All posts by isabel_seres
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Perante a especulação:
– Estão as pessoas que vivem com VIH protegidas pelos antirretrovirais (ARV)?
- Estudo realizado nos EUA, em 36 instituições, observou não existir associação entre ARVs ou ausência de supressão viral e consequências de infeção por COVID-19. (Dandachi, Clinic Infect Dis. 2020)
- Estudo em Espanha, envolvendo 77.590 pessoas que vivem com VIH (PVV), analisou a incidência e gravidade do COVID em PVV. O risco de diagnóstico por COVID-19 e hospitalização era maior entre os homens e as pessoas com mais de 70 anos (3.7 por 10.000 em PVV comparativamente com 2.1 por 10.000 na população em geral). Este estudo observou também que nenhuma pessoa em Tenofovir/ emtricitabina foi admitida nos cuidados intensivos ou morreu. Mas mais estudos são necessários. (Del Amo, Ann Intern Med. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32589451/)
- O maior estudo foi realizado na África do Sul envolvendo cerca de 3 milhões de pessoas (3.978 PVV com COVID-19). A morte por COVID-19 estava associada ao sexo masculino, idade avançada, diabetes, hipertensão e doença renal crónica. E observou que o rácio de mortalidade por COVID-19 nas pessoas com VIH vs sem VIH foi de 2.39. (Boulle, CID. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32860699/)
- Estudo realizado nos EUA entre os veteranos (VACS) observou não existir maior suscetibilidade ao COVID-19 ou incidência de gravidade de doença entre as PVV infetadas. (Park, AIDS2020, abstract LBPEC23, 2020)
- PVV participaram na pesquisa da vacina, mas não sabemos o número.
- Em estudos maiores, as PVV com estabilidade nos ARV, apresentam resultados semelhantes às pessoas sem VIH, mas os dados sobre mortalidade não são consistentes.
- Uma baixa contagem de CD4 pode piorar os resultados.
- Sobre a mortalidade por COVID-19 entre PVV ver o artigo publicado aqui.
Baseado em artigo do Dr. Paul E. Sax, Director Clínico do Brigham and Women’s Hospital e Professor de Medicina de Harvard Medical School
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O GAT, Grupo de Ativistas em Tratamentos e a Seres (con) viver com o VIH, duas organizações de doentes VIH, apresentam vários estudos que apontam para uma maior mortalidade das pessoas com o VIH face ao COVID-19 aos responsáveis pelo plano de vacinação e autoridades em VIH.
Alguns estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade pela COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH. Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA que não conseguiram encontrar provas de que o VIH é um fator de risco para a COVID-19:
aidsonline, aids2020, tandfonline
Anteriormente, um grande estudo na África do Sul observou também um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação em Portugal.
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Os estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade por COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH.
Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA não conseguiram encontrar evidências de que o VIH é um fator de risco para o COVID-19:
AIDS online, AIDS2020, Taylor and Francis online
Mas um estudo realizado no Reino Unido, que envolveu 47,592 pacientes, demonstrou que a positividade ao VIH estava associada a um maior risco de morte (47%). Esta diferença na mortalidade era mais evidente nas pessoas com menos de 60 anos. Abaixo desta idade, o estado positivo ao VIH mais do que duplicava o risco de mortalidade.
Encontre o estudo aqui.
No artigo publicado no The Lancet, com estes resultados a interpretação, aponta para que as pessoas com VIH se encontram em maior risco de mortalidade por COVID-19.
Encontre o artigo aqui.
As pessoas com VIH são mais propensas a serem admitidas em hospitais com COVID-19 e a morrer no hospital devido a COVID-19 do que pessoas sem VIH, e pessoas com doença por VIH mais avançada ou carga viral não suprimida eram mais propensas do que outras pessoas com VIH a serem hospitalizadas, conforme uma revisão dos dados de vigilância no estado de Nova Iorque.
Encontre o estudo aqui.
Anteriormente, um largo estudo na África do Sul observou um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Encontre o estudo aqui.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação.
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Apesar da pandemia, e de todos os condicionalismos, existiram alguns avanços na pesquisa e estudo do VIH e tratamentos.
Nesta página apresentamos os maiores acontecimentos, nesta área, em 2020.
VIH e COVID-19
Estudos realizados em Espanha e nos EUA não conseguiram encontrar evidências de que o VIH é um fator de risco para o COVID-19.
Encontre os estudos aqui, aqui e aqui.
Mas um estudo realizado no Reino Unido, que envolveu 47,592 pacientes, demonstrou que a positividade ao VIH estava associada a um maior risco de morte (47%). Esta diferença na mortalidade era mais evidente nas pessoas com menos de 60 anos. Abaixo desta idade, o estado positivo ao VIH mais do que duplicava o risco de mortalidade.
Encontre o estudo aqui.
a taxa de mortalidade desceu entre as pessoas com VIH
De acordo com o relatório VIH de 2019, do INSA, “na última década regista-se um decréscimo na mortalidade associada à infeção por VIH. … a taxa de mortalidade observada em Portugal é muito superior à observada na União Europeia, à semelhança do já referido para a taxa de novos diagnósticos de infeção e de SIDA.”
De acordo com o relatório VIH de 2020, “o maior número de mortes ocorreu em homens (12366; 81,3%) e em UDI (7417; 48,8%). Na década mais recente registaram-se 3933 óbitos, dos quais 48,4% (n=1902) em casos de transmissão heterossexual, 41,2% (n=1619) em utilizadores de drogas injetadas e 8,3% (n=328) em HSH.” O relatório aqui.
De referir que a esperança de vida entre as pessoas que vivem com VIH (comparativamente com as pessoas sem VIH) desceu de 22 anos durante 2000-2003 para 9 anos durante 2014-2016. Mas o mesmo não se pode dizer quanto a comorbidades. O artigo aqui.
PrEP injetável
A PrEP (profilaxia pré-exposição) tem sido oferecida como comprimido, mas em breve existirá a opção de tomar uma injeção bimensal (a cada 2 meses).
Esta injeção com cabotegravir (CAB) demonstrou ser mais eficaz do que o comprimido, conforme estudos realizados em mulheres cisgénero, mulheres transgénero e HSH. E apesar de existirem efeitos secundários estes não implicaram abandonar esta terapêutica.
Encontre o estudo aqui. E sobre as mulheres aqui. Em HSH e transgénero aqui.
Uma opção para quem tem extensa resistência a TARV, Fostemsavir
A percentagem, de pessoas que vive com VIH, com múltiplas resistências e poucas opções de tratamento antirretroviral (TARV), é pequena.
Mas para essas pessoas o fostemsavir pode ser a salvação. Felizmente a maioria das pessoas nunca necessitará deste tratamento.
Encontre o artigo aqui.
Uma injeção subcutânea de 6 em 6 meses, para pessoas multirresistentes, em estudo
Para quem é multirresistente, o Lenacapavir, pode ser a solução. Mas ainda se encontra em estudo.
O Lenacapavir é uma injeção administrada a cada 6 meses, que demonstrou ser eficaz a baixar ou reduzir a carga viral.
Encontre o artigo aqui.
Aumento de peso, após início de TARV
Os inibidores da integrasse são potentes, com elevada barreira de resistência e normalmente bem tolerados. Mas observou-se um elevado aumento de peso, após a sua iniciação, sobretudo do dolutegravir e do bictegravir.
Segundo, estudo realizado na África do sul, a obesidade afeta as pessoas com VIH, mas, sobretudo as mulheres a tomar estes ARV.
Encontre o estudo aqui.
Anel vaginal
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- Em Portugal, vivem com o VIH, 17.137 mulheres (valores acumulados 1983 a 2019).
- As mulheres representam 30,7% dos novos casos de infeção (dos 778 casos diagnosticados durante o ano 2019 maiores de 15 anos). De salientar que a via de infeção é sobretudo via heterossexual (92,5%) e nesta categoria as mulheres representam 51% das infeções (221 casos nas mulheres comparativamente a 212 casos em homens).
- A idade à data de diagnóstico situou-se entre os 25 e os 49 anos em 64,8% dos novos casos, enquanto 24,2% foram diagnosticados em indivíduos com idade superior ou igual a 50 anos.
- Nas mulheres, a idade à data de diagnóstico situou-se em 7.1% entre os 15 e 24 anos; 24,1% em mulheres com idade igual ou superior a 50 anos. 64,9% dos novos casos situou-se entre os 25 e os 49 anos. A idade mediana foi de 40 anos.
- Apesar dos novos casos de infeção entre 15-19 anos representar apenas 2,6% do total de casos, em 2019, as raparigas representam 43% dos casos nesta idade.
- 43,9% dos novos casos ocorreu em mulheres oriundas de Africa subsariana.
- “Em 2019 foram diagnosticadas 24 infeções por VIH do tipo 2 (VIH-2). Esses diagnósticos ocorreram maioritariamente em mulheres (83,3%; 20/24), em indivíduos com 50 ou mais anos (66,6%; 16/24) e em nascidos na Guiné-Bissau (75,0%; 18/24).”
- O diagnóstico foi tardio em 46,7% das mulheres e mais frequente nos casos de transmissão heterossexual (56,7%)…atingindo o valor de 68,1% nos casos com idades de 50 ou mais anos.”
- Os novos casos de SIDA ocorrem sobretudo entre heterossexuais (73,8%). As mulheres representam 34,9% dos novos casos de SIDA, sendo mais prevalente entre os 39-49 anos.
- Existiram 197 óbitos por SIDA, em 2019, 52 eram mulheres.
“Portugal foi, durante vários anos, o país da União Europeia com a taxa mais elevada de diagnósticos de SIDA. Desde 2012 ocupa a segunda posição atrás da Letónia, contudo, as taxas anuais observadas têm valores de aproximadamente o quádruplo da taxa média europeia” .
Encontre o relatório INSA, 2020 aqui.
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20.1 milhões de mulheres, no mundo, vivem com VIH
Em Portugal vivem com o VIH, 17.137 mulheres (valores acumulados 1983 a 2019). (INSA, 2020)
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Celebramos, hoje, o Dia Mundial contra a Sida, no decorrer de uma outra pandemia. E celebramos de uma forma diferente, mais intimista, recorrendo a plataformas que nos unem. Celebramos confinadas para que no próximo ano estejamos TODAS e não falte ninguém.
As pessoas que vivem com VIH, e sobretudo as sobreviventes de longa duração, sabem o que é viver uma pandemia. Na década de 80 e 90 do milénio passado, sentimos a discriminação e o estigma, sentimos o medo do desconhecido. E hoje, apesar dos avanços biomédicos, o estigma e a discriminação ainda persistem.
Os grandes avanços biomédicos permitem, que hoje, uma pessoa a viver com VIH, tenha uma esperança de vida similar a qualquer outra pessoa, que possa disfrutar a vida com uma doença crónica, que possam ser mães e pais, que possam viver plenamente. O tratamento como prevenção permite, que hoje se diga, que uma pessoa com VIH, com carga viral indetectável e comprometida no seu tratamento não transmite o VIH. E permite, também, que as pessoas seronegativas ao VIH possam evitar a transmissão através da profilaxia pré-exposição (PrEP). Em breve, tomaremos uma injeção bimensalmente, em lugar da toma diária de comprimidos.
Neste dia mundial da resposta ao VIH/SIDA prestamos homenagem e lembramos todxs xs que partiram, todxs que se sujeitaram a pesquisas médicas e científicas com impacto negativo na sua saúde para beneficiar todxs xs outrxs, todxs que sofreram e sofrem, todxs as que lidam com efeitos secundários das terapias que xs salvam, todxs xs que lutaram e lutam para que muitxs possam viver hoje vidas dignas.
É também um tempo de esperança e de novos começos, de oportunidades. A esperança de uma vacina mas também de um mundo sem estigma, um mundo sem sexismo, sem racismo, sem homofobia, sem os preconceitos que agravam qualquer epidemia. Para isso a ação de todxs é necessária, a minha, a tua a de todxs nós para que vivamos num mundo de solidariedade, de direitos humanos, de amor e compaixão.
Na Seres acreditamos que esse mundo é possível e defendemos, lutamos por uma vida justa, equitativa e com qualidade onde as pessoas com VIH tenham recursos, voz, escolha e oportunidades livres de qualquer estigma e/ou discriminação.
#MaisInformaçãoMenosPreconceito
#PoderiaSerEu
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Mulheres que já se encontram em terapia antirretroviral e que começam a tomar um inibidor da integrase (INSTI) apresentam um aumento maior na hemoglobina A1c (HbA1c) e na tensão arterial do que aquelas que continuam o tratamento para VIH sem um INSTI. Tanto a HbA1c quanto a tensão arterial são indicadores de risco cardiometabólico.
As 1.118 participantes (234 no grupo INSTI, 884 no grupo não INSTI) foram acompanhadas por cerca de dois anos. No início do estudo, 73% estavam com sobrepeso ou obesas.
O aumento da HbA1c e da tensão arterial foi particularmente pronunciado em mulheres que ganharam ≥ 5% do peso após iniciar um INSTI.
Embora as taxas de diabetes incidente (5% no grupo INSTI, 2% no grupo não INSTI) e hipertensão (24% no grupo INSTI, 20% no grupo não INSTI) fossem comparáveis entre os braços do estudo, os aumentos observados ainda aumentam o risco de complicações glicémicas e doenças coronárias das participantes.
Mais estudos são necessários.
Encontre o estudo aqui.
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Uma injeção administrada a cada dois meses demonstrou ser mais eficaz que a toma diária de um comprimido, na prevenção do VIH em mulheres.
Esta notícia é particularmente importante para as mulheres que têm dificuldade em obter ou tomar a profilaxia pré-exposição (PrEP).
Este estudo salienta a importância de incluir mulheres nos estudos científicos relativos ao VIH. As mulheres continuam sub-representadas nestes estudos apesar de constituírem metade das infeções por VIH, no mundo.
O único tratamento aprovado como PrEP é o Truvada que apresenta uma boa eficácia se tomada em conformidade com o prescrito. Mas a boa adesão requerida nem sempre é possível ou existente. Por outro lado, a sua toma a longo prazo pode levar à perda óssea.
Por isso a importância destes resultados pois apresenta mais opções para as mulheres.
Este tratamento ainda não foi aprovado.
Encontre a notícia sobre este estudo aqui.
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Perante a especulação:
– Estão as pessoas que vivem com VIH protegidas pelos antirretrovirais (ARV)?
- Estudo realizado nos EUA, em 36 instituições, observou não existir associação entre ARVs ou ausência de supressão viral e consequências de infeção por COVID-19. (Dandachi, Clinic Infect Dis. 2020)
- Estudo em Espanha, envolvendo 77.590 pessoas que vivem com VIH (PVV), analisou a incidência e gravidade do COVID em PVV. O risco de diagnóstico por COVID-19 e hospitalização era maior entre os homens e as pessoas com mais de 70 anos (3.7 por 10.000 em PVV comparativamente com 2.1 por 10.000 na população em geral). Este estudo observou também que nenhuma pessoa em Tenofovir/ emtricitabina foi admitida nos cuidados intensivos ou morreu. Mas mais estudos são necessários. (Del Amo, Ann Intern Med. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32589451/)
- O maior estudo foi realizado na África do Sul envolvendo cerca de 3 milhões de pessoas (3.978 PVV com COVID-19). A morte por COVID-19 estava associada ao sexo masculino, idade avançada, diabetes, hipertensão e doença renal crónica. E observou que o rácio de mortalidade por COVID-19 nas pessoas com VIH vs sem VIH foi de 2.39. (Boulle, CID. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32860699/)
- Estudo realizado nos EUA entre os veteranos (VACS) observou não existir maior suscetibilidade ao COVID-19 ou incidência de gravidade de doença entre as PVV infetadas. (Park, AIDS2020, abstract LBPEC23, 2020)
- PVV participaram na pesquisa da vacina, mas não sabemos o número.
- Em estudos maiores, as PVV com estabilidade nos ARV, apresentam resultados semelhantes às pessoas sem VIH, mas os dados sobre mortalidade não são consistentes.
- Uma baixa contagem de CD4 pode piorar os resultados.
- Sobre a mortalidade por COVID-19 entre PVV ver o artigo publicado aqui.
Baseado em artigo do Dr. Paul E. Sax, Director Clínico do Brigham and Women’s Hospital e Professor de Medicina de Harvard Medical School
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O GAT, Grupo de Ativistas em Tratamentos e a Seres (con) viver com o VIH, duas organizações de doentes VIH, apresentam vários estudos que apontam para uma maior mortalidade das pessoas com o VIH face ao COVID-19 aos responsáveis pelo plano de vacinação e autoridades em VIH.
Alguns estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade pela COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH. Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA que não conseguiram encontrar provas de que o VIH é um fator de risco para a COVID-19:
aidsonline, aids2020, tandfonline
Anteriormente, um grande estudo na África do Sul observou também um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação em Portugal.
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Os estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade por COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH.
Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA não conseguiram encontrar evidências de que o VIH é um fator de risco para o COVID-19:
AIDS online, AIDS2020, Taylor and Francis online
Mas um estudo realizado no Reino Unido, que envolveu 47,592 pacientes, demonstrou que a positividade ao VIH estava associada a um maior risco de morte (47%). Esta diferença na mortalidade era mais evidente nas pessoas com menos de 60 anos. Abaixo desta idade, o estado positivo ao VIH mais do que duplicava o risco de mortalidade.
Encontre o estudo aqui.
No artigo publicado no The Lancet, com estes resultados a interpretação, aponta para que as pessoas com VIH se encontram em maior risco de mortalidade por COVID-19.
Encontre o artigo aqui.
As pessoas com VIH são mais propensas a serem admitidas em hospitais com COVID-19 e a morrer no hospital devido a COVID-19 do que pessoas sem VIH, e pessoas com doença por VIH mais avançada ou carga viral não suprimida eram mais propensas do que outras pessoas com VIH a serem hospitalizadas, conforme uma revisão dos dados de vigilância no estado de Nova Iorque.
Encontre o estudo aqui.
Anteriormente, um largo estudo na África do Sul observou um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Encontre o estudo aqui.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação.
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Apesar da pandemia, e de todos os condicionalismos, existiram alguns avanços na pesquisa e estudo do VIH e tratamentos.
Nesta página apresentamos os maiores acontecimentos, nesta área, em 2020.
VIH e COVID-19
Estudos realizados em Espanha e nos EUA não conseguiram encontrar evidências de que o VIH é um fator de risco para o COVID-19.
Encontre os estudos aqui, aqui e aqui.
Mas um estudo realizado no Reino Unido, que envolveu 47,592 pacientes, demonstrou que a positividade ao VIH estava associada a um maior risco de morte (47%). Esta diferença na mortalidade era mais evidente nas pessoas com menos de 60 anos. Abaixo desta idade, o estado positivo ao VIH mais do que duplicava o risco de mortalidade.
Encontre o estudo aqui.
a taxa de mortalidade desceu entre as pessoas com VIH
De acordo com o relatório VIH de 2019, do INSA, “na última década regista-se um decréscimo na mortalidade associada à infeção por VIH. … a taxa de mortalidade observada em Portugal é muito superior à observada na União Europeia, à semelhança do já referido para a taxa de novos diagnósticos de infeção e de SIDA.”
De acordo com o relatório VIH de 2020, “o maior número de mortes ocorreu em homens (12366; 81,3%) e em UDI (7417; 48,8%). Na década mais recente registaram-se 3933 óbitos, dos quais 48,4% (n=1902) em casos de transmissão heterossexual, 41,2% (n=1619) em utilizadores de drogas injetadas e 8,3% (n=328) em HSH.” O relatório aqui.
De referir que a esperança de vida entre as pessoas que vivem com VIH (comparativamente com as pessoas sem VIH) desceu de 22 anos durante 2000-2003 para 9 anos durante 2014-2016. Mas o mesmo não se pode dizer quanto a comorbidades. O artigo aqui.
PrEP injetável
A PrEP (profilaxia pré-exposição) tem sido oferecida como comprimido, mas em breve existirá a opção de tomar uma injeção bimensal (a cada 2 meses).
Esta injeção com cabotegravir (CAB) demonstrou ser mais eficaz do que o comprimido, conforme estudos realizados em mulheres cisgénero, mulheres transgénero e HSH. E apesar de existirem efeitos secundários estes não implicaram abandonar esta terapêutica.
Encontre o estudo aqui. E sobre as mulheres aqui. Em HSH e transgénero aqui.
Uma opção para quem tem extensa resistência a TARV, Fostemsavir
A percentagem, de pessoas que vive com VIH, com múltiplas resistências e poucas opções de tratamento antirretroviral (TARV), é pequena.
Mas para essas pessoas o fostemsavir pode ser a salvação. Felizmente a maioria das pessoas nunca necessitará deste tratamento.
Encontre o artigo aqui.
Uma injeção subcutânea de 6 em 6 meses, para pessoas multirresistentes, em estudo
Para quem é multirresistente, o Lenacapavir, pode ser a solução. Mas ainda se encontra em estudo.
O Lenacapavir é uma injeção administrada a cada 6 meses, que demonstrou ser eficaz a baixar ou reduzir a carga viral.
Encontre o artigo aqui.
Aumento de peso, após início de TARV
Os inibidores da integrasse são potentes, com elevada barreira de resistência e normalmente bem tolerados. Mas observou-se um elevado aumento de peso, após a sua iniciação, sobretudo do dolutegravir e do bictegravir.
Segundo, estudo realizado na África do sul, a obesidade afeta as pessoas com VIH, mas, sobretudo as mulheres a tomar estes ARV.
Encontre o estudo aqui.
Anel vaginal
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- Em Portugal, vivem com o VIH, 17.137 mulheres (valores acumulados 1983 a 2019).
- As mulheres representam 30,7% dos novos casos de infeção (dos 778 casos diagnosticados durante o ano 2019 maiores de 15 anos). De salientar que a via de infeção é sobretudo via heterossexual (92,5%) e nesta categoria as mulheres representam 51% das infeções (221 casos nas mulheres comparativamente a 212 casos em homens).
- A idade à data de diagnóstico situou-se entre os 25 e os 49 anos em 64,8% dos novos casos, enquanto 24,2% foram diagnosticados em indivíduos com idade superior ou igual a 50 anos.
- Nas mulheres, a idade à data de diagnóstico situou-se em 7.1% entre os 15 e 24 anos; 24,1% em mulheres com idade igual ou superior a 50 anos. 64,9% dos novos casos situou-se entre os 25 e os 49 anos. A idade mediana foi de 40 anos.
- Apesar dos novos casos de infeção entre 15-19 anos representar apenas 2,6% do total de casos, em 2019, as raparigas representam 43% dos casos nesta idade.
- 43,9% dos novos casos ocorreu em mulheres oriundas de Africa subsariana.
- “Em 2019 foram diagnosticadas 24 infeções por VIH do tipo 2 (VIH-2). Esses diagnósticos ocorreram maioritariamente em mulheres (83,3%; 20/24), em indivíduos com 50 ou mais anos (66,6%; 16/24) e em nascidos na Guiné-Bissau (75,0%; 18/24).”
- O diagnóstico foi tardio em 46,7% das mulheres e mais frequente nos casos de transmissão heterossexual (56,7%)…atingindo o valor de 68,1% nos casos com idades de 50 ou mais anos.”
- Os novos casos de SIDA ocorrem sobretudo entre heterossexuais (73,8%). As mulheres representam 34,9% dos novos casos de SIDA, sendo mais prevalente entre os 39-49 anos.
- Existiram 197 óbitos por SIDA, em 2019, 52 eram mulheres.
“Portugal foi, durante vários anos, o país da União Europeia com a taxa mais elevada de diagnósticos de SIDA. Desde 2012 ocupa a segunda posição atrás da Letónia, contudo, as taxas anuais observadas têm valores de aproximadamente o quádruplo da taxa média europeia” .
Encontre o relatório INSA, 2020 aqui.
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20.1 milhões de mulheres, no mundo, vivem com VIH
Em Portugal vivem com o VIH, 17.137 mulheres (valores acumulados 1983 a 2019). (INSA, 2020)
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Celebramos, hoje, o Dia Mundial contra a Sida, no decorrer de uma outra pandemia. E celebramos de uma forma diferente, mais intimista, recorrendo a plataformas que nos unem. Celebramos confinadas para que no próximo ano estejamos TODAS e não falte ninguém.
As pessoas que vivem com VIH, e sobretudo as sobreviventes de longa duração, sabem o que é viver uma pandemia. Na década de 80 e 90 do milénio passado, sentimos a discriminação e o estigma, sentimos o medo do desconhecido. E hoje, apesar dos avanços biomédicos, o estigma e a discriminação ainda persistem.
Os grandes avanços biomédicos permitem, que hoje, uma pessoa a viver com VIH, tenha uma esperança de vida similar a qualquer outra pessoa, que possa disfrutar a vida com uma doença crónica, que possam ser mães e pais, que possam viver plenamente. O tratamento como prevenção permite, que hoje se diga, que uma pessoa com VIH, com carga viral indetectável e comprometida no seu tratamento não transmite o VIH. E permite, também, que as pessoas seronegativas ao VIH possam evitar a transmissão através da profilaxia pré-exposição (PrEP). Em breve, tomaremos uma injeção bimensalmente, em lugar da toma diária de comprimidos.
Neste dia mundial da resposta ao VIH/SIDA prestamos homenagem e lembramos todxs xs que partiram, todxs que se sujeitaram a pesquisas médicas e científicas com impacto negativo na sua saúde para beneficiar todxs xs outrxs, todxs que sofreram e sofrem, todxs as que lidam com efeitos secundários das terapias que xs salvam, todxs xs que lutaram e lutam para que muitxs possam viver hoje vidas dignas.
É também um tempo de esperança e de novos começos, de oportunidades. A esperança de uma vacina mas também de um mundo sem estigma, um mundo sem sexismo, sem racismo, sem homofobia, sem os preconceitos que agravam qualquer epidemia. Para isso a ação de todxs é necessária, a minha, a tua a de todxs nós para que vivamos num mundo de solidariedade, de direitos humanos, de amor e compaixão.
Na Seres acreditamos que esse mundo é possível e defendemos, lutamos por uma vida justa, equitativa e com qualidade onde as pessoas com VIH tenham recursos, voz, escolha e oportunidades livres de qualquer estigma e/ou discriminação.
#MaisInformaçãoMenosPreconceito
#PoderiaSerEu
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Mulheres que já se encontram em terapia antirretroviral e que começam a tomar um inibidor da integrase (INSTI) apresentam um aumento maior na hemoglobina A1c (HbA1c) e na tensão arterial do que aquelas que continuam o tratamento para VIH sem um INSTI. Tanto a HbA1c quanto a tensão arterial são indicadores de risco cardiometabólico.
As 1.118 participantes (234 no grupo INSTI, 884 no grupo não INSTI) foram acompanhadas por cerca de dois anos. No início do estudo, 73% estavam com sobrepeso ou obesas.
O aumento da HbA1c e da tensão arterial foi particularmente pronunciado em mulheres que ganharam ≥ 5% do peso após iniciar um INSTI.
Embora as taxas de diabetes incidente (5% no grupo INSTI, 2% no grupo não INSTI) e hipertensão (24% no grupo INSTI, 20% no grupo não INSTI) fossem comparáveis entre os braços do estudo, os aumentos observados ainda aumentam o risco de complicações glicémicas e doenças coronárias das participantes.
Mais estudos são necessários.
Encontre o estudo aqui.
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Uma injeção administrada a cada dois meses demonstrou ser mais eficaz que a toma diária de um comprimido, na prevenção do VIH em mulheres.
Esta notícia é particularmente importante para as mulheres que têm dificuldade em obter ou tomar a profilaxia pré-exposição (PrEP).
Este estudo salienta a importância de incluir mulheres nos estudos científicos relativos ao VIH. As mulheres continuam sub-representadas nestes estudos apesar de constituírem metade das infeções por VIH, no mundo.
O único tratamento aprovado como PrEP é o Truvada que apresenta uma boa eficácia se tomada em conformidade com o prescrito. Mas a boa adesão requerida nem sempre é possível ou existente. Por outro lado, a sua toma a longo prazo pode levar à perda óssea.
Por isso a importância destes resultados pois apresenta mais opções para as mulheres.
Este tratamento ainda não foi aprovado.
Encontre a notícia sobre este estudo aqui.
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Perante a especulação:
– Estão as pessoas que vivem com VIH protegidas pelos antirretrovirais (ARV)?
- Estudo realizado nos EUA, em 36 instituições, observou não existir associação entre ARVs ou ausência de supressão viral e consequências de infeção por COVID-19. (Dandachi, Clinic Infect Dis. 2020)
- Estudo em Espanha, envolvendo 77.590 pessoas que vivem com VIH (PVV), analisou a incidência e gravidade do COVID em PVV. O risco de diagnóstico por COVID-19 e hospitalização era maior entre os homens e as pessoas com mais de 70 anos (3.7 por 10.000 em PVV comparativamente com 2.1 por 10.000 na população em geral). Este estudo observou também que nenhuma pessoa em Tenofovir/ emtricitabina foi admitida nos cuidados intensivos ou morreu. Mas mais estudos são necessários. (Del Amo, Ann Intern Med. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32589451/)
- O maior estudo foi realizado na África do Sul envolvendo cerca de 3 milhões de pessoas (3.978 PVV com COVID-19). A morte por COVID-19 estava associada ao sexo masculino, idade avançada, diabetes, hipertensão e doença renal crónica. E observou que o rácio de mortalidade por COVID-19 nas pessoas com VIH vs sem VIH foi de 2.39. (Boulle, CID. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32860699/)
- Estudo realizado nos EUA entre os veteranos (VACS) observou não existir maior suscetibilidade ao COVID-19 ou incidência de gravidade de doença entre as PVV infetadas. (Park, AIDS2020, abstract LBPEC23, 2020)
- PVV participaram na pesquisa da vacina, mas não sabemos o número.
- Em estudos maiores, as PVV com estabilidade nos ARV, apresentam resultados semelhantes às pessoas sem VIH, mas os dados sobre mortalidade não são consistentes.
- Uma baixa contagem de CD4 pode piorar os resultados.
- Sobre a mortalidade por COVID-19 entre PVV ver o artigo publicado aqui.
Baseado em artigo do Dr. Paul E. Sax, Director Clínico do Brigham and Women’s Hospital e Professor de Medicina de Harvard Medical School
-
O GAT, Grupo de Ativistas em Tratamentos e a Seres (con) viver com o VIH, duas organizações de doentes VIH, apresentam vários estudos que apontam para uma maior mortalidade das pessoas com o VIH face ao COVID-19 aos responsáveis pelo plano de vacinação e autoridades em VIH.
Alguns estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade pela COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH. Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA que não conseguiram encontrar provas de que o VIH é um fator de risco para a COVID-19:
aidsonline, aids2020, tandfonline
Anteriormente, um grande estudo na África do Sul observou também um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação em Portugal.
-
Os estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade por COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH.
Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA não conseguiram encontrar evidências de que o VIH é um fator de risco para o COVID-19:
AIDS online, AIDS2020, Taylor and Francis online
Mas um estudo realizado no Reino Unido, que envolveu 47,592 pacientes, demonstrou que a positividade ao VIH estava associada a um maior risco de morte (47%). Esta diferença na mortalidade era mais evidente nas pessoas com menos de 60 anos. Abaixo desta idade, o estado positivo ao VIH mais do que duplicava o risco de mortalidade.
Encontre o estudo aqui.
No artigo publicado no The Lancet, com estes resultados a interpretação, aponta para que as pessoas com VIH se encontram em maior risco de mortalidade por COVID-19.
Encontre o artigo aqui.
As pessoas com VIH são mais propensas a serem admitidas em hospitais com COVID-19 e a morrer no hospital devido a COVID-19 do que pessoas sem VIH, e pessoas com doença por VIH mais avançada ou carga viral não suprimida eram mais propensas do que outras pessoas com VIH a serem hospitalizadas, conforme uma revisão dos dados de vigilância no estado de Nova Iorque.
Encontre o estudo aqui.
Anteriormente, um largo estudo na África do Sul observou um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Encontre o estudo aqui.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação.
-
Apesar da pandemia, e de todos os condicionalismos, existiram alguns avanços na pesquisa e estudo do VIH e tratamentos.
Nesta página apresentamos os maiores acontecimentos, nesta área, em 2020.
VIH e COVID-19
Estudos realizados em Espanha e nos EUA não conseguiram encontrar evidências de que o VIH é um fator de risco para o COVID-19.
Encontre os estudos aqui, aqui e aqui.
Mas um estudo realizado no Reino Unido, que envolveu 47,592 pacientes, demonstrou que a positividade ao VIH estava associada a um maior risco de morte (47%). Esta diferença na mortalidade era mais evidente nas pessoas com menos de 60 anos. Abaixo desta idade, o estado positivo ao VIH mais do que duplicava o risco de mortalidade.
Encontre o estudo aqui.
a taxa de mortalidade desceu entre as pessoas com VIH
De acordo com o relatório VIH de 2019, do INSA, “na última década regista-se um decréscimo na mortalidade associada à infeção por VIH. … a taxa de mortalidade observada em Portugal é muito superior à observada na União Europeia, à semelhança do já referido para a taxa de novos diagnósticos de infeção e de SIDA.”
De acordo com o relatório VIH de 2020, “o maior número de mortes ocorreu em homens (12366; 81,3%) e em UDI (7417; 48,8%). Na década mais recente registaram-se 3933 óbitos, dos quais 48,4% (n=1902) em casos de transmissão heterossexual, 41,2% (n=1619) em utilizadores de drogas injetadas e 8,3% (n=328) em HSH.” O relatório aqui.
De referir que a esperança de vida entre as pessoas que vivem com VIH (comparativamente com as pessoas sem VIH) desceu de 22 anos durante 2000-2003 para 9 anos durante 2014-2016. Mas o mesmo não se pode dizer quanto a comorbidades. O artigo aqui.
PrEP injetