de planeamento familiar e que não exige o envolvimento do parceiro.
Fonte conferência HIV r4P.
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A OMS (Organização Mundial de Saúde) recomendou, recentemente, a oferta do anel vaginal dapivirina (DPV-VR) como forma adicional de prevenção, para mulheres em risco substancial de infeção por VIH tipo 1, como parte de uma abordagem de prevenção combinada.
É utilizado em combinação com práticas sexuais seguras (como o uso do preservativo) por mulheres com 18 anos ou mais, quando a profilaxia pré-exposição (PrEP) por via oral não pode ser usada. De acordo com a EMA (Agência Europeia do Medicamento) é para uso fora da EU.
As mulheres têm, assim, mais uma forma de prevenção do VIH tipo 1. O DPV-VR é a primeira opção de longa duração que a mulher pode controlar ela própria e usar discretamente para reduzir o risco de contrair o VIH durante o sexo vaginal. Feito de silicone flexível, de fácil inserção, o anel liberta lentamente o antirretroviral dapivirina na vagina. O anel deve ser usado, no interior da vagina, por 28 dias e depois desse período deve ser colocado um novo anel.
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Na conferência de imprensa da conferência HIV R4P, sobre pesquisa e prevenção em VIH, apresentou-se a prevenção mediada por anticorpos (AMP), a PrEP (profilaxia pré-exposição) injetável de longa duração, o comprimido PrEP mensal e as tendências da toma oral diária da PrEP.
Juntas representam o futuro da prevenção do VIH com mais opções.
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A aprovação, por parte da Comissão Europeia, do injetável de longa duração para o tratamento do VIH pode transformar a vida das pessoas a viver com o VIH.
A autorização significa que, pela primeira vez, as pessoas que vivem com VIH na Europa vão ter a opção de tratamento através de um injetável de longa duração em lugar dos comprimidos diários.
Este injetável destina-se a pessoas adultas que se encontrem virologicamente suprimidas (carga viral indetetável) e num regime antirretroviral estável sem evidência de resistências a inibidores da transcriptase reversa não-nucleósidos ou inibidores da integrase.
As injeções de cabotegravir e rilpivirina serão administradas de forma intramuscular nas nádegas por professional de saúde. Mas previamente à iniciação das injeções é necessário a toma de comprimidos, de cabotegravir e rilpivirina, durante pelo menos 28 dias para avaliar a tolerabilidade dos medicamentos.
Após a fase de iniciação oral para avaliar a tolerabilidade dos medicamentos, as injeções de cabotegravir e rilpivirina podem reduzir o número de dias de tratamento por ano de 365 para 12 para o regime de injetável uma vez por mês, ou seis para o regime de dosagem uma vez a cada dois meses, representando uma mudança de paradigma na forma de tratar e gerir a doença. O regime de ação prolongada de cabotegravir e rilpivirina foi tão eficaz quanto o tratamento com comprimidos diários na manutenção da supressão viral, é geralmente bem tolerado e pode mudar a experiência do tratamento para algumas pessoas que vivem com VIH que podem ter desafios diários com as terapias de VIH.
O injetável, na Europa, tem o nome de Vocabria.
Encontre o artigo na Agência Europeia do Medicamento aqui.
Encontre o artigo aqui.
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É a vacina da Pfizer contra o COVID-19 segura para as pessoas com VIH? SIM.
É igualmente eficaz? Não se sabe ainda.
A Pfizer não refere se a vacina é eficaz. Isto porque apesar das 120 pessoas com VIH que participaram na fase 2 e 3 do estudo, a Pfizer não apresenta resultados separados para estas referindo que a amostra é muito pequena.
Por outro lado, nos Estados Unidos, a Emergency Use Authorization contem um aviso que “as pessoas imunocomprometidas, incluindo as pessoas a receber terapia imunossupressora, podem ter uma resposta imunitária diminuída à vacina contra o COVID-19 da Pfizer-BioNTech”
Fonte aqui.
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Perante a especulação:
– Estão as pessoas que vivem com VIH protegidas pelos antirretrovirais (ARV)?
- Estudo realizado nos EUA, em 36 instituições, observou não existir associação entre ARVs ou ausência de supressão viral e consequências de infeção por COVID-19. (Dandachi, Clinic Infect Dis. 2020)
- Estudo em Espanha, envolvendo 77.590 pessoas que vivem com VIH (PVV), analisou a incidência e gravidade do COVID em PVV. O risco de diagnóstico por COVID-19 e hospitalização era maior entre os homens e as pessoas com mais de 70 anos (3.7 por 10.000 em PVV comparativamente com 2.1 por 10.000 na população em geral). Este estudo observou também que nenhuma pessoa em Tenofovir/ emtricitabina foi admitida nos cuidados intensivos ou morreu. Mas mais estudos são necessários. (Del Amo, Ann Intern Med. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32589451/)
- O maior estudo foi realizado na África do Sul envolvendo cerca de 3 milhões de pessoas (3.978 PVV com COVID-19). A morte por COVID-19 estava associada ao sexo masculino, idade avançada, diabetes, hipertensão e doença renal crónica. E observou que o rácio de mortalidade por COVID-19 nas pessoas com VIH vs sem VIH foi de 2.39. (Boulle, CID. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32860699/)
- Estudo realizado nos EUA entre os veteranos (VACS) observou não existir maior suscetibilidade ao COVID-19 ou incidência de gravidade de doença entre as PVV infetadas. (Park, AIDS2020, abstract LBPEC23, 2020)
- PVV participaram na pesquisa da vacina, mas não sabemos o número.
- Em estudos maiores, as PVV com estabilidade nos ARV, apresentam resultados semelhantes às pessoas sem VIH, mas os dados sobre mortalidade não são consistentes.
- Uma baixa contagem de CD4 pode piorar os resultados.
- Sobre a mortalidade por COVID-19 entre PVV ver o artigo publicado aqui.
Baseado em artigo do Dr. Paul E. Sax, Director Clínico do Brigham and Women’s Hospital e Professor de Medicina de Harvard Medical School
-
O GAT, Grupo de Ativistas em Tratamentos e a Seres (con) viver com o VIH, duas organizações de doentes VIH, apresentam vários estudos que apontam para uma maior mortalidade das pessoas com o VIH face ao COVID-19 aos responsáveis pelo plano de vacinação e autoridades em VIH.
Alguns estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade pela COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH. Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA que não conseguiram encontrar provas de que o VIH é um fator de risco para a COVID-19:
aidsonline, aids2020, tandfonline
Anteriormente, um grande estudo na África do Sul observou também um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação em Portugal.
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Estamos perante um estudo, o primeiro a demonstrar o conceito da utilização de AMP para prevenir a aquisição da infeção. O VCR01 (anticorpo neutralizante de largo espectro) está a ser estudado para o tratamento, prevenção e cura.
“AMP, do inglês “Antibody Mediated Prevention”, significa Prevenção Mediada por Anticorpos. Este conceito consiste na proteção da infeção pelo VIH através da administração de anticorpos contra o vírus. Estes anticorpos são também conhecidos como anticorpos monoclonais, o que significa que foram sintetizados em laboratório, ao invés de serem naturalmente produzidos pelo organismo humano. Os estudos AMP investigaram a eficácia de um anticorpo denominado VRC01, administrado por perfusão intravenosa (IV), na prevenção da infeção pelo VIH”.
O VCR01 teve pouco efeito na maioria das estripes do VIH, (teve efeito em 30%) mas nos casos em que era eficaz, os casos caíram 75%. O que sugere a combinação de múltiplos anticorpos.
Estudos clínicos de combinações de anticorpos neutralizantes de largo espetro que podem prevenir o VIH por 4 a 6 meses estão já a ser realizados.
Realizaram-se 2 estudos, o primeiro estudo (HVTN 703/HPTN 081) incluiu 1,924 mulheres cisgénero da África subsariana, onde o subtipo C é o mais preponderante. O Segundo estudo (HVTN 704/HPTN 085) incluiu 2,699 HSH, homens bissexuais e adultos transgéneros da América do SUL, Suiça e EUA, onde o subtipo B é mais comum.
Os estudos avaliaram o VCR01, um anticorpo neutralizante de largo espectro oriundo de sangue doado por uma pessoa a viver com VIH (tal como a coleta de plasma de pessoas que recuperaram do COVID-19). Pois as pessoas que foram expostas a um vírus específico desenvolvem anticorpos para o controlarem. Cientistas podem modificar e multiplicar estes anticorpos e usá-los para prevenir ou tratar a infeção em outras pessoas.
Poderá ser possível a administração de anticorpos através de injeção subcutânea ou intramuscular em lugar de intravenosa.
Fonte: HIVR4P
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Atualmente a profilaxia pré-exposição (PrEP) consiste na toma diária de um comprimido, o Truvada. Já aqui falámos de uma nova forma de PrEP, injetável. E agora vamos referir a toma mensal de Islatravir –um fármaco experimental pertencente a uma nova família de antirretrovirais– que alcança os niveís apropriados para prevenir o VIH durante um mês graças à sua ação prolongada. Este estudo foi apresentado na conferência HIVR4P.
O Islatravir ainda em pesquisa, é um medicamento bem tolerado que traz uma redução na quantidade medicamentosa e mais conforto.
Com um mecanismo de ação singular, o primeiro inibidor da translocação transcriptase reversa nucleosideo está a ser estudado para prevenção e para tratamento.
Em novembro passado foi lançada a fase III do estudo IMPOWER 22 que avalia a eficácia e segurança do isaltravir, como PrEP em mulheres cisgénero e jovens adolescentes em elevado risco de contrair o VIH na África subsariana. Cerca de 4.500 participantes vão receber o comprimido de toma oral e mensal ou o comprimido de toma diária Truvada.
Outro estudo planeado, IMPOWER-024, inclui homens cisgénero e mulheres transgénero que têm sexo com homens de vários países. Irão receber o islatravir de toma mensal ou o Truvada de toma diária.
Existe ainda uma formulação em implante do islatravir que está a ser estudada para PrEP. Um implante semelhante aos implantes de longa duração utilizados na contracepção. Um estudo anterior com voluntários VIH-negativos mostrou que o implante proporcionou concentrações protetoras do medicamento por mais de um ano.
No que concerne o tratamento a combinação da toma diária do isaltravir mais doravirina demonstrou uma boa eficácia na fase IIb do estudo. Após 96 semanas 90% das pessoas tratadas apresentavam uma carga viral indetetável. Mas existem planos para avaliar o islatravir mais o experimental MK-807 como um regime de tratamento semanal.
Fonte: HIVR4P
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Injeções de Cabotegravir e a toma diária de comprimidos de Truvada são ambos altamente eficazes, mas algumas mulheres podem considerar mais fácil usar o regime de longa duração.
As injeções de cabotegravir de ação prolongada, para a prevenção do VIH, em mulheres cisgénero, administradas por profissional de saúde a cada dois meses foram mais eficazes do que as injeções de Truvada Cabotegravir uma vez ao dia e os comprimidos de toma diária de Truvada (que são altamente eficazes), mas algumas mulheres podem achar mais fácil usar o regime de ação prolongada. de acordo com os resultados do estudo apresentados esta semana na conferência virtual HIV Research for Prevention (HIVR4P).
Estudos realizados com o comprimido de toma diária Truvada em homens que têm sexo com homens e mulheres transgénero demonstrou que o Truvada era 99% eficaz nos homens gay e bi, mas nas mulheres cisgénero os níveis de proteção foram mais baixos, devido potencialmente ao uso inconsistente.
Estudo realizado na Africa do Sul, envolveu 3.224 mulheres cisgénero sexualmente ativas em risco de contrair o VIH, que receberam injeções bimensais de Cabotegravir ou comprimidos diários de Truvada. O estudo parou em Novembro de 2020, apesar de estar programado para mais 3 anos, porque foi demonstrada a maior eficácia das injeções de cabotegravir em relação à toma diária dos comprimidos.
Estes resultados foram consistentes com o estudo HPTN 083, que envolveu 4.490 mulheres cisgénero e mulheres transexuais de 6 países.
A injeção é bem tolerada, com algumas reações no local da injeção como dor, vermelhidão, inchaço. Também se observou aumento de peso. E é segura, mulheres que engravidaram nestes estudos não reportaram qualquer anomalia.
O injetável de longa duração tem a vantagem de ser discreto, com uma toma a cada 8 semanas, que pode ser sincronizada com outros injetáveis de planeamento familiar e que não exige o envolvimento do parceiro.
Fonte conferência HIV r4P.
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A OMS (Organização Mundial de Saúde) recomendou, recentemente, a oferta do anel vaginal dapivirina (DPV-VR) como forma adicional de prevenção, para mulheres em risco substancial de infeção por VIH tipo 1, como parte de uma abordagem de prevenção combinada.
É utilizado em combinação com práticas sexuais seguras (como o uso do preservativo) por mulheres com 18 anos ou mais, quando a profilaxia pré-exposição (PrEP) por via oral não pode ser usada. De acordo com a EMA (Agência Europeia do Medicamento) é para uso fora da EU.
As mulheres têm, assim, mais uma forma de prevenção do VIH tipo 1. O DPV-VR é a primeira opção de longa duração que a mulher pode controlar ela própria e usar discretamente para reduzir o risco de contrair o VIH durante o sexo vaginal. Feito de silicone flexível, de fácil inserção, o anel liberta lentamente o antirretroviral dapivirina na vagina. O anel deve ser usado, no interior da vagina, por 28 dias e depois desse período deve ser colocado um novo anel.
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Na conferência de imprensa da conferência HIV R4P, sobre pesquisa e prevenção em VIH, apresentou-se a prevenção mediada por anticorpos (AMP), a PrEP (profilaxia pré-exposição) injetável de longa duração, o comprimido PrEP mensal e as tendências da toma oral diária da PrEP.
Juntas representam o futuro da prevenção do VIH com mais opções.
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A aprovação, por parte da Comissão Europeia, do injetável de longa duração para o tratamento do VIH pode transformar a vida das pessoas a viver com o VIH.
A autorização significa que, pela primeira vez, as pessoas que vivem com VIH na Europa vão ter a opção de tratamento através de um injetável de longa duração em lugar dos comprimidos diários.
Este injetável destina-se a pessoas adultas que se encontrem virologicamente suprimidas (carga viral indetetável) e num regime antirretroviral estável sem evidência de resistências a inibidores da transcriptase reversa não-nucleósidos ou inibidores da integrase.
As injeções de cabotegravir e rilpivirina serão administradas de forma intramuscular nas nádegas por professional de saúde. Mas previamente à iniciação das injeções é necessário a toma de comprimidos, de cabotegravir e rilpivirina, durante pelo menos 28 dias para avaliar a tolerabilidade dos medicamentos.
Após a fase de iniciação oral para avaliar a tolerabilidade dos medicamentos, as injeções de cabotegravir e rilpivirina podem reduzir o número de dias de tratamento por ano de 365 para 12 para o regime de injetável uma vez por mês, ou seis para o regime de dosagem uma vez a cada dois meses, representando uma mudança de paradigma na forma de tratar e gerir a doença. O regime de ação prolongada de cabotegravir e rilpivirina foi tão eficaz quanto o tratamento com comprimidos diários na manutenção da supressão viral, é geralmente bem tolerado e pode mudar a experiência do tratamento para algumas pessoas que vivem com VIH que podem ter desafios diários com as terapias de VIH.
O injetável, na Europa, tem o nome de Vocabria.
Encontre o artigo na Agência Europeia do Medicamento aqui.
Encontre o artigo aqui.
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É a vacina da Pfizer contra o COVID-19 segura para as pessoas com VIH? SIM.
É igualmente eficaz? Não se sabe ainda.
A Pfizer não refere se a vacina é eficaz. Isto porque apesar das 120 pessoas com VIH que participaram na fase 2 e 3 do estudo, a Pfizer não apresenta resultados separados para estas referindo que a amostra é muito pequena.
Por outro lado, nos Estados Unidos, a Emergency Use Authorization contem um aviso que “as pessoas imunocomprometidas, incluindo as pessoas a receber terapia imunossupressora, podem ter uma resposta imunitária diminuída à vacina contra o COVID-19 da Pfizer-BioNTech”
Fonte aqui.
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Perante a especulação:
– Estão as pessoas que vivem com VIH protegidas pelos antirretrovirais (ARV)?
- Estudo realizado nos EUA, em 36 instituições, observou não existir associação entre ARVs ou ausência de supressão viral e consequências de infeção por COVID-19. (Dandachi, Clinic Infect Dis. 2020)
- Estudo em Espanha, envolvendo 77.590 pessoas que vivem com VIH (PVV), analisou a incidência e gravidade do COVID em PVV. O risco de diagnóstico por COVID-19 e hospitalização era maior entre os homens e as pessoas com mais de 70 anos (3.7 por 10.000 em PVV comparativamente com 2.1 por 10.000 na população em geral). Este estudo observou também que nenhuma pessoa em Tenofovir/ emtricitabina foi admitida nos cuidados intensivos ou morreu. Mas mais estudos são necessários. (Del Amo, Ann Intern Med. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32589451/)
- O maior estudo foi realizado na África do Sul envolvendo cerca de 3 milhões de pessoas (3.978 PVV com COVID-19). A morte por COVID-19 estava associada ao sexo masculino, idade avançada, diabetes, hipertensão e doença renal crónica. E observou que o rácio de mortalidade por COVID-19 nas pessoas com VIH vs sem VIH foi de 2.39. (Boulle, CID. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32860699/)
- Estudo realizado nos EUA entre os veteranos (VACS) observou não existir maior suscetibilidade ao COVID-19 ou incidência de gravidade de doença entre as PVV infetadas. (Park, AIDS2020, abstract LBPEC23, 2020)
- PVV participaram na pesquisa da vacina, mas não sabemos o número.
- Em estudos maiores, as PVV com estabilidade nos ARV, apresentam resultados semelhantes às pessoas sem VIH, mas os dados sobre mortalidade não são consistentes.
- Uma baixa contagem de CD4 pode piorar os resultados.
- Sobre a mortalidade por COVID-19 entre PVV ver o artigo publicado aqui.
Baseado em artigo do Dr. Paul E. Sax, Director Clínico do Brigham and Women’s Hospital e Professor de Medicina de Harvard Medical School
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O GAT, Grupo de Ativistas em Tratamentos e a Seres (con) viver com o VIH, duas organizações de doentes VIH, apresentam vários estudos que apontam para uma maior mortalidade das pessoas com o VIH face ao COVID-19 aos responsáveis pelo plano de vacinação e autoridades em VIH.
Alguns estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade pela COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH. Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA que não conseguiram encontrar provas de que o VIH é um fator de risco para a COVID-19:
aidsonline, aids2020, tandfonline
Anteriormente, um grande estudo na África do Sul observou também um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação em Portugal.
-
Estamos perante um estudo, o primeiro a demonstrar o conceito da utilização de AMP para prevenir a aquisição da infeção. O VCR01 (anticorpo neutralizante de largo espectro) está a ser estudado para o tratamento, prevenção e cura.
“AMP, do inglês “Antibody Mediated Prevention”, significa Prevenção Mediada por Anticorpos. Este conceito consiste na proteção da infeção pelo VIH através da administração de anticorpos contra o vírus. Estes anticorpos são também conhecidos como anticorpos monoclonais, o que significa que foram sintetizados em laboratório, ao invés de serem naturalmente produzidos pelo organismo humano. Os estudos AMP investigaram a eficácia de um anticorpo denominado VRC01, administrado por perfusão intravenosa (IV), na prevenção da infeção pelo VIH”.
O VCR01 teve pouco efeito na maioria das estripes do VIH, (teve efeito em 30%) mas nos casos em que era eficaz, os casos caíram 75%. O que sugere a combinação de múltiplos anticorpos.
Estudos clínicos de combinações de anticorpos neutralizantes de largo espetro que podem prevenir o VIH por 4 a 6 meses estão já a ser realizados.
Realizaram-se 2 estudos, o primeiro estudo (HVTN 703/HPTN 081) incluiu 1,924 mulheres cisgénero da África subsariana, onde o subtipo C é o mais preponderante. O Segundo estudo (HVTN 704/HPTN 085) incluiu 2,699 HSH, homens bissexuais e adultos transgéneros da América do SUL, Suiça e EUA, onde o subtipo B é mais comum.
Os estudos avaliaram o VCR01, um anticorpo neutralizante de largo espectro oriundo de sangue doado por uma pessoa a viver com VIH (tal como a coleta de plasma de pessoas que recuperaram do COVID-19). Pois as pessoas que foram expostas a um vírus específico desenvolvem anticorpos para o controlarem. Cientistas podem modificar e multiplicar estes anticorpos e usá-los para prevenir ou tratar a infeção em outras pessoas.
Poderá ser possível a administração de anticorpos através de injeção subcutânea ou intramuscular em lugar de intravenosa.
Fonte: HIVR4P
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Atualmente a profilaxia pré-exposição (PrEP) consiste na toma diária de um comprimido, o Truvada. Já aqui falámos de uma nova forma de PrEP, injetável. E agora vamos referir a toma mensal de Islatravir –um fármaco experimental pertencente a uma nova família de antirretrovirais– que alcança os niveís apropriados para prevenir o VIH durante um mês graças à sua ação prolongada. Este estudo foi apresentado na conferência HIVR4P.
O Islatravir ainda em pesquisa, é um medicamento bem tolerado que traz uma redução na quantidade medicamentosa e mais conforto.
Com um mecanismo de ação singular, o primeiro inibidor da translocação transcriptase reversa nucleosideo está a ser estudado para prevenção e para tratamento.
Em novembro passado foi lançada a fase III do estudo IMPOWER 22 que avalia a eficácia e segurança do isaltravir, como PrEP em mulheres cisgénero e jovens adolescentes em elevado risco de contrair o VIH na África subsariana. Cerca de 4.500 participantes vão receber o comprimido de toma oral e mensal ou o comprimido de toma diária Truvada.
Outro estudo planeado, IMPOWER-024, inclui homens cisgénero e mulheres transgénero que têm sexo com homens de vários países. Irão receber o islatravir de toma mensal ou o Truvada de toma diária.
Existe ainda uma formulação em implante do islatravir que está a ser estudada para PrEP. Um implante semelhante aos implantes de longa duração utilizados na contracepção. Um estudo anterior com voluntários VIH-negativos mostrou que o implante proporcionou concentrações protetoras do medicamento por mais de um ano.
No que concerne o tratamento a combinação da toma diária do isaltravir mais doravirina demonstrou uma boa eficácia na fase IIb do estudo. Após 96 semanas 90% das pessoas tratadas apresentavam uma carga viral indetetável. Mas existem planos para avaliar o islatravir mais o experimental MK-807 como um regime de tratamento semanal.
Fonte: HIVR4P
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Injeções de Cabotegravir e a toma diária de comprimidos de Truvada são ambos altamente eficazes, mas algumas mulheres podem considerar mais fácil usar o regime de longa duração.
As injeções de cabotegravir de ação prolongada, para a prevenção do VIH, em mulheres cisgénero, administradas por profissional de saúde a cada dois meses foram mais eficazes do que as injeções de Truvada Cabotegravir uma vez ao dia e os comprimidos de toma diária de Truvada (que são altamente eficazes), mas algumas mulheres podem achar mais fácil usar o regime de ação prolongada. de acordo com os resultados do estudo apresentados esta semana na conferência virtual HIV Research for Prevention (HIVR4P).
Estudos realizados com o comprimido de toma diária Truvada em homens que têm sexo com homens e mulheres transgénero demonstrou que o Truvada era 99% eficaz nos homens gay e bi, mas nas mulheres cisgénero os níveis de proteção foram mais baixos, devido potencialmente ao uso inconsistente.
Estudo realizado na Africa do Sul, envolveu 3.224 mulheres cisgénero sexualmente ativas em risco de contrair o VIH, que receberam injeções bimensais de Cabotegravir ou comprimidos diários de Truvada. O estudo parou em Novembro de 2020, apesar de estar programado para mais 3 anos, porque foi demonstrada a maior eficácia das injeções de cabotegravir em relação à toma diária dos comprimidos.
Estes resultados foram consistentes com o estudo HPTN 083, que envolveu 4.490 mulheres cisgénero e mulheres transexuais de 6 países.
A injeção é bem tolerada, com algumas reações no local da injeção como dor, vermelhidão, inchaço. Também se observou aumento de peso. E é segura, mulheres que engravidaram nestes estudos não reportaram qualquer anomalia.
O injetável de longa duração tem a vantagem de ser discreto, com uma toma a cada 8 semanas, que pode ser sincronizada com outros injetáveis de planeamento familiar e que não exige o envolvimento do parceiro.
Fonte conferência HIV r4P.
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A OMS (Organização Mundial de Saúde) recomendou, recentemente, a oferta do anel vaginal dapivirina (DPV-VR) como forma adicional de prevenção, para mulheres em risco substancial de infeção por VIH tipo 1, como parte de uma abordagem de prevenção combinada.
É utilizado em combinação com práticas sexuais seguras (como o uso do preservativo) por mulheres com 18 anos ou mais, quando a profilaxia pré-exposição (PrEP) por via oral não pode ser usada. De acordo com a EMA (Agência Europeia do Medicamento) é para uso fora da EU.
As mulheres têm, assim, mais uma forma de prevenção do VIH tipo 1. O DPV-VR é a primeira opção de longa duração que a mulher pode controlar ela própria e usar discretamente para reduzir o risco de contrair o VIH durante o sexo vaginal. Feito de silicone flexível, de fácil inserção, o anel liberta lentamente o antirretroviral dapivirina na vagina. O anel deve ser usado, no interior da vagina, por 28 dias e depois desse período deve ser colocado um novo anel.
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Na conferência de imprensa da conferência HIV R4P, sobre pesquisa e prevenção em VIH, apresentou-se a prevenção mediada por anticorpos (AMP), a PrEP (profilaxia pré-exposição) injetável de longa duração, o comprimido PrEP mensal e as tendências da toma oral diária da PrEP.
Juntas representam o futuro da prevenção do VIH com mais opções.
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A aprovação, por parte da Comissão Europeia, do injetável de longa duração para o tratamento do VIH pode transformar a vida das pessoas a viver com o VIH.
A autorização significa que, pela primeira vez, as pessoas que vivem com VIH na Europa vão ter a opção de tratamento através de um injetável de longa duração em lugar dos comprimidos diários.
Este injetável destina-se a pessoas adultas que se encontrem virologicamente suprimidas (carga viral indetetável) e num regime antirretroviral estável sem evidência de resistências a inibidores da transcriptase reversa não-nucleósidos ou inibidores da integrase.
As injeções de cabotegravir e rilpivirina serão administradas de forma intramuscular nas nádegas por professional de saúde. Mas previamente à iniciação das injeções é necessário a toma de comprimidos, de cabotegravir e rilpivirina, durante pelo menos 28 dias para avaliar a tolerabilidade dos medicamentos.
Após a fase de iniciação oral para avaliar a tolerabilidade dos medicamentos, as injeções de cabotegravir e rilpivirina podem reduzir o número de dias de tratamento por ano de 365 para 12 para o regime de injetável uma vez por mês, ou seis para o regime de dosagem uma vez a cada dois meses, representando uma mudança de paradigma na forma de tratar e gerir a doença. O regime de ação prolongada de cabotegravir e rilpivirina foi tão eficaz quanto o tratamento com comprimidos diários na manutenção da supressão viral, é geralmente bem tolerado e pode mudar a experiência do tratamento para algumas pessoas que vivem com VIH que podem ter desafios diários com as terapias de VIH.
O injetável, na Europa, tem o nome de Vocabria.
Encontre o artigo na Agência Europeia do Medicamento aqui.
Encontre o artigo aqui.
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É a vacina da Pfizer contra o COVID-19 segura para as pessoas com VIH? SIM.
É igualmente eficaz? Não se sabe ainda.
A Pfizer não refere se a vacina é eficaz. Isto porque apesar das 120 pessoas com VIH que participaram na fase 2 e 3 do estudo, a Pfizer não apresenta resultados separados para estas referindo que a amostra é muito pequena.
Por outro lado, nos Estados Unidos, a Emergency Use Authorization contem um aviso que “as pessoas imunocomprometidas, incluindo as pessoas a receber terapia imunossupressora, podem ter uma resposta imunitária diminuída à vacina contra o COVID-19 da Pfizer-BioNTech”
Fonte aqui.
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Perante a especulação:
– Estão as pessoas que vivem com VIH protegidas pelos antirretrovirais (ARV)?
- Estudo realizado nos EUA, em 36 instituições, observou não existir associação entre ARVs ou ausência de supressão viral e consequências de infeção por COVID-19. (Dandachi, Clinic Infect Dis. 2020)
- Estudo em Espanha, envolvendo 77.590 pessoas que vivem com VIH (PVV), analisou a incidência e gravidade do COVID em PVV. O risco de diagnóstico por COVID-19 e hospitalização era maior entre os homens e as pessoas com mais de 70 anos (3.7 por 10.000 em PVV comparativamente com 2.1 por 10.000 na população em geral). Este estudo observou também que nenhuma pessoa em Tenofovir/ emtricitabina foi admitida nos cuidados intensivos ou morreu. Mas mais estudos são necessários. (Del Amo, Ann Intern Med. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32589451/)
- O maior estudo foi realizado na África do Sul envolvendo cerca de 3 milhões de pessoas (3.978 PVV com COVID-19). A morte por COVID-19 estava associada ao sexo masculino, idade avançada, diabetes, hipertensão e doença renal crónica. E observou que o rácio de mortalidade por COVID-19 nas pessoas com VIH vs sem VIH foi de 2.39. (Boulle, CID. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32860699/)
- Estudo realizado nos EUA entre os veteranos (VACS) observou não existir maior suscetibilidade ao COVID-19 ou incidência de gravidade de doença entre as PVV infetadas. (Park, AIDS2020, abstract LBPEC23, 2020)
- PVV participaram na pesquisa da vacina, mas não sabemos o número.
- Em estudos maiores, as PVV com estabilidade nos ARV, apresentam resultados semelhantes às pessoas sem VIH, mas os dados sobre mortalidade não são consistentes.
- Uma baixa contagem de CD4 pode piorar os resultados.
- Sobre a mortalidade por COVID-19 entre PVV ver o artigo publicado aqui.
Baseado em artigo do Dr. Paul E. Sax, Director Clínico do Brigham and Women’s Hospital e Professor de Medicina de Harvard Medical School
-
O GAT, Grupo de Ativistas em Tratamentos e a Seres (con) viver com o VIH, duas organizações de doentes VIH, apresentam vários estudos que apontam para uma maior mortalidade das pessoas com o VIH face ao COVID-19 aos responsáveis pelo plano de vacinação e autoridades em VIH.
Alguns estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade pela COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH. Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA que não conseguiram encontrar provas de que o VIH é um fator de risco para a COVID-19:
aidsonline, aids2020, tandfonline
Anteriormente, um grande estudo na África do Sul observou também um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação em Portugal.
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Estamos perante um estudo, o primeiro a demonstrar o conceito da utilização de AMP para prevenir a aquisição da infeção. O VCR01 (anticorpo neutralizante de largo espectro) está a ser estudado para o tratamento, prevenção e cura.
“AMP, do inglês “Antibody Mediated Prevention”, significa Prevenção Mediada por Anticorpos. Este conceito consiste na proteção da infeção pelo VIH através da administração de anticorpos contra o vírus. Estes anticorpos são também conhecidos como anticorpos monoclonais, o que significa que foram sintetizados em laboratório, ao invés de serem naturalmente produzidos pelo organismo humano. Os estudos AMP investigaram a eficácia de um anticorpo denominado VRC01, administrado por perfusão intravenosa (IV), na prevenção da infeção pelo VIH”.
O VCR01 teve pouco efeito na maioria das estripes do VIH, (teve efeito em 30%) mas nos casos em que era eficaz, os casos caíram 75%. O que sugere a combinação de múltiplos anticorpos.
Estudos clínicos de combinações de anticorpos neutralizantes de largo espetro que podem prevenir o VIH por 4 a 6 meses estão já a ser realizados.
Realizaram-se 2 estudos, o primeiro estudo (HVTN 703/HPTN 081) incluiu 1,924 mulheres cisgénero da África subsariana, onde o subtipo C é o mais preponderante. O Segundo estudo (HVTN 704/HPTN 085) incluiu 2,699 HSH, homens bissexuais e adultos transgéneros da América do SUL, Suiça e EUA, onde o subtipo B é mais comum.
Os estudos avaliaram o VCR01, um anticorpo neutralizante de largo espectro oriundo de sangue doado por uma pessoa a viver com VIH (tal como a coleta de plasma de pessoas que recuperaram do COVID-19). Pois as pessoas que foram expostas a um vírus específico desenvolvem anticorpos para o controlarem. Cientistas podem modificar e multiplicar estes anticorpos e usá-los para prevenir ou tratar a infeção em outras pessoas.
Poderá ser possível a administração de anticorpos através de injeção subcutânea ou intramuscular em lugar de intravenosa.
Fonte: HIVR4P
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Atualmente a profilaxia pré-exposição (PrEP) consiste na toma diária de um comprimido, o Truvada. Já aqui falámos de uma nova forma de PrEP, injetável. E agora vamos referir a toma mensal de Islatravir –um fármaco experimental pertencente a uma nova família de antirretrovirais– que alcança os niveís apropriados para prevenir o VIH durante um mês graças à sua ação prolongada. Este estudo foi apresentado na conferência HIVR4P.
O Islatravir ainda em pesquisa, é um medicamento bem tolerado que traz uma redução na quantidade medicamentosa e mais conforto.
Com um mecanismo de ação singular, o primeiro inibidor da translocação transcriptase reversa nucleosideo está a ser estudado para prevenção e para tratamento.
Em novembro passado foi lançada a fase III do estudo IMPOWER 22 que avalia a eficácia e segurança do isaltravir, como PrEP em mulheres cisgénero e jovens adolescentes em elevado risco de contrair o VIH na África subsariana. Cerca de 4.500 participantes vão receber o comprimido de toma oral e mensal ou o comprimido de toma diária Truvada.
Outro estudo planeado, IMPOWER-024, inclui homens cisgénero e mulheres transgénero que têm sexo com homens de vários países. Irão receber o islatravir de toma mensal ou o Truvada de toma diária.
Existe ainda uma formulação em implante do islatravir que está a ser estudada para PrEP. Um implante semelhante aos implantes de longa duração utilizados na contracepção. Um estudo anterior com voluntários VIH-negativos mostrou que o implante proporcionou concentrações protetoras do medicamento por mais de um ano.
No que concerne o tratamento a combinação da toma diária do isaltravir mais doravirina demonstrou uma boa eficácia na fase IIb do estudo. Após 96 semanas 90% das pessoas tratadas apresentavam uma carga viral indetetável. Mas existem planos para avaliar o islatravir mais o experimental MK-807 como um regime de tratamento semanal.
Fonte: HIVR4P
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Injeções de Cabotegravir e a toma diária de comprimidos de Truvada são ambos altamente eficazes, mas algumas mulheres podem considerar mais fácil usar o regime de longa duração.
As injeções de cabotegravir de ação prolongada, para a prevenção do VIH, em mulheres cisgénero, administradas por profissional de saúde a cada dois meses foram mais eficazes do que as injeções de Truvada Cabotegravir uma vez ao dia e os comprimidos de toma diária de Truvada (que são altamente eficazes), mas algumas mulheres podem achar mais fácil usar o regime de ação prolongada. de acordo com os resultados do estudo apresentados esta semana na conferência virtual HIV Research for Prevention (HIVR4P).
Estudos realizados com o comprimido de toma diária Truvada em homens que têm sexo com homens e mulheres transgénero demonstrou que o Truvada era 99% eficaz nos homens gay e bi, mas nas mulheres cisgénero os níveis de proteção foram mais baixos, devido potencialmente ao uso inconsistente.
Estudo realizado na Africa do Sul, envolveu 3.224 mulheres cisgénero sexualmente ativas em risco de contrair o VIH, que receberam injeções bimensais de Cabotegravir ou comprimidos diários de Truvada. O estudo parou em Novembro de 2020, apesar de estar programado para mais 3 anos, porque foi demonstrada a maior eficácia das injeções de cabotegravir em relação à toma diária dos comprimidos.
Estes resultados foram consistentes com o estudo HPTN 083, que envolveu 4.490 mulheres cisgénero e mulheres transexuais de 6 países.
A injeção é bem tolerada, com algumas reações no local da injeção como dor, vermelhidão, inchaço. Também se observou aumento de peso. E é segura, mulheres que engravidaram nestes estudos não reportaram qualquer anomalia.
O injetável de longa duração tem a vantagem de ser discreto, com uma toma a cada 8 semanas, que pode ser sincronizada com outros injetáveis de planeamento familiar e que não exige o envolvimento do parceiro.
Fonte conferência HIV r4P.
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A OMS (Organização Mundial de Saúde) recomendou, recentemente, a oferta do anel vaginal dapivirina (DPV-VR) como forma adicional de prevenção, para mulheres em risco substancial de infeção por VIH tipo 1, como parte de uma abordagem de prevenção combinada.
É utilizado em combinação com práticas sexuais seguras (como o uso do preservativo) por mulheres com 18 anos ou mais, quando a profilaxia pré-exposição (PrEP) por via oral não pode ser usada. De acordo com a EMA (Agência Europeia do Medicamento) é para uso fora da EU.
As mulheres têm, assim, mais uma forma de prevenção do VIH tipo 1. O DPV-VR é a primeira opção de longa duração que a mulher pode controlar ela própria e usar discretamente para reduzir o risco de contrair o VIH durante o sexo vaginal. Feito de silicone flexível, de fácil inserção, o anel liberta lentamente o antirretroviral dapivirina na vagina. O anel deve ser usado, no interior da vagina, por 28 dias e depois desse período deve ser colocado um novo anel.
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Na conferência de imprensa da conferência HIV R4P, sobre pesquisa e prevenção em VIH, apresentou-se a prevenção mediada por anticorpos (AMP), a PrEP (profilaxia pré-exposição) injetável de longa duração, o comprimido PrEP mensal e as tendências da toma oral diária da PrEP.
Juntas representam o futuro da prevenção do VIH com mais opções.
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A aprovação, por parte da Comissão Europeia, do injetável de longa duração para o tratamento do VIH pode transformar a vida das pessoas a viver com o VIH.
A autorização significa que, pela primeira vez, as pessoas que vivem com VIH na Europa vão ter a opção de tratamento através de um injetável de longa duração em lugar dos comprimidos diários.
Este injetável destina-se a pessoas adultas que se encontrem virologicamente suprimidas (carga viral indetetável) e num regime antirretroviral estável sem evidência de resistências a inibidores da transcriptase reversa não-nucleósidos ou inibidores da integrase.
As injeções de cabotegravir e rilpivirina serão administradas de forma intramuscular nas nádegas por professional de saúde. Mas previamente à iniciação das injeções é necessário a toma de comprimidos, de cabotegravir e rilpivirina, durante pelo menos 28 dias para avaliar a tolerabilidade dos medicamentos.
Após a fase de iniciação oral para avaliar a tolerabilidade dos medicamentos, as injeções de cabotegravir e rilpivirina podem reduzir o número de dias de tratamento por ano de 365 para 12 para o regime de injetável uma vez por mês, ou seis para o regime de dosagem uma vez a cada dois meses, representando uma mudança de paradigma na forma de tratar e gerir a doença. O regime de ação prolongada de cabotegravir e rilpivirina foi tão eficaz quanto o tratamento com comprimidos diários na manutenção da supressão viral, é geralmente bem tolerado e pode mudar a experiência do tratamento para algumas pessoas que vivem com VIH que podem ter desafios diários com as terapias de VIH.
O injetável, na Europa, tem o nome de Vocabria.
Encontre o artigo na Agência Europeia do Medicamento aqui.
Encontre o artigo aqui.
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É a vacina da Pfizer contra o COVID-19 segura para as pessoas com VIH? SIM.
É igualmente eficaz? Não se sabe ainda.
A Pfizer não refere se a vacina é eficaz. Isto porque apesar das 120 pessoas com VIH que participaram na fase 2 e 3 do estudo, a Pfizer não apresenta resultados separados para estas referindo que a amostra é muito pequena.
Por outro lado, nos Estados Unidos, a Emergency Use Authorization contem um aviso que “as pessoas imunocomprometidas, incluindo as pessoas a receber terapia imunossupressora, podem ter uma resposta imunitária diminuída à vacina contra o COVID-19 da Pfizer-BioNTech”
Fonte aqui.
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Perante a especulação:
– Estão as pessoas que vivem com VIH protegidas pelos antirretrovirais (ARV)?
- Estudo realizado nos EUA, em 36 instituições, observou não existir associação entre ARVs ou ausência de supressão viral e consequências de infeção por COVID-19. (Dandachi, Clinic Infect Dis. 2020)
- Estudo em Espanha, envolvendo 77.590 pessoas que vivem com VIH (PVV), analisou a incidência e gravidade do COVID em PVV. O risco de diagnóstico por COVID-19 e hospitalização era maior entre os homens e as pessoas com mais de 70 anos (3.7 por 10.000 em PVV comparativamente com 2.1 por 10.000 na população em geral). Este estudo observou também que nenhuma pessoa em Tenofovir/ emtricitabina foi admitida nos cuidados intensivos ou morreu. Mas mais estudos são necessários. (Del Amo, Ann Intern Med. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32589451/)
- O maior estudo foi realizado na África do Sul envolvendo cerca de 3 milhões de pessoas (3.978 PVV com COVID-19). A morte por COVID-19 estava associada ao sexo masculino, idade avançada, diabetes, hipertensão e doença renal crónica. E observou que o rácio de mortalidade por COVID-19 nas pessoas com VIH vs sem VIH foi de 2.39. (Boulle, CID. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32860699/)
- Estudo realizado nos EUA entre os veteranos (VACS) observou não existir maior suscetibilidade ao COVID-19 ou incidência de gravidade de doença entre as PVV infetadas. (Park, AIDS2020, abstract LBPEC23, 2020)
- PVV participaram na pesquisa da vacina, mas não sabemos o número.
- Em estudos maiores, as PVV com estabilidade nos ARV, apresentam resultados semelhantes às pessoas sem VIH, mas os dados sobre mortalidade não são consistentes.
- Uma baixa contagem de CD4 pode piorar os resultados.
- Sobre a mortalidade por COVID-19 entre PVV ver o artigo publicado aqui.
Baseado em artigo do Dr. Paul E. Sax, Director Clínico do Brigham and Women’s Hospital e Professor de Medicina de Harvard Medical School
-
O GAT, Grupo de Ativistas em Tratamentos e a Seres (con) viver com o VIH, duas organizações de doentes VIH, apresentam vários estudos que apontam para uma maior mortalidade das pessoas com o VIH face ao COVID-19 aos responsáveis pelo plano de vacinação e autoridades em VIH.
Alguns estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade pela COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH. Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA que não conseguiram encontrar provas de que o VIH é um fator de risco para a COVID-19:
aidsonline, aids2020, tandfonline
Anteriormente, um grande estudo na África do Sul observou também um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação em Portugal.
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Estamos perante um estudo, o primeiro a demonstrar o conceito da utilização de AMP para prevenir a aquisição da infeção. O VCR01 (anticorpo neutralizante de largo espectro) está a ser estudado para o tratamento, prevenção e cura.
“AMP, do inglês “Antibody Mediated Prevention”, significa Prevenção Mediada por Anticorpos. Este conceito consiste na proteção da infeção pelo VIH através da administração de anticorpos contra o vírus. Estes anticorpos são também conhecidos como anticorpos monoclonais, o que significa que foram sintetizados em laboratório, ao invés de serem naturalmente produzidos pelo organismo humano. Os estudos AMP investigaram a eficácia de um anticorpo denominado VRC01, administrado por perfusão intravenosa (IV), na prevenção da infeção pelo VIH”.
O VCR01 teve pouco efeito na maioria das estripes do VIH, (teve efeito em 30%) mas nos casos em que era eficaz, os casos caíram 75%. O que sugere a combinação de múltiplos anticorpos.
Estudos clínicos de combinações de anticorpos neutralizantes de largo espetro que podem prevenir o VIH por 4 a 6 meses estão já a ser realizados.
Realizaram-se 2 estudos, o primeiro estudo (HVTN 703/HPTN 081) incluiu 1,924 mulheres cisgénero da África subsariana, onde o subtipo C é o mais preponderante. O Segundo estudo (HVTN 704/HPTN 085) incluiu 2,699 HSH, homens bissexuais e adultos transgéneros da América do SUL, Suiça e EUA, onde o subtipo B é mais comum.
Os estudos avaliaram o VCR01, um anticorpo neutralizante de largo espectro oriundo de sangue doado por uma pessoa a viver com VIH (tal como a coleta de plasma de pessoas que recuperaram do COVID-19). Pois as pessoas que foram expostas a um vírus específico desenvolvem anticorpos para o controlarem. Cientistas podem modificar e multiplicar estes anticorpos e usá-los para prevenir ou tratar a infeção em outras pessoas.
Poderá ser possível a administração de anticorpos através de injeção subcutânea ou intramuscular em lugar de intravenosa.
Fonte: HIVR4P
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Atualmente a profilaxia pré-exposição (PrEP) consiste na toma diária de um comprimido, o Truvada. Já aqui falámos de uma nova forma de PrEP, injetável. E agora vamos referir a toma mensal de Islatravir –um fármaco experimental pertencente a uma nova família de antirretrovirais– que alcança os niveís apropriados para prevenir o VIH durante um mês graças à sua ação prolongada. Este estudo foi apresentado na conferência HIVR4P.
O Islatravir ainda em pesquisa, é um medicamento bem tolerado que traz uma redução na quantidade medicamentosa e mais conforto.
Com um mecanismo de ação singular, o primeiro inibidor da translocação transcriptase reversa nucleosideo está a ser estudado para prevenção e para tratamento.
Em novembro passado foi lançada a fase III do estudo IMPOWER 22 que avalia a eficácia e segurança do isaltravir, como PrEP em mulheres cisgénero e jovens adolescentes em elevado risco de contrair o VIH na África subsariana. Cerca de 4.500 participantes vão receber o comprimido de toma oral e mensal ou o comprimido de toma diária Truvada.
Outro estudo planeado, IMPOWER-024, inclui homens cisgénero e mulheres transgénero que têm sexo com homens de vários países. Irão receber o islatravir de toma mensal ou o Truvada de toma diária.
Existe ainda uma formulação em implante do islatravir que está a ser estudada para PrEP. Um implante semelhante aos implantes de longa duração utilizados na contracepção. Um estudo anterior com voluntários VIH-negativos mostrou que o implante proporcionou concentrações protetoras do medicamento por mais de um ano.
No que concerne o tratamento a combinação da toma diária do isaltravir mais doravirina demonstrou uma boa eficácia na fase IIb do estudo. Após 96 semanas 90% das pessoas tratadas apresentavam uma carga viral indetetável. Mas existem planos para avaliar o islatravir mais o experimental MK-807 como um regime de tratamento semanal.
Fonte: HIVR4P
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Injeções de Cabotegravir e a toma diária de comprimidos de Truvada são ambos altamente eficazes, mas algumas mulheres podem considerar mais fácil usar o regime de longa duração.
As injeções de cabotegravir de ação prolongada, para a prevenção do VIH, em mulheres cisgénero, administradas por profissional de saúde a cada dois meses foram mais eficazes do que as injeções de Truvada Cabotegravir uma vez ao dia e os comprimidos de toma diária de Truvada (que são altamente eficazes), mas algumas mulheres podem achar mais fácil usar o regime de ação prolongada. de acordo com os resultados do estudo apresentados esta semana na conferência virtual HIV Research for Prevention (HIVR4P).
Estudos realizados com o comprimido de toma diária Truvada em homens que têm sexo com homens e mulheres transgénero demonstrou que o Truvada era 99% eficaz nos homens gay e bi, mas nas mulheres cisgénero os níveis de proteção foram mais baixos, devido potencialmente ao uso inconsistente.
Estudo realizado na Africa do Sul, envolveu 3.224 mulheres cisgénero sexualmente ativas em risco de contrair o VIH, que receberam injeções bimensais de Cabotegravir ou comprimidos diários de Truvada. O estudo parou em Novembro de 2020, apesar de estar programado para mais 3 anos, porque foi demonstrada a maior eficácia das injeções de cabotegravir em relação à toma diária dos comprimidos.
Estes resultados foram consistentes com o estudo HPTN 083, que envolveu 4.490 mulheres cisgénero e mulheres transexuais de 6 países.
A injeção é bem tolerada, com algumas reações no local da injeção como dor, vermelhidão, inchaço. Também se observou aumento de peso. E é segura, mulheres que engravidaram nestes estudos não reportaram qualquer anomalia.
O injetável de longa duração tem a vantagem de ser discreto, com uma toma a cada 8 semanas, que pode ser sincronizada com outros injetáveis de planeamento familiar e que não exige o envolvimento do parceiro.
Fonte conferência HIV r4P.
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A OMS (Organização Mundial de Saúde) recomendou, recentemente, a oferta do anel vaginal dapivirina (DPV-VR) como forma adicional de prevenção, para mulheres em risco substancial de infeção por VIH tipo 1, como parte de uma abordagem de prevenção combinada.
É utilizado em combinação com práticas sexuais seguras (como o uso do preservativo) por mulheres com 18 anos ou mais, quando a profilaxia pré-exposição (PrEP) por via oral não pode ser usada. De acordo com a EMA (Agência Europeia do Medicamento) é para uso fora da EU.
As mulheres têm, assim, mais uma forma de prevenção do VIH tipo 1. O DPV-VR é a primeira opção de longa duração que a mulher pode controlar ela própria e usar discretamente para reduzir o risco de contrair o VIH durante o sexo vaginal. Feito de silicone flexível, de fácil inserção, o anel liberta lentamente o antirretroviral dapivirina na vagina. O anel deve ser usado, no interior da vagina, por 28 dias e depois desse período deve ser colocado um novo anel.
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Na conferência de imprensa da conferência HIV R4P, sobre pesquisa e prevenção em VIH, apresentou-se a prevenção mediada por anticorpos (AMP), a PrEP (profilaxia pré-exposição) injetável de longa duração, o comprimido PrEP mensal e as tendências da toma oral diária da PrEP.
Juntas representam o futuro da prevenção do VIH com mais opções.
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A aprovação, por parte da Comissão Europeia, do injetável de longa duração para o tratamento do VIH pode transformar a vida das pessoas a viver com o VIH.
A autorização significa que, pela primeira vez, as pessoas que vivem com VIH na Europa vão ter a opção de tratamento através de um injetável de longa duração em lugar dos comprimidos diários.
Este injetável destina-se a pessoas adultas que se encontrem virologicamente suprimidas (carga viral indetetável) e num regime antirretroviral estável sem evidência de resistências a inibidores da transcriptase reversa não-nucleósidos ou inibidores da integrase.
As injeções de cabotegravir e rilpivirina serão administradas de forma intramuscular nas nádegas por professional de saúde. Mas previamente à iniciação das injeções é necessário a toma de comprimidos, de cabotegravir e rilpivirina, durante pelo menos 28 dias para avaliar a tolerabilidade dos medicamentos.
Após a fase de iniciação oral para avaliar a tolerabilidade dos medicamentos, as injeções de cabotegravir e rilpivirina podem reduzir o número de dias de tratamento por ano de 365 para 12 para o regime de injetável uma vez por mês, ou seis para o regime de dosagem uma vez a cada dois meses, representando uma mudança de paradigma na forma de tratar e gerir a doença. O regime de ação prolongada de cabotegravir e rilpivirina foi tão eficaz quanto o tratamento com comprimidos diários na manutenção da supressão viral, é geralmente bem tolerado e pode mudar a experiência do tratamento para algumas pessoas que vivem com VIH que podem ter desafios diários com as terapias de VIH.
O injetável, na Europa, tem o nome de Vocabria.
Encontre o artigo na Agência Europeia do Medicamento aqui.
Encontre o artigo aqui.
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É a vacina da Pfizer contra o COVID-19 segura para as pessoas com VIH? SIM.
É igualmente eficaz? Não se sabe ainda.
A Pfizer não refere se a vacina é eficaz. Isto porque apesar das 120 pessoas com VIH que participaram na fase 2 e 3 do estudo, a Pfizer não apresenta resultados separados para estas referindo que a amostra é muito pequena.
Por outro lado, nos Estados Unidos, a Emergency Use Authorization contem um aviso que “as pessoas imunocomprometidas, incluindo as pessoas a receber terapia imunossupressora, podem ter uma resposta imunitária diminuída à vacina contra o COVID-19 da Pfizer-BioNTech”
Fonte aqui.
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Perante a especulação:
– Estão as pessoas que vivem com VIH protegidas pelos antirretrovirais (ARV)?
- Estudo realizado nos EUA, em 36 instituições, observou não existir associação entre ARVs ou ausência de supressão viral e consequências de infeção por COVID-19. (Dandachi, Clinic Infect Dis. 2020)
- Estudo em Espanha, envolvendo 77.590 pessoas que vivem com VIH (PVV), analisou a incidência e gravidade do COVID em PVV. O risco de diagnóstico por COVID-19 e hospitalização era maior entre os homens e as pessoas com mais de 70 anos (3.7 por 10.000 em PVV comparativamente com 2.1 por 10.000 na população em geral). Este estudo observou também que nenhuma pessoa em Tenofovir/ emtricitabina foi admitida nos cuidados intensivos ou morreu. Mas mais estudos são necessários. (Del Amo, Ann Intern Med. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32589451/)
- O maior estudo foi realizado na África do Sul envolvendo cerca de 3 milhões de pessoas (3.978 PVV com COVID-19). A morte por COVID-19 estava associada ao sexo masculino, idade avançada, diabetes, hipertensão e doença renal crónica. E observou que o rácio de mortalidade por COVID-19 nas pessoas com VIH vs sem VIH foi de 2.39. (Boulle, CID. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32860699/)
- Estudo realizado nos EUA entre os veteranos (VACS) observou não existir maior suscetibilidade ao COVID-19 ou incidência de gravidade de doença entre as PVV infetadas. (Park, AIDS2020, abstract LBPEC23, 2020)
- PVV participaram na pesquisa da vacina, mas não sabemos o número.
- Em estudos maiores, as PVV com estabilidade nos ARV, apresentam resultados semelhantes às pessoas sem VIH, mas os dados sobre mortalidade não são consistentes.
- Uma baixa contagem de CD4 pode piorar os resultados.
- Sobre a mortalidade por COVID-19 entre PVV ver o artigo publicado aqui.
Baseado em artigo do Dr. Paul E. Sax, Director Clínico do Brigham and Women’s Hospital e Professor de Medicina de Harvard Medical School
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O GAT, Grupo de Ativistas em Tratamentos e a Seres (con) viver com o VIH, duas organizações de doentes VIH, apresentam vários estudos que apontam para uma maior mortalidade das pessoas com o VIH face ao COVID-19 aos responsáveis pelo plano de vacinação e autoridades em VIH.
Alguns estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade pela COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH. Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA que não conseguiram encontrar provas de que o VIH é um fator de risco para a COVID-19:
aidsonline, aids2020, tandfonline
Anteriormente, um grande estudo na África do Sul observou também um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação em Portugal.
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Estamos perante um estudo, o primeiro a demonstrar o conceito da utilização de AMP para prevenir a aquisição da infeção. O VCR01 (anticorpo neutralizante de largo espectro) está a ser estudado para o tratamento, prevenção e cura.
“AMP, do inglês “Antibody Mediated Prevention”, significa Prevenção Mediada por Anticorpos. Este conceito consiste na proteção da infeção pelo VIH através da administração de anticorpos contra o vírus. Estes anticorpos são também conhecidos como anticorpos monoclonais, o que significa que foram sintetizados em laboratório, ao invés de serem naturalmente produzidos pelo organismo humano. Os estudos AMP investigaram a eficácia de um anticorpo denominado VRC01, administrado por perfusão intravenosa (IV), na prevenção da infeção pelo VIH”.
O VCR01 teve pouco efeito na maioria das estripes do VIH, (teve efeito em 30%) mas nos casos em que era eficaz, os casos caíram 75%. O que sugere a combinação de múltiplos anticorpos.
Estudos clínicos de combinações de anticorpos neutralizantes de largo espetro que podem prevenir o VIH por 4 a 6 meses estão já a ser realizados.
Realizaram-se 2 estudos, o primeiro estudo (HVTN 703/HPTN 081) incluiu 1,924 mulheres cisgénero da África subsariana, onde o subtipo C é o mais preponderante. O Segundo estudo (HVTN 704/HPTN 085) incluiu 2,699 HSH, homens bissexuais e adultos transgéneros da América do SUL, Suiça e EUA, onde o subtipo B é mais comum.
Os estudos avaliaram o VCR01, um anticorpo neutralizante de largo espectro oriundo de sangue doado por uma pessoa a viver com VIH (tal como a coleta de plasma de pessoas que recuperaram do COVID-19). Pois as pessoas que foram expostas a um vírus específico desenvolvem anticorpos para o controlarem. Cientistas podem modificar e multiplicar estes anticorpos e usá-los para prevenir ou tratar a infeção em outras pessoas.
Poderá ser possível a administração de anticorpos através de injeção subcutânea ou intramuscular em lugar de intravenosa.
Fonte: HIVR4P
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Atualmente a profilaxia pré-exposição (PrEP) consiste na toma diária de um comprimido, o Truvada. Já aqui falámos de uma nova forma de PrEP, injetável. E agora vamos referir a toma mensal de Islatravir –um fármaco experimental pertencente a uma nova família de antirretrovirais– que alcança os niveís apropriados para prevenir o VIH durante um mês graças à sua ação prolongada. Este estudo foi apresentado na conferência HIVR4P.
O Islatravir ainda em pesquisa, é um medicamento bem tolerado que traz uma redução na quantidade medicamentosa e mais conforto.
Com um mecanismo de ação singular, o primeiro inibidor da translocação transcriptase reversa nucleosideo está a ser estudado para prevenção e para tratamento.
Em novembro passado foi lançada a fase III do estudo IMPOWER 22 que avalia a eficácia e segurança do isaltravir, como PrEP em mulheres cisgénero e jovens adolescentes em elevado risco de contrair o VIH na África subsariana. Cerca de 4.500 participantes vão receber o comprimido de toma oral e mensal ou o comprimido de toma diária Truvada.
Outro estudo planeado, IMPOWER-024, inclui homens cisgénero e mulheres transgénero que têm sexo com homens de vários países. Irão receber o islatravir de toma mensal ou o Truvada de toma diária.
Existe ainda uma formulação em implante do islatravir que está a ser estudada para PrEP. Um implante semelhante aos implantes de longa duração utilizados na contracepção. Um estudo anterior com voluntários VIH-negativos mostrou que o implante proporcionou concentrações protetoras do medicamento por mais de um ano.
No que concerne o tratamento a combinação da toma diária do isaltravir mais doravirina demonstrou uma boa eficácia na fase IIb do estudo. Após 96 semanas 90% das pessoas tratadas apresentavam uma carga viral indetetável. Mas existem planos para avaliar o islatravir mais o experimental MK-807 como um regime de tratamento semanal.
Fonte: HIVR4P
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Injeções de Cabotegravir e a toma diária de comprimidos de Truvada são ambos altamente eficazes, mas algumas mulheres podem considerar mais fácil usar o regime de longa duração.
As injeções de cabotegravir de ação prolongada, para a prevenção do VIH, em mulheres cisgénero, administradas por profissional de saúde a cada dois meses foram mais eficazes do que as injeções de Truvada Cabotegravir uma vez ao dia e os comprimidos de toma diária de Truvada (que são altamente eficazes), mas algumas mulheres podem achar mais fácil usar o regime de ação prolongada. de acordo com os resultados do estudo apresentados esta semana na conferência virtual HIV Research for Prevention (HIVR4P).
Estudos realizados com o comprimido de toma diária Truvada em homens que têm sexo com homens e mulheres transgénero demonstrou que o Truvada era 99% eficaz nos homens gay e bi, mas nas mulheres cisgénero os níveis de proteção foram mais baixos, devido potencialmente ao uso inconsistente.
Estudo realizado na Africa do Sul, envolveu 3.224 mulheres cisgénero sexualmente ativas em risco de contrair o VIH, que receberam injeções bimensais de Cabotegravir ou comprimidos diários de Truvada. O estudo parou em Novembro de 2020, apesar de estar programado para mais 3 anos, porque foi demonstrada a maior eficácia das injeções de cabotegravir em relação à toma diária dos comprimidos.
Estes resultados foram consistentes com o estudo HPTN 083, que envolveu 4.490 mulheres cisgénero e mulheres transexuais de 6 países.
A injeção é bem tolerada, com algumas reações no local da injeção como dor, vermelhidão, inchaço. Também se observou aumento de peso. E é segura, mulheres que engravidaram nestes estudos não reportaram qualquer anomalia.
O injetável de longa duração tem a vantagem de ser discreto, com uma toma a cada 8 semanas, que pode ser sincronizada com outros injetáveis de planeamento familiar e que não exige o envolvimento do parceiro.
Fonte conferência HIV r4P.
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A OMS (Organização Mundial de Saúde) recomendou, recentemente, a oferta do anel vaginal dapivirina (DPV-VR) como forma adicional de prevenção, para mulheres em risco substancial de infeção por VIH tipo 1, como parte de uma abordagem de prevenção combinada.
É utilizado em combinação com práticas sexuais seguras (como o uso do preservativo) por mulheres com 18 anos ou mais, quando a profilaxia pré-exposição (PrEP) por via oral não pode ser usada. De acordo com a EMA (Agência Europeia do Medicamento) é para uso fora da EU.
As mulheres têm, assim, mais uma forma de prevenção do VIH tipo 1. O DPV-VR é a primeira opção de longa duração que a mulher pode controlar ela própria e usar discretamente para reduzir o risco de contrair o VIH durante o sexo vaginal. Feito de silicone flexível, de fácil inserção, o anel liberta lentamente o antirretroviral dapivirina na vagina. O anel deve ser usado, no interior da vagina, por 28 dias e depois desse período deve ser colocado um novo anel.
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Na conferência de imprensa da conferência HIV R4P, sobre pesquisa e prevenção em VIH, apresentou-se a prevenção mediada por anticorpos (AMP), a PrEP (profilaxia pré-exposição) injetável de longa duração, o comprimido PrEP mensal e as tendências da toma oral diária da PrEP.
Juntas representam o futuro da prevenção do VIH com mais opções.
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A aprovação, por parte da Comissão Europeia, do injetável de longa duração para o tratamento do VIH pode transformar a vida das pessoas a viver com o VIH.
A autorização significa que, pela primeira vez, as pessoas que vivem com VIH na Europa vão ter a opção de tratamento através de um injetável de longa duração em lugar dos comprimidos diários.
Este injetável destina-se a pessoas adultas que se encontrem virologicamente suprimidas (carga viral indetetável) e num regime antirretroviral estável sem evidência de resistências a inibidores da transcriptase reversa não-nucleósidos ou inibidores da integrase.
As injeções de cabotegravir e rilpivirina serão administradas de forma intramuscular nas nádegas por professional de saúde. Mas previamente à iniciação das injeções é necessário a toma de comprimidos, de cabotegravir e rilpivirina, durante pelo menos 28 dias para avaliar a tolerabilidade dos medicamentos.
Após a fase de iniciação oral para avaliar a tolerabilidade dos medicamentos, as injeções de cabotegravir e rilpivirina podem reduzir o número de dias de tratamento por ano de 365 para 12 para o regime de injetável uma vez por mês, ou seis para o regime de dosagem uma vez a cada dois meses, representando uma mudança de paradigma na forma de tratar e gerir a doença. O regime de ação prolongada de cabotegravir e rilpivirina foi tão eficaz quanto o tratamento com comprimidos diários na manutenção da supressão viral, é geralmente bem tolerado e pode mudar a experiência do tratamento para algumas pessoas que vivem com VIH que podem ter desafios diários com as terapias de VIH.
O injetável, na Europa, tem o nome de Vocabria.
Encontre o artigo na Agência Europeia do Medicamento aqui.
Encontre o artigo aqui.
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É a vacina da Pfizer contra o COVID-19 segura para as pessoas com VIH? SIM.
É igualmente eficaz? Não se sabe ainda.
A Pfizer não refere se a vacina é eficaz. Isto porque apesar das 120 pessoas com VIH que participaram na fase 2 e 3 do estudo, a Pfizer não apresenta resultados separados para estas referindo que a amostra é muito pequena.
Por outro lado, nos Estados Unidos, a Emergency Use Authorization contem um aviso que “as pessoas imunocomprometidas, incluindo as pessoas a receber terapia imunossupressora, podem ter uma resposta imunitária diminuída à vacina contra o COVID-19 da Pfizer-BioNTech”
Fonte aqui.
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Perante a especulação:
– Estão as pessoas que vivem com VIH protegidas pelos antirretrovirais (ARV)?
- Estudo realizado nos EUA, em 36 instituições, observou não existir associação entre ARVs ou ausência de supressão viral e consequências de infeção por COVID-19. (Dandachi, Clinic Infect Dis. 2020)
- Estudo em Espanha, envolvendo 77.590 pessoas que vivem com VIH (PVV), analisou a incidência e gravidade do COVID em PVV. O risco de diagnóstico por COVID-19 e hospitalização era maior entre os homens e as pessoas com mais de 70 anos (3.7 por 10.000 em PVV comparativamente com 2.1 por 10.000 na população em geral). Este estudo observou também que nenhuma pessoa em Tenofovir/ emtricitabina foi admitida nos cuidados intensivos ou morreu. Mas mais estudos são necessários. (Del Amo, Ann Intern Med. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32589451/)
- O maior estudo foi realizado na África do Sul envolvendo cerca de 3 milhões de pessoas (3.978 PVV com COVID-19). A morte por COVID-19 estava associada ao sexo masculino, idade avançada, diabetes, hipertensão e doença renal crónica. E observou que o rácio de mortalidade por COVID-19 nas pessoas com VIH vs sem VIH foi de 2.39. (Boulle, CID. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32860699/)
- Estudo realizado nos EUA entre os veteranos (VACS) observou não existir maior suscetibilidade ao COVID-19 ou incidência de gravidade de doença entre as PVV infetadas. (Park, AIDS2020, abstract LBPEC23, 2020)
- PVV participaram na pesquisa da vacina, mas não sabemos o número.
- Em estudos maiores, as PVV com estabilidade nos ARV, apresentam resultados semelhantes às pessoas sem VIH, mas os dados sobre mortalidade não são consistentes.
- Uma baixa contagem de CD4 pode piorar os resultados.
- Sobre a mortalidade por COVID-19 entre PVV ver o artigo publicado aqui.
Baseado em artigo do Dr. Paul E. Sax, Director Clínico do Brigham and Women’s Hospital e Professor de Medicina de Harvard Medical School
-
O GAT, Grupo de Ativistas em Tratamentos e a Seres (con) viver com o VIH, duas organizações de doentes VIH, apresentam vários estudos que apontam para uma maior mortalidade das pessoas com o VIH face ao COVID-19 aos responsáveis pelo plano de vacinação e autoridades em VIH.
Alguns estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade pela COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH. Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA que não conseguiram encontrar provas de que o VIH é um fator de risco para a COVID-19:
aidsonline, aids2020, tandfonline
Anteriormente, um grande estudo na África do Sul observou também um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação em Portugal.
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Estamos perante um estudo, o primeiro a demonstrar o conceito da utilização de AMP para prevenir a aquisição da infeção. O VCR01 (anticorpo neutralizante de largo espectro) está a ser estudado para o tratamento, prevenção e cura.
“AMP, do inglês “Antibody Mediated Prevention”, significa Prevenção Mediada por Anticorpos. Este conceito consiste na proteção da infeção pelo VIH através da administração de anticorpos contra o vírus. Estes anticorpos são também conhecidos como anticorpos monoclonais, o que significa que foram sintetizados em laboratório, ao invés de serem naturalmente produzidos pelo organismo humano. Os estudos AMP investigaram a eficácia de um anticorpo denominado VRC01, administrado por perfusão intravenosa (IV), na prevenção da infeção pelo VIH”.
O VCR01 teve pouco efeito na maioria das estripes do VIH, (teve efeito em 30%) mas nos casos em que era eficaz, os casos caíram 75%. O que sugere a combinação de múltiplos anticorpos.
Estudos clínicos de combinações de anticorpos neutralizantes de largo espetro que podem prevenir o VIH por 4 a 6 meses estão já a ser realizados.
Realizaram-se 2 estudos, o primeiro estudo (HVTN 703/HPTN 081) incluiu 1,924 mulheres cisgénero da África subsariana, onde o subtipo C é o mais preponderante. O Segundo estudo (HVTN 704/HPTN 085) incluiu 2,699 HSH, homens bissexuais e adultos transgéneros da América do SUL, Suiça e EUA, onde o subtipo B é mais comum.
Os estudos avaliaram o VCR01, um anticorpo neutralizante de largo espectro oriundo de sangue doado por uma pessoa a viver com VIH (tal como a coleta de plasma de pessoas que recuperaram do COVID-19). Pois as pessoas que foram expostas a um vírus específico desenvolvem anticorpos para o controlarem. Cientistas podem modificar e multiplicar estes anticorpos e usá-los para prevenir ou tratar a infeção em outras pessoas.
Poderá ser possível a administração de anticorpos através de injeção subcutânea ou intramuscular em lugar de intravenosa.
Fonte: HIVR4P
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Atualmente a profilaxia pré-exposição (PrEP) consiste na toma diária de um comprimido, o Truvada. Já aqui falámos de uma nova forma de PrEP, injetável. E agora vamos referir a toma mensal de Islatravir –um fármaco experimental pertencente a uma nova família de antirretrovirais– que alcança os niveís apropriados para prevenir o VIH durante um mês graças à sua ação prolongada. Este estudo foi apresentado na conferência HIVR4P.
O Islatravir ainda em pesquisa, é um medicamento bem tolerado que traz uma redução na quantidade medicamentosa e mais conforto.
Com um mecanismo de ação singular, o primeiro inibidor da translocação transcriptase reversa nucleosideo está a ser estudado para prevenção e para tratamento.
Em novembro passado foi lançada a fase III do estudo IMPOWER 22 que avalia a eficácia e segurança do isaltravir, como PrEP em mulheres cisgénero e jovens adolescentes em elevado risco de contrair o VIH na África subsariana. Cerca de 4.500 participantes vão receber o comprimido de toma oral e mensal ou o comprimido de toma diária Truvada.
Outro estudo planeado, IMPOWER-024, inclui homens cisgénero e mulheres transgénero que têm sexo com homens de vários países. Irão receber o islatravir de toma mensal ou o Truvada de toma diária.
Existe ainda uma formulação em implante do islatravir que está a ser estudada para PrEP. Um implante semelhante aos implantes de longa duração utilizados na contracepção. Um estudo anterior com voluntários VIH-negativos mostrou que o implante proporcionou concentrações protetoras do medicamento por mais de um ano.
No que concerne o tratamento a combinação da toma diária do isaltravir mais doravirina demonstrou uma boa eficácia na fase IIb do estudo. Após 96 semanas 90% das pessoas tratadas apresentavam uma carga viral indetetável. Mas existem planos para avaliar o islatravir mais o experimental MK-807 como um regime de tratamento semanal.
Fonte: HIVR4P
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Injeções de Cabotegravir e a toma diária de comprimidos de Truvada são ambos altamente eficazes, mas algumas mulheres podem considerar mais fácil usar o regime de longa duração.
As injeções de cabotegravir de ação prolongada, para a prevenção do VIH, em mulheres cisgénero, administradas por profissional de saúde a cada dois meses foram mais eficazes do que as injeções de Truvada Cabotegravir uma vez ao dia e os comprimidos de toma diária de Truvada (que são altamente eficazes), mas algumas mulheres podem achar mais fácil usar o regime de ação prolongada. de acordo com os resultados do estudo apresentados esta semana na conferência virtual HIV Research for Prevention (HIVR4P).
Estudos realizados com o comprimido de toma diária Truvada em homens que têm sexo com homens e mulheres transgénero demonstrou que o Truvada era 99% eficaz nos homens gay e bi, mas nas mulheres cisgénero os níveis de proteção foram mais baixos, devido potencialmente ao uso inconsistente.
Estudo realizado na Africa do Sul, envolveu 3.224 mulheres cisgénero sexualmente ativas em risco de contrair o VIH, que receberam injeções bimensais de Cabotegravir ou comprimidos diários de Truvada. O estudo parou em Novembro de 2020, apesar de estar programado para mais 3 anos, porque foi demonstrada a maior eficácia das injeções de cabotegravir em relação à toma diária dos comprimidos.
Estes resultados foram consistentes com o estudo HPTN 083, que envolveu 4.490 mulheres cisgénero e mulheres transexuais de 6 países.
A injeção é bem tolerada, com algumas reações no local da injeção como dor, vermelhidão, inchaço. Também se observou aumento de peso. E é segura, mulheres que engravidaram nestes estudos não reportaram qualquer anomalia.
O injetável de longa duração tem a vantagem de ser discreto, com uma toma a cada 8 semanas, que pode ser sincronizada com outros injetáveis de planeamento familiar e que não exige o envolvimento do parceiro.
Fonte conferência HIV r4P.
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A OMS (Organização Mundial de Saúde) recomendou, recentemente, a oferta do anel vaginal dapivirina (DPV-VR) como forma adicional de prevenção, para mulheres em risco substancial de infeção por VIH tipo 1, como parte de uma abordagem de prevenção combinada.
É utilizado em combinação com práticas sexuais seguras (como o uso do preservativo) por mulheres com 18 anos ou mais, quando a profilaxia pré-exposição (PrEP) por via oral não pode ser usada. De acordo com a EMA (Agência Europeia do Medicamento) é para uso fora da EU.
As mulheres têm, assim, mais uma forma de prevenção do VIH tipo 1. O DPV-VR é a primeira opção de longa duração que a mulher pode controlar ela própria e usar discretamente para reduzir o risco de contrair o VIH durante o sexo vaginal. Feito de silicone flexível, de fácil inserção, o anel liberta lentamente o antirretroviral dapivirina na vagina. O anel deve ser usado, no interior da vagina, por 28 dias e depois desse período deve ser colocado um novo anel.
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Na conferência de imprensa da conferência HIV R4P, sobre pesquisa e prevenção em VIH, apresentou-se a prevenção mediada por anticorpos (AMP), a PrEP (profilaxia pré-exposição) injetável de longa duração, o comprimido PrEP mensal e as tendências da toma oral diária da PrEP.
Juntas representam o futuro da prevenção do VIH com mais opções.
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A aprovação, por parte da Comissão Europeia, do injetável de longa duração para o tratamento do VIH pode transformar a vida das pessoas a viver com o VIH.
A autorização significa que, pela primeira vez, as pessoas que vivem com VIH na Europa vão ter a opção de tratamento através de um injetável de longa duração em lugar dos comprimidos diários.
Este injetável destina-se a pessoas adultas que se encontrem virologicamente suprimidas (carga viral indetetável) e num regime antirretroviral estável sem evidência de resistências a inibidores da transcriptase reversa não-nucleósidos ou inibidores da integrase.
As injeções de cabotegravir e rilpivirina serão administradas de forma intramuscular nas nádegas por professional de saúde. Mas previamente à iniciação das injeções é necessário a toma de comprimidos, de cabotegravir e rilpivirina, durante pelo menos 28 dias para avaliar a tolerabilidade dos medicamentos.
Após a fase de iniciação oral para avaliar a tolerabilidade dos medicamentos, as injeções de cabotegravir e rilpivirina podem reduzir o número de dias de tratamento por ano de 365 para 12 para o regime de injetável uma vez por mês, ou seis para o regime de dosagem uma vez a cada dois meses, representando uma mudança de paradigma na forma de tratar e gerir a doença. O regime de ação prolongada de cabotegravir e rilpivirina foi tão eficaz quanto o tratamento com comprimidos diários na manutenção da supressão viral, é geralmente bem tolerado e pode mudar a experiência do tratamento para algumas pessoas que vivem com VIH que podem ter desafios diários com as terapias de VIH.
O injetável, na Europa, tem o nome de Vocabria.
Encontre o artigo na Agência Europeia do Medicamento aqui.
Encontre o artigo aqui.
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É a vacina da Pfizer contra o COVID-19 segura para as pessoas com VIH? SIM.
É igualmente eficaz? Não se sabe ainda.
A Pfizer não refere se a vacina é eficaz. Isto porque apesar das 120 pessoas com VIH que participaram na fase 2 e 3 do estudo, a Pfizer não apresenta resultados separados para estas referindo que a amostra é muito pequena.
Por outro lado, nos Estados Unidos, a Emergency Use Authorization contem um aviso que “as pessoas imunocomprometidas, incluindo as pessoas a receber terapia imunossupressora, podem ter uma resposta imunitária diminuída à vacina contra o COVID-19 da Pfizer-BioNTech”
Fonte aqui.
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Perante a especulação:
– Estão as pessoas que vivem com VIH protegidas pelos antirretrovirais (ARV)?
- Estudo realizado nos EUA, em 36 instituições, observou não existir associação entre ARVs ou ausência de supressão viral e consequências de infeção por COVID-19. (Dandachi, Clinic Infect Dis. 2020)
- Estudo em Espanha, envolvendo 77.590 pessoas que vivem com VIH (PVV), analisou a incidência e gravidade do COVID em PVV. O risco de diagnóstico por COVID-19 e hospitalização era maior entre os homens e as pessoas com mais de 70 anos (3.7 por 10.000 em PVV comparativamente com 2.1 por 10.000 na população em geral). Este estudo observou também que nenhuma pessoa em Tenofovir/ emtricitabina foi admitida nos cuidados intensivos ou morreu. Mas mais estudos são necessários. (Del Amo, Ann Intern Med. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32589451/)
- O maior estudo foi realizado na África do Sul envolvendo cerca de 3 milhões de pessoas (3.978 PVV com COVID-19). A morte por COVID-19 estava associada ao sexo masculino, idade avançada, diabetes, hipertensão e doença renal crónica. E observou que o rácio de mortalidade por COVID-19 nas pessoas com VIH vs sem VIH foi de 2.39. (Boulle, CID. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32860699/)
- Estudo realizado nos EUA entre os veteranos (VACS) observou não existir maior suscetibilidade ao COVID-19 ou incidência de gravidade de doença entre as PVV infetadas. (Park, AIDS2020, abstract LBPEC23, 2020)
- PVV participaram na pesquisa da vacina, mas não sabemos o número.
- Em estudos maiores, as PVV com estabilidade nos ARV, apresentam resultados semelhantes às pessoas sem VIH, mas os dados sobre mortalidade não são consistentes.
- Uma baixa contagem de CD4 pode piorar os resultados.
- Sobre a mortalidade por COVID-19 entre PVV ver o artigo publicado aqui.
Baseado em artigo do Dr. Paul E. Sax, Director Clínico do Brigham and Women’s Hospital e Professor de Medicina de Harvard Medical School
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O GAT, Grupo de Ativistas em Tratamentos e a Seres (con) viver com o VIH, duas organizações de doentes VIH, apresentam vários estudos que apontam para uma maior mortalidade das pessoas com o VIH face ao COVID-19 aos responsáveis pelo plano de vacinação e autoridades em VIH.
Alguns estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade pela COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH. Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA que não conseguiram encontrar provas de que o VIH é um fator de risco para a COVID-19:
aidsonline, aids2020, tandfonline
Anteriormente, um grande estudo na África do Sul observou também um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação em Portugal.
-
Estamos perante um estudo, o primeiro a demonstrar o conceito da utilização de AMP para prevenir a aquisição da infeção. O VCR01 (anticorpo neutralizante de largo espectro) está a ser estudado para o tratamento, prevenção e cura.
“AMP, do inglês “Antibody Mediated Prevention”, significa Prevenção Mediada por Anticorpos. Este conceito consiste na proteção da infeção pelo VIH através da administração de anticorpos contra o vírus. Estes anticorpos são também conhecidos como anticorpos monoclonais, o que significa que foram sintetizados em laboratório, ao invés de serem naturalmente produzidos pelo organismo humano. Os estudos AMP investigaram a eficácia de um anticorpo denominado VRC01, administrado por perfusão intravenosa (IV), na prevenção da infeção pelo VIH”.
O VCR01 teve pouco efeito na maioria das estripes do VIH, (teve efeito em 30%) mas nos casos em que era eficaz, os casos caíram 75%. O que sugere a combinação de múltiplos anticorpos.
Estudos clínicos de combinações de anticorpos neutralizantes de largo espetro que podem prevenir o VIH por 4 a 6 meses estão já a ser realizados.
Realizaram-se 2 estudos, o primeiro estudo (HVTN 703/HPTN 081) incluiu 1,924 mulheres cisgénero da África subsariana, onde o subtipo C é o mais preponderante. O Segundo estudo (HVTN 704/HPTN 085) incluiu 2,699 HSH, homens bissexuais e adultos transgéneros da América do SUL, Suiça e EUA, onde o subtipo B é mais comum.
Os estudos avaliaram o VCR01, um anticorpo neutralizante de largo espectro oriundo de sangue doado por uma pessoa a viver com VIH (tal como a coleta de plasma de pessoas que recuperaram do COVID-19). Pois as pessoas que foram expostas a um vírus específico desenvolvem anticorpos para o controlarem. Cientistas podem modificar e multiplicar estes anticorpos e usá-los para prevenir ou tratar a infeção em outras pessoas.
Poderá ser possível a administração de anticorpos através de injeção subcutânea ou intramuscular em lugar de intravenosa.
Fonte: HIVR4P
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Atualmente a profilaxia pré-exposição (PrEP) consiste na toma diária de um comprimido, o Truvada. Já aqui falámos de uma nova forma de PrEP, injetável. E agora vamos referir a toma mensal de Islatravir –um fármaco experimental pertencente a uma nova família de antirretrovirais– que alcança os niveís apropriados para prevenir o VIH durante um mês graças à sua ação prolongada. Este estudo foi apresentado na conferência HIVR4P.
O Islatravir ainda em pesquisa, é um medicamento bem tolerado que traz uma redução na quantidade medicamentosa e mais conforto.
Com um mecanismo de ação singular, o primeiro inibidor da translocação transcriptase reversa nucleosideo está a ser estudado para prevenção e para tratamento.
Em novembro passado foi lançada a fase III do estudo IMPOWER 22 que avalia a eficácia e segurança do isaltravir, como PrEP em mulheres cisgénero e jovens adolescentes em elevado risco de contrair o VIH na África subsariana. Cerca de 4.500 participantes vão receber o comprimido de toma oral e mensal ou o comprimido de toma diária Truvada.
Outro estudo planeado, IMPOWER-024, inclui homens cisgénero e mulheres transgénero que têm sexo com homens de vários países. Irão receber o islatravir de toma mensal ou o Truvada de toma diária.
Existe ainda uma formulação em implante do islatravir que está a ser estudada para PrEP. Um implante semelhante aos implantes de longa duração utilizados na contracepção. Um estudo anterior com voluntários VIH-negativos mostrou que o implante proporcionou concentrações protetoras do medicamento por mais de um ano.
No que concerne o tratamento a combinação da toma diária do isaltravir mais doravirina demonstrou uma boa eficácia na fase IIb do estudo. Após 96 semanas 90% das pessoas tratadas apresentavam uma carga viral indetetável. Mas existem planos para avaliar o islatravir mais o experimental MK-807 como um regime de tratamento semanal.
Fonte: HIVR4P
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Injeções de Cabotegravir e a toma diária de comprimidos de Truvada são ambos altamente eficazes, mas algumas mulheres podem considerar mais fácil usar o regime de longa duração.
As injeções de cabotegravir de ação prolongada, para a prevenção do VIH, em mulheres cisgénero, administradas por profissional de saúde a cada dois meses foram mais eficazes do que as injeções de Truvada Cabotegravir uma vez ao dia e os comprimidos de toma diária de Truvada (que são altamente eficazes), mas algumas mulheres podem achar mais fácil usar o regime de ação prolongada. de acordo com os resultados do estudo apresentados esta semana na conferência virtual HIV Research for Prevention (HIVR4P).
Estudos realizados com o comprimido de toma diária Truvada em homens que têm sexo com homens e mulheres transgénero demonstrou que o Truvada era 99% eficaz nos homens gay e bi, mas nas mulheres cisgénero os níveis de proteção foram mais baixos, devido potencialmente ao uso inconsistente.
Estudo realizado na Africa do Sul, envolveu 3.224 mulheres cisgénero sexualmente ativas em risco de contrair o VIH, que receberam injeções bimensais de Cabotegravir ou comprimidos diários de Truvada. O estudo parou em Novembro de 2020, apesar de estar programado para mais 3 anos, porque foi demonstrada a maior eficácia das injeções de cabotegravir em relação à toma diária dos comprimidos.
Estes resultados foram consistentes com o estudo HPTN 083, que envolveu 4.490 mulheres cisgénero e mulheres transexuais de 6 países.
A injeção é bem tolerada, com algumas reações no local da injeção como dor, vermelhidão, inchaço. Também se observou aumento de peso. E é segura, mulheres que engravidaram nestes estudos não reportaram qualquer anomalia.
O injetável de longa duração tem a vantagem de ser discreto, com uma toma a cada 8 semanas, que pode ser sincronizada com outros injetáveis de planeamento familiar e que não exige o envolvimento do parceiro.
Fonte conferência HIV r4P.
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A OMS (Organização Mundial de Saúde) recomendou, recentemente, a oferta do anel vaginal dapivirina (DPV-VR) como forma adicional de prevenção, para mulheres em risco substancial de infeção por VIH tipo 1, como parte de uma abordagem de prevenção combinada.
É utilizado em combinação com práticas sexuais seguras (como o uso do preservativo) por mulheres com 18 anos ou mais, quando a profilaxia pré-exposição (PrEP) por via oral não pode ser usada. De acordo com a EMA (Agência Europeia do Medicamento) é para uso fora da EU.
As mulheres têm, assim, mais uma forma de prevenção do VIH tipo 1. O DPV-VR é a primeira opção de longa duração que a mulher pode controlar ela própria e usar discretamente para reduzir o risco de contrair o VIH durante o sexo vaginal. Feito de silicone flexível, de fácil inserção, o anel liberta lentamente o antirretroviral dapivirina na vagina. O anel deve ser usado, no interior da vagina, por 28 dias e depois desse período deve ser colocado um novo anel.
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Na conferência de imprensa da conferência HIV R4P, sobre pesquisa e prevenção em VIH, apresentou-se a prevenção mediada por anticorpos (AMP), a PrEP (profilaxia pré-exposição) injetável de longa duração, o comprimido PrEP mensal e as tendências da toma oral diária da PrEP.
Juntas representam o futuro da prevenção do VIH com mais opções.
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A aprovação, por parte da Comissão Europeia, do injetável de longa duração para o tratamento do VIH pode transformar a vida das pessoas a viver com o VIH.
A autorização significa que, pela primeira vez, as pessoas que vivem com VIH na Europa vão ter a opção de tratamento através de um injetável de longa duração em lugar dos comprimidos diários.
Este injetável destina-se a pessoas adultas que se encontrem virologicamente suprimidas (carga viral indetetável) e num regime antirretroviral estável sem evidência de resistências a inibidores da transcriptase reversa não-nucleósidos ou inibidores da integrase.
As injeções de cabotegravir e rilpivirina serão administradas de forma intramuscular nas nádegas por professional de saúde. Mas previamente à iniciação das injeções é necessário a toma de comprimidos, de cabotegravir e rilpivirina, durante pelo menos 28 dias para avaliar a tolerabilidade dos medicamentos.
Após a fase de iniciação oral para avaliar a tolerabilidade dos medicamentos, as injeções de cabotegravir e rilpivirina podem reduzir o número de dias de tratamento por ano de 365 para 12 para o regime de injetável uma vez por mês, ou seis para o regime de dosagem uma vez a cada dois meses, representando uma mudança de paradigma na forma de tratar e gerir a doença. O regime de ação prolongada de cabotegravir e rilpivirina foi tão eficaz quanto o tratamento com comprimidos diários na manutenção da supressão viral, é geralmente bem tolerado e pode mudar a experiência do tratamento para algumas pessoas que vivem com VIH que podem ter desafios diários com as terapias de VIH.
O injetável, na Europa, tem o nome de Vocabria.
Encontre o artigo na Agência Europeia do Medicamento aqui.
Encontre o artigo aqui.
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É a vacina da Pfizer contra o COVID-19 segura para as pessoas com VIH? SIM.
É igualmente eficaz? Não se sabe ainda.
A Pfizer não refere se a vacina é eficaz. Isto porque apesar das 120 pessoas com VIH que participaram na fase 2 e 3 do estudo, a Pfizer não apresenta resultados separados para estas referindo que a amostra é muito pequena.
Por outro lado, nos Estados Unidos, a Emergency Use Authorization contem um aviso que “as pessoas imunocomprometidas, incluindo as pessoas a receber terapia imunossupressora, podem ter uma resposta imunitária diminuída à vacina contra o COVID-19 da Pfizer-BioNTech”
Fonte aqui.
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Perante a especulação:
– Estão as pessoas que vivem com VIH protegidas pelos antirretrovirais (ARV)?
- Estudo realizado nos EUA, em 36 instituições, observou não existir associação entre ARVs ou ausência de supressão viral e consequências de infeção por COVID-19. (Dandachi, Clinic Infect Dis. 2020)
- Estudo em Espanha, envolvendo 77.590 pessoas que vivem com VIH (PVV), analisou a incidência e gravidade do COVID em PVV. O risco de diagnóstico por COVID-19 e hospitalização era maior entre os homens e as pessoas com mais de 70 anos (3.7 por 10.000 em PVV comparativamente com 2.1 por 10.000 na população em geral). Este estudo observou também que nenhuma pessoa em Tenofovir/ emtricitabina foi admitida nos cuidados intensivos ou morreu. Mas mais estudos são necessários. (Del Amo, Ann Intern Med. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32589451/)
- O maior estudo foi realizado na África do Sul envolvendo cerca de 3 milhões de pessoas (3.978 PVV com COVID-19). A morte por COVID-19 estava associada ao sexo masculino, idade avançada, diabetes, hipertensão e doença renal crónica. E observou que o rácio de mortalidade por COVID-19 nas pessoas com VIH vs sem VIH foi de 2.39. (Boulle, CID. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32860699/)
- Estudo realizado nos EUA entre os veteranos (VACS) observou não existir maior suscetibilidade ao COVID-19 ou incidência de gravidade de doença entre as PVV infetadas. (Park, AIDS2020, abstract LBPEC23, 2020)
- PVV participaram na pesquisa da vacina, mas não sabemos o número.
- Em estudos maiores, as PVV com estabilidade nos ARV, apresentam resultados semelhantes às pessoas sem VIH, mas os dados sobre mortalidade não são consistentes.
- Uma baixa contagem de CD4 pode piorar os resultados.
- Sobre a mortalidade por COVID-19 entre PVV ver o artigo publicado aqui.
Baseado em artigo do Dr. Paul E. Sax, Director Clínico do Brigham and Women’s Hospital e Professor de Medicina de Harvard Medical School
-
O GAT, Grupo de Ativistas em Tratamentos e a Seres (con) viver com o VIH, duas organizações de doentes VIH, apresentam vários estudos que apontam para uma maior mortalidade das pessoas com o VIH face ao COVID-19 aos responsáveis pelo plano de vacinação e autoridades em VIH.
Alguns estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade pela COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH. Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA que não conseguiram encontrar provas de que o VIH é um fator de risco para a COVID-19:
aidsonline, aids2020, tandfonline
Anteriormente, um grande estudo na África do Sul observou também um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação em Portugal.
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Estamos perante um estudo, o primeiro a demonstrar o conceito da utilização de AMP para prevenir a aquisição da infeção. O VCR01 (anticorpo neutralizante de largo espectro) está a ser estudado para o tratamento, prevenção e cura.
“AMP, do inglês “Antibody Mediated Prevention”, significa Prevenção Mediada por Anticorpos. Este conceito consiste na proteção da infeção pelo VIH através da administração de anticorpos contra o vírus. Estes anticorpos são também conhecidos como anticorpos monoclonais, o que significa que foram sintetizados em laboratório, ao invés de serem naturalmente produzidos pelo organismo humano. Os estudos AMP investigaram a eficácia de um anticorpo denominado VRC01, administrado por perfusão intravenosa (IV), na prevenção da infeção pelo VIH”.
O VCR01 teve pouco efeito na maioria das estripes do VIH, (teve efeito em 30%) mas nos casos em que era eficaz, os casos caíram 75%. O que sugere a combinação de múltiplos anticorpos.
Estudos clínicos de combinações de anticorpos neutralizantes de largo espetro que podem prevenir o VIH por 4 a 6 meses estão já a ser realizados.
Realizaram-se 2 estudos, o primeiro estudo (HVTN 703/HPTN 081) incluiu 1,924 mulheres cisgénero da África subsariana, onde o subtipo C é o mais preponderante. O Segundo estudo (HVTN 704/HPTN 085) incluiu 2,699 HSH, homens bissexuais e adultos transgéneros da América do SUL, Suiça e EUA, onde o subtipo B é mais comum.
Os estudos avaliaram o VCR01, um anticorpo neutralizante de largo espectro oriundo de sangue doado por uma pessoa a viver com VIH (tal como a coleta de plasma de pessoas que recuperaram do COVID-19). Pois as pessoas que foram expostas a um vírus específico desenvolvem anticorpos para o controlarem. Cientistas podem modificar e multiplicar estes anticorpos e usá-los para prevenir ou tratar a infeção em outras pessoas.
Poderá ser possível a administração de anticorpos através de injeção subcutânea ou intramuscular em lugar de intravenosa.
Fonte: HIVR4P
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Atualmente a profilaxia pré-exposição (PrEP) consiste na toma diária de um comprimido, o Truvada. Já aqui falámos de uma nova forma de PrEP, injetável. E agora vamos referir a toma mensal de Islatravir –um fármaco experimental pertencente a uma nova família de antirretrovirais– que alcança os niveís apropriados para prevenir o VIH durante um mês graças à sua ação prolongada. Este estudo foi apresentado na conferência HIVR4P.
O Islatravir ainda em pesquisa, é um medicamento bem tolerado que traz uma redução na quantidade medicamentosa e mais conforto.
Com um mecanismo de ação singular, o primeiro inibidor da translocação transcriptase reversa nucleosideo está a ser estudado para prevenção e para tratamento.
Em novembro passado foi lançada a fase III do estudo IMPOWER 22 que avalia a eficácia e segurança do isaltravir, como PrEP em mulheres cisgénero e jovens adolescentes em elevado risco de contrair o VIH na África subsariana. Cerca de 4.500 participantes vão receber o comprimido de toma oral e mensal ou o comprimido de toma diária Truvada.
Outro estudo planeado, IMPOWER-024, inclui homens cisgénero e mulheres transgénero que têm sexo com homens de vários países. Irão receber o islatravir de toma mensal ou o Truvada de toma diária.
Existe ainda uma formulação em implante do islatravir que está a ser estudada para PrEP. Um implante semelhante aos implantes de longa duração utilizados na contracepção. Um estudo anterior com voluntários VIH-negativos mostrou que o implante proporcionou concentrações protetoras do medicamento por mais de um ano.
No que concerne o tratamento a combinação da toma diária do isaltravir mais doravirina demonstrou uma boa eficácia na fase IIb do estudo. Após 96 semanas 90% das pessoas tratadas apresentavam uma carga viral indetetável. Mas existem planos para avaliar o islatravir mais o experimental MK-807 como um regime de tratamento semanal.
Fonte: HIVR4P
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Injeções de Cabotegravir e a toma diária de comprimidos de Truvada são ambos altamente eficazes, mas algumas mulheres podem considerar mais fácil usar o regime de longa duração.
As injeções de cabotegravir de ação prolongada, para a prevenção do VIH, em mulheres cisgénero, administradas por profissional de saúde a cada dois meses foram mais eficazes do que as injeções de Truvada Cabotegravir uma vez ao dia e os comprimidos de toma diária de Truvada (que são altamente eficazes), mas algumas mulheres podem achar mais fácil usar o regime de ação prolongada. de acordo com os resultados do estudo apresentados esta semana na conferência virtual HIV Research for Prevention (HIVR4P).
Estudos realizados com o comprimido de toma diária Truvada em homens que têm sexo com homens e mulheres transgénero demonstrou que o Truvada era 99% eficaz nos homens gay e bi, mas nas mulheres cisgénero os níveis de proteção foram mais baixos, devido potencialmente ao uso inconsistente.
Estudo realizado na Africa do Sul, envolveu 3.224 mulheres cisgénero sexualmente ativas em risco de contrair o VIH, que receberam injeções bimensais de Cabotegravir ou comprimidos diários de Truvada. O estudo parou em Novembro de 2020, apesar de estar programado para mais 3 anos, porque foi demonstrada a maior eficácia das injeções de cabotegravir em relação à toma diária dos comprimidos.
Estes resultados foram consistentes com o estudo HPTN 083, que envolveu 4.490 mulheres cisgénero e mulheres transexuais de 6 países.
A injeção é bem tolerada, com algumas reações no local da injeção como dor, vermelhidão, inchaço. Também se observou aumento de peso. E é segura, mulheres que engravidaram nestes estudos não reportaram qualquer anomalia.
O injetável de longa duração tem a vantagem de ser discreto, com uma toma a cada 8 semanas, que pode ser sincronizada com outros injetáveis de planeamento familiar e que não exige o envolvimento do parceiro.
Fonte conferência HIV r4P.
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A OMS (Organização Mundial de Saúde) recomendou, recentemente, a oferta do anel vaginal dapivirina (DPV-VR) como forma adicional de prevenção, para mulheres em risco substancial de infeção por VIH tipo 1, como parte de uma abordagem de prevenção combinada.
É utilizado em combinação com práticas sexuais seguras (como o uso do preservativo) por mulheres com 18 anos ou mais, quando a profilaxia pré-exposição (PrEP) por via oral não pode ser usada. De acordo com a EMA (Agência Europeia do Medicamento) é para uso fora da EU.
As mulheres têm, assim, mais uma forma de prevenção do VIH tipo 1. O DPV-VR é a primeira opção de longa duração que a mulher pode controlar ela própria e usar discretamente para reduzir o risco de contrair o VIH durante o sexo vaginal. Feito de silicone flexível, de fácil inserção, o anel liberta lentamente o antirretroviral dapivirina na vagina. O anel deve ser usado, no interior da vagina, por 28 dias e depois desse período deve ser colocado um novo anel.
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Na conferência de imprensa da conferência HIV R4P, sobre pesquisa e prevenção em VIH, apresentou-se a prevenção mediada por anticorpos (AMP), a PrEP (profilaxia pré-exposição) injetável de longa duração, o comprimido PrEP mensal e as tendências da toma oral diária da PrEP.
Juntas representam o futuro da prevenção do VIH com mais opções.
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A aprovação, por parte da Comissão Europeia, do injetável de longa duração para o tratamento do VIH pode transformar a vida das pessoas a viver com o VIH.
A autorização significa que, pela primeira vez, as pessoas que vivem com VIH na Europa vão ter a opção de tratamento através de um injetável de longa duração em lugar dos comprimidos diários.
Este injetável destina-se a pessoas adultas que se encontrem virologicamente suprimidas (carga viral indetetável) e num regime antirretroviral estável sem evidência de resistências a inibidores da transcriptase reversa não-nucleósidos ou inibidores da integrase.
As injeções de cabotegravir e rilpivirina serão administradas de forma intramuscular nas nádegas por professional de saúde. Mas previamente à iniciação das injeções é necessário a toma de comprimidos, de cabotegravir e rilpivirina, durante pelo menos 28 dias para avaliar a tolerabilidade dos medicamentos.
Após a fase de iniciação oral para avaliar a tolerabilidade dos medicamentos, as injeções de cabotegravir e rilpivirina podem reduzir o número de dias de tratamento por ano de 365 para 12 para o regime de injetável uma vez por mês, ou seis para o regime de dosagem uma vez a cada dois meses, representando uma mudança de paradigma na forma de tratar e gerir a doença. O regime de ação prolongada de cabotegravir e rilpivirina foi tão eficaz quanto o tratamento com comprimidos diários na manutenção da supressão viral, é geralmente bem tolerado e pode mudar a experiência do tratamento para algumas pessoas que vivem com VIH que podem ter desafios diários com as terapias de VIH.
O injetável, na Europa, tem o nome de Vocabria.
Encontre o artigo na Agência Europeia do Medicamento aqui.
Encontre o artigo aqui.
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É a vacina da Pfizer contra o COVID-19 segura para as pessoas com VIH? SIM.
É igualmente eficaz? Não se sabe ainda.
A Pfizer não refere se a vacina é eficaz. Isto porque apesar das 120 pessoas com VIH que participaram na fase 2 e 3 do estudo, a Pfizer não apresenta resultados separados para estas referindo que a amostra é muito pequena.
Por outro lado, nos Estados Unidos, a Emergency Use Authorization contem um aviso que “as pessoas imunocomprometidas, incluindo as pessoas a receber terapia imunossupressora, podem ter uma resposta imunitária diminuída à vacina contra o COVID-19 da Pfizer-BioNTech”
Fonte aqui.
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Perante a especulação:
– Estão as pessoas que vivem com VIH protegidas pelos antirretrovirais (ARV)?
- Estudo realizado nos EUA, em 36 instituições, observou não existir associação entre ARVs ou ausência de supressão viral e consequências de infeção por COVID-19. (Dandachi, Clinic Infect Dis. 2020)
- Estudo em Espanha, envolvendo 77.590 pessoas que vivem com VIH (PVV), analisou a incidência e gravidade do COVID em PVV. O risco de diagnóstico por COVID-19 e hospitalização era maior entre os homens e as pessoas com mais de 70 anos (3.7 por 10.000 em PVV comparativamente com 2.1 por 10.000 na população em geral). Este estudo observou também que nenhuma pessoa em Tenofovir/ emtricitabina foi admitida nos cuidados intensivos ou morreu. Mas mais estudos são necessários. (Del Amo, Ann Intern Med. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32589451/)
- O maior estudo foi realizado na África do Sul envolvendo cerca de 3 milhões de pessoas (3.978 PVV com COVID-19). A morte por COVID-19 estava associada ao sexo masculino, idade avançada, diabetes, hipertensão e doença renal crónica. E observou que o rácio de mortalidade por COVID-19 nas pessoas com VIH vs sem VIH foi de 2.39. (Boulle, CID. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32860699/)
- Estudo realizado nos EUA entre os veteranos (VACS) observou não existir maior suscetibilidade ao COVID-19 ou incidência de gravidade de doença entre as PVV infetadas. (Park, AIDS2020, abstract LBPEC23, 2020)
- PVV participaram na pesquisa da vacina, mas não sabemos o número.
- Em estudos maiores, as PVV com estabilidade nos ARV, apresentam resultados semelhantes às pessoas sem VIH, mas os dados sobre mortalidade não são consistentes.
- Uma baixa contagem de CD4 pode piorar os resultados.
- Sobre a mortalidade por COVID-19 entre PVV ver o artigo publicado aqui.
Baseado em artigo do Dr. Paul E. Sax, Director Clínico do Brigham and Women’s Hospital e Professor de Medicina de Harvard Medical School
-
O GAT, Grupo de Ativistas em Tratamentos e a Seres (con) viver com o VIH, duas organizações de doentes VIH, apresentam vários estudos que apontam para uma maior mortalidade das pessoas com o VIH face ao COVID-19 aos responsáveis pelo plano de vacinação e autoridades em VIH.
Alguns estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade pela COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH. Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA que não conseguiram encontrar provas de que o VIH é um fator de risco para a COVID-19:
aidsonline, aids2020, tandfonline
Anteriormente, um grande estudo na África do Sul observou também um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação em Portugal.
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Estamos perante um estudo, o primeiro a demonstrar o conceito da utilização de AMP para prevenir a aquisição da infeção. O VCR01 (anticorpo neutralizante de largo espectro) está a ser estudado para o tratamento, prevenção e cura.
“AMP, do inglês “Antibody Mediated Prevention”, significa Prevenção Mediada por Anticorpos. Este conceito consiste na proteção da infeção pelo VIH através da administração de anticorpos contra o vírus. Estes anticorpos são também conhecidos como anticorpos monoclonais, o que significa que foram sintetizados em laboratório, ao invés de serem naturalmente produzidos pelo organismo humano. Os estudos AMP investigaram a eficácia de um anticorpo denominado VRC01, administrado por perfusão intravenosa (IV), na prevenção da infeção pelo VIH”.
O VCR01 teve pouco efeito na maioria das estripes do VIH, (teve efeito em 30%) mas nos casos em que era eficaz, os casos caíram 75%. O que sugere a combinação de múltiplos anticorpos.
Estudos clínicos de combinações de anticorpos neutralizantes de largo espetro que podem prevenir o VIH por 4 a 6 meses estão já a ser realizados.
Realizaram-se 2 estudos, o primeiro estudo (HVTN 703/HPTN 081) incluiu 1,924 mulheres cisgénero da África subsariana, onde o subtipo C é o mais preponderante. O Segundo estudo (HVTN 704/HPTN 085) incluiu 2,699 HSH, homens bissexuais e adultos transgéneros da América do SUL, Suiça e EUA, onde o subtipo B é mais comum.
Os estudos avaliaram o VCR01, um anticorpo neutralizante de largo espectro oriundo de sangue doado por uma pessoa a viver com VIH (tal como a coleta de plasma de pessoas que recuperaram do COVID-19). Pois as pessoas que foram expostas a um vírus específico desenvolvem anticorpos para o controlarem. Cientistas podem modificar e multiplicar estes anticorpos e usá-los para prevenir ou tratar a infeção em outras pessoas.
Poderá ser possível a administração de anticorpos através de injeção subcutânea ou intramuscular em lugar de intravenosa.
Fonte: HIVR4P
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Atualmente a profilaxia pré-exposição (PrEP) consiste na toma diária de um comprimido, o Truvada. Já aqui falámos de uma nova forma de PrEP, injetável. E agora vamos referir a toma mensal de Islatravir –um fármaco experimental pertencente a uma nova família de antirretrovirais– que alcança os niveís apropriados para prevenir o VIH durante um mês graças à sua ação prolongada. Este estudo foi apresentado na conferência HIVR4P.
O Islatravir ainda em pesquisa, é um medicamento bem tolerado que traz uma redução na quantidade medicamentosa e mais conforto.
Com um mecanismo de ação singular, o primeiro inibidor da translocação transcriptase reversa nucleosideo está a ser estudado para prevenção e para tratamento.
Em novembro passado foi lançada a fase III do estudo IMPOWER 22 que avalia a eficácia e segurança do isaltravir, como PrEP em mulheres cisgénero e jovens adolescentes em elevado risco de contrair o VIH na África subsariana. Cerca de 4.500 participantes vão receber o comprimido de toma oral e mensal ou o comprimido de toma diária Truvada.
Outro estudo planeado, IMPOWER-024, inclui homens cisgénero e mulheres transgénero que têm sexo com homens de vários países. Irão receber o islatravir de toma mensal ou o Truvada de toma diária.
Existe ainda uma formulação em implante do islatravir que está a ser estudada para PrEP. Um implante semelhante aos implantes de longa duração utilizados na contracepção. Um estudo anterior com voluntários VIH-negativos mostrou que o implante proporcionou concentrações protetoras do medicamento por mais de um ano.
No que concerne o tratamento a combinação da toma diária do isaltravir mais doravirina demonstrou uma boa eficácia na fase IIb do estudo. Após 96 semanas 90% das pessoas tratadas apresentavam uma carga viral indetetável. Mas existem planos para avaliar o islatravir mais o experimental MK-807 como um regime de tratamento semanal.
Fonte: HIVR4P
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Injeções de Cabotegravir e a toma diária de comprimidos de Truvada são ambos altamente eficazes, mas algumas mulheres podem considerar mais fácil usar o regime de longa duração.
As injeções de cabotegravir de ação prolongada, para a prevenção do VIH, em mulheres cisgénero, administradas por profissional de saúde a cada dois meses foram mais eficazes do que as injeções de Truvada Cabotegravir uma vez ao dia e os comprimidos de toma diária de Truvada (que são altamente eficazes), mas algumas mulheres podem achar mais fácil usar o regime de ação prolongada. de acordo com os resultados do estudo apresentados esta semana na conferência virtual HIV Research for Prevention (HIVR4P).
Estudos realizados com o comprimido de toma diária Truvada em homens que têm sexo com homens e mulheres transgénero demonstrou que o Truvada era 99% eficaz nos homens gay e bi, mas nas mulheres cisgénero os níveis de proteção foram mais baixos, devido potencialmente ao uso inconsistente.
Estudo realizado na Africa do Sul, envolveu 3.224 mulheres cisgénero sexualmente ativas em risco de contrair o VIH, que receberam injeções bimensais de Cabotegravir ou comprimidos diários de Truvada. O estudo parou em Novembro de 2020, apesar de estar programado para mais 3 anos, porque foi demonstrada a maior eficácia das injeções de cabotegravir em relação à toma diária dos comprimidos.
Estes resultados foram consistentes com o estudo HPTN 083, que envolveu 4.490 mulheres cisgénero e mulheres transexuais de 6 países.
A injeção é bem tolerada, com algumas reações no local da injeção como dor, vermelhidão, inchaço. Também se observou aumento de peso. E é segura, mulheres que engravidaram nestes estudos não reportaram qualquer anomalia.
O injetável de longa duração tem a vantagem de ser discreto, com uma toma a cada 8 semanas, que pode ser sincronizada com outros injetáveis de planeamento familiar e que não exige o envolvimento do parceiro.
Fonte conferência HIV r4P.
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A OMS (Organização Mundial de Saúde) recomendou, recentemente, a oferta do anel vaginal dapivirina (DPV-VR) como forma adicional de prevenção, para mulheres em risco substancial de infeção por VIH tipo 1, como parte de uma abordagem de prevenção combinada.
É utilizado em combinação com práticas sexuais seguras (como o uso do preservativo) por mulheres com 18 anos ou mais, quando a profilaxia pré-exposição (PrEP) por via oral não pode ser usada. De acordo com a EMA (Agência Europeia do Medicamento) é para uso fora da EU.
As mulheres têm, assim, mais uma forma de prevenção do VIH tipo 1. O DPV-VR é a primeira opção de longa duração que a mulher pode controlar ela própria e usar discretamente para reduzir o risco de contrair o VIH durante o sexo vaginal. Feito de silicone flexível, de fácil inserção, o anel liberta lentamente o antirretroviral dapivirina na vagina. O anel deve ser usado, no interior da vagina, por 28 dias e depois desse período deve ser colocado um novo anel.
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Na conferência de imprensa da conferência HIV R4P, sobre pesquisa e prevenção em VIH, apresentou-se a prevenção mediada por anticorpos (AMP), a PrEP (profilaxia pré-exposição) injetável de longa duração, o comprimido PrEP mensal e as tendências da toma oral diária da PrEP.
Juntas representam o futuro da prevenção do VIH com mais opções.
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A aprovação, por parte da Comissão Europeia, do injetável de longa duração para o tratamento do VIH pode transformar a vida das pessoas a viver com o VIH.
A autorização significa que, pela primeira vez, as pessoas que vivem com VIH na Europa vão ter a opção de tratamento através de um injetável de longa duração em lugar dos comprimidos diários.
Este injetável destina-se a pessoas adultas que se encontrem virologicamente suprimidas (carga viral indetetável) e num regime antirretroviral estável sem evidência de resistências a inibidores da transcriptase reversa não-nucleósidos ou inibidores da integrase.
As injeções de cabotegravir e rilpivirina serão administradas de forma intramuscular nas nádegas por professional de saúde. Mas previamente à iniciação das injeções é necessário a toma de comprimidos, de cabotegravir e rilpivirina, durante pelo menos 28 dias para avaliar a tolerabilidade dos medicamentos.
Após a fase de iniciação oral para avaliar a tolerabilidade dos medicamentos, as injeções de cabotegravir e rilpivirina podem reduzir o número de dias de tratamento por ano de 365 para 12 para o regime de injetável uma vez por mês, ou seis para o regime de dosagem uma vez a cada dois meses, representando uma mudança de paradigma na forma de tratar e gerir a doença. O regime de ação prolongada de cabotegravir e rilpivirina foi tão eficaz quanto o tratamento com comprimidos diários na manutenção da supressão viral, é geralmente bem tolerado e pode mudar a experiência do tratamento para algumas pessoas que vivem com VIH que podem ter desafios diários com as terapias de VIH.
O injetável, na Europa, tem o nome de Vocabria.
Encontre o artigo na Agência Europeia do Medicamento aqui.
Encontre o artigo aqui.
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É a vacina da Pfizer contra o COVID-19 segura para as pessoas com VIH? SIM.
É igualmente eficaz? Não se sabe ainda.
A Pfizer não refere se a vacina é eficaz. Isto porque apesar das 120 pessoas com VIH que participaram na fase 2 e 3 do estudo, a Pfizer não apresenta resultados separados para estas referindo que a amostra é muito pequena.
Por outro lado, nos Estados Unidos, a Emergency Use Authorization contem um aviso que “as pessoas imunocomprometidas, incluindo as pessoas a receber terapia imunossupressora, podem ter uma resposta imunitária diminuída à vacina contra o COVID-19 da Pfizer-BioNTech”
Fonte aqui.
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Perante a especulação:
– Estão as pessoas que vivem com VIH protegidas pelos antirretrovirais (ARV)?
- Estudo realizado nos EUA, em 36 instituições, observou não existir associação entre ARVs ou ausência de supressão viral e consequências de infeção por COVID-19. (Dandachi, Clinic Infect Dis. 2020)
- Estudo em Espanha, envolvendo 77.590 pessoas que vivem com VIH (PVV), analisou a incidência e gravidade do COVID em PVV. O risco de diagnóstico por COVID-19 e hospitalização era maior entre os homens e as pessoas com mais de 70 anos (3.7 por 10.000 em PVV comparativamente com 2.1 por 10.000 na população em geral). Este estudo observou também que nenhuma pessoa em Tenofovir/ emtricitabina foi admitida nos cuidados intensivos ou morreu. Mas mais estudos são necessários. (Del Amo, Ann Intern Med. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32589451/)
- O maior estudo foi realizado na África do Sul envolvendo cerca de 3 milhões de pessoas (3.978 PVV com COVID-19). A morte por COVID-19 estava associada ao sexo masculino, idade avançada, diabetes, hipertensão e doença renal crónica. E observou que o rácio de mortalidade por COVID-19 nas pessoas com VIH vs sem VIH foi de 2.39. (Boulle, CID. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32860699/)
- Estudo realizado nos EUA entre os veteranos (VACS) observou não existir maior suscetibilidade ao COVID-19 ou incidência de gravidade de doença entre as PVV infetadas. (Park, AIDS2020, abstract LBPEC23, 2020)
- PVV participaram na pesquisa da vacina, mas não sabemos o número.
- Em estudos maiores, as PVV com estabilidade nos ARV, apresentam resultados semelhantes às pessoas sem VIH, mas os dados sobre mortalidade não são consistentes.
- Uma baixa contagem de CD4 pode piorar os resultados.
- Sobre a mortalidade por COVID-19 entre PVV ver o artigo publicado aqui.
Baseado em artigo do Dr. Paul E. Sax, Director Clínico do Brigham and Women’s Hospital e Professor de Medicina de Harvard Medical School
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O GAT, Grupo de Ativistas em Tratamentos e a Seres (con) viver com o VIH, duas organizações de doentes VIH, apresentam vários estudos que apontam para uma maior mortalidade das pessoas com o VIH face ao COVID-19 aos responsáveis pelo plano de vacinação e autoridades em VIH.
Alguns estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade pela COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH. Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA que não conseguiram encontrar provas de que o VIH é um fator de risco para a COVID-19:
aidsonline, aids2020, tandfonline
Anteriormente, um grande estudo na África do Sul observou também um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação em Portugal.
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Estamos perante um estudo, o primeiro a demonstrar o conceito da utilização de AMP para prevenir a aquisição da infeção. O VCR01 (anticorpo neutralizante de largo espectro) está a ser estudado para o tratamento, prevenção e cura.
“AMP, do inglês “Antibody Mediated Prevention”, significa Prevenção Mediada por Anticorpos. Este conceito consiste na proteção da infeção pelo VIH através da administração de anticorpos contra o vírus. Estes anticorpos são também conhecidos como anticorpos monoclonais, o que significa que foram sintetizados em laboratório, ao invés de serem naturalmente produzidos pelo organismo humano. Os estudos AMP investigaram a eficácia de um anticorpo denominado VRC01, administrado por perfusão intravenosa (IV), na prevenção da infeção pelo VIH”.
O VCR01 teve pouco efeito na maioria das estripes do VIH, (teve efeito em 30%) mas nos casos em que era eficaz, os casos caíram 75%. O que sugere a combinação de múltiplos anticorpos.
Estudos clínicos de combinações de anticorpos neutralizantes de largo espetro que podem prevenir o VIH por 4 a 6 meses estão já a ser realizados.
Realizaram-se 2 estudos, o primeiro estudo (HVTN 703/HPTN 081) incluiu 1,924 mulheres cisgénero da África subsariana, onde o subtipo C é o mais preponderante. O Segundo estudo (HVTN 704/HPTN 085) incluiu 2,699 HSH, homens bissexuais e adultos transgéneros da América do SUL, Suiça e EUA, onde o subtipo B é mais comum.
Os estudos avaliaram o VCR01, um anticorpo neutralizante de largo espectro oriundo de sangue doado por uma pessoa a viver com VIH (tal como a coleta de plasma de pessoas que recuperaram do COVID-19). Pois as pessoas que foram expostas a um vírus específico desenvolvem anticorpos para o controlarem. Cientistas podem modificar e multiplicar estes anticorpos e usá-los para prevenir ou tratar a infeção em outras pessoas.
Poderá ser possível a administração de anticorpos através de injeção subcutânea ou intramuscular em lugar de intravenosa.
Fonte: HIVR4P
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Atualmente a profilaxia pré-exposição (PrEP) consiste na toma diária de um comprimido, o Truvada. Já aqui falámos de uma nova forma de PrEP, injetável. E agora vamos referir a toma mensal de Islatravir –um fármaco experimental pertencente a uma nova família de antirretrovirais– que alcança os niveís apropriados para prevenir o VIH durante um mês graças à sua ação prolongada. Este estudo foi apresentado na conferência HIVR4P.
O Islatravir ainda em pesquisa, é um medicamento bem tolerado que traz uma redução na quantidade medicamentosa e mais conforto.
Com um mecanismo de ação singular, o primeiro inibidor da translocação transcriptase reversa nucleosideo está a ser estudado para prevenção e para tratamento.
Em novembro passado foi lançada a fase III do estudo IMPOWER 22 que avalia a eficácia e segurança do isaltravir, como PrEP em mulheres cisgénero e jovens adolescentes em elevado risco de contrair o VIH na África subsariana. Cerca de 4.500 participantes vão receber o comprimido de toma oral e mensal ou o comprimido de toma diária Truvada.
Outro estudo planeado, IMPOWER-024, inclui homens cisgénero e mulheres transgénero que têm sexo com homens de vários países. Irão receber o islatravir de toma mensal ou o Truvada de toma diária.
Existe ainda uma formulação em implante do islatravir que está a ser estudada para PrEP. Um implante semelhante aos implantes de longa duração utilizados na contracepção. Um estudo anterior com voluntários VIH-negativos mostrou que o implante proporcionou concentrações protetoras do medicamento por mais de um ano.
No que concerne o tratamento a combinação da toma diária do isaltravir mais doravirina demonstrou uma boa eficácia na fase IIb do estudo. Após 96 semanas 90% das pessoas tratadas apresentavam uma carga viral indetetável. Mas existem planos para avaliar o islatravir mais o experimental MK-807 como um regime de tratamento semanal.
Fonte: HIVR4P
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Injeções de Cabotegravir e a toma diária de comprimidos de Truvada são ambos altamente eficazes, mas algumas mulheres podem considerar mais fácil usar o regime de longa duração.
As injeções de cabotegravir de ação prolongada, para a prevenção do VIH, em mulheres cisgénero, administradas por profissional de saúde a cada dois meses foram mais eficazes do que as injeções de Truvada Cabotegravir uma vez ao dia e os comprimidos de toma diária de Truvada (que são altamente eficazes), mas algumas mulheres podem achar mais fácil usar o regime de ação prolongada. de acordo com os resultados do estudo apresentados esta semana na conferência virtual HIV Research for Prevention (HIVR4P).
Estudos realizados com o comprimido de toma diária Truvada em homens que têm sexo com homens e mulheres transgénero demonstrou que o Truvada era 99% eficaz nos homens gay e bi, mas nas mulheres cisgénero os níveis de proteção foram mais baixos, devido potencialmente ao uso inconsistente.
Estudo realizado na Africa do Sul, envolveu 3.224 mulheres cisgénero sexualmente ativas em risco de contrair o VIH, que receberam injeções bimensais de Cabotegravir ou comprimidos diários de Truvada. O estudo parou em Novembro de 2020, apesar de estar programado para mais 3 anos, porque foi demonstrada a maior eficácia das injeções de cabotegravir em relação à toma diária dos comprimidos.
Estes resultados foram consistentes com o estudo HPTN 083, que envolveu 4.490 mulheres cisgénero e mulheres transexuais de 6 países.
A injeção é bem tolerada, com algumas reações no local da injeção como dor, vermelhidão, inchaço. Também se observou aumento de peso. E é segura, mulheres que engravidaram nestes estudos não reportaram qualquer anomalia.
O injetável de longa duração tem a vantagem de ser discreto, com uma toma a cada 8 semanas, que pode ser sincronizada com outros injetáveis de planeamento familiar e que não exige o envolvimento do parceiro.
Fonte conferência HIV r4P.
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A OMS (Organização Mundial de Saúde) recomendou, recentemente, a oferta do anel vaginal dapivirina (DPV-VR) como forma adicional de prevenção, para mulheres em risco substancial de infeção por VIH tipo 1, como parte de uma abordagem de prevenção combinada.
É utilizado em combinação com práticas sexuais seguras (como o uso do preservativo) por mulheres com 18 anos ou mais, quando a profilaxia pré-exposição (PrEP) por via oral não pode ser usada. De acordo com a EMA (Agência Europeia do Medicamento) é para uso fora da EU.
As mulheres têm, assim, mais uma forma de prevenção do VIH tipo 1. O DPV-VR é a primeira opção de longa duração que a mulher pode controlar ela própria e usar discretamente para reduzir o risco de contrair o VIH durante o sexo vaginal. Feito de silicone flexível, de fácil inserção, o anel liberta lentamente o antirretroviral dapivirina na vagina. O anel deve ser usado, no interior da vagina, por 28 dias e depois desse período deve ser colocado um novo anel.
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Na conferência de imprensa da conferência HIV R4P, sobre pesquisa e prevenção em VIH, apresentou-se a prevenção mediada por anticorpos (AMP), a PrEP (profilaxia pré-exposição) injetável de longa duração, o comprimido PrEP mensal e as tendências da toma oral diária da PrEP.
Juntas representam o futuro da prevenção do VIH com mais opções.
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A aprovação, por parte da Comissão Europeia, do injetável de longa duração para o tratamento do VIH pode transformar a vida das pessoas a viver com o VIH.
A autorização significa que, pela primeira vez, as pessoas que vivem com VIH na Europa vão ter a opção de tratamento através de um injetável de longa duração em lugar dos comprimidos diários.
Este injetável destina-se a pessoas adultas que se encontrem virologicamente suprimidas (carga viral indetetável) e num regime antirretroviral estável sem evidência de resistências a inibidores da transcriptase reversa não-nucleósidos ou inibidores da integrase.
As injeções de cabotegravir e rilpivirina serão administradas de forma intramuscular nas nádegas por professional de saúde. Mas previamente à iniciação das injeções é necessário a toma de comprimidos, de cabotegravir e rilpivirina, durante pelo menos 28 dias para avaliar a tolerabilidade dos medicamentos.
Após a fase de iniciação oral para avaliar a tolerabilidade dos medicamentos, as injeções de cabotegravir e rilpivirina podem reduzir o número de dias de tratamento por ano de 365 para 12 para o regime de injetável uma vez por mês, ou seis para o regime de dosagem uma vez a cada dois meses, representando uma mudança de paradigma na forma de tratar e gerir a doença. O regime de ação prolongada de cabotegravir e rilpivirina foi tão eficaz quanto o tratamento com comprimidos diários na manutenção da supressão viral, é geralmente bem tolerado e pode mudar a experiência do tratamento para algumas pessoas que vivem com VIH que podem ter desafios diários com as terapias de VIH.
O injetável, na Europa, tem o nome de Vocabria.
Encontre o artigo na Agência Europeia do Medicamento aqui.
Encontre o artigo aqui.
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É a vacina da Pfizer contra o COVID-19 segura para as pessoas com VIH? SIM.
É igualmente eficaz? Não se sabe ainda.
A Pfizer não refere se a vacina é eficaz. Isto porque apesar das 120 pessoas com VIH que participaram na fase 2 e 3 do estudo, a Pfizer não apresenta resultados separados para estas referindo que a amostra é muito pequena.
Por outro lado, nos Estados Unidos, a Emergency Use Authorization contem um aviso que “as pessoas imunocomprometidas, incluindo as pessoas a receber terapia imunossupressora, podem ter uma resposta imunitária diminuída à vacina contra o COVID-19 da Pfizer-BioNTech”
Fonte aqui.
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Perante a especulação:
– Estão as pessoas que vivem com VIH protegidas pelos antirretrovirais (ARV)?
- Estudo realizado nos EUA, em 36 instituições, observou não existir associação entre ARVs ou ausência de supressão viral e consequências de infeção por COVID-19. (Dandachi, Clinic Infect Dis. 2020)
- Estudo em Espanha, envolvendo 77.590 pessoas que vivem com VIH (PVV), analisou a incidência e gravidade do COVID em PVV. O risco de diagnóstico por COVID-19 e hospitalização era maior entre os homens e as pessoas com mais de 70 anos (3.7 por 10.000 em PVV comparativamente com 2.1 por 10.000 na população em geral). Este estudo observou também que nenhuma pessoa em Tenofovir/ emtricitabina foi admitida nos cuidados intensivos ou morreu. Mas mais estudos são necessários. (Del Amo, Ann Intern Med. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32589451/)
- O maior estudo foi realizado na África do Sul envolvendo cerca de 3 milhões de pessoas (3.978 PVV com COVID-19). A morte por COVID-19 estava associada ao sexo masculino, idade avançada, diabetes, hipertensão e doença renal crónica. E observou que o rácio de mortalidade por COVID-19 nas pessoas com VIH vs sem VIH foi de 2.39. (Boulle, CID. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32860699/)
- Estudo realizado nos EUA entre os veteranos (VACS) observou não existir maior suscetibilidade ao COVID-19 ou incidência de gravidade de doença entre as PVV infetadas. (Park, AIDS2020, abstract LBPEC23, 2020)
- PVV participaram na pesquisa da vacina, mas não sabemos o número.
- Em estudos maiores, as PVV com estabilidade nos ARV, apresentam resultados semelhantes às pessoas sem VIH, mas os dados sobre mortalidade não são consistentes.
- Uma baixa contagem de CD4 pode piorar os resultados.
- Sobre a mortalidade por COVID-19 entre PVV ver o artigo publicado aqui.
Baseado em artigo do Dr. Paul E. Sax, Director Clínico do Brigham and Women’s Hospital e Professor de Medicina de Harvard Medical School
-
O GAT, Grupo de Ativistas em Tratamentos e a Seres (con) viver com o VIH, duas organizações de doentes VIH, apresentam vários estudos que apontam para uma maior mortalidade das pessoas com o VIH face ao COVID-19 aos responsáveis pelo plano de vacinação e autoridades em VIH.
Alguns estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade pela COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH. Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA que não conseguiram encontrar provas de que o VIH é um fator de risco para a COVID-19:
aidsonline, aids2020, tandfonline
Anteriormente, um grande estudo na África do Sul observou também um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação em Portugal.
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Estamos perante um estudo, o primeiro a demonstrar o conceito da utilização de AMP para prevenir a aquisição da infeção. O VCR01 (anticorpo neutralizante de largo espectro) está a ser estudado para o tratamento, prevenção e cura.
“AMP, do inglês “Antibody Mediated Prevention”, significa Prevenção Mediada por Anticorpos. Este conceito consiste na proteção da infeção pelo VIH através da administração de anticorpos contra o vírus. Estes anticorpos são também conhecidos como anticorpos monoclonais, o que significa que foram sintetizados em laboratório, ao invés de serem naturalmente produzidos pelo organismo humano. Os estudos AMP investigaram a eficácia de um anticorpo denominado VRC01, administrado por perfusão intravenosa (IV), na prevenção da infeção pelo VIH”.
O VCR01 teve pouco efeito na maioria das estripes do VIH, (teve efeito em 30%) mas nos casos em que era eficaz, os casos caíram 75%. O que sugere a combinação de múltiplos anticorpos.
Estudos clínicos de combinações de anticorpos neutralizantes de largo espetro que podem prevenir o VIH por 4 a 6 meses estão já a ser realizados.
Realizaram-se 2 estudos, o primeiro estudo (HVTN 703/HPTN 081) incluiu 1,924 mulheres cisgénero da África subsariana, onde o subtipo C é o mais preponderante. O Segundo estudo (HVTN 704/HPTN 085) incluiu 2,699 HSH, homens bissexuais e adultos transgéneros da América do SUL, Suiça e EUA, onde o subtipo B é mais comum.
Os estudos avaliaram o VCR01, um anticorpo neutralizante de largo espectro oriundo de sangue doado por uma pessoa a viver com VIH (tal como a coleta de plasma de pessoas que recuperaram do COVID-19). Pois as pessoas que foram expostas a um vírus específico desenvolvem anticorpos para o controlarem. Cientistas podem modificar e multiplicar estes anticorpos e usá-los para prevenir ou tratar a infeção em outras pessoas.
Poderá ser possível a administração de anticorpos através de injeção subcutânea ou intramuscular em lugar de intravenosa.
Fonte: HIVR4P
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Atualmente a profilaxia pré-exposição (PrEP) consiste na toma diária de um comprimido, o Truvada. Já aqui falámos de uma nova forma de PrEP, injetável. E agora vamos referir a toma mensal de Islatravir –um fármaco experimental pertencente a uma nova família de antirretrovirais– que alcança os niveís apropriados para prevenir o VIH durante um mês graças à sua ação prolongada. Este estudo foi apresentado na conferência HIVR4P.
O Islatravir ainda em pesquisa, é um medicamento bem tolerado que traz uma redução na quantidade medicamentosa e mais conforto.
Com um mecanismo de ação singular, o primeiro inibidor da translocação transcriptase reversa nucleosideo está a ser estudado para prevenção e para tratamento.
Em novembro passado foi lançada a fase III do estudo IMPOWER 22 que avalia a eficácia e segurança do isaltravir, como PrEP em mulheres cisgénero e jovens adolescentes em elevado risco de contrair o VIH na África subsariana. Cerca de 4.500 participantes vão receber o comprimido de toma oral e mensal ou o comprimido de toma diária Truvada.
Outro estudo planeado, IMPOWER-024, inclui homens cisgénero e mulheres transgénero que têm sexo com homens de vários países. Irão receber o islatravir de toma mensal ou o Truvada de toma diária.
Existe ainda uma formulação em implante do islatravir que está a ser estudada para PrEP. Um implante semelhante aos implantes de longa duração utilizados na contracepção. Um estudo anterior com voluntários VIH-negativos mostrou que o implante proporcionou concentrações protetoras do medicamento por mais de um ano.
No que concerne o tratamento a combinação da toma diária do isaltravir mais doravirina demonstrou uma boa eficácia na fase IIb do estudo. Após 96 semanas 90% das pessoas tratadas apresentavam uma carga viral indetetável. Mas existem planos para avaliar o islatravir mais o experimental MK-807 como um regime de tratamento semanal.
Fonte: HIVR4P
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Injeções de Cabotegravir e a toma diária de comprimidos de Truvada são ambos altamente eficazes, mas algumas mulheres podem considerar mais fácil usar o regime de longa duração.
As injeções de cabotegravir de ação prolongada, para a prevenção do VIH, em mulheres cisgénero, administradas por profissional de saúde a cada dois meses foram mais eficazes do que as injeções de Truvada Cabotegravir uma vez ao dia e os comprimidos de toma diária de Truvada (que são altamente eficazes), mas algumas mulheres podem achar mais fácil usar o regime de ação prolongada. de acordo com os resultados do estudo apresentados esta semana na conferência virtual HIV Research for Prevention (HIVR4P).
Estudos realizados com o comprimido de toma diária Truvada em homens que têm sexo com homens e mulheres transgénero demonstrou que o Truvada era 99% eficaz nos homens gay e bi, mas nas mulheres cisgénero os níveis de proteção foram mais baixos, devido potencialmente ao uso inconsistente.
Estudo realizado na Africa do Sul, envolveu 3.224 mulheres cisgénero sexualmente ativas em risco de contrair o VIH, que receberam injeções bimensais de Cabotegravir ou comprimidos diários de Truvada. O estudo parou em Novembro de 2020, apesar de estar programado para mais 3 anos, porque foi demonstrada a maior eficácia das injeções de cabotegravir em relação à toma diária dos comprimidos.
Estes resultados foram consistentes com o estudo HPTN 083, que envolveu 4.490 mulheres cisgénero e mulheres transexuais de 6 países.
A injeção é bem tolerada, com algumas reações no local da injeção como dor, vermelhidão, inchaço. Também se observou aumento de peso. E é segura, mulheres que engravidaram nestes estudos não reportaram qualquer anomalia.
O injetável de longa duração tem a vantagem de ser discreto, com uma toma a cada 8 semanas, que pode ser sincronizada com outros injetáveis de planeamento familiar e que não exige o envolvimento do parceiro.
Fonte conferência HIV r4P.
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A OMS (Organização Mundial de Saúde) recomendou, recentemente, a oferta do anel vaginal dapivirina (DPV-VR) como forma adicional de prevenção, para mulheres em risco substancial de infeção por VIH tipo 1, como parte de uma abordagem de prevenção combinada.
É utilizado em combinação com práticas sexuais seguras (como o uso do preservativo) por mulheres com 18 anos ou mais, quando a profilaxia pré-exposição (PrEP) por via oral não pode ser usada. De acordo com a EMA (Agência Europeia do Medicamento) é para uso fora da EU.
As mulheres têm, assim, mais uma forma de prevenção do VIH tipo 1. O DPV-VR é a primeira opção de longa duração que a mulher pode controlar ela própria e usar discretamente para reduzir o risco de contrair o VIH durante o sexo vaginal. Feito de silicone flexível, de fácil inserção, o anel liberta lentamente o antirretroviral dapivirina na vagina. O anel deve ser usado, no interior da vagina, por 28 dias e depois desse período deve ser colocado um novo anel.
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Na conferência de imprensa da conferência HIV R4P, sobre pesquisa e prevenção em VIH, apresentou-se a prevenção mediada por anticorpos (AMP), a PrEP (profilaxia pré-exposição) injetável de longa duração, o comprimido PrEP mensal e as tendências da toma oral diária da PrEP.
Juntas representam o futuro da prevenção do VIH com mais opções.
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A aprovação, por parte da Comissão Europeia, do injetável de longa duração para o tratamento do VIH pode transformar a vida das pessoas a viver com o VIH.
A autorização significa que, pela primeira vez, as pessoas que vivem com VIH na Europa vão ter a opção de tratamento através de um injetável de longa duração em lugar dos comprimidos diários.
Este injetável destina-se a pessoas adultas que se encontrem virologicamente suprimidas (carga viral indetetável) e num regime antirretroviral estável sem evidência de resistências a inibidores da transcriptase reversa não-nucleósidos ou inibidores da integrase.
As injeções de cabotegravir e rilpivirina serão administradas de forma intramuscular nas nádegas por professional de saúde. Mas previamente à iniciação das injeções é necessário a toma de comprimidos, de cabotegravir e rilpivirina, durante pelo menos 28 dias para avaliar a tolerabilidade dos medicamentos.
Após a fase de iniciação oral para avaliar a tolerabilidade dos medicamentos, as injeções de cabotegravir e rilpivirina podem reduzir o número de dias de tratamento por ano de 365 para 12 para o regime de injetável uma vez por mês, ou seis para o regime de dosagem uma vez a cada dois meses, representando uma mudança de paradigma na forma de tratar e gerir a doença. O regime de ação prolongada de cabotegravir e rilpivirina foi tão eficaz quanto o tratamento com comprimidos diários na manutenção da supressão viral, é geralmente bem tolerado e pode mudar a experiência do tratamento para algumas pessoas que vivem com VIH que podem ter desafios diários com as terapias de VIH.
O injetável, na Europa, tem o nome de Vocabria.
Encontre o artigo na Agência Europeia do Medicamento aqui.
Encontre o artigo aqui.
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É a vacina da Pfizer contra o COVID-19 segura para as pessoas com VIH? SIM.
É igualmente eficaz? Não se sabe ainda.
A Pfizer não refere se a vacina é eficaz. Isto porque apesar das 120 pessoas com VIH que participaram na fase 2 e 3 do estudo, a Pfizer não apresenta resultados separados para estas referindo que a amostra é muito pequena.
Por outro lado, nos Estados Unidos, a Emergency Use Authorization contem um aviso que “as pessoas imunocomprometidas, incluindo as pessoas a receber terapia imunossupressora, podem ter uma resposta imunitária diminuída à vacina contra o COVID-19 da Pfizer-BioNTech”
Fonte aqui.
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Perante a especulação:
– Estão as pessoas que vivem com VIH protegidas pelos antirretrovirais (ARV)?
- Estudo realizado nos EUA, em 36 instituições, observou não existir associação entre ARVs ou ausência de supressão viral e consequências de infeção por COVID-19. (Dandachi, Clinic Infect Dis. 2020)
- Estudo em Espanha, envolvendo 77.590 pessoas que vivem com VIH (PVV), analisou a incidência e gravidade do COVID em PVV. O risco de diagnóstico por COVID-19 e hospitalização era maior entre os homens e as pessoas com mais de 70 anos (3.7 por 10.000 em PVV comparativamente com 2.1 por 10.000 na população em geral). Este estudo observou também que nenhuma pessoa em Tenofovir/ emtricitabina foi admitida nos cuidados intensivos ou morreu. Mas mais estudos são necessários. (Del Amo, Ann Intern Med. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32589451/)
- O maior estudo foi realizado na África do Sul envolvendo cerca de 3 milhões de pessoas (3.978 PVV com COVID-19). A morte por COVID-19 estava associada ao sexo masculino, idade avançada, diabetes, hipertensão e doença renal crónica. E observou que o rácio de mortalidade por COVID-19 nas pessoas com VIH vs sem VIH foi de 2.39. (Boulle, CID. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32860699/)
- Estudo realizado nos EUA entre os veteranos (VACS) observou não existir maior suscetibilidade ao COVID-19 ou incidência de gravidade de doença entre as PVV infetadas. (Park, AIDS2020, abstract LBPEC23, 2020)
- PVV participaram na pesquisa da vacina, mas não sabemos o número.
- Em estudos maiores, as PVV com estabilidade nos ARV, apresentam resultados semelhantes às pessoas sem VIH, mas os dados sobre mortalidade não são consistentes.
- Uma baixa contagem de CD4 pode piorar os resultados.
- Sobre a mortalidade por COVID-19 entre PVV ver o artigo publicado aqui.
Baseado em artigo do Dr. Paul E. Sax, Director Clínico do Brigham and Women’s Hospital e Professor de Medicina de Harvard Medical School
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O GAT, Grupo de Ativistas em Tratamentos e a Seres (con) viver com o VIH, duas organizações de doentes VIH, apresentam vários estudos que apontam para uma maior mortalidade das pessoas com o VIH face ao COVID-19 aos responsáveis pelo plano de vacinação e autoridades em VIH.
Alguns estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade pela COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH. Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA que não conseguiram encontrar provas de que o VIH é um fator de risco para a COVID-19:
aidsonline, aids2020, tandfonline
Anteriormente, um grande estudo na África do Sul observou também um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação em Portugal.
-
Estamos perante um estudo, o primeiro a demonstrar o conceito da utilização de AMP para prevenir a aquisição da infeção. O VCR01 (anticorpo neutralizante de largo espectro) está a ser estudado para o tratamento, prevenção e cura.
“AMP, do inglês “Antibody Mediated Prevention”, significa Prevenção Mediada por Anticorpos. Este conceito consiste na proteção da infeção pelo VIH através da administração de anticorpos contra o vírus. Estes anticorpos são também conhecidos como anticorpos monoclonais, o que significa que foram sintetizados em laboratório, ao invés de serem naturalmente produzidos pelo organismo humano. Os estudos AMP investigaram a eficácia de um anticorpo denominado VRC01, administrado por perfusão intravenosa (IV), na prevenção da infeção pelo VIH”.
O VCR01 teve pouco efeito na maioria das estripes do VIH, (teve efeito em 30%) mas nos casos em que era eficaz, os casos caíram 75%. O que sugere a combinação de múltiplos anticorpos.
Estudos clínicos de combinações de anticorpos neutralizantes de largo espetro que podem prevenir o VIH por 4 a 6 meses estão já a ser realizados.
Realizaram-se 2 estudos, o primeiro estudo (HVTN 703/HPTN 081) incluiu 1,924 mulheres cisgénero da África subsariana, onde o subtipo C é o mais preponderante. O Segundo estudo (HVTN 704/HPTN 085) incluiu 2,699 HSH, homens bissexuais e adultos transgéneros da América do SUL, Suiça e EUA, onde o subtipo B é mais comum.
Os estudos avaliaram o VCR01, um anticorpo neutralizante de largo espectro oriundo de sangue doado por uma pessoa a viver com VIH (tal como a coleta de plasma de pessoas que recuperaram do COVID-19). Pois as pessoas que foram expostas a um vírus específico desenvolvem anticorpos para o controlarem. Cientistas podem modificar e multiplicar estes anticorpos e usá-los para prevenir ou tratar a infeção em outras pessoas.
Poderá ser possível a administração de anticorpos através de injeção subcutânea ou intramuscular em lugar de intravenosa.
Fonte: HIVR4P
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Atualmente a profilaxia pré-exposição (PrEP) consiste na toma diária de um comprimido, o Truvada. Já aqui falámos de uma nova forma de PrEP, injetável. E agora vamos referir a toma mensal de Islatravir –um fármaco experimental pertencente a uma nova família de antirretrovirais– que alcança os niveís apropriados para prevenir o VIH durante um mês graças à sua ação prolongada. Este estudo foi apresentado na conferência HIVR4P.
O Islatravir ainda em pesquisa, é um medicamento bem tolerado que traz uma redução na quantidade medicamentosa e mais conforto.
Com um mecanismo de ação singular, o primeiro inibidor da translocação transcriptase reversa nucleosideo está a ser estudado para prevenção e para tratamento.
Em novembro passado foi lançada a fase III do estudo IMPOWER 22 que avalia a eficácia e segurança do isaltravir, como PrEP em mulheres cisgénero e jovens adolescentes em elevado risco de contrair o VIH na África subsariana. Cerca de 4.500 participantes vão receber o comprimido de toma oral e mensal ou o comprimido de toma diária Truvada.
Outro estudo planeado, IMPOWER-024, inclui homens cisgénero e mulheres transgénero que têm sexo com homens de vários países. Irão receber o islatravir de toma mensal ou o Truvada de toma diária.
Existe ainda uma formulação em implante do islatravir que está a ser estudada para PrEP. Um implante semelhante aos implantes de longa duração utilizados na contracepção. Um estudo anterior com voluntários VIH-negativos mostrou que o implante proporcionou concentrações protetoras do medicamento por mais de um ano.
No que concerne o tratamento a combinação da toma diária do isaltravir mais doravirina demonstrou uma boa eficácia na fase IIb do estudo. Após 96 semanas 90% das pessoas tratadas apresentavam uma carga viral indetetável. Mas existem planos para avaliar o islatravir mais o experimental MK-807 como um regime de tratamento semanal.
Fonte: HIVR4P
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Injeções de Cabotegravir e a toma diária de comprimidos de Truvada são ambos altamente eficazes, mas algumas mulheres podem considerar mais fácil usar o regime de longa duração.
As injeções de cabotegravir de ação prolongada, para a prevenção do VIH, em mulheres cisgénero, administradas por profissional de saúde a cada dois meses foram mais eficazes do que as injeções de Truvada Cabotegravir uma vez ao dia e os comprimidos de toma diária de Truvada (que são altamente eficazes), mas algumas mulheres podem achar mais fácil usar o regime de ação prolongada. de acordo com os resultados do estudo apresentados esta semana na conferência virtual HIV Research for Prevention (HIVR4P).
Estudos realizados com o comprimido de toma diária Truvada em homens que têm sexo com homens e mulheres transgénero demonstrou que o Truvada era 99% eficaz nos homens gay e bi, mas nas mulheres cisgénero os níveis de proteção foram mais baixos, devido potencialmente ao uso inconsistente.
Estudo realizado na Africa do Sul, envolveu 3.224 mulheres cisgénero sexualmente ativas em risco de contrair o VIH, que receberam injeções bimensais de Cabotegravir ou comprimidos diários de Truvada. O estudo parou em Novembro de 2020, apesar de estar programado para mais 3 anos, porque foi demonstrada a maior eficácia das injeções de cabotegravir em relação à toma diária dos comprimidos.
Estes resultados foram consistentes com o estudo HPTN 083, que envolveu 4.490 mulheres cisgénero e mulheres transexuais de 6 países.
A injeção é bem tolerada, com algumas reações no local da injeção como dor, vermelhidão, inchaço. Também se observou aumento de peso. E é segura, mulheres que engravidaram nestes estudos não reportaram qualquer anomalia.
O injetável de longa duração tem a vantagem de ser discreto, com uma toma a cada 8 semanas, que pode ser sincronizada com outros injetáveis de planeamento familiar e que não exige o envolvimento do parceiro.
Fonte conferência HIV r4P.
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A OMS (Organização Mundial de Saúde) recomendou, recentemente, a oferta do anel vaginal dapivirina (DPV-VR) como forma adicional de prevenção, para mulheres em risco substancial de infeção por VIH tipo 1, como parte de uma abordagem de prevenção combinada.
É utilizado em combinação com práticas sexuais seguras (como o uso do preservativo) por mulheres com 18 anos ou mais, quando a profilaxia pré-exposição (PrEP) por via oral não pode ser usada. De acordo com a EMA (Agência Europeia do Medicamento) é para uso fora da EU.
As mulheres têm, assim, mais uma forma de prevenção do VIH tipo 1. O DPV-VR é a primeira opção de longa duração que a mulher pode controlar ela própria e usar discretamente para reduzir o risco de contrair o VIH durante o sexo vaginal. Feito de silicone flexível, de fácil inserção, o anel liberta lentamente o antirretroviral dapivirina na vagina. O anel deve ser usado, no interior da vagina, por 28 dias e depois desse período deve ser colocado um novo anel.
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Na conferência de imprensa da conferência HIV R4P, sobre pesquisa e prevenção em VIH, apresentou-se a prevenção mediada por anticorpos (AMP), a PrEP (profilaxia pré-exposição) injetável de longa duração, o comprimido PrEP mensal e as tendências da toma oral diária da PrEP.
Juntas representam o futuro da prevenção do VIH com mais opções.
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A aprovação, por parte da Comissão Europeia, do injetável de longa duração para o tratamento do VIH pode transformar a vida das pessoas a viver com o VIH.
A autorização significa que, pela primeira vez, as pessoas que vivem com VIH na Europa vão ter a opção de tratamento através de um injetável de longa duração em lugar dos comprimidos diários.
Este injetável destina-se a pessoas adultas que se encontrem virologicamente suprimidas (carga viral indetetável) e num regime antirretroviral estável sem evidência de resistências a inibidores da transcriptase reversa não-nucleósidos ou inibidores da integrase.
As injeções de cabotegravir e rilpivirina serão administradas de forma intramuscular nas nádegas por professional de saúde. Mas previamente à iniciação das injeções é necessário a toma de comprimidos, de cabotegravir e rilpivirina, durante pelo menos 28 dias para avaliar a tolerabilidade dos medicamentos.
Após a fase de iniciação oral para avaliar a tolerabilidade dos medicamentos, as injeções de cabotegravir e rilpivirina podem reduzir o número de dias de tratamento por ano de 365 para 12 para o regime de injetável uma vez por mês, ou seis para o regime de dosagem uma vez a cada dois meses, representando uma mudança de paradigma na forma de tratar e gerir a doença. O regime de ação prolongada de cabotegravir e rilpivirina foi tão eficaz quanto o tratamento com comprimidos diários na manutenção da supressão viral, é geralmente bem tolerado e pode mudar a experiência do tratamento para algumas pessoas que vivem com VIH que podem ter desafios diários com as terapias de VIH.
O injetável, na Europa, tem o nome de Vocabria.
Encontre o artigo na Agência Europeia do Medicamento aqui.
Encontre o artigo aqui.
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É a vacina da Pfizer contra o COVID-19 segura para as pessoas com VIH? SIM.
É igualmente eficaz? Não se sabe ainda.
A Pfizer não refere se a vacina é eficaz. Isto porque apesar das 120 pessoas com VIH que participaram na fase 2 e 3 do estudo, a Pfizer não apresenta resultados separados para estas referindo que a amostra é muito pequena.
Por outro lado, nos Estados Unidos, a Emergency Use Authorization contem um aviso que “as pessoas imunocomprometidas, incluindo as pessoas a receber terapia imunossupressora, podem ter uma resposta imunitária diminuída à vacina contra o COVID-19 da Pfizer-BioNTech”
Fonte aqui.
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Perante a especulação:
– Estão as pessoas que vivem com VIH protegidas pelos antirretrovirais (ARV)?
- Estudo realizado nos EUA, em 36 instituições, observou não existir associação entre ARVs ou ausência de supressão viral e consequências de infeção por COVID-19. (Dandachi, Clinic Infect Dis. 2020)
- Estudo em Espanha, envolvendo 77.590 pessoas que vivem com VIH (PVV), analisou a incidência e gravidade do COVID em PVV. O risco de diagnóstico por COVID-19 e hospitalização era maior entre os homens e as pessoas com mais de 70 anos (3.7 por 10.000 em PVV comparativamente com 2.1 por 10.000 na população em geral). Este estudo observou também que nenhuma pessoa em Tenofovir/ emtricitabina foi admitida nos cuidados intensivos ou morreu. Mas mais estudos são necessários. (Del Amo, Ann Intern Med. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32589451/)
- O maior estudo foi realizado na África do Sul envolvendo cerca de 3 milhões de pessoas (3.978 PVV com COVID-19). A morte por COVID-19 estava associada ao sexo masculino, idade avançada, diabetes, hipertensão e doença renal crónica. E observou que o rácio de mortalidade por COVID-19 nas pessoas com VIH vs sem VIH foi de 2.39. (Boulle, CID. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32860699/)
- Estudo realizado nos EUA entre os veteranos (VACS) observou não existir maior suscetibilidade ao COVID-19 ou incidência de gravidade de doença entre as PVV infetadas. (Park, AIDS2020, abstract LBPEC23, 2020)
- PVV participaram na pesquisa da vacina, mas não sabemos o número.
- Em estudos maiores, as PVV com estabilidade nos ARV, apresentam resultados semelhantes às pessoas sem VIH, mas os dados sobre mortalidade não são consistentes.
- Uma baixa contagem de CD4 pode piorar os resultados.
- Sobre a mortalidade por COVID-19 entre PVV ver o artigo publicado aqui.
Baseado em artigo do Dr. Paul E. Sax, Director Clínico do Brigham and Women’s Hospital e Professor de Medicina de Harvard Medical School
-
O GAT, Grupo de Ativistas em Tratamentos e a Seres (con) viver com o VIH, duas organizações de doentes VIH, apresentam vários estudos que apontam para uma maior mortalidade das pessoas com o VIH face ao COVID-19 aos responsáveis pelo plano de vacinação e autoridades em VIH.
Alguns estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade pela COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH. Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA que não conseguiram encontrar provas de que o VIH é um fator de risco para a COVID-19:
aidsonline, aids2020, tandfonline
Anteriormente, um grande estudo na África do Sul observou também um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação em Portugal.
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Estamos perante um estudo, o primeiro a demonstrar o conceito da utilização de AMP para prevenir a aquisição da infeção. O VCR01 (anticorpo neutralizante de largo espectro) está a ser estudado para o tratamento, prevenção e cura.
“AMP, do inglês “Antibody Mediated Prevention”, significa Prevenção Mediada por Anticorpos. Este conceito consiste na proteção da infeção pelo VIH através da administração de anticorpos contra o vírus. Estes anticorpos são também conhecidos como anticorpos monoclonais, o que significa que foram sintetizados em laboratório, ao invés de serem naturalmente produzidos pelo organismo humano. Os estudos AMP investigaram a eficácia de um anticorpo denominado VRC01, administrado por perfusão intravenosa (IV), na prevenção da infeção pelo VIH”.
O VCR01 teve pouco efeito na maioria das estripes do VIH, (teve efeito em 30%) mas nos casos em que era eficaz, os casos caíram 75%. O que sugere a combinação de múltiplos anticorpos.
Estudos clínicos de combinações de anticorpos neutralizantes de largo espetro que podem prevenir o VIH por 4 a 6 meses estão já a ser realizados.
Realizaram-se 2 estudos, o primeiro estudo (HVTN 703/HPTN 081) incluiu 1,924 mulheres cisgénero da África subsariana, onde o subtipo C é o mais preponderante. O Segundo estudo (HVTN 704/HPTN 085) incluiu 2,699 HSH, homens bissexuais e adultos transgéneros da América do SUL, Suiça e EUA, onde o subtipo B é mais comum.
Os estudos avaliaram o VCR01, um anticorpo neutralizante de largo espectro oriundo de sangue doado por uma pessoa a viver com VIH (tal como a coleta de plasma de pessoas que recuperaram do COVID-19). Pois as pessoas que foram expostas a um vírus específico desenvolvem anticorpos para o controlarem. Cientistas podem modificar e multiplicar estes anticorpos e usá-los para prevenir ou tratar a infeção em outras pessoas.
Poderá ser possível a administração de anticorpos através de injeção subcutânea ou intramuscular em lugar de intravenosa.
Fonte: HIVR4P
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Atualmente a profilaxia pré-exposição (PrEP) consiste na toma diária de um comprimido, o Truvada. Já aqui falámos de uma nova forma de PrEP, injetável. E agora vamos referir a toma mensal de Islatravir –um fármaco experimental pertencente a uma nova família de antirretrovirais– que alcança os niveís apropriados para prevenir o VIH durante um mês graças à sua ação prolongada. Este estudo foi apresentado na conferência HIVR4P.
O Islatravir ainda em pesquisa, é um medicamento bem tolerado que traz uma redução na quantidade medicamentosa e mais conforto.
Com um mecanismo de ação singular, o primeiro inibidor da translocação transcriptase reversa nucleosideo está a ser estudado para prevenção e para tratamento.
Em novembro passado foi lançada a fase III do estudo IMPOWER 22 que avalia a eficácia e segurança do isaltravir, como PrEP em mulheres cisgénero e jovens adolescentes em elevado risco de contrair o VIH na África subsariana. Cerca de 4.500 participantes vão receber o comprimido de toma oral e mensal ou o comprimido de toma diária Truvada.
Outro estudo planeado, IMPOWER-024, inclui homens cisgénero e mulheres transgénero que têm sexo com homens de vários países. Irão receber o islatravir de toma mensal ou o Truvada de toma diária.
Existe ainda uma formulação em implante do islatravir que está a ser estudada para PrEP. Um implante semelhante aos implantes de longa duração utilizados na contracepção. Um estudo anterior com voluntários VIH-negativos mostrou que o implante proporcionou concentrações protetoras do medicamento por mais de um ano.
No que concerne o tratamento a combinação da toma diária do isaltravir mais doravirina demonstrou uma boa eficácia na fase IIb do estudo. Após 96 semanas 90% das pessoas tratadas apresentavam uma carga viral indetetável. Mas existem planos para avaliar o islatravir mais o experimental MK-807 como um regime de tratamento semanal.
Fonte: HIVR4P
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Injeções de Cabotegravir e a toma diária de comprimidos de Truvada são ambos altamente eficazes, mas algumas mulheres podem considerar mais fácil usar o regime de longa duração.
As injeções de cabotegravir de ação prolongada, para a prevenção do VIH, em mulheres cisgénero, administradas por profissional de saúde a cada dois meses foram mais eficazes do que as injeções de Truvada Cabotegravir uma vez ao dia e os comprimidos de toma diária de Truvada (que são altamente eficazes), mas algumas mulheres podem achar mais fácil usar o regime de ação prolongada. de acordo com os resultados do estudo apresentados esta semana na conferência virtual HIV Research for Prevention (HIVR4P).
Estudos realizados com o comprimido de toma diária Truvada em homens que têm sexo com homens e mulheres transgénero demonstrou que o Truvada era 99% eficaz nos homens gay e bi, mas nas mulheres cisgénero os níveis de proteção foram mais baixos, devido potencialmente ao uso inconsistente.
Estudo realizado na Africa do Sul, envolveu 3.224 mulheres cisgénero sexualmente ativas em risco de contrair o VIH, que receberam injeções bimensais de Cabotegravir ou comprimidos diários de Truvada. O estudo parou em Novembro de 2020, apesar de estar programado para mais 3 anos, porque foi demonstrada a maior eficácia das injeções de cabotegravir em relação à toma diária dos comprimidos.
Estes resultados foram consistentes com o estudo HPTN 083, que envolveu 4.490 mulheres cisgénero e mulheres transexuais de 6 países.
A injeção é bem tolerada, com algumas reações no local da injeção como dor, vermelhidão, inchaço. Também se observou aumento de peso. E é segura, mulheres que engravidaram nestes estudos não reportaram qualquer anomalia.
O injetável de longa duração tem a vantagem de ser discreto, com uma toma a cada 8 semanas, que pode ser sincronizada com outros injetáveis de planeamento familiar e que não exige o envolvimento do parceiro.
Fonte conferência HIV r4P.
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A OMS (Organização Mundial de Saúde) recomendou, recentemente, a oferta do anel vaginal dapivirina (DPV-VR) como forma adicional de prevenção, para mulheres em risco substancial de infeção por VIH tipo 1, como parte de uma abordagem de prevenção combinada.
É utilizado em combinação com práticas sexuais seguras (como o uso do preservativo) por mulheres com 18 anos ou mais, quando a profilaxia pré-exposição (PrEP) por via oral não pode ser usada. De acordo com a EMA (Agência Europeia do Medicamento) é para uso fora da EU.
As mulheres têm, assim, mais uma forma de prevenção do VIH tipo 1. O DPV-VR é a primeira opção de longa duração que a mulher pode controlar ela própria e usar discretamente para reduzir o risco de contrair o VIH durante o sexo vaginal. Feito de silicone flexível, de fácil inserção, o anel liberta lentamente o antirretroviral dapivirina na vagina. O anel deve ser usado, no interior da vagina, por 28 dias e depois desse período deve ser colocado um novo anel.
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Na conferência de imprensa da conferência HIV R4P, sobre pesquisa e prevenção em VIH, apresentou-se a prevenção mediada por anticorpos (AMP), a PrEP (profilaxia pré-exposição) injetável de longa duração, o comprimido PrEP mensal e as tendências da toma oral diária da PrEP.
Juntas representam o futuro da prevenção do VIH com mais opções.
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A aprovação, por parte da Comissão Europeia, do injetável de longa duração para o tratamento do VIH pode transformar a vida das pessoas a viver com o VIH.
A autorização significa que, pela primeira vez, as pessoas que vivem com VIH na Europa vão ter a opção de tratamento através de um injetável de longa duração em lugar dos comprimidos diários.
Este injetável destina-se a pessoas adultas que se encontrem virologicamente suprimidas (carga viral indetetável) e num regime antirretroviral estável sem evidência de resistências a inibidores da transcriptase reversa não-nucleósidos ou inibidores da integrase.
As injeções de cabotegravir e rilpivirina serão administradas de forma intramuscular nas nádegas por professional de saúde. Mas previamente à iniciação das injeções é necessário a toma de comprimidos, de cabotegravir e rilpivirina, durante pelo menos 28 dias para avaliar a tolerabilidade dos medicamentos.
Após a fase de iniciação oral para avaliar a tolerabilidade dos medicamentos, as injeções de cabotegravir e rilpivirina podem reduzir o número de dias de tratamento por ano de 365 para 12 para o regime de injetável uma vez por mês, ou seis para o regime de dosagem uma vez a cada dois meses, representando uma mudança de paradigma na forma de tratar e gerir a doença. O regime de ação prolongada de cabotegravir e rilpivirina foi tão eficaz quanto o tratamento com comprimidos diários na manutenção da supressão viral, é geralmente bem tolerado e pode mudar a experiência do tratamento para algumas pessoas que vivem com VIH que podem ter desafios diários com as terapias de VIH.
O injetável, na Europa, tem o nome de Vocabria.
Encontre o artigo na Agência Europeia do Medicamento aqui.
Encontre o artigo aqui.
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É a vacina da Pfizer contra o COVID-19 segura para as pessoas com VIH? SIM.
É igualmente eficaz? Não se sabe ainda.
A Pfizer não refere se a vacina é eficaz. Isto porque apesar das 120 pessoas com VIH que participaram na fase 2 e 3 do estudo, a Pfizer não apresenta resultados separados para estas referindo que a amostra é muito pequena.
Por outro lado, nos Estados Unidos, a Emergency Use Authorization contem um aviso que “as pessoas imunocomprometidas, incluindo as pessoas a receber terapia imunossupressora, podem ter uma resposta imunitária diminuída à vacina contra o COVID-19 da Pfizer-BioNTech”
Fonte aqui.
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Perante a especulação:
– Estão as pessoas que vivem com VIH protegidas pelos antirretrovirais (ARV)?
- Estudo realizado nos EUA, em 36 instituições, observou não existir associação entre ARVs ou ausência de supressão viral e consequências de infeção por COVID-19. (Dandachi, Clinic Infect Dis. 2020)
- Estudo em Espanha, envolvendo 77.590 pessoas que vivem com VIH (PVV), analisou a incidência e gravidade do COVID em PVV. O risco de diagnóstico por COVID-19 e hospitalização era maior entre os homens e as pessoas com mais de 70 anos (3.7 por 10.000 em PVV comparativamente com 2.1 por 10.000 na população em geral). Este estudo observou também que nenhuma pessoa em Tenofovir/ emtricitabina foi admitida nos cuidados intensivos ou morreu. Mas mais estudos são necessários. (Del Amo, Ann Intern Med. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32589451/)
- O maior estudo foi realizado na África do Sul envolvendo cerca de 3 milhões de pessoas (3.978 PVV com COVID-19). A morte por COVID-19 estava associada ao sexo masculino, idade avançada, diabetes, hipertensão e doença renal crónica. E observou que o rácio de mortalidade por COVID-19 nas pessoas com VIH vs sem VIH foi de 2.39. (Boulle, CID. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32860699/)
- Estudo realizado nos EUA entre os veteranos (VACS) observou não existir maior suscetibilidade ao COVID-19 ou incidência de gravidade de doença entre as PVV infetadas. (Park, AIDS2020, abstract LBPEC23, 2020)
- PVV participaram na pesquisa da vacina, mas não sabemos o número.
- Em estudos maiores, as PVV com estabilidade nos ARV, apresentam resultados semelhantes às pessoas sem VIH, mas os dados sobre mortalidade não são consistentes.
- Uma baixa contagem de CD4 pode piorar os resultados.
- Sobre a mortalidade por COVID-19 entre PVV ver o artigo publicado aqui.
Baseado em artigo do Dr. Paul E. Sax, Director Clínico do Brigham and Women’s Hospital e Professor de Medicina de Harvard Medical School
-
O GAT, Grupo de Ativistas em Tratamentos e a Seres (con) viver com o VIH, duas organizações de doentes VIH, apresentam vários estudos que apontam para uma maior mortalidade das pessoas com o VIH face ao COVID-19 aos responsáveis pelo plano de vacinação e autoridades em VIH.
Alguns estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade pela COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH. Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA que não conseguiram encontrar provas de que o VIH é um fator de risco para a COVID-19:
aidsonline, aids2020, tandfonline
Anteriormente, um grande estudo na África do Sul observou também um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação em Portugal.
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Estamos perante um estudo, o primeiro a demonstrar o conceito da utilização de AMP para prevenir a aquisição da infeção. O VCR01 (anticorpo neutralizante de largo espectro) está a ser estudado para o tratamento, prevenção e cura.
“AMP, do inglês “Antibody Mediated Prevention”, significa Prevenção Mediada por Anticorpos. Este conceito consiste na proteção da infeção pelo VIH através da administração de anticorpos contra o vírus. Estes anticorpos são também conhecidos como anticorpos monoclonais, o que significa que foram sintetizados em laboratório, ao invés de serem naturalmente produzidos pelo organismo humano. Os estudos AMP investigaram a eficácia de um anticorpo denominado VRC01, administrado por perfusão intravenosa (IV), na prevenção da infeção pelo VIH”.
O VCR01 teve pouco efeito na maioria das estripes do VIH, (teve efeito em 30%) mas nos casos em que era eficaz, os casos caíram 75%. O que sugere a combinação de múltiplos anticorpos.
Estudos clínicos de combinações de anticorpos neutralizantes de largo espetro que podem prevenir o VIH por 4 a 6 meses estão já a ser realizados.
Realizaram-se 2 estudos, o primeiro estudo (HVTN 703/HPTN 081) incluiu 1,924 mulheres cisgénero da África subsariana, onde o subtipo C é o mais preponderante. O Segundo estudo (HVTN 704/HPTN 085) incluiu 2,699 HSH, homens bissexuais e adultos transgéneros da América do SUL, Suiça e EUA, onde o subtipo B é mais comum.
Os estudos avaliaram o VCR01, um anticorpo neutralizante de largo espectro oriundo de sangue doado por uma pessoa a viver com VIH (tal como a coleta de plasma de pessoas que recuperaram do COVID-19). Pois as pessoas que foram expostas a um vírus específico desenvolvem anticorpos para o controlarem. Cientistas podem modificar e multiplicar estes anticorpos e usá-los para prevenir ou tratar a infeção em outras pessoas.
Poderá ser possível a administração de anticorpos através de injeção subcutânea ou intramuscular em lugar de intravenosa.
Fonte: HIVR4P
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Atualmente a profilaxia pré-exposição (PrEP) consiste na toma diária de um comprimido, o Truvada. Já aqui falámos de uma nova forma de PrEP, injetável. E agora vamos referir a toma mensal de Islatravir –um fármaco experimental pertencente a uma nova família de antirretrovirais– que alcança os niveís apropriados para prevenir o VIH durante um mês graças à sua ação prolongada. Este estudo foi apresentado na conferência HIVR4P.
O Islatravir ainda em pesquisa, é um medicamento bem tolerado que traz uma redução na quantidade medicamentosa e mais conforto.
Com um mecanismo de ação singular, o primeiro inibidor da translocação transcriptase reversa nucleosideo está a ser estudado para prevenção e para tratamento.
Em novembro passado foi lançada a fase III do estudo IMPOWER 22 que avalia a eficácia e segurança do isaltravir, como PrEP em mulheres cisgénero e jovens adolescentes em elevado risco de contrair o VIH na África subsariana. Cerca de 4.500 participantes vão receber o comprimido de toma oral e mensal ou o comprimido de toma diária Truvada.
Outro estudo planeado, IMPOWER-024, inclui homens cisgénero e mulheres transgénero que têm sexo com homens de vários países. Irão receber o islatravir de toma mensal ou o Truvada de toma diária.
Existe ainda uma formulação em implante do islatravir que está a ser estudada para PrEP. Um implante semelhante aos implantes de longa duração utilizados na contracepção. Um estudo anterior com voluntários VIH-negativos mostrou que o implante proporcionou concentrações protetoras do medicamento por mais de um ano.
No que concerne o tratamento a combinação da toma diária do isaltravir mais doravirina demonstrou uma boa eficácia na fase IIb do estudo. Após 96 semanas 90% das pessoas tratadas apresentavam uma carga viral indetetável. Mas existem planos para avaliar o islatravir mais o experimental MK-807 como um regime de tratamento semanal.
Fonte: HIVR4P
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Injeções de Cabotegravir e a toma diária de comprimidos de Truvada são ambos altamente eficazes, mas algumas mulheres podem considerar mais fácil usar o regime de longa duração.
As injeções de cabotegravir de ação prolongada, para a prevenção do VIH, em mulheres cisgénero, administradas por profissional de saúde a cada dois meses foram mais eficazes do que as injeções de Truvada Cabotegravir uma vez ao dia e os comprimidos de toma diária de Truvada (que são altamente eficazes), mas algumas mulheres podem achar mais fácil usar o regime de ação prolongada. de acordo com os resultados do estudo apresentados esta semana na conferência virtual HIV Research for Prevention (HIVR4P).
Estudos realizados com o comprimido de toma diária Truvada em homens que têm sexo com homens e mulheres transgénero demonstrou que o Truvada era 99% eficaz nos homens gay e bi, mas nas mulheres cisgénero os níveis de proteção foram mais baixos, devido potencialmente ao uso inconsistente.
Estudo realizado na Africa do Sul, envolveu 3.224 mulheres cisgénero sexualmente ativas em risco de contrair o VIH, que receberam injeções bimensais de Cabotegravir ou comprimidos diários de Truvada. O estudo parou em Novembro de 2020, apesar de estar programado para mais 3 anos, porque foi demonstrada a maior eficácia das injeções de cabotegravir em relação à toma diária dos comprimidos.
Estes resultados foram consistentes com o estudo HPTN 083, que envolveu 4.490 mulheres cisgénero e mulheres transexuais de 6 países.
A injeção é bem tolerada, com algumas reações no local da injeção como dor, vermelhidão, inchaço. Também se observou aumento de peso. E é segura, mulheres que engravidaram nestes estudos não reportaram qualquer anomalia.
O injetável de longa duração tem a vantagem de ser discreto, com uma toma a cada 8 semanas, que pode ser sincronizada com outros injetáveis de planeamento familiar e que não exige o envolvimento do parceiro.
Fonte conferência HIV r4P.
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A OMS (Organização Mundial de Saúde) recomendou, recentemente, a oferta do anel vaginal dapivirina (DPV-VR) como forma adicional de prevenção, para mulheres em risco substancial de infeção por VIH tipo 1, como parte de uma abordagem de prevenção combinada.
É utilizado em combinação com práticas sexuais seguras (como o uso do preservativo) por mulheres com 18 anos ou mais, quando a profilaxia pré-exposição (PrEP) por via oral não pode ser usada. De acordo com a EMA (Agência Europeia do Medicamento) é para uso fora da EU.
As mulheres têm, assim, mais uma forma de prevenção do VIH tipo 1. O DPV-VR é a primeira opção de longa duração que a mulher pode controlar ela própria e usar discretamente para reduzir o risco de contrair o VIH durante o sexo vaginal. Feito de silicone flexível, de fácil inserção, o anel liberta lentamente o antirretroviral dapivirina na vagina. O anel deve ser usado, no interior da vagina, por 28 dias e depois desse período deve ser colocado um novo anel.
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Na conferência de imprensa da conferência HIV R4P, sobre pesquisa e prevenção em VIH, apresentou-se a prevenção mediada por anticorpos (AMP), a PrEP (profilaxia pré-exposição) injetável de longa duração, o comprimido PrEP mensal e as tendências da toma oral diária da PrEP.
Juntas representam o futuro da prevenção do VIH com mais opções.
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A aprovação, por parte da Comissão Europeia, do injetável de longa duração para o tratamento do VIH pode transformar a vida das pessoas a viver com o VIH.
A autorização significa que, pela primeira vez, as pessoas que vivem com VIH na Europa vão ter a opção de tratamento através de um injetável de longa duração em lugar dos comprimidos diários.
Este injetável destina-se a pessoas adultas que se encontrem virologicamente suprimidas (carga viral indetetável) e num regime antirretroviral estável sem evidência de resistências a inibidores da transcriptase reversa não-nucleósidos ou inibidores da integrase.
As injeções de cabotegravir e rilpivirina serão administradas de forma intramuscular nas nádegas por professional de saúde. Mas previamente à iniciação das injeções é necessário a toma de comprimidos, de cabotegravir e rilpivirina, durante pelo menos 28 dias para avaliar a tolerabilidade dos medicamentos.
Após a fase de iniciação oral para avaliar a tolerabilidade dos medicamentos, as injeções de cabotegravir e rilpivirina podem reduzir o número de dias de tratamento por ano de 365 para 12 para o regime de injetável uma vez por mês, ou seis para o regime de dosagem uma vez a cada dois meses, representando uma mudança de paradigma na forma de tratar e gerir a doença. O regime de ação prolongada de cabotegravir e rilpivirina foi tão eficaz quanto o tratamento com comprimidos diários na manutenção da supressão viral, é geralmente bem tolerado e pode mudar a experiência do tratamento para algumas pessoas que vivem com VIH que podem ter desafios diários com as terapias de VIH.
O injetável, na Europa, tem o nome de Vocabria.
Encontre o artigo na Agência Europeia do Medicamento aqui.
Encontre o artigo aqui.
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É a vacina da Pfizer contra o COVID-19 segura para as pessoas com VIH? SIM.
É igualmente eficaz? Não se sabe ainda.
A Pfizer não refere se a vacina é eficaz. Isto porque apesar das 120 pessoas com VIH que participaram na fase 2 e 3 do estudo, a Pfizer não apresenta resultados separados para estas referindo que a amostra é muito pequena.
Por outro lado, nos Estados Unidos, a Emergency Use Authorization contem um aviso que “as pessoas imunocomprometidas, incluindo as pessoas a receber terapia imunossupressora, podem ter uma resposta imunitária diminuída à vacina contra o COVID-19 da Pfizer-BioNTech”
Fonte aqui.
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Perante a especulação:
– Estão as pessoas que vivem com VIH protegidas pelos antirretrovirais (ARV)?
- Estudo realizado nos EUA, em 36 instituições, observou não existir associação entre ARVs ou ausência de supressão viral e consequências de infeção por COVID-19. (Dandachi, Clinic Infect Dis. 2020)
- Estudo em Espanha, envolvendo 77.590 pessoas que vivem com VIH (PVV), analisou a incidência e gravidade do COVID em PVV. O risco de diagnóstico por COVID-19 e hospitalização era maior entre os homens e as pessoas com mais de 70 anos (3.7 por 10.000 em PVV comparativamente com 2.1 por 10.000 na população em geral). Este estudo observou também que nenhuma pessoa em Tenofovir/ emtricitabina foi admitida nos cuidados intensivos ou morreu. Mas mais estudos são necessários. (Del Amo, Ann Intern Med. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32589451/)
- O maior estudo foi realizado na África do Sul envolvendo cerca de 3 milhões de pessoas (3.978 PVV com COVID-19). A morte por COVID-19 estava associada ao sexo masculino, idade avançada, diabetes, hipertensão e doença renal crónica. E observou que o rácio de mortalidade por COVID-19 nas pessoas com VIH vs sem VIH foi de 2.39. (Boulle, CID. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32860699/)
- Estudo realizado nos EUA entre os veteranos (VACS) observou não existir maior suscetibilidade ao COVID-19 ou incidência de gravidade de doença entre as PVV infetadas. (Park, AIDS2020, abstract LBPEC23, 2020)
- PVV participaram na pesquisa da vacina, mas não sabemos o número.
- Em estudos maiores, as PVV com estabilidade nos ARV, apresentam resultados semelhantes às pessoas sem VIH, mas os dados sobre mortalidade não são consistentes.
- Uma baixa contagem de CD4 pode piorar os resultados.
- Sobre a mortalidade por COVID-19 entre PVV ver o artigo publicado aqui.
Baseado em artigo do Dr. Paul E. Sax, Director Clínico do Brigham and Women’s Hospital e Professor de Medicina de Harvard Medical School
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O GAT, Grupo de Ativistas em Tratamentos e a Seres (con) viver com o VIH, duas organizações de doentes VIH, apresentam vários estudos que apontam para uma maior mortalidade das pessoas com o VIH face ao COVID-19 aos responsáveis pelo plano de vacinação e autoridades em VIH.
Alguns estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade pela COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH. Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA que não conseguiram encontrar provas de que o VIH é um fator de risco para a COVID-19:
aidsonline, aids2020, tandfonline
Anteriormente, um grande estudo na África do Sul observou também um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação em Portugal.
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Estamos perante um estudo, o primeiro a demonstrar o conceito da utilização de AMP para prevenir a aquisição da infeção. O VCR01 (anticorpo neutralizante de largo espectro) está a ser estudado para o tratamento, prevenção e cura.
“AMP, do inglês “Antibody Mediated Prevention”, significa Prevenção Mediada por Anticorpos. Este conceito consiste na proteção da infeção pelo VIH através da administração de anticorpos contra o vírus. Estes anticorpos são também conhecidos como anticorpos monoclonais, o que significa que foram sintetizados em laboratório, ao invés de serem naturalmente produzidos pelo organismo humano. Os estudos AMP investigaram a eficácia de um anticorpo denominado VRC01, administrado por perfusão intravenosa (IV), na prevenção da infeção pelo VIH”.
O VCR01 teve pouco efeito na maioria das estripes do VIH, (teve efeito em 30%) mas nos casos em que era eficaz, os casos caíram 75%. O que sugere a combinação de múltiplos anticorpos.
Estudos clínicos de combinações de anticorpos neutralizantes de largo espetro que podem prevenir o VIH por 4 a 6 meses estão já a ser realizados.
Realizaram-se 2 estudos, o primeiro estudo (HVTN 703/HPTN 081) incluiu 1,924 mulheres cisgénero da África subsariana, onde o subtipo C é o mais preponderante. O Segundo estudo (HVTN 704/HPTN 085) incluiu 2,699 HSH, homens bissexuais e adultos transgéneros da América do SUL, Suiça e EUA, onde o subtipo B é mais comum.
Os estudos avaliaram o VCR01, um anticorpo neutralizante de largo espectro oriundo de sangue doado por uma pessoa a viver com VIH (tal como a coleta de plasma de pessoas que recuperaram do COVID-19). Pois as pessoas que foram expostas a um vírus específico desenvolvem anticorpos para o controlarem. Cientistas podem modificar e multiplicar estes anticorpos e usá-los para prevenir ou tratar a infeção em outras pessoas.
Poderá ser possível a administração de anticorpos através de injeção subcutânea ou intramuscular em lugar de intravenosa.
Fonte: HIVR4P
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Atualmente a profilaxia pré-exposição (PrEP) consiste na toma diária de um comprimido, o Truvada. Já aqui falámos de uma nova forma de PrEP, injetável. E agora vamos referir a toma mensal de Islatravir –um fármaco experimental pertencente a uma nova família de antirretrovirais– que alcança os niveís apropriados para prevenir o VIH durante um mês graças à sua ação prolongada. Este estudo foi apresentado na conferência HIVR4P.
O Islatravir ainda em pesquisa, é um medicamento bem tolerado que traz uma redução na quantidade medicamentosa e mais conforto.
Com um mecanismo de ação singular, o primeiro inibidor da translocação transcriptase reversa nucleosideo está a ser estudado para prevenção e para tratamento.
Em novembro passado foi lançada a fase III do estudo IMPOWER 22 que avalia a eficácia e segurança do isaltravir, como PrEP em mulheres cisgénero e jovens adolescentes em elevado risco de contrair o VIH na África subsariana. Cerca de 4.500 participantes vão receber o comprimido de toma oral e mensal ou o comprimido de toma diária Truvada.
Outro estudo planeado, IMPOWER-024, inclui homens cisgénero e mulheres transgénero que têm sexo com homens de vários países. Irão receber o islatravir de toma mensal ou o Truvada de toma diária.
Existe ainda uma formulação em implante do islatravir que está a ser estudada para PrEP. Um implante semelhante aos implantes de longa duração utilizados na contracepção. Um estudo anterior com voluntários VIH-negativos mostrou que o implante proporcionou concentrações protetoras do medicamento por mais de um ano.
No que concerne o tratamento a combinação da toma diária do isaltravir mais doravirina demonstrou uma boa eficácia na fase IIb do estudo. Após 96 semanas 90% das pessoas tratadas apresentavam uma carga viral indetetável. Mas existem planos para avaliar o islatravir mais o experimental MK-807 como um regime de tratamento semanal.
Fonte: HIVR4P
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Injeções de Cabotegravir e a toma diária de comprimidos de Truvada são ambos altamente eficazes, mas algumas mulheres podem considerar mais fácil usar o regime de longa duração.
As injeções de cabotegravir de ação prolongada, para a prevenção do VIH, em mulheres cisgénero, administradas por profissional de saúde a cada dois meses foram mais eficazes do que as injeções de Truvada Cabotegravir uma vez ao dia e os comprimidos de toma diária de Truvada (que são altamente eficazes), mas algumas mulheres podem achar mais fácil usar o regime de ação prolongada. de acordo com os resultados do estudo apresentados esta semana na conferência virtual HIV Research for Prevention (HIVR4P).
Estudos realizados com o comprimido de toma diária Truvada em homens que têm sexo com homens e mulheres transgénero demonstrou que o Truvada era 99% eficaz nos homens gay e bi, mas nas mulheres cisgénero os níveis de proteção foram mais baixos, devido potencialmente ao uso inconsistente.
Estudo realizado na Africa do Sul, envolveu 3.224 mulheres cisgénero sexualmente ativas em risco de contrair o VIH, que receberam injeções bimensais de Cabotegravir ou comprimidos diários de Truvada. O estudo parou em Novembro de 2020, apesar de estar programado para mais 3 anos, porque foi demonstrada a maior eficácia das injeções de cabotegravir em relação à toma diária dos comprimidos.
Estes resultados foram consistentes com o estudo HPTN 083, que envolveu 4.490 mulheres cisgénero e mulheres transexuais de 6 países.
A injeção é bem tolerada, com algumas reações no local da injeção como dor, vermelhidão, inchaço. Também se observou aumento de peso. E é segura, mulheres que engravidaram nestes estudos não reportaram qualquer anomalia.
O injetável de longa duração tem a vantagem de ser discreto, com uma toma a cada 8 semanas, que pode ser sincronizada com outros injetáveis de planeamento familiar e que não exige o envolvimento do parceiro.
Fonte conferência HIV r4P.
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A OMS (Organização Mundial de Saúde) recomendou, recentemente, a oferta do anel vaginal dapivirina (DPV-VR) como forma adicional de prevenção, para mulheres em risco substancial de infeção por VIH tipo 1, como parte de uma abordagem de prevenção combinada.
É utilizado em combinação com práticas sexuais seguras (como o uso do preservativo) por mulheres com 18 anos ou mais, quando a profilaxia pré-exposição (PrEP) por via oral não pode ser usada. De acordo com a EMA (Agência Europeia do Medicamento) é para uso fora da EU.
As mulheres têm, assim, mais uma forma de prevenção do VIH tipo 1. O DPV-VR é a primeira opção de longa duração que a mulher pode controlar ela própria e usar discretamente para reduzir o risco de contrair o VIH durante o sexo vaginal. Feito de silicone flexível, de fácil inserção, o anel liberta lentamente o antirretroviral dapivirina na vagina. O anel deve ser usado, no interior da vagina, por 28 dias e depois desse período deve ser colocado um novo anel.
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Na conferência de imprensa da conferência HIV R4P, sobre pesquisa e prevenção em VIH, apresentou-se a prevenção mediada por anticorpos (AMP), a PrEP (profilaxia pré-exposição) injetável de longa duração, o comprimido PrEP mensal e as tendências da toma oral diária da PrEP.
Juntas representam o futuro da prevenção do VIH com mais opções.
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A aprovação, por parte da Comissão Europeia, do injetável de longa duração para o tratamento do VIH pode transformar a vida das pessoas a viver com o VIH.
A autorização significa que, pela primeira vez, as pessoas que vivem com VIH na Europa vão ter a opção de tratamento através de um injetável de longa duração em lugar dos comprimidos diários.
Este injetável destina-se a pessoas adultas que se encontrem virologicamente suprimidas (carga viral indetetável) e num regime antirretroviral estável sem evidência de resistências a inibidores da transcriptase reversa não-nucleósidos ou inibidores da integrase.
As injeções de cabotegravir e rilpivirina serão administradas de forma intramuscular nas nádegas por professional de saúde. Mas previamente à iniciação das injeções é necessário a toma de comprimidos, de cabotegravir e rilpivirina, durante pelo menos 28 dias para avaliar a tolerabilidade dos medicamentos.
Após a fase de iniciação oral para avaliar a tolerabilidade dos medicamentos, as injeções de cabotegravir e rilpivirina podem reduzir o número de dias de tratamento por ano de 365 para 12 para o regime de injetável uma vez por mês, ou seis para o regime de dosagem uma vez a cada dois meses, representando uma mudança de paradigma na forma de tratar e gerir a doença. O regime de ação prolongada de cabotegravir e rilpivirina foi tão eficaz quanto o tratamento com comprimidos diários na manutenção da supressão viral, é geralmente bem tolerado e pode mudar a experiência do tratamento para algumas pessoas que vivem com VIH que podem ter desafios diários com as terapias de VIH.
O injetável, na Europa, tem o nome de Vocabria.
Encontre o artigo na Agência Europeia do Medicamento aqui.
Encontre o artigo aqui.
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É a vacina da Pfizer contra o COVID-19 segura para as pessoas com VIH? SIM.
É igualmente eficaz? Não se sabe ainda.
A Pfizer não refere se a vacina é eficaz. Isto porque apesar das 120 pessoas com VIH que participaram na fase 2 e 3 do estudo, a Pfizer não apresenta resultados separados para estas referindo que a amostra é muito pequena.
Por outro lado, nos Estados Unidos, a Emergency Use Authorization contem um aviso que “as pessoas imunocomprometidas, incluindo as pessoas a receber terapia imunossupressora, podem ter uma resposta imunitária diminuída à vacina contra o COVID-19 da Pfizer-BioNTech”
Fonte aqui.
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Perante a especulação:
– Estão as pessoas que vivem com VIH protegidas pelos antirretrovirais (ARV)?
- Estudo realizado nos EUA, em 36 instituições, observou não existir associação entre ARVs ou ausência de supressão viral e consequências de infeção por COVID-19. (Dandachi, Clinic Infect Dis. 2020)
- Estudo em Espanha, envolvendo 77.590 pessoas que vivem com VIH (PVV), analisou a incidência e gravidade do COVID em PVV. O risco de diagnóstico por COVID-19 e hospitalização era maior entre os homens e as pessoas com mais de 70 anos (3.7 por 10.000 em PVV comparativamente com 2.1 por 10.000 na população em geral). Este estudo observou também que nenhuma pessoa em Tenofovir/ emtricitabina foi admitida nos cuidados intensivos ou morreu. Mas mais estudos são necessários. (Del Amo, Ann Intern Med. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32589451/)
- O maior estudo foi realizado na África do Sul envolvendo cerca de 3 milhões de pessoas (3.978 PVV com COVID-19). A morte por COVID-19 estava associada ao sexo masculino, idade avançada, diabetes, hipertensão e doença renal crónica. E observou que o rácio de mortalidade por COVID-19 nas pessoas com VIH vs sem VIH foi de 2.39. (Boulle, CID. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32860699/)
- Estudo realizado nos EUA entre os veteranos (VACS) observou não existir maior suscetibilidade ao COVID-19 ou incidência de gravidade de doença entre as PVV infetadas. (Park, AIDS2020, abstract LBPEC23, 2020)
- PVV participaram na pesquisa da vacina, mas não sabemos o número.
- Em estudos maiores, as PVV com estabilidade nos ARV, apresentam resultados semelhantes às pessoas sem VIH, mas os dados sobre mortalidade não são consistentes.
- Uma baixa contagem de CD4 pode piorar os resultados.
- Sobre a mortalidade por COVID-19 entre PVV ver o artigo publicado aqui.
Baseado em artigo do Dr. Paul E. Sax, Director Clínico do Brigham and Women’s Hospital e Professor de Medicina de Harvard Medical School
-
O GAT, Grupo de Ativistas em Tratamentos e a Seres (con) viver com o VIH, duas organizações de doentes VIH, apresentam vários estudos que apontam para uma maior mortalidade das pessoas com o VIH face ao COVID-19 aos responsáveis pelo plano de vacinação e autoridades em VIH.
Alguns estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade pela COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH. Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA que não conseguiram encontrar provas de que o VIH é um fator de risco para a COVID-19:
aidsonline, aids2020, tandfonline
Anteriormente, um grande estudo na África do Sul observou também um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação em Portugal.
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Estamos perante um estudo, o primeiro a demonstrar o conceito da utilização de AMP para prevenir a aquisição da infeção. O VCR01 (anticorpo neutralizante de largo espectro) está a ser estudado para o tratamento, prevenção e cura.
“AMP, do inglês “Antibody Mediated Prevention”, significa Prevenção Mediada por Anticorpos. Este conceito consiste na proteção da infeção pelo VIH através da administração de anticorpos contra o vírus. Estes anticorpos são também conhecidos como anticorpos monoclonais, o que significa que foram sintetizados em laboratório, ao invés de serem naturalmente produzidos pelo organismo humano. Os estudos AMP investigaram a eficácia de um anticorpo denominado VRC01, administrado por perfusão intravenosa (IV), na prevenção da infeção pelo VIH”.
O VCR01 teve pouco efeito na maioria das estripes do VIH, (teve efeito em 30%) mas nos casos em que era eficaz, os casos caíram 75%. O que sugere a combinação de múltiplos anticorpos.
Estudos clínicos de combinações de anticorpos neutralizantes de largo espetro que podem prevenir o VIH por 4 a 6 meses estão já a ser realizados.
Realizaram-se 2 estudos, o primeiro estudo (HVTN 703/HPTN 081) incluiu 1,924 mulheres cisgénero da África subsariana, onde o subtipo C é o mais preponderante. O Segundo estudo (HVTN 704/HPTN 085) incluiu 2,699 HSH, homens bissexuais e adultos transgéneros da América do SUL, Suiça e EUA, onde o subtipo B é mais comum.
Os estudos avaliaram o VCR01, um anticorpo neutralizante de largo espectro oriundo de sangue doado por uma pessoa a viver com VIH (tal como a coleta de plasma de pessoas que recuperaram do COVID-19). Pois as pessoas que foram expostas a um vírus específico desenvolvem anticorpos para o controlarem. Cientistas podem modificar e multiplicar estes anticorpos e usá-los para prevenir ou tratar a infeção em outras pessoas.
Poderá ser possível a administração de anticorpos através de injeção subcutânea ou intramuscular em lugar de intravenosa.
Fonte: HIVR4P
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Atualmente a profilaxia pré-exposição (PrEP) consiste na toma diária de um comprimido, o Truvada. Já aqui falámos de uma nova forma de PrEP, injetável. E agora vamos referir a toma mensal de Islatravir –um fármaco experimental pertencente a uma nova família de antirretrovirais– que alcança os niveís apropriados para prevenir o VIH durante um mês graças à sua ação prolongada. Este estudo foi apresentado na conferência HIVR4P.
O Islatravir ainda em pesquisa, é um medicamento bem tolerado que traz uma redução na quantidade medicamentosa e mais conforto.
Com um mecanismo de ação singular, o primeiro inibidor da translocação transcriptase reversa nucleosideo está a ser estudado para prevenção e para tratamento.
Em novembro passado foi lançada a fase III do estudo IMPOWER 22 que avalia a eficácia e segurança do isaltravir, como PrEP em mulheres cisgénero e jovens adolescentes em elevado risco de contrair o VIH na África subsariana. Cerca de 4.500 participantes vão receber o comprimido de toma oral e mensal ou o comprimido de toma diária Truvada.
Outro estudo planeado, IMPOWER-024, inclui homens cisgénero e mulheres transgénero que têm sexo com homens de vários países. Irão receber o islatravir de toma mensal ou o Truvada de toma diária.
Existe ainda uma formulação em implante do islatravir que está a ser estudada para PrEP. Um implante semelhante aos implantes de longa duração utilizados na contracepção. Um estudo anterior com voluntários VIH-negativos mostrou que o implante proporcionou concentrações protetoras do medicamento por mais de um ano.
No que concerne o tratamento a combinação da toma diária do isaltravir mais doravirina demonstrou uma boa eficácia na fase IIb do estudo. Após 96 semanas 90% das pessoas tratadas apresentavam uma carga viral indetetável. Mas existem planos para avaliar o islatravir mais o experimental MK-807 como um regime de tratamento semanal.
Fonte: HIVR4P
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Injeções de Cabotegravir e a toma diária de comprimidos de Truvada são ambos altamente eficazes, mas algumas mulheres podem considerar mais fácil usar o regime de longa duração.
As injeções de cabotegravir de ação prolongada, para a prevenção do VIH, em mulheres cisgénero, administradas por profissional de saúde a cada dois meses foram mais eficazes do que as injeções de Truvada Cabotegravir uma vez ao dia e os comprimidos de toma diária de Truvada (que são altamente eficazes), mas algumas mulheres podem achar mais fácil usar o regime de ação prolongada. de acordo com os resultados do estudo apresentados esta semana na conferência virtual HIV Research for Prevention (HIVR4P).
Estudos realizados com o comprimido de toma diária Truvada em homens que têm sexo com homens e mulheres transgénero demonstrou que o Truvada era 99% eficaz nos homens gay e bi, mas nas mulheres cisgénero os níveis de proteção foram mais baixos, devido potencialmente ao uso inconsistente.
Estudo realizado na Africa do Sul, envolveu 3.224 mulheres cisgénero sexualmente ativas em risco de contrair o VIH, que receberam injeções bimensais de Cabotegravir ou comprimidos diários de Truvada. O estudo parou em Novembro de 2020, apesar de estar programado para mais 3 anos, porque foi demonstrada a maior eficácia das injeções de cabotegravir em relação à toma diária dos comprimidos.
Estes resultados foram consistentes com o estudo HPTN 083, que envolveu 4.490 mulheres cisgénero e mulheres transexuais de 6 países.
A injeção é bem tolerada, com algumas reações no local da injeção como dor, vermelhidão, inchaço. Também se observou aumento de peso. E é segura, mulheres que engravidaram nestes estudos não reportaram qualquer anomalia.
O injetável de longa duração tem a vantagem de ser discreto, com uma toma a cada 8 semanas, que pode ser sincronizada com outros injetáveis de planeamento familiar e que não exige o envolvimento do parceiro.
Fonte conferência HIV r4P.
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A OMS (Organização Mundial de Saúde) recomendou, recentemente, a oferta do anel vaginal dapivirina (DPV-VR) como forma adicional de prevenção, para mulheres em risco substancial de infeção por VIH tipo 1, como parte de uma abordagem de prevenção combinada.
É utilizado em combinação com práticas sexuais seguras (como o uso do preservativo) por mulheres com 18 anos ou mais, quando a profilaxia pré-exposição (PrEP) por via oral não pode ser usada. De acordo com a EMA (Agência Europeia do Medicamento) é para uso fora da EU.
As mulheres têm, assim, mais uma forma de prevenção do VIH tipo 1. O DPV-VR é a primeira opção de longa duração que a mulher pode controlar ela própria e usar discretamente para reduzir o risco de contrair o VIH durante o sexo vaginal. Feito de silicone flexível, de fácil inserção, o anel liberta lentamente o antirretroviral dapivirina na vagina. O anel deve ser usado, no interior da vagina, por 28 dias e depois desse período deve ser colocado um novo anel.
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Na conferência de imprensa da conferência HIV R4P, sobre pesquisa e prevenção em VIH, apresentou-se a prevenção mediada por anticorpos (AMP), a PrEP (profilaxia pré-exposição) injetável de longa duração, o comprimido PrEP mensal e as tendências da toma oral diária da PrEP.
Juntas representam o futuro da prevenção do VIH com mais opções.
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A aprovação, por parte da Comissão Europeia, do injetável de longa duração para o tratamento do VIH pode transformar a vida das pessoas a viver com o VIH.
A autorização significa que, pela primeira vez, as pessoas que vivem com VIH na Europa vão ter a opção de tratamento através de um injetável de longa duração em lugar dos comprimidos diários.
Este injetável destina-se a pessoas adultas que se encontrem virologicamente suprimidas (carga viral indetetável) e num regime antirretroviral estável sem evidência de resistências a inibidores da transcriptase reversa não-nucleósidos ou inibidores da integrase.
As injeções de cabotegravir e rilpivirina serão administradas de forma intramuscular nas nádegas por professional de saúde. Mas previamente à iniciação das injeções é necessário a toma de comprimidos, de cabotegravir e rilpivirina, durante pelo menos 28 dias para avaliar a tolerabilidade dos medicamentos.
Após a fase de iniciação oral para avaliar a tolerabilidade dos medicamentos, as injeções de cabotegravir e rilpivirina podem reduzir o número de dias de tratamento por ano de 365 para 12 para o regime de injetável uma vez por mês, ou seis para o regime de dosagem uma vez a cada dois meses, representando uma mudança de paradigma na forma de tratar e gerir a doença. O regime de ação prolongada de cabotegravir e rilpivirina foi tão eficaz quanto o tratamento com comprimidos diários na manutenção da supressão viral, é geralmente bem tolerado e pode mudar a experiência do tratamento para algumas pessoas que vivem com VIH que podem ter desafios diários com as terapias de VIH.
O injetável, na Europa, tem o nome de Vocabria.
Encontre o artigo na Agência Europeia do Medicamento aqui.
Encontre o artigo aqui.
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É a vacina da Pfizer contra o COVID-19 segura para as pessoas com VIH? SIM.
É igualmente eficaz? Não se sabe ainda.
A Pfizer não refere se a vacina é eficaz. Isto porque apesar das 120 pessoas com VIH que participaram na fase 2 e 3 do estudo, a Pfizer não apresenta resultados separados para estas referindo que a amostra é muito pequena.
Por outro lado, nos Estados Unidos, a Emergency Use Authorization contem um aviso que “as pessoas imunocomprometidas, incluindo as pessoas a receber terapia imunossupressora, podem ter uma resposta imunitária diminuída à vacina contra o COVID-19 da Pfizer-BioNTech”
Fonte aqui.
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Perante a especulação:
– Estão as pessoas que vivem com VIH protegidas pelos antirretrovirais (ARV)?
- Estudo realizado nos EUA, em 36 instituições, observou não existir associação entre ARVs ou ausência de supressão viral e consequências de infeção por COVID-19. (Dandachi, Clinic Infect Dis. 2020)
- Estudo em Espanha, envolvendo 77.590 pessoas que vivem com VIH (PVV), analisou a incidência e gravidade do COVID em PVV. O risco de diagnóstico por COVID-19 e hospitalização era maior entre os homens e as pessoas com mais de 70 anos (3.7 por 10.000 em PVV comparativamente com 2.1 por 10.000 na população em geral). Este estudo observou também que nenhuma pessoa em Tenofovir/ emtricitabina foi admitida nos cuidados intensivos ou morreu. Mas mais estudos são necessários. (Del Amo, Ann Intern Med. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32589451/)
- O maior estudo foi realizado na África do Sul envolvendo cerca de 3 milhões de pessoas (3.978 PVV com COVID-19). A morte por COVID-19 estava associada ao sexo masculino, idade avançada, diabetes, hipertensão e doença renal crónica. E observou que o rácio de mortalidade por COVID-19 nas pessoas com VIH vs sem VIH foi de 2.39. (Boulle, CID. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32860699/)
- Estudo realizado nos EUA entre os veteranos (VACS) observou não existir maior suscetibilidade ao COVID-19 ou incidência de gravidade de doença entre as PVV infetadas. (Park, AIDS2020, abstract LBPEC23, 2020)
- PVV participaram na pesquisa da vacina, mas não sabemos o número.
- Em estudos maiores, as PVV com estabilidade nos ARV, apresentam resultados semelhantes às pessoas sem VIH, mas os dados sobre mortalidade não são consistentes.
- Uma baixa contagem de CD4 pode piorar os resultados.
- Sobre a mortalidade por COVID-19 entre PVV ver o artigo publicado aqui.
Baseado em artigo do Dr. Paul E. Sax, Director Clínico do Brigham and Women’s Hospital e Professor de Medicina de Harvard Medical School
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O GAT, Grupo de Ativistas em Tratamentos e a Seres (con) viver com o VIH, duas organizações de doentes VIH, apresentam vários estudos que apontam para uma maior mortalidade das pessoas com o VIH face ao COVID-19 aos responsáveis pelo plano de vacinação e autoridades em VIH.
Alguns estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade pela COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH. Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA que não conseguiram encontrar provas de que o VIH é um fator de risco para a COVID-19:
aidsonline, aids2020, tandfonline
Anteriormente, um grande estudo na África do Sul observou também um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação em Portugal.
-
Estamos perante um estudo, o primeiro a demonstrar o conceito da utilização de AMP para prevenir a aquisição da infeção. O VCR01 (anticorpo neutralizante de largo espectro) está a ser estudado para o tratamento, prevenção e cura.
“AMP, do inglês “Antibody Mediated Prevention”, significa Prevenção Mediada por Anticorpos. Este conceito consiste na proteção da infeção pelo VIH através da administração de anticorpos contra o vírus. Estes anticorpos são também conhecidos como anticorpos monoclonais, o que significa que foram sintetizados em laboratório, ao invés de serem naturalmente produzidos pelo organismo humano. Os estudos AMP investigaram a eficácia de um anticorpo denominado VRC01, administrado por perfusão intravenosa (IV), na prevenção da infeção pelo VIH”.
O VCR01 teve pouco efeito na maioria das estripes do VIH, (teve efeito em 30%) mas nos casos em que era eficaz, os casos caíram 75%. O que sugere a combinação de múltiplos anticorpos.
Estudos clínicos de combinações de anticorpos neutralizantes de largo espetro que podem prevenir o VIH por 4 a 6 meses estão já a ser realizados.
Realizaram-se 2 estudos, o primeiro estudo (HVTN 703/HPTN 081) incluiu 1,924 mulheres cisgénero da África subsariana, onde o subtipo C é o mais preponderante. O Segundo estudo (HVTN 704/HPTN 085) incluiu 2,699 HSH, homens bissexuais e adultos transgéneros da América do SUL, Suiça e EUA, onde o subtipo B é mais comum.
Os estudos avaliaram o VCR01, um anticorpo neutralizante de largo espectro oriundo de sangue doado por uma pessoa a viver com VIH (tal como a coleta de plasma de pessoas que recuperaram do COVID-19). Pois as pessoas que foram expostas a um vírus específico desenvolvem anticorpos para o controlarem. Cientistas podem modificar e multiplicar estes anticorpos e usá-los para prevenir ou tratar a infeção em outras pessoas.
Poderá ser possível a administração de anticorpos através de injeção subcutânea ou intramuscular em lugar de intravenosa.
Fonte: HIVR4P
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Atualmente a profilaxia pré-exposição (PrEP) consiste na toma diária de um comprimido, o Truvada. Já aqui falámos de uma nova forma de PrEP, injetável. E agora vamos referir a toma mensal de Islatravir –um fármaco experimental pertencente a uma nova família de antirretrovirais– que alcança os niveís apropriados para prevenir o VIH durante um mês graças à sua ação prolongada. Este estudo foi apresentado na conferência HIVR4P.
O Islatravir ainda em pesquisa, é um medicamento bem tolerado que traz uma redução na quantidade medicamentosa e mais conforto.
Com um mecanismo de ação singular, o primeiro inibidor da translocação transcriptase reversa nucleosideo está a ser estudado para prevenção e para tratamento.
Em novembro passado foi lançada a fase III do estudo IMPOWER 22 que avalia a eficácia e segurança do isaltravir, como PrEP em mulheres cisgénero e jovens adolescentes em elevado risco de contrair o VIH na África subsariana. Cerca de 4.500 participantes vão receber o comprimido de toma oral e mensal ou o comprimido de toma diária Truvada.
Outro estudo planeado, IMPOWER-024, inclui homens cisgénero e mulheres transgénero que têm sexo com homens de vários países. Irão receber o islatravir de toma mensal ou o Truvada de toma diária.
Existe ainda uma formulação em implante do islatravir que está a ser estudada para PrEP. Um implante semelhante aos implantes de longa duração utilizados na contracepção. Um estudo anterior com voluntários VIH-negativos mostrou que o implante proporcionou concentrações protetoras do medicamento por mais de um ano.
No que concerne o tratamento a combinação da toma diária do isaltravir mais doravirina demonstrou uma boa eficácia na fase IIb do estudo. Após 96 semanas 90% das pessoas tratadas apresentavam uma carga viral indetetável. Mas existem planos para avaliar o islatravir mais o experimental MK-807 como um regime de tratamento semanal.
Fonte: HIVR4P
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Injeções de Cabotegravir e a toma diária de comprimidos de Truvada são ambos altamente eficazes, mas algumas mulheres podem considerar mais fácil usar o regime de longa duração.
As injeções de cabotegravir de ação prolongada, para a prevenção do VIH, em mulheres cisgénero, administradas por profissional de saúde a cada dois meses foram mais eficazes do que as injeções de Truvada Cabotegravir uma vez ao dia e os comprimidos de toma diária de Truvada (que são altamente eficazes), mas algumas mulheres podem achar mais fácil usar o regime de ação prolongada. de acordo com os resultados do estudo apresentados esta semana na conferência virtual HIV Research for Prevention (HIVR4P).
Estudos realizados com o comprimido de toma diária Truvada em homens que têm sexo com homens e mulheres transgénero demonstrou que o Truvada era 99% eficaz nos homens gay e bi, mas nas mulheres cisgénero os níveis de proteção foram mais baixos, devido potencialmente ao uso inconsistente.
Estudo realizado na Africa do Sul, envolveu 3.224 mulheres cisgénero sexualmente ativas em risco de contrair o VIH, que receberam injeções bimensais de Cabotegravir ou comprimidos diários de Truvada. O estudo parou em Novembro de 2020, apesar de estar programado para mais 3 anos, porque foi demonstrada a maior eficácia das injeções de cabotegravir em relação à toma diária dos comprimidos.
Estes resultados foram consistentes com o estudo HPTN 083, que envolveu 4.490 mulheres cisgénero e mulheres transexuais de 6 países.
A injeção é bem tolerada, com algumas reações no local da injeção como dor, vermelhidão, inchaço. Também se observou aumento de peso. E é segura, mulheres que engravidaram nestes estudos não reportaram qualquer anomalia.
O injetável de longa duração tem a vantagem de ser discreto, com uma toma a cada 8 semanas, que pode ser sincronizada com outros injetáveis de planeamento familiar e que não exige o envolvimento do parceiro.
Fonte conferência HIV r4P.
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A OMS (Organização Mundial de Saúde) recomendou, recentemente, a oferta do anel vaginal dapivirina (DPV-VR) como forma adicional de prevenção, para mulheres em risco substancial de infeção por VIH tipo 1, como parte de uma abordagem de prevenção combinada.
É utilizado em combinação com práticas sexuais seguras (como o uso do preservativo) por mulheres com 18 anos ou mais, quando a profilaxia pré-exposição (PrEP) por via oral não pode ser usada. De acordo com a EMA (Agência Europeia do Medicamento) é para uso fora da EU.
As mulheres têm, assim, mais uma forma de prevenção do VIH tipo 1. O DPV-VR é a primeira opção de longa duração que a mulher pode controlar ela própria e usar discretamente para reduzir o risco de contrair o VIH durante o sexo vaginal. Feito de silicone flexível, de fácil inserção, o anel liberta lentamente o antirretroviral dapivirina na vagina. O anel deve ser usado, no interior da vagina, por 28 dias e depois desse período deve ser colocado um novo anel.
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Na conferência de imprensa da conferência HIV R4P, sobre pesquisa e prevenção em VIH, apresentou-se a prevenção mediada por anticorpos (AMP), a PrEP (profilaxia pré-exposição) injetável de longa duração, o comprimido PrEP mensal e as tendências da toma oral diária da PrEP.
Juntas representam o futuro da prevenção do VIH com mais opções.
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A aprovação, por parte da Comissão Europeia, do injetável de longa duração para o tratamento do VIH pode transformar a vida das pessoas a viver com o VIH.
A autorização significa que, pela primeira vez, as pessoas que vivem com VIH na Europa vão ter a opção de tratamento através de um injetável de longa duração em lugar dos comprimidos diários.
Este injetável destina-se a pessoas adultas que se encontrem virologicamente suprimidas (carga viral indetetável) e num regime antirretroviral estável sem evidência de resistências a inibidores da transcriptase reversa não-nucleósidos ou inibidores da integrase.
As injeções de cabotegravir e rilpivirina serão administradas de forma intramuscular nas nádegas por professional de saúde. Mas previamente à iniciação das injeções é necessário a toma de comprimidos, de cabotegravir e rilpivirina, durante pelo menos 28 dias para avaliar a tolerabilidade dos medicamentos.
Após a fase de iniciação oral para avaliar a tolerabilidade dos medicamentos, as injeções de cabotegravir e rilpivirina podem reduzir o número de dias de tratamento por ano de 365 para 12 para o regime de injetável uma vez por mês, ou seis para o regime de dosagem uma vez a cada dois meses, representando uma mudança de paradigma na forma de tratar e gerir a doença. O regime de ação prolongada de cabotegravir e rilpivirina foi tão eficaz quanto o tratamento com comprimidos diários na manutenção da supressão viral, é geralmente bem tolerado e pode mudar a experiência do tratamento para algumas pessoas que vivem com VIH que podem ter desafios diários com as terapias de VIH.
O injetável, na Europa, tem o nome de Vocabria.
Encontre o artigo na Agência Europeia do Medicamento aqui.
Encontre o artigo aqui.
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É a vacina da Pfizer contra o COVID-19 segura para as pessoas com VIH? SIM.
É igualmente eficaz? Não se sabe ainda.
A Pfizer não refere se a vacina é eficaz. Isto porque apesar das 120 pessoas com VIH que participaram na fase 2 e 3 do estudo, a Pfizer não apresenta resultados separados para estas referindo que a amostra é muito pequena.
Por outro lado, nos Estados Unidos, a Emergency Use Authorization contem um aviso que “as pessoas imunocomprometidas, incluindo as pessoas a receber terapia imunossupressora, podem ter uma resposta imunitária diminuída à vacina contra o COVID-19 da Pfizer-BioNTech”
Fonte aqui.
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Perante a especulação:
– Estão as pessoas que vivem com VIH protegidas pelos antirretrovirais (ARV)?
- Estudo realizado nos EUA, em 36 instituições, observou não existir associação entre ARVs ou ausência de supressão viral e consequências de infeção por COVID-19. (Dandachi, Clinic Infect Dis. 2020)
- Estudo em Espanha, envolvendo 77.590 pessoas que vivem com VIH (PVV), analisou a incidência e gravidade do COVID em PVV. O risco de diagnóstico por COVID-19 e hospitalização era maior entre os homens e as pessoas com mais de 70 anos (3.7 por 10.000 em PVV comparativamente com 2.1 por 10.000 na população em geral). Este estudo observou também que nenhuma pessoa em Tenofovir/ emtricitabina foi admitida nos cuidados intensivos ou morreu. Mas mais estudos são necessários. (Del Amo, Ann Intern Med. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32589451/)
- O maior estudo foi realizado na África do Sul envolvendo cerca de 3 milhões de pessoas (3.978 PVV com COVID-19). A morte por COVID-19 estava associada ao sexo masculino, idade avançada, diabetes, hipertensão e doença renal crónica. E observou que o rácio de mortalidade por COVID-19 nas pessoas com VIH vs sem VIH foi de 2.39. (Boulle, CID. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32860699/)
- Estudo realizado nos EUA entre os veteranos (VACS) observou não existir maior suscetibilidade ao COVID-19 ou incidência de gravidade de doença entre as PVV infetadas. (Park, AIDS2020, abstract LBPEC23, 2020)
- PVV participaram na pesquisa da vacina, mas não sabemos o número.
- Em estudos maiores, as PVV com estabilidade nos ARV, apresentam resultados semelhantes às pessoas sem VIH, mas os dados sobre mortalidade não são consistentes.
- Uma baixa contagem de CD4 pode piorar os resultados.
- Sobre a mortalidade por COVID-19 entre PVV ver o artigo publicado aqui.
Baseado em artigo do Dr. Paul E. Sax, Director Clínico do Brigham and Women’s Hospital e Professor de Medicina de Harvard Medical School
-
O GAT, Grupo de Ativistas em Tratamentos e a Seres (con) viver com o VIH, duas organizações de doentes VIH, apresentam vários estudos que apontam para uma maior mortalidade das pessoas com o VIH face ao COVID-19 aos responsáveis pelo plano de vacinação e autoridades em VIH.
Alguns estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade pela COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH. Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA que não conseguiram encontrar provas de que o VIH é um fator de risco para a COVID-19:
aidsonline, aids2020, tandfonline
Anteriormente, um grande estudo na África do Sul observou também um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação em Portugal.
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Estamos perante um estudo, o primeiro a demonstrar o conceito da utilização de AMP para prevenir a aquisição da infeção. O VCR01 (anticorpo neutralizante de largo espectro) está a ser estudado para o tratamento, prevenção e cura.
“AMP, do inglês “Antibody Mediated Prevention”, significa Prevenção Mediada por Anticorpos. Este conceito consiste na proteção da infeção pelo VIH através da administração de anticorpos contra o vírus. Estes anticorpos são também conhecidos como anticorpos monoclonais, o que significa que foram sintetizados em laboratório, ao invés de serem naturalmente produzidos pelo organismo humano. Os estudos AMP investigaram a eficácia de um anticorpo denominado VRC01, administrado por perfusão intravenosa (IV), na prevenção da infeção pelo VIH”.
O VCR01 teve pouco efeito na maioria das estripes do VIH, (teve efeito em 30%) mas nos casos em que era eficaz, os casos caíram 75%. O que sugere a combinação de múltiplos anticorpos.
Estudos clínicos de combinações de anticorpos neutralizantes de largo espetro que podem prevenir o VIH por 4 a 6 meses estão já a ser realizados.
Realizaram-se 2 estudos, o primeiro estudo (HVTN 703/HPTN 081) incluiu 1,924 mulheres cisgénero da África subsariana, onde o subtipo C é o mais preponderante. O Segundo estudo (HVTN 704/HPTN 085) incluiu 2,699 HSH, homens bissexuais e adultos transgéneros da América do SUL, Suiça e EUA, onde o subtipo B é mais comum.
Os estudos avaliaram o VCR01, um anticorpo neutralizante de largo espectro oriundo de sangue doado por uma pessoa a viver com VIH (tal como a coleta de plasma de pessoas que recuperaram do COVID-19). Pois as pessoas que foram expostas a um vírus específico desenvolvem anticorpos para o controlarem. Cientistas podem modificar e multiplicar estes anticorpos e usá-los para prevenir ou tratar a infeção em outras pessoas.
Poderá ser possível a administração de anticorpos através de injeção subcutânea ou intramuscular em lugar de intravenosa.
Fonte: HIVR4P
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Atualmente a profilaxia pré-exposição (PrEP) consiste na toma diária de um comprimido, o Truvada. Já aqui falámos de uma nova forma de PrEP, injetável. E agora vamos referir a toma mensal de Islatravir –um fármaco experimental pertencente a uma nova família de antirretrovirais– que alcança os niveís apropriados para prevenir o VIH durante um mês graças à sua ação prolongada. Este estudo foi apresentado na conferência HIVR4P.
O Islatravir ainda em pesquisa, é um medicamento bem tolerado que traz uma redução na quantidade medicamentosa e mais conforto.
Com um mecanismo de ação singular, o primeiro inibidor da translocação transcriptase reversa nucleosideo está a ser estudado para prevenção e para tratamento.
Em novembro passado foi lançada a fase III do estudo IMPOWER 22 que avalia a eficácia e segurança do isaltravir, como PrEP em mulheres cisgénero e jovens adolescentes em elevado risco de contrair o VIH na África subsariana. Cerca de 4.500 participantes vão receber o comprimido de toma oral e mensal ou o comprimido de toma diária Truvada.
Outro estudo planeado, IMPOWER-024, inclui homens cisgénero e mulheres transgénero que têm sexo com homens de vários países. Irão receber o islatravir de toma mensal ou o Truvada de toma diária.
Existe ainda uma formulação em implante do islatravir que está a ser estudada para PrEP. Um implante semelhante aos implantes de longa duração utilizados na contracepção. Um estudo anterior com voluntários VIH-negativos mostrou que o implante proporcionou concentrações protetoras do medicamento por mais de um ano.
No que concerne o tratamento a combinação da toma diária do isaltravir mais doravirina demonstrou uma boa eficácia na fase IIb do estudo. Após 96 semanas 90% das pessoas tratadas apresentavam uma carga viral indetetável. Mas existem planos para avaliar o islatravir mais o experimental MK-807 como um regime de tratamento semanal.
Fonte: HIVR4P
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Injeções de Cabotegravir e a toma diária de comprimidos de Truvada são ambos altamente eficazes, mas algumas mulheres podem considerar mais fácil usar o regime de longa duração.
As injeções de cabotegravir de ação prolongada, para a prevenção do VIH, em mulheres cisgénero, administradas por profissional de saúde a cada dois meses foram mais eficazes do que as injeções de Truvada Cabotegravir uma vez ao dia e os comprimidos de toma diária de Truvada (que são altamente eficazes), mas algumas mulheres podem achar mais fácil usar o regime de ação prolongada. de acordo com os resultados do estudo apresentados esta semana na conferência virtual HIV Research for Prevention (HIVR4P).
Estudos realizados com o comprimido de toma diária Truvada em homens que têm sexo com homens e mulheres transgénero demonstrou que o Truvada era 99% eficaz nos homens gay e bi, mas nas mulheres cisgénero os níveis de proteção foram mais baixos, devido potencialmente ao uso inconsistente.
Estudo realizado na Africa do Sul, envolveu 3.224 mulheres cisgénero sexualmente ativas em risco de contrair o VIH, que receberam injeções bimensais de Cabotegravir ou comprimidos diários de Truvada. O estudo parou em Novembro de 2020, apesar de estar programado para mais 3 anos, porque foi demonstrada a maior eficácia das injeções de cabotegravir em relação à toma diária dos comprimidos.
Estes resultados foram consistentes com o estudo HPTN 083, que envolveu 4.490 mulheres cisgénero e mulheres transexuais de 6 países.
A injeção é bem tolerada, com algumas reações no local da injeção como dor, vermelhidão, inchaço. Também se observou aumento de peso. E é segura, mulheres que engravidaram nestes estudos não reportaram qualquer anomalia.
O injetável de longa duração tem a vantagem de ser discreto, com uma toma a cada 8 semanas, que pode ser sincronizada com outros injetáveis de planeamento familiar e que não exige o envolvimento do parceiro.
Fonte conferência HIV r4P.
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A OMS (Organização Mundial de Saúde) recomendou, recentemente, a oferta do anel vaginal dapivirina (DPV-VR) como forma adicional de prevenção, para mulheres em risco substancial de infeção por VIH tipo 1, como parte de uma abordagem de prevenção combinada.
É utilizado em combinação com práticas sexuais seguras (como o uso do preservativo) por mulheres com 18 anos ou mais, quando a profilaxia pré-exposição (PrEP) por via oral não pode ser usada. De acordo com a EMA (Agência Europeia do Medicamento) é para uso fora da EU.
As mulheres têm, assim, mais uma forma de prevenção do VIH tipo 1. O DPV-VR é a primeira opção de longa duração que a mulher pode controlar ela própria e usar discretamente para reduzir o risco de contrair o VIH durante o sexo vaginal. Feito de silicone flexível, de fácil inserção, o anel liberta lentamente o antirretroviral dapivirina na vagina. O anel deve ser usado, no interior da vagina, por 28 dias e depois desse período deve ser colocado um novo anel.
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Na conferência de imprensa da conferência HIV R4P, sobre pesquisa e prevenção em VIH, apresentou-se a prevenção mediada por anticorpos (AMP), a PrEP (profilaxia pré-exposição) injetável de longa duração, o comprimido PrEP mensal e as tendências da toma oral diária da PrEP.
Juntas representam o futuro da prevenção do VIH com mais opções.
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A aprovação, por parte da Comissão Europeia, do injetável de longa duração para o tratamento do VIH pode transformar a vida das pessoas a viver com o VIH.
A autorização significa que, pela primeira vez, as pessoas que vivem com VIH na Europa vão ter a opção de tratamento através de um injetável de longa duração em lugar dos comprimidos diários.
Este injetável destina-se a pessoas adultas que se encontrem virologicamente suprimidas (carga viral indetetável) e num regime antirretroviral estável sem evidência de resistências a inibidores da transcriptase reversa não-nucleósidos ou inibidores da integrase.
As injeções de cabotegravir e rilpivirina serão administradas de forma intramuscular nas nádegas por professional de saúde. Mas previamente à iniciação das injeções é necessário a toma de comprimidos, de cabotegravir e rilpivirina, durante pelo menos 28 dias para avaliar a tolerabilidade dos medicamentos.
Após a fase de iniciação oral para avaliar a tolerabilidade dos medicamentos, as injeções de cabotegravir e rilpivirina podem reduzir o número de dias de tratamento por ano de 365 para 12 para o regime de injetável uma vez por mês, ou seis para o regime de dosagem uma vez a cada dois meses, representando uma mudança de paradigma na forma de tratar e gerir a doença. O regime de ação prolongada de cabotegravir e rilpivirina foi tão eficaz quanto o tratamento com comprimidos diários na manutenção da supressão viral, é geralmente bem tolerado e pode mudar a experiência do tratamento para algumas pessoas que vivem com VIH que podem ter desafios diários com as terapias de VIH.
O injetável, na Europa, tem o nome de Vocabria.
Encontre o artigo na Agência Europeia do Medicamento aqui.
Encontre o artigo aqui.
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É a vacina da Pfizer contra o COVID-19 segura para as pessoas com VIH? SIM.
É igualmente eficaz? Não se sabe ainda.
A Pfizer não refere se a vacina é eficaz. Isto porque apesar das 120 pessoas com VIH que participaram na fase 2 e 3 do estudo, a Pfizer não apresenta resultados separados para estas referindo que a amostra é muito pequena.
Por outro lado, nos Estados Unidos, a Emergency Use Authorization contem um aviso que “as pessoas imunocomprometidas, incluindo as pessoas a receber terapia imunossupressora, podem ter uma resposta imunitária diminuída à vacina contra o COVID-19 da Pfizer-BioNTech”
Fonte aqui.
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Perante a especulação:
– Estão as pessoas que vivem com VIH protegidas pelos antirretrovirais (ARV)?
- Estudo realizado nos EUA, em 36 instituições, observou não existir associação entre ARVs ou ausência de supressão viral e consequências de infeção por COVID-19. (Dandachi, Clinic Infect Dis. 2020)
- Estudo em Espanha, envolvendo 77.590 pessoas que vivem com VIH (PVV), analisou a incidência e gravidade do COVID em PVV. O risco de diagnóstico por COVID-19 e hospitalização era maior entre os homens e as pessoas com mais de 70 anos (3.7 por 10.000 em PVV comparativamente com 2.1 por 10.000 na população em geral). Este estudo observou também que nenhuma pessoa em Tenofovir/ emtricitabina foi admitida nos cuidados intensivos ou morreu. Mas mais estudos são necessários. (Del Amo, Ann Intern Med. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32589451/)
- O maior estudo foi realizado na África do Sul envolvendo cerca de 3 milhões de pessoas (3.978 PVV com COVID-19). A morte por COVID-19 estava associada ao sexo masculino, idade avançada, diabetes, hipertensão e doença renal crónica. E observou que o rácio de mortalidade por COVID-19 nas pessoas com VIH vs sem VIH foi de 2.39. (Boulle, CID. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32860699/)
- Estudo realizado nos EUA entre os veteranos (VACS) observou não existir maior suscetibilidade ao COVID-19 ou incidência de gravidade de doença entre as PVV infetadas. (Park, AIDS2020, abstract LBPEC23, 2020)
- PVV participaram na pesquisa da vacina, mas não sabemos o número.
- Em estudos maiores, as PVV com estabilidade nos ARV, apresentam resultados semelhantes às pessoas sem VIH, mas os dados sobre mortalidade não são consistentes.
- Uma baixa contagem de CD4 pode piorar os resultados.
- Sobre a mortalidade por COVID-19 entre PVV ver o artigo publicado aqui.
Baseado em artigo do Dr. Paul E. Sax, Director Clínico do Brigham and Women’s Hospital e Professor de Medicina de Harvard Medical School
-
O GAT, Grupo de Ativistas em Tratamentos e a Seres (con) viver com o VIH, duas organizações de doentes VIH, apresentam vários estudos que apontam para uma maior mortalidade das pessoas com o VIH face ao COVID-19 aos responsáveis pelo plano de vacinação e autoridades em VIH.
Alguns estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade pela COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH. Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA que não conseguiram encontrar provas de que o VIH é um fator de risco para a COVID-19:
aidsonline, aids2020, tandfonline
Anteriormente, um grande estudo na África do Sul observou também um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação em Portugal.
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Estamos perante um estudo, o primeiro a demonstrar o conceito da utilização de AMP para prevenir a aquisição da infeção. O VCR01 (anticorpo neutralizante de largo espectro) está a ser estudado para o tratamento, prevenção e cura.
“AMP, do inglês “Antibody Mediated Prevention”, significa Prevenção Mediada por Anticorpos. Este conceito consiste na proteção da infeção pelo VIH através da administração de anticorpos contra o vírus. Estes anticorpos são também conhecidos como anticorpos monoclonais, o que significa que foram sintetizados em laboratório, ao invés de serem naturalmente produzidos pelo organismo humano. Os estudos AMP investigaram a eficácia de um anticorpo denominado VRC01, administrado por perfusão intravenosa (IV), na prevenção da infeção pelo VIH”.
O VCR01 teve pouco efeito na maioria das estripes do VIH, (teve efeito em 30%) mas nos casos em que era eficaz, os casos caíram 75%. O que sugere a combinação de múltiplos anticorpos.
Estudos clínicos de combinações de anticorpos neutralizantes de largo espetro que podem prevenir o VIH por 4 a 6 meses estão já a ser realizados.
Realizaram-se 2 estudos, o primeiro estudo (HVTN 703/HPTN 081) incluiu 1,924 mulheres cisgénero da África subsariana, onde o subtipo C é o mais preponderante. O Segundo estudo (HVTN 704/HPTN 085) incluiu 2,699 HSH, homens bissexuais e adultos transgéneros da América do SUL, Suiça e EUA, onde o subtipo B é mais comum.
Os estudos avaliaram o VCR01, um anticorpo neutralizante de largo espectro oriundo de sangue doado por uma pessoa a viver com VIH (tal como a coleta de plasma de pessoas que recuperaram do COVID-19). Pois as pessoas que foram expostas a um vírus específico desenvolvem anticorpos para o controlarem. Cientistas podem modificar e multiplicar estes anticorpos e usá-los para prevenir ou tratar a infeção em outras pessoas.
Poderá ser possível a administração de anticorpos através de injeção subcutânea ou intramuscular em lugar de intravenosa.
Fonte: HIVR4P
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Atualmente a profilaxia pré-exposição (PrEP) consiste na toma diária de um comprimido, o Truvada. Já aqui falámos de uma nova forma de PrEP, injetável. E agora vamos referir a toma mensal de Islatravir –um fármaco experimental pertencente a uma nova família de antirretrovirais– que alcança os niveís apropriados para prevenir o VIH durante um mês graças à sua ação prolongada. Este estudo foi apresentado na conferência HIVR4P.
O Islatravir ainda em pesquisa, é um medicamento bem tolerado que traz uma redução na quantidade medicamentosa e mais conforto.
Com um mecanismo de ação singular, o primeiro inibidor da translocação transcriptase reversa nucleosideo está a ser estudado para prevenção e para tratamento.
Em novembro passado foi lançada a fase III do estudo IMPOWER 22 que avalia a eficácia e segurança do isaltravir, como PrEP em mulheres cisgénero e jovens adolescentes em elevado risco de contrair o VIH na África subsariana. Cerca de 4.500 participantes vão receber o comprimido de toma oral e mensal ou o comprimido de toma diária Truvada.
Outro estudo planeado, IMPOWER-024, inclui homens cisgénero e mulheres transgénero que têm sexo com homens de vários países. Irão receber o islatravir de toma mensal ou o Truvada de toma diária.
Existe ainda uma formulação em implante do islatravir que está a ser estudada para PrEP. Um implante semelhante aos implantes de longa duração utilizados na contracepção. Um estudo anterior com voluntários VIH-negativos mostrou que o implante proporcionou concentrações protetoras do medicamento por mais de um ano.
No que concerne o tratamento a combinação da toma diária do isaltravir mais doravirina demonstrou uma boa eficácia na fase IIb do estudo. Após 96 semanas 90% das pessoas tratadas apresentavam uma carga viral indetetável. Mas existem planos para avaliar o islatravir mais o experimental MK-807 como um regime de tratamento semanal.
Fonte: HIVR4P
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Injeções de Cabotegravir e a toma diária de comprimidos de Truvada são ambos altamente eficazes, mas algumas mulheres podem considerar mais fácil usar o regime de longa duração.
As injeções de cabotegravir de ação prolongada, para a prevenção do VIH, em mulheres cisgénero, administradas por profissional de saúde a cada dois meses foram mais eficazes do que as injeções de Truvada Cabotegravir uma vez ao dia e os comprimidos de toma diária de Truvada (que são altamente eficazes), mas algumas mulheres podem achar mais fácil usar o regime de ação prolongada. de acordo com os resultados do estudo apresentados esta semana na conferência virtual HIV Research for Prevention (HIVR4P).
Estudos realizados com o comprimido de toma diária Truvada em homens que têm sexo com homens e mulheres transgénero demonstrou que o Truvada era 99% eficaz nos homens gay e bi, mas nas mulheres cisgénero os níveis de proteção foram mais baixos, devido potencialmente ao uso inconsistente.
Estudo realizado na Africa do Sul, envolveu 3.224 mulheres cisgénero sexualmente ativas em risco de contrair o VIH, que receberam injeções bimensais de Cabotegravir ou comprimidos diários de Truvada. O estudo parou em Novembro de 2020, apesar de estar programado para mais 3 anos, porque foi demonstrada a maior eficácia das injeções de cabotegravir em relação à toma diária dos comprimidos.
Estes resultados foram consistentes com o estudo HPTN 083, que envolveu 4.490 mulheres cisgénero e mulheres transexuais de 6 países.
A injeção é bem tolerada, com algumas reações no local da injeção como dor, vermelhidão, inchaço. Também se observou aumento de peso. E é segura, mulheres que engravidaram nestes estudos não reportaram qualquer anomalia.
O injetável de longa duração tem a vantagem de ser discreto, com uma toma a cada 8 semanas, que pode ser sincronizada com outros injetáveis de planeamento familiar e que não exige o envolvimento do parceiro.
Fonte conferência HIV r4P.
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A OMS (Organização Mundial de Saúde) recomendou, recentemente, a oferta do anel vaginal dapivirina (DPV-VR) como forma adicional de prevenção, para mulheres em risco substancial de infeção por VIH tipo 1, como parte de uma abordagem de prevenção combinada.
É utilizado em combinação com práticas sexuais seguras (como o uso do preservativo) por mulheres com 18 anos ou mais, quando a profilaxia pré-exposição (PrEP) por via oral não pode ser usada. De acordo com a EMA (Agência Europeia do Medicamento) é para uso fora da EU.
As mulheres têm, assim, mais uma forma de prevenção do VIH tipo 1. O DPV-VR é a primeira opção de longa duração que a mulher pode controlar ela própria e usar discretamente para reduzir o risco de contrair o VIH durante o sexo vaginal. Feito de silicone flexível, de fácil inserção, o anel liberta lentamente o antirretroviral dapivirina na vagina. O anel deve ser usado, no interior da vagina, por 28 dias e depois desse período deve ser colocado um novo anel.
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Na conferência de imprensa da conferência HIV R4P, sobre pesquisa e prevenção em VIH, apresentou-se a prevenção mediada por anticorpos (AMP), a PrEP (profilaxia pré-exposição) injetável de longa duração, o comprimido PrEP mensal e as tendências da toma oral diária da PrEP.
Juntas representam o futuro da prevenção do VIH com mais opções.
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A aprovação, por parte da Comissão Europeia, do injetável de longa duração para o tratamento do VIH pode transformar a vida das pessoas a viver com o VIH.
A autorização significa que, pela primeira vez, as pessoas que vivem com VIH na Europa vão ter a opção de tratamento através de um injetável de longa duração em lugar dos comprimidos diários.
Este injetável destina-se a pessoas adultas que se encontrem virologicamente suprimidas (carga viral indetetável) e num regime antirretroviral estável sem evidência de resistências a inibidores da transcriptase reversa não-nucleósidos ou inibidores da integrase.
As injeções de cabotegravir e rilpivirina serão administradas de forma intramuscular nas nádegas por professional de saúde. Mas previamente à iniciação das injeções é necessário a toma de comprimidos, de cabotegravir e rilpivirina, durante pelo menos 28 dias para avaliar a tolerabilidade dos medicamentos.
Após a fase de iniciação oral para avaliar a tolerabilidade dos medicamentos, as injeções de cabotegravir e rilpivirina podem reduzir o número de dias de tratamento por ano de 365 para 12 para o regime de injetável uma vez por mês, ou seis para o regime de dosagem uma vez a cada dois meses, representando uma mudança de paradigma na forma de tratar e gerir a doença. O regime de ação prolongada de cabotegravir e rilpivirina foi tão eficaz quanto o tratamento com comprimidos diários na manutenção da supressão viral, é geralmente bem tolerado e pode mudar a experiência do tratamento para algumas pessoas que vivem com VIH que podem ter desafios diários com as terapias de VIH.
O injetável, na Europa, tem o nome de Vocabria.
Encontre o artigo na Agência Europeia do Medicamento aqui.
Encontre o artigo aqui.
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É a vacina da Pfizer contra o COVID-19 segura para as pessoas com VIH? SIM.
É igualmente eficaz? Não se sabe ainda.
A Pfizer não refere se a vacina é eficaz. Isto porque apesar das 120 pessoas com VIH que participaram na fase 2 e 3 do estudo, a Pfizer não apresenta resultados separados para estas referindo que a amostra é muito pequena.
Por outro lado, nos Estados Unidos, a Emergency Use Authorization contem um aviso que “as pessoas imunocomprometidas, incluindo as pessoas a receber terapia imunossupressora, podem ter uma resposta imunitária diminuída à vacina contra o COVID-19 da Pfizer-BioNTech”
Fonte aqui.
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Perante a especulação:
– Estão as pessoas que vivem com VIH protegidas pelos antirretrovirais (ARV)?
- Estudo realizado nos EUA, em 36 instituições, observou não existir associação entre ARVs ou ausência de supressão viral e consequências de infeção por COVID-19. (Dandachi, Clinic Infect Dis. 2020)
- Estudo em Espanha, envolvendo 77.590 pessoas que vivem com VIH (PVV), analisou a incidência e gravidade do COVID em PVV. O risco de diagnóstico por COVID-19 e hospitalização era maior entre os homens e as pessoas com mais de 70 anos (3.7 por 10.000 em PVV comparativamente com 2.1 por 10.000 na população em geral). Este estudo observou também que nenhuma pessoa em Tenofovir/ emtricitabina foi admitida nos cuidados intensivos ou morreu. Mas mais estudos são necessários. (Del Amo, Ann Intern Med. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32589451/)
- O maior estudo foi realizado na África do Sul envolvendo cerca de 3 milhões de pessoas (3.978 PVV com COVID-19). A morte por COVID-19 estava associada ao sexo masculino, idade avançada, diabetes, hipertensão e doença renal crónica. E observou que o rácio de mortalidade por COVID-19 nas pessoas com VIH vs sem VIH foi de 2.39. (Boulle, CID. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32860699/)
- Estudo realizado nos EUA entre os veteranos (VACS) observou não existir maior suscetibilidade ao COVID-19 ou incidência de gravidade de doença entre as PVV infetadas. (Park, AIDS2020, abstract LBPEC23, 2020)
- PVV participaram na pesquisa da vacina, mas não sabemos o número.
- Em estudos maiores, as PVV com estabilidade nos ARV, apresentam resultados semelhantes às pessoas sem VIH, mas os dados sobre mortalidade não são consistentes.
- Uma baixa contagem de CD4 pode piorar os resultados.
- Sobre a mortalidade por COVID-19 entre PVV ver o artigo publicado aqui.
Baseado em artigo do Dr. Paul E. Sax, Director Clínico do Brigham and Women’s Hospital e Professor de Medicina de Harvard Medical School
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O GAT, Grupo de Ativistas em Tratamentos e a Seres (con) viver com o VIH, duas organizações de doentes VIH, apresentam vários estudos que apontam para uma maior mortalidade das pessoas com o VIH face ao COVID-19 aos responsáveis pelo plano de vacinação e autoridades em VIH.
Alguns estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade pela COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH. Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA que não conseguiram encontrar provas de que o VIH é um fator de risco para a COVID-19:
aidsonline, aids2020, tandfonline
Anteriormente, um grande estudo na África do Sul observou também um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação em Portugal.
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Estamos perante um estudo, o primeiro a demonstrar o conceito da utilização de AMP para prevenir a aquisição da infeção. O VCR01 (anticorpo neutralizante de largo espectro) está a ser estudado para o tratamento, prevenção e cura.
“AMP, do inglês “Antibody Mediated Prevention”, significa Prevenção Mediada por Anticorpos. Este conceito consiste na proteção da infeção pelo VIH através da administração de anticorpos contra o vírus. Estes anticorpos são também conhecidos como anticorpos monoclonais, o que significa que foram sintetizados em laboratório, ao invés de serem naturalmente produzidos pelo organismo humano. Os estudos AMP investigaram a eficácia de um anticorpo denominado VRC01, administrado por perfusão intravenosa (IV), na prevenção da infeção pelo VIH”.
O VCR01 teve pouco efeito na maioria das estripes do VIH, (teve efeito em 30%) mas nos casos em que era eficaz, os casos caíram 75%. O que sugere a combinação de múltiplos anticorpos.
Estudos clínicos de combinações de anticorpos neutralizantes de largo espetro que podem prevenir o VIH por 4 a 6 meses estão já a ser realizados.
Realizaram-se 2 estudos, o primeiro estudo (HVTN 703/HPTN 081) incluiu 1,924 mulheres cisgénero da África subsariana, onde o subtipo C é o mais preponderante. O Segundo estudo (HVTN 704/HPTN 085) incluiu 2,699 HSH, homens bissexuais e adultos transgéneros da América do SUL, Suiça e EUA, onde o subtipo B é mais comum.
Os estudos avaliaram o VCR01, um anticorpo neutralizante de largo espectro oriundo de sangue doado por uma pessoa a viver com VIH (tal como a coleta de plasma de pessoas que recuperaram do COVID-19). Pois as pessoas que foram expostas a um vírus específico desenvolvem anticorpos para o controlarem. Cientistas podem modificar e multiplicar estes anticorpos e usá-los para prevenir ou tratar a infeção em outras pessoas.
Poderá ser possível a administração de anticorpos através de injeção subcutânea ou intramuscular em lugar de intravenosa.
Fonte: HIVR4P
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Atualmente a profilaxia pré-exposição (PrEP) consiste na toma diária de um comprimido, o Truvada. Já aqui falámos de uma nova forma de PrEP, injetável. E agora vamos referir a toma mensal de Islatravir –um fármaco experimental pertencente a uma nova família de antirretrovirais– que alcança os niveís apropriados para prevenir o VIH durante um mês graças à sua ação prolongada. Este estudo foi apresentado na conferência HIVR4P.
O Islatravir ainda em pesquisa, é um medicamento bem tolerado que traz uma redução na quantidade medicamentosa e mais conforto.
Com um mecanismo de ação singular, o primeiro inibidor da translocação transcriptase reversa nucleosideo está a ser estudado para prevenção e para tratamento.
Em novembro passado foi lançada a fase III do estudo IMPOWER 22 que avalia a eficácia e segurança do isaltravir, como PrEP em mulheres cisgénero e jovens adolescentes em elevado risco de contrair o VIH na África subsariana. Cerca de 4.500 participantes vão receber o comprimido de toma oral e mensal ou o comprimido de toma diária Truvada.
Outro estudo planeado, IMPOWER-024, inclui homens cisgénero e mulheres transgénero que têm sexo com homens de vários países. Irão receber o islatravir de toma mensal ou o Truvada de toma diária.
Existe ainda uma formulação em implante do islatravir que está a ser estudada para PrEP. Um implante semelhante aos implantes de longa duração utilizados na contracepção. Um estudo anterior com voluntários VIH-negativos mostrou que o implante proporcionou concentrações protetoras do medicamento por mais de um ano.
No que concerne o tratamento a combinação da toma diária do isaltravir mais doravirina demonstrou uma boa eficácia na fase IIb do estudo. Após 96 semanas 90% das pessoas tratadas apresentavam uma carga viral indetetável. Mas existem planos para avaliar o islatravir mais o experimental MK-807 como um regime de tratamento semanal.
Fonte: HIVR4P
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Injeções de Cabotegravir e a toma diária de comprimidos de Truvada são ambos altamente eficazes, mas algumas mulheres podem considerar mais fácil usar o regime de longa duração.
As injeções de cabotegravir de ação prolongada, para a prevenção do VIH, em mulheres cisgénero, administradas por profissional de saúde a cada dois meses foram mais eficazes do que as injeções de Truvada Cabotegravir uma vez ao dia e os comprimidos de toma diária de Truvada (que são altamente eficazes), mas algumas mulheres podem achar mais fácil usar o regime de ação prolongada. de acordo com os resultados do estudo apresentados esta semana na conferência virtual HIV Research for Prevention (HIVR4P).
Estudos realizados com o comprimido de toma diária Truvada em homens que têm sexo com homens e mulheres transgénero demonstrou que o Truvada era 99% eficaz nos homens gay e bi, mas nas mulheres cisgénero os níveis de proteção foram mais baixos, devido potencialmente ao uso inconsistente.
Estudo realizado na Africa do Sul, envolveu 3.224 mulheres cisgénero sexualmente ativas em risco de contrair o VIH, que receberam injeções bimensais de Cabotegravir ou comprimidos diários de Truvada. O estudo parou em Novembro de 2020, apesar de estar programado para mais 3 anos, porque foi demonstrada a maior eficácia das injeções de cabotegravir em relação à toma diária dos comprimidos.
Estes resultados foram consistentes com o estudo HPTN 083, que envolveu 4.490 mulheres cisgénero e mulheres transexuais de 6 países.
A injeção é bem tolerada, com algumas reações no local da injeção como dor, vermelhidão, inchaço. Também se observou aumento de peso. E é segura, mulheres que engravidaram nestes estudos não reportaram qualquer anomalia.
O injetável de longa duração tem a vantagem de ser discreto, com uma toma a cada 8 semanas, que pode ser sincronizada com outros injetáveis de planeamento familiar e que não exige o envolvimento do parceiro.
Fonte conferência HIV r4P.
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A OMS (Organização Mundial de Saúde) recomendou, recentemente, a oferta do anel vaginal dapivirina (DPV-VR) como forma adicional de prevenção, para mulheres em risco substancial de infeção por VIH tipo 1, como parte de uma abordagem de prevenção combinada.
É utilizado em combinação com práticas sexuais seguras (como o uso do preservativo) por mulheres com 18 anos ou mais, quando a profilaxia pré-exposição (PrEP) por via oral não pode ser usada. De acordo com a EMA (Agência Europeia do Medicamento) é para uso fora da EU.
As mulheres têm, assim, mais uma forma de prevenção do VIH tipo 1. O DPV-VR é a primeira opção de longa duração que a mulher pode controlar ela própria e usar discretamente para reduzir o risco de contrair o VIH durante o sexo vaginal. Feito de silicone flexível, de fácil inserção, o anel liberta lentamente o antirretroviral dapivirina na vagina. O anel deve ser usado, no interior da vagina, por 28 dias e depois desse período deve ser colocado um novo anel.
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Na conferência de imprensa da conferência HIV R4P, sobre pesquisa e prevenção em VIH, apresentou-se a prevenção mediada por anticorpos (AMP), a PrEP (profilaxia pré-exposição) injetável de longa duração, o comprimido PrEP mensal e as tendências da toma oral diária da PrEP.
Juntas representam o futuro da prevenção do VIH com mais opções.
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A aprovação, por parte da Comissão Europeia, do injetável de longa duração para o tratamento do VIH pode transformar a vida das pessoas a viver com o VIH.
A autorização significa que, pela primeira vez, as pessoas que vivem com VIH na Europa vão ter a opção de tratamento através de um injetável de longa duração em lugar dos comprimidos diários.
Este injetável destina-se a pessoas adultas que se encontrem virologicamente suprimidas (carga viral indetetável) e num regime antirretroviral estável sem evidência de resistências a inibidores da transcriptase reversa não-nucleósidos ou inibidores da integrase.
As injeções de cabotegravir e rilpivirina serão administradas de forma intramuscular nas nádegas por professional de saúde. Mas previamente à iniciação das injeções é necessário a toma de comprimidos, de cabotegravir e rilpivirina, durante pelo menos 28 dias para avaliar a tolerabilidade dos medicamentos.
Após a fase de iniciação oral para avaliar a tolerabilidade dos medicamentos, as injeções de cabotegravir e rilpivirina podem reduzir o número de dias de tratamento por ano de 365 para 12 para o regime de injetável uma vez por mês, ou seis para o regime de dosagem uma vez a cada dois meses, representando uma mudança de paradigma na forma de tratar e gerir a doença. O regime de ação prolongada de cabotegravir e rilpivirina foi tão eficaz quanto o tratamento com comprimidos diários na manutenção da supressão viral, é geralmente bem tolerado e pode mudar a experiência do tratamento para algumas pessoas que vivem com VIH que podem ter desafios diários com as terapias de VIH.
O injetável, na Europa, tem o nome de Vocabria.
Encontre o artigo na Agência Europeia do Medicamento aqui.
Encontre o artigo aqui.
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É a vacina da Pfizer contra o COVID-19 segura para as pessoas com VIH? SIM.
É igualmente eficaz? Não se sabe ainda.
A Pfizer não refere se a vacina é eficaz. Isto porque apesar das 120 pessoas com VIH que participaram na fase 2 e 3 do estudo, a Pfizer não apresenta resultados separados para estas referindo que a amostra é muito pequena.
Por outro lado, nos Estados Unidos, a Emergency Use Authorization contem um aviso que “as pessoas imunocomprometidas, incluindo as pessoas a receber terapia imunossupressora, podem ter uma resposta imunitária diminuída à vacina contra o COVID-19 da Pfizer-BioNTech”
Fonte aqui.
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Perante a especulação:
– Estão as pessoas que vivem com VIH protegidas pelos antirretrovirais (ARV)?
- Estudo realizado nos EUA, em 36 instituições, observou não existir associação entre ARVs ou ausência de supressão viral e consequências de infeção por COVID-19. (Dandachi, Clinic Infect Dis. 2020)
- Estudo em Espanha, envolvendo 77.590 pessoas que vivem com VIH (PVV), analisou a incidência e gravidade do COVID em PVV. O risco de diagnóstico por COVID-19 e hospitalização era maior entre os homens e as pessoas com mais de 70 anos (3.7 por 10.000 em PVV comparativamente com 2.1 por 10.000 na população em geral). Este estudo observou também que nenhuma pessoa em Tenofovir/ emtricitabina foi admitida nos cuidados intensivos ou morreu. Mas mais estudos são necessários. (Del Amo, Ann Intern Med. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32589451/)
- O maior estudo foi realizado na África do Sul envolvendo cerca de 3 milhões de pessoas (3.978 PVV com COVID-19). A morte por COVID-19 estava associada ao sexo masculino, idade avançada, diabetes, hipertensão e doença renal crónica. E observou que o rácio de mortalidade por COVID-19 nas pessoas com VIH vs sem VIH foi de 2.39. (Boulle, CID. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32860699/)
- Estudo realizado nos EUA entre os veteranos (VACS) observou não existir maior suscetibilidade ao COVID-19 ou incidência de gravidade de doença entre as PVV infetadas. (Park, AIDS2020, abstract LBPEC23, 2020)
- PVV participaram na pesquisa da vacina, mas não sabemos o número.
- Em estudos maiores, as PVV com estabilidade nos ARV, apresentam resultados semelhantes às pessoas sem VIH, mas os dados sobre mortalidade não são consistentes.
- Uma baixa contagem de CD4 pode piorar os resultados.
- Sobre a mortalidade por COVID-19 entre PVV ver o artigo publicado aqui.
Baseado em artigo do Dr. Paul E. Sax, Director Clínico do Brigham and Women’s Hospital e Professor de Medicina de Harvard Medical School
-
O GAT, Grupo de Ativistas em Tratamentos e a Seres (con) viver com o VIH, duas organizações de doentes VIH, apresentam vários estudos que apontam para uma maior mortalidade das pessoas com o VIH face ao COVID-19 aos responsáveis pelo plano de vacinação e autoridades em VIH.
Alguns estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade pela COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH. Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA que não conseguiram encontrar provas de que o VIH é um fator de risco para a COVID-19:
aidsonline, aids2020, tandfonline
Anteriormente, um grande estudo na África do Sul observou também um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação em Portugal.
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Estamos perante um estudo, o primeiro a demonstrar o conceito da utilização de AMP para prevenir a aquisição da infeção. O VCR01 (anticorpo neutralizante de largo espectro) está a ser estudado para o tratamento, prevenção e cura.
“AMP, do inglês “Antibody Mediated Prevention”, significa Prevenção Mediada por Anticorpos. Este conceito consiste na proteção da infeção pelo VIH através da administração de anticorpos contra o vírus. Estes anticorpos são também conhecidos como anticorpos monoclonais, o que significa que foram sintetizados em laboratório, ao invés de serem naturalmente produzidos pelo organismo humano. Os estudos AMP investigaram a eficácia de um anticorpo denominado VRC01, administrado por perfusão intravenosa (IV), na prevenção da infeção pelo VIH”.
O VCR01 teve pouco efeito na maioria das estripes do VIH, (teve efeito em 30%) mas nos casos em que era eficaz, os casos caíram 75%. O que sugere a combinação de múltiplos anticorpos.
Estudos clínicos de combinações de anticorpos neutralizantes de largo espetro que podem prevenir o VIH por 4 a 6 meses estão já a ser realizados.
Realizaram-se 2 estudos, o primeiro estudo (HVTN 703/HPTN 081) incluiu 1,924 mulheres cisgénero da África subsariana, onde o subtipo C é o mais preponderante. O Segundo estudo (HVTN 704/HPTN 085) incluiu 2,699 HSH, homens bissexuais e adultos transgéneros da América do SUL, Suiça e EUA, onde o subtipo B é mais comum.
Os estudos avaliaram o VCR01, um anticorpo neutralizante de largo espectro oriundo de sangue doado por uma pessoa a viver com VIH (tal como a coleta de plasma de pessoas que recuperaram do COVID-19). Pois as pessoas que foram expostas a um vírus específico desenvolvem anticorpos para o controlarem. Cientistas podem modificar e multiplicar estes anticorpos e usá-los para prevenir ou tratar a infeção em outras pessoas.
Poderá ser possível a administração de anticorpos através de injeção subcutânea ou intramuscular em lugar de intravenosa.
Fonte: HIVR4P
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Atualmente a profilaxia pré-exposição (PrEP) consiste na toma diária de um comprimido, o Truvada. Já aqui falámos de uma nova forma de PrEP, injetável. E agora vamos referir a toma mensal de Islatravir –um fármaco experimental pertencente a uma nova família de antirretrovirais– que alcança os niveís apropriados para prevenir o VIH durante um mês graças à sua ação prolongada. Este estudo foi apresentado na conferência HIVR4P.
O Islatravir ainda em pesquisa, é um medicamento bem tolerado que traz uma redução na quantidade medicamentosa e mais conforto.
Com um mecanismo de ação singular, o primeiro inibidor da translocação transcriptase reversa nucleosideo está a ser estudado para prevenção e para tratamento.
Em novembro passado foi lançada a fase III do estudo IMPOWER 22 que avalia a eficácia e segurança do isaltravir, como PrEP em mulheres cisgénero e jovens adolescentes em elevado risco de contrair o VIH na África subsariana. Cerca de 4.500 participantes vão receber o comprimido de toma oral e mensal ou o comprimido de toma diária Truvada.
Outro estudo planeado, IMPOWER-024, inclui homens cisgénero e mulheres transgénero que têm sexo com homens de vários países. Irão receber o islatravir de toma mensal ou o Truvada de toma diária.
Existe ainda uma formulação em implante do islatravir que está a ser estudada para PrEP. Um implante semelhante aos implantes de longa duração utilizados na contracepção. Um estudo anterior com voluntários VIH-negativos mostrou que o implante proporcionou concentrações protetoras do medicamento por mais de um ano.
No que concerne o tratamento a combinação da toma diária do isaltravir mais doravirina demonstrou uma boa eficácia na fase IIb do estudo. Após 96 semanas 90% das pessoas tratadas apresentavam uma carga viral indetetável. Mas existem planos para avaliar o islatravir mais o experimental MK-807 como um regime de tratamento semanal.
Fonte: HIVR4P
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Injeções de Cabotegravir e a toma diária de comprimidos de Truvada são ambos altamente eficazes, mas algumas mulheres podem considerar mais fácil usar o regime de longa duração.
As injeções de cabotegravir de ação prolongada, para a prevenção do VIH, em mulheres cisgénero, administradas por profissional de saúde a cada dois meses foram mais eficazes do que as injeções de Truvada Cabotegravir uma vez ao dia e os comprimidos de toma diária de Truvada (que são altamente eficazes), mas algumas mulheres podem achar mais fácil usar o regime de ação prolongada. de acordo com os resultados do estudo apresentados esta semana na conferência virtual HIV Research for Prevention (HIVR4P).
Estudos realizados com o comprimido de toma diária Truvada em homens que têm sexo com homens e mulheres transgénero demonstrou que o Truvada era 99% eficaz nos homens gay e bi, mas nas mulheres cisgénero os níveis de proteção foram mais baixos, devido potencialmente ao uso inconsistente.
Estudo realizado na Africa do Sul, envolveu 3.224 mulheres cisgénero sexualmente ativas em risco de contrair o VIH, que receberam injeções bimensais de Cabotegravir ou comprimidos diários de Truvada. O estudo parou em Novembro de 2020, apesar de estar programado para mais 3 anos, porque foi demonstrada a maior eficácia das injeções de cabotegravir em relação à toma diária dos comprimidos.
Estes resultados foram consistentes com o estudo HPTN 083, que envolveu 4.490 mulheres cisgénero e mulheres transexuais de 6 países.
A injeção é bem tolerada, com algumas reações no local da injeção como dor, vermelhidão, inchaço. Também se observou aumento de peso. E é segura, mulheres que engravidaram nestes estudos não reportaram qualquer anomalia.
O injetável de longa duração tem a vantagem de ser discreto, com uma toma a cada 8 semanas, que pode ser sincronizada com outros injetáveis de planeamento familiar e que não exige o envolvimento do parceiro.
Fonte conferência HIV r4P.
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A OMS (Organização Mundial de Saúde) recomendou, recentemente, a oferta do anel vaginal dapivirina (DPV-VR) como forma adicional de prevenção, para mulheres em risco substancial de infeção por VIH tipo 1, como parte de uma abordagem de prevenção combinada.
É utilizado em combinação com práticas sexuais seguras (como o uso do preservativo) por mulheres com 18 anos ou mais, quando a profilaxia pré-exposição (PrEP) por via oral não pode ser usada. De acordo com a EMA (Agência Europeia do Medicamento) é para uso fora da EU.
As mulheres têm, assim, mais uma forma de prevenção do VIH tipo 1. O DPV-VR é a primeira opção de longa duração que a mulher pode controlar ela própria e usar discretamente para reduzir o risco de contrair o VIH durante o sexo vaginal. Feito de silicone flexível, de fácil inserção, o anel liberta lentamente o antirretroviral dapivirina na vagina. O anel deve ser usado, no interior da vagina, por 28 dias e depois desse período deve ser colocado um novo anel.
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Na conferência de imprensa da conferência HIV R4P, sobre pesquisa e prevenção em VIH, apresentou-se a prevenção mediada por anticorpos (AMP), a PrEP (profilaxia pré-exposição) injetável de longa duração, o comprimido PrEP mensal e as tendências da toma oral diária da PrEP.
Juntas representam o futuro da prevenção do VIH com mais opções.
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A aprovação, por parte da Comissão Europeia, do injetável de longa duração para o tratamento do VIH pode transformar a vida das pessoas a viver com o VIH.
A autorização significa que, pela primeira vez, as pessoas que vivem com VIH na Europa vão ter a opção de tratamento através de um injetável de longa duração em lugar dos comprimidos diários.
Este injetável destina-se a pessoas adultas que se encontrem virologicamente suprimidas (carga viral indetetável) e num regime antirretroviral estável sem evidência de resistências a inibidores da transcriptase reversa não-nucleósidos ou inibidores da integrase.
As injeções de cabotegravir e rilpivirina serão administradas de forma intramuscular nas nádegas por professional de saúde. Mas previamente à iniciação das injeções é necessário a toma de comprimidos, de cabotegravir e rilpivirina, durante pelo menos 28 dias para avaliar a tolerabilidade dos medicamentos.
Após a fase de iniciação oral para avaliar a tolerabilidade dos medicamentos, as injeções de cabotegravir e rilpivirina podem reduzir o número de dias de tratamento por ano de 365 para 12 para o regime de injetável uma vez por mês, ou seis para o regime de dosagem uma vez a cada dois meses, representando uma mudança de paradigma na forma de tratar e gerir a doença. O regime de ação prolongada de cabotegravir e rilpivirina foi tão eficaz quanto o tratamento com comprimidos diários na manutenção da supressão viral, é geralmente bem tolerado e pode mudar a experiência do tratamento para algumas pessoas que vivem com VIH que podem ter desafios diários com as terapias de VIH.
O injetável, na Europa, tem o nome de Vocabria.
Encontre o artigo na Agência Europeia do Medicamento aqui.
Encontre o artigo aqui.
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É a vacina da Pfizer contra o COVID-19 segura para as pessoas com VIH? SIM.
É igualmente eficaz? Não se sabe ainda.
A Pfizer não refere se a vacina é eficaz. Isto porque apesar das 120 pessoas com VIH que participaram na fase 2 e 3 do estudo, a Pfizer não apresenta resultados separados para estas referindo que a amostra é muito pequena.
Por outro lado, nos Estados Unidos, a Emergency Use Authorization contem um aviso que “as pessoas imunocomprometidas, incluindo as pessoas a receber terapia imunossupressora, podem ter uma resposta imunitária diminuída à vacina contra o COVID-19 da Pfizer-BioNTech”
Fonte aqui.
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Perante a especulação:
– Estão as pessoas que vivem com VIH protegidas pelos antirretrovirais (ARV)?
- Estudo realizado nos EUA, em 36 instituições, observou não existir associação entre ARVs ou ausência de supressão viral e consequências de infeção por COVID-19. (Dandachi, Clinic Infect Dis. 2020)
- Estudo em Espanha, envolvendo 77.590 pessoas que vivem com VIH (PVV), analisou a incidência e gravidade do COVID em PVV. O risco de diagnóstico por COVID-19 e hospitalização era maior entre os homens e as pessoas com mais de 70 anos (3.7 por 10.000 em PVV comparativamente com 2.1 por 10.000 na população em geral). Este estudo observou também que nenhuma pessoa em Tenofovir/ emtricitabina foi admitida nos cuidados intensivos ou morreu. Mas mais estudos são necessários. (Del Amo, Ann Intern Med. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32589451/)
- O maior estudo foi realizado na África do Sul envolvendo cerca de 3 milhões de pessoas (3.978 PVV com COVID-19). A morte por COVID-19 estava associada ao sexo masculino, idade avançada, diabetes, hipertensão e doença renal crónica. E observou que o rácio de mortalidade por COVID-19 nas pessoas com VIH vs sem VIH foi de 2.39. (Boulle, CID. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32860699/)
- Estudo realizado nos EUA entre os veteranos (VACS) observou não existir maior suscetibilidade ao COVID-19 ou incidência de gravidade de doença entre as PVV infetadas. (Park, AIDS2020, abstract LBPEC23, 2020)
- PVV participaram na pesquisa da vacina, mas não sabemos o número.
- Em estudos maiores, as PVV com estabilidade nos ARV, apresentam resultados semelhantes às pessoas sem VIH, mas os dados sobre mortalidade não são consistentes.
- Uma baixa contagem de CD4 pode piorar os resultados.
- Sobre a mortalidade por COVID-19 entre PVV ver o artigo publicado aqui.
Baseado em artigo do Dr. Paul E. Sax, Director Clínico do Brigham and Women’s Hospital e Professor de Medicina de Harvard Medical School
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O GAT, Grupo de Ativistas em Tratamentos e a Seres (con) viver com o VIH, duas organizações de doentes VIH, apresentam vários estudos que apontam para uma maior mortalidade das pessoas com o VIH face ao COVID-19 aos responsáveis pelo plano de vacinação e autoridades em VIH.
Alguns estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade pela COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH. Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA que não conseguiram encontrar provas de que o VIH é um fator de risco para a COVID-19:
aidsonline, aids2020, tandfonline
Anteriormente, um grande estudo na África do Sul observou também um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação em Portugal.
-
Estamos perante um estudo, o primeiro a demonstrar o conceito da utilização de AMP para prevenir a aquisição da infeção. O VCR01 (anticorpo neutralizante de largo espectro) está a ser estudado para o tratamento, prevenção e cura.
“AMP, do inglês “Antibody Mediated Prevention”, significa Prevenção Mediada por Anticorpos. Este conceito consiste na proteção da infeção pelo VIH através da administração de anticorpos contra o vírus. Estes anticorpos são também conhecidos como anticorpos monoclonais, o que significa que foram sintetizados em laboratório, ao invés de serem naturalmente produzidos pelo organismo humano. Os estudos AMP investigaram a eficácia de um anticorpo denominado VRC01, administrado por perfusão intravenosa (IV), na prevenção da infeção pelo VIH”.
O VCR01 teve pouco efeito na maioria das estripes do VIH, (teve efeito em 30%) mas nos casos em que era eficaz, os casos caíram 75%. O que sugere a combinação de múltiplos anticorpos.
Estudos clínicos de combinações de anticorpos neutralizantes de largo espetro que podem prevenir o VIH por 4 a 6 meses estão já a ser realizados.
Realizaram-se 2 estudos, o primeiro estudo (HVTN 703/HPTN 081) incluiu 1,924 mulheres cisgénero da África subsariana, onde o subtipo C é o mais preponderante. O Segundo estudo (HVTN 704/HPTN 085) incluiu 2,699 HSH, homens bissexuais e adultos transgéneros da América do SUL, Suiça e EUA, onde o subtipo B é mais comum.
Os estudos avaliaram o VCR01, um anticorpo neutralizante de largo espectro oriundo de sangue doado por uma pessoa a viver com VIH (tal como a coleta de plasma de pessoas que recuperaram do COVID-19). Pois as pessoas que foram expostas a um vírus específico desenvolvem anticorpos para o controlarem. Cientistas podem modificar e multiplicar estes anticorpos e usá-los para prevenir ou tratar a infeção em outras pessoas.
Poderá ser possível a administração de anticorpos através de injeção subcutânea ou intramuscular em lugar de intravenosa.
Fonte: HIVR4P
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Atualmente a profilaxia pré-exposição (PrEP) consiste na toma diária de um comprimido, o Truvada. Já aqui falámos de uma nova forma de PrEP, injetável. E agora vamos referir a toma mensal de Islatravir –um fármaco experimental pertencente a uma nova família de antirretrovirais– que alcança os niveís apropriados para prevenir o VIH durante um mês graças à sua ação prolongada. Este estudo foi apresentado na conferência HIVR4P.
O Islatravir ainda em pesquisa, é um medicamento bem tolerado que traz uma redução na quantidade medicamentosa e mais conforto.
Com um mecanismo de ação singular, o primeiro inibidor da translocação transcriptase reversa nucleosideo está a ser estudado para prevenção e para tratamento.
Em novembro passado foi lançada a fase III do estudo IMPOWER 22 que avalia a eficácia e segurança do isaltravir, como PrEP em mulheres cisgénero e jovens adolescentes em elevado risco de contrair o VIH na África subsariana. Cerca de 4.500 participantes vão receber o comprimido de toma oral e mensal ou o comprimido de toma diária Truvada.
Outro estudo planeado, IMPOWER-024, inclui homens cisgénero e mulheres transgénero que têm sexo com homens de vários países. Irão receber o islatravir de toma mensal ou o Truvada de toma diária.
Existe ainda uma formulação em implante do islatravir que está a ser estudada para PrEP. Um implante semelhante aos implantes de longa duração utilizados na contracepção. Um estudo anterior com voluntários VIH-negativos mostrou que o implante proporcionou concentrações protetoras do medicamento por mais de um ano.
No que concerne o tratamento a combinação da toma diária do isaltravir mais doravirina demonstrou uma boa eficácia na fase IIb do estudo. Após 96 semanas 90% das pessoas tratadas apresentavam uma carga viral indetetável. Mas existem planos para avaliar o islatravir mais o experimental MK-807 como um regime de tratamento semanal.
Fonte: HIVR4P
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Injeções de Cabotegravir e a toma diária de comprimidos de Truvada são ambos altamente eficazes, mas algumas mulheres podem considerar mais fácil usar o regime de longa duração.
As injeções de cabotegravir de ação prolongada, para a prevenção do VIH, em mulheres cisgénero, administradas por profissional de saúde a cada dois meses foram mais eficazes do que as injeções de Truvada Cabotegravir uma vez ao dia e os comprimidos de toma diária de Truvada (que são altamente eficazes), mas algumas mulheres podem achar mais fácil usar o regime de ação prolongada. de acordo com os resultados do estudo apresentados esta semana na conferência virtual HIV Research for Prevention (HIVR4P).
Estudos realizados com o comprimido de toma diária Truvada em homens que têm sexo com homens e mulheres transgénero demonstrou que o Truvada era 99% eficaz nos homens gay e bi, mas nas mulheres cisgénero os níveis de proteção foram mais baixos, devido potencialmente ao uso inconsistente.
Estudo realizado na Africa do Sul, envolveu 3.224 mulheres cisgénero sexualmente ativas em risco de contrair o VIH, que receberam injeções bimensais de Cabotegravir ou comprimidos diários de Truvada. O estudo parou em Novembro de 2020, apesar de estar programado para mais 3 anos, porque foi demonstrada a maior eficácia das injeções de cabotegravir em relação à toma diária dos comprimidos.
Estes resultados foram consistentes com o estudo HPTN 083, que envolveu 4.490 mulheres cisgénero e mulheres transexuais de 6 países.
A injeção é bem tolerada, com algumas reações no local da injeção como dor, vermelhidão, inchaço. Também se observou aumento de peso. E é segura, mulheres que engravidaram nestes estudos não reportaram qualquer anomalia.
O injetável de longa duração tem a vantagem de ser discreto, com uma toma a cada 8 semanas, que pode ser sincronizada com outros injetáveis de planeamento familiar e que não exige o envolvimento do parceiro.
Fonte conferência HIV r4P.
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A OMS (Organização Mundial de Saúde) recomendou, recentemente, a oferta do anel vaginal dapivirina (DPV-VR) como forma adicional de prevenção, para mulheres em risco substancial de infeção por VIH tipo 1, como parte de uma abordagem de prevenção combinada.
É utilizado em combinação com práticas sexuais seguras (como o uso do preservativo) por mulheres com 18 anos ou mais, quando a profilaxia pré-exposição (PrEP) por via oral não pode ser usada. De acordo com a EMA (Agência Europeia do Medicamento) é para uso fora da EU.
As mulheres têm, assim, mais uma forma de prevenção do VIH tipo 1. O DPV-VR é a primeira opção de longa duração que a mulher pode controlar ela própria e usar discretamente para reduzir o risco de contrair o VIH durante o sexo vaginal. Feito de silicone flexível, de fácil inserção, o anel liberta lentamente o antirretroviral dapivirina na vagina. O anel deve ser usado, no interior da vagina, por 28 dias e depois desse período deve ser colocado um novo anel.
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Na conferência de imprensa da conferência HIV R4P, sobre pesquisa e prevenção em VIH, apresentou-se a prevenção mediada por anticorpos (AMP), a PrEP (profilaxia pré-exposição) injetável de longa duração, o comprimido PrEP mensal e as tendências da toma oral diária da PrEP.
Juntas representam o futuro da prevenção do VIH com mais opções.
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A aprovação, por parte da Comissão Europeia, do injetável de longa duração para o tratamento do VIH pode transformar a vida das pessoas a viver com o VIH.
A autorização significa que, pela primeira vez, as pessoas que vivem com VIH na Europa vão ter a opção de tratamento através de um injetável de longa duração em lugar dos comprimidos diários.
Este injetável destina-se a pessoas adultas que se encontrem virologicamente suprimidas (carga viral indetetável) e num regime antirretroviral estável sem evidência de resistências a inibidores da transcriptase reversa não-nucleósidos ou inibidores da integrase.
As injeções de cabotegravir e rilpivirina serão administradas de forma intramuscular nas nádegas por professional de saúde. Mas previamente à iniciação das injeções é necessário a toma de comprimidos, de cabotegravir e rilpivirina, durante pelo menos 28 dias para avaliar a tolerabilidade dos medicamentos.
Após a fase de iniciação oral para avaliar a tolerabilidade dos medicamentos, as injeções de cabotegravir e rilpivirina podem reduzir o número de dias de tratamento por ano de 365 para 12 para o regime de injetável uma vez por mês, ou seis para o regime de dosagem uma vez a cada dois meses, representando uma mudança de paradigma na forma de tratar e gerir a doença. O regime de ação prolongada de cabotegravir e rilpivirina foi tão eficaz quanto o tratamento com comprimidos diários na manutenção da supressão viral, é geralmente bem tolerado e pode mudar a experiência do tratamento para algumas pessoas que vivem com VIH que podem ter desafios diários com as terapias de VIH.
O injetável, na Europa, tem o nome de Vocabria.
Encontre o artigo na Agência Europeia do Medicamento aqui.
Encontre o artigo aqui.
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É a vacina da Pfizer contra o COVID-19 segura para as pessoas com VIH? SIM.
É igualmente eficaz? Não se sabe ainda.
A Pfizer não refere se a vacina é eficaz. Isto porque apesar das 120 pessoas com VIH que participaram na fase 2 e 3 do estudo, a Pfizer não apresenta resultados separados para estas referindo que a amostra é muito pequena.
Por outro lado, nos Estados Unidos, a Emergency Use Authorization contem um aviso que “as pessoas imunocomprometidas, incluindo as pessoas a receber terapia imunossupressora, podem ter uma resposta imunitária diminuída à vacina contra o COVID-19 da Pfizer-BioNTech”
Fonte aqui.
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Perante a especulação:
– Estão as pessoas que vivem com VIH protegidas pelos antirretrovirais (ARV)?
- Estudo realizado nos EUA, em 36 instituições, observou não existir associação entre ARVs ou ausência de supressão viral e consequências de infeção por COVID-19. (Dandachi, Clinic Infect Dis. 2020)
- Estudo em Espanha, envolvendo 77.590 pessoas que vivem com VIH (PVV), analisou a incidência e gravidade do COVID em PVV. O risco de diagnóstico por COVID-19 e hospitalização era maior entre os homens e as pessoas com mais de 70 anos (3.7 por 10.000 em PVV comparativamente com 2.1 por 10.000 na população em geral). Este estudo observou também que nenhuma pessoa em Tenofovir/ emtricitabina foi admitida nos cuidados intensivos ou morreu. Mas mais estudos são necessários. (Del Amo, Ann Intern Med. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32589451/)
- O maior estudo foi realizado na África do Sul envolvendo cerca de 3 milhões de pessoas (3.978 PVV com COVID-19). A morte por COVID-19 estava associada ao sexo masculino, idade avançada, diabetes, hipertensão e doença renal crónica. E observou que o rácio de mortalidade por COVID-19 nas pessoas com VIH vs sem VIH foi de 2.39. (Boulle, CID. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32860699/)
- Estudo realizado nos EUA entre os veteranos (VACS) observou não existir maior suscetibilidade ao COVID-19 ou incidência de gravidade de doença entre as PVV infetadas. (Park, AIDS2020, abstract LBPEC23, 2020)
- PVV participaram na pesquisa da vacina, mas não sabemos o número.
- Em estudos maiores, as PVV com estabilidade nos ARV, apresentam resultados semelhantes às pessoas sem VIH, mas os dados sobre mortalidade não são consistentes.
- Uma baixa contagem de CD4 pode piorar os resultados.
- Sobre a mortalidade por COVID-19 entre PVV ver o artigo publicado aqui.
Baseado em artigo do Dr. Paul E. Sax, Director Clínico do Brigham and Women’s Hospital e Professor de Medicina de Harvard Medical School
-
O GAT, Grupo de Ativistas em Tratamentos e a Seres (con) viver com o VIH, duas organizações de doentes VIH, apresentam vários estudos que apontam para uma maior mortalidade das pessoas com o VIH face ao COVID-19 aos responsáveis pelo plano de vacinação e autoridades em VIH.
Alguns estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade pela COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH. Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA que não conseguiram encontrar provas de que o VIH é um fator de risco para a COVID-19:
aidsonline, aids2020, tandfonline
Anteriormente, um grande estudo na África do Sul observou também um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação em Portugal.
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Estamos perante um estudo, o primeiro a demonstrar o conceito da utilização de AMP para prevenir a aquisição da infeção. O VCR01 (anticorpo neutralizante de largo espectro) está a ser estudado para o tratamento, prevenção e cura.
“AMP, do inglês “Antibody Mediated Prevention”, significa Prevenção Mediada por Anticorpos. Este conceito consiste na proteção da infeção pelo VIH através da administração de anticorpos contra o vírus. Estes anticorpos são também conhecidos como anticorpos monoclonais, o que significa que foram sintetizados em laboratório, ao invés de serem naturalmente produzidos pelo organismo humano. Os estudos AMP investigaram a eficácia de um anticorpo denominado VRC01, administrado por perfusão intravenosa (IV), na prevenção da infeção pelo VIH”.
O VCR01 teve pouco efeito na maioria das estripes do VIH, (teve efeito em 30%) mas nos casos em que era eficaz, os casos caíram 75%. O que sugere a combinação de múltiplos anticorpos.
Estudos clínicos de combinações de anticorpos neutralizantes de largo espetro que podem prevenir o VIH por 4 a 6 meses estão já a ser realizados.
Realizaram-se 2 estudos, o primeiro estudo (HVTN 703/HPTN 081) incluiu 1,924 mulheres cisgénero da África subsariana, onde o subtipo C é o mais preponderante. O Segundo estudo (HVTN 704/HPTN 085) incluiu 2,699 HSH, homens bissexuais e adultos transgéneros da América do SUL, Suiça e EUA, onde o subtipo B é mais comum.
Os estudos avaliaram o VCR01, um anticorpo neutralizante de largo espectro oriundo de sangue doado por uma pessoa a viver com VIH (tal como a coleta de plasma de pessoas que recuperaram do COVID-19). Pois as pessoas que foram expostas a um vírus específico desenvolvem anticorpos para o controlarem. Cientistas podem modificar e multiplicar estes anticorpos e usá-los para prevenir ou tratar a infeção em outras pessoas.
Poderá ser possível a administração de anticorpos através de injeção subcutânea ou intramuscular em lugar de intravenosa.
Fonte: HIVR4P
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Atualmente a profilaxia pré-exposição (PrEP) consiste na toma diária de um comprimido, o Truvada. Já aqui falámos de uma nova forma de PrEP, injetável. E agora vamos referir a toma mensal de Islatravir –um fármaco experimental pertencente a uma nova família de antirretrovirais– que alcança os niveís apropriados para prevenir o VIH durante um mês graças à sua ação prolongada. Este estudo foi apresentado na conferência HIVR4P.
O Islatravir ainda em pesquisa, é um medicamento bem tolerado que traz uma redução na quantidade medicamentosa e mais conforto.
Com um mecanismo de ação singular, o primeiro inibidor da translocação transcriptase reversa nucleosideo está a ser estudado para prevenção e para tratamento.
Em novembro passado foi lançada a fase III do estudo IMPOWER 22 que avalia a eficácia e segurança do isaltravir, como PrEP em mulheres cisgénero e jovens adolescentes em elevado risco de contrair o VIH na África subsariana. Cerca de 4.500 participantes vão receber o comprimido de toma oral e mensal ou o comprimido de toma diária Truvada.
Outro estudo planeado, IMPOWER-024, inclui homens cisgénero e mulheres transgénero que têm sexo com homens de vários países. Irão receber o islatravir de toma mensal ou o Truvada de toma diária.
Existe ainda uma formulação em implante do islatravir que está a ser estudada para PrEP. Um implante semelhante aos implantes de longa duração utilizados na contracepção. Um estudo anterior com voluntários VIH-negativos mostrou que o implante proporcionou concentrações protetoras do medicamento por mais de um ano.
No que concerne o tratamento a combinação da toma diária do isaltravir mais doravirina demonstrou uma boa eficácia na fase IIb do estudo. Após 96 semanas 90% das pessoas tratadas apresentavam uma carga viral indetetável. Mas existem planos para avaliar o islatravir mais o experimental MK-807 como um regime de tratamento semanal.
Fonte: HIVR4P
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Injeções de Cabotegravir e a toma diária de comprimidos de Truvada são ambos altamente eficazes, mas algumas mulheres podem considerar mais fácil usar o regime de longa duração.
As injeções de cabotegravir de ação prolongada, para a prevenção do VIH, em mulheres cisgénero, administradas por profissional de saúde a cada dois meses foram mais eficazes do que as injeções de Truvada Cabotegravir uma vez ao dia e os comprimidos de toma diária de Truvada (que são altamente eficazes), mas algumas mulheres podem achar mais fácil usar o regime de ação prolongada. de acordo com os resultados do estudo apresentados esta semana na conferência virtual HIV Research for Prevention (HIVR4P).
Estudos realizados com o comprimido de toma diária Truvada em homens que têm sexo com homens e mulheres transgénero demonstrou que o Truvada era 99% eficaz nos homens gay e bi, mas nas mulheres cisgénero os níveis de proteção foram mais baixos, devido potencialmente ao uso inconsistente.
Estudo realizado na Africa do Sul, envolveu 3.224 mulheres cisgénero sexualmente ativas em risco de contrair o VIH, que receberam injeções bimensais de Cabotegravir ou comprimidos diários de Truvada. O estudo parou em Novembro de 2020, apesar de estar programado para mais 3 anos, porque foi demonstrada a maior eficácia das injeções de cabotegravir em relação à toma diária dos comprimidos.
Estes resultados foram consistentes com o estudo HPTN 083, que envolveu 4.490 mulheres cisgénero e mulheres transexuais de 6 países.
A injeção é bem tolerada, com algumas reações no local da injeção como dor, vermelhidão, inchaço. Também se observou aumento de peso. E é segura, mulheres que engravidaram nestes estudos não reportaram qualquer anomalia.
O injetável de longa duração tem a vantagem de ser discreto, com uma toma a cada 8 semanas, que pode ser sincronizada com outros injetáveis de planeamento familiar e que não exige o envolvimento do parceiro.
Fonte conferência HIV r4P.
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A OMS (Organização Mundial de Saúde) recomendou, recentemente, a oferta do anel vaginal dapivirina (DPV-VR) como forma adicional de prevenção, para mulheres em risco substancial de infeção por VIH tipo 1, como parte de uma abordagem de prevenção combinada.
É utilizado em combinação com práticas sexuais seguras (como o uso do preservativo) por mulheres com 18 anos ou mais, quando a profilaxia pré-exposição (PrEP) por via oral não pode ser usada. De acordo com a EMA (Agência Europeia do Medicamento) é para uso fora da EU.
As mulheres têm, assim, mais uma forma de prevenção do VIH tipo 1. O DPV-VR é a primeira opção de longa duração que a mulher pode controlar ela própria e usar discretamente para reduzir o risco de contrair o VIH durante o sexo vaginal. Feito de silicone flexível, de fácil inserção, o anel liberta lentamente o antirretroviral dapivirina na vagina. O anel deve ser usado, no interior da vagina, por 28 dias e depois desse período deve ser colocado um novo anel.
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Na conferência de imprensa da conferência HIV R4P, sobre pesquisa e prevenção em VIH, apresentou-se a prevenção mediada por anticorpos (AMP), a PrEP (profilaxia pré-exposição) injetável de longa duração, o comprimido PrEP mensal e as tendências da toma oral diária da PrEP.
Juntas representam o futuro da prevenção do VIH com mais opções.
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A aprovação, por parte da Comissão Europeia, do injetável de longa duração para o tratamento do VIH pode transformar a vida das pessoas a viver com o VIH.
A autorização significa que, pela primeira vez, as pessoas que vivem com VIH na Europa vão ter a opção de tratamento através de um injetável de longa duração em lugar dos comprimidos diários.
Este injetável destina-se a pessoas adultas que se encontrem virologicamente suprimidas (carga viral indetetável) e num regime antirretroviral estável sem evidência de resistências a inibidores da transcriptase reversa não-nucleósidos ou inibidores da integrase.
As injeções de cabotegravir e rilpivirina serão administradas de forma intramuscular nas nádegas por professional de saúde. Mas previamente à iniciação das injeções é necessário a toma de comprimidos, de cabotegravir e rilpivirina, durante pelo menos 28 dias para avaliar a tolerabilidade dos medicamentos.
Após a fase de iniciação oral para avaliar a tolerabilidade dos medicamentos, as injeções de cabotegravir e rilpivirina podem reduzir o número de dias de tratamento por ano de 365 para 12 para o regime de injetável uma vez por mês, ou seis para o regime de dosagem uma vez a cada dois meses, representando uma mudança de paradigma na forma de tratar e gerir a doença. O regime de ação prolongada de cabotegravir e rilpivirina foi tão eficaz quanto o tratamento com comprimidos diários na manutenção da supressão viral, é geralmente bem tolerado e pode mudar a experiência do tratamento para algumas pessoas que vivem com VIH que podem ter desafios diários com as terapias de VIH.
O injetável, na Europa, tem o nome de Vocabria.
Encontre o artigo na Agência Europeia do Medicamento aqui.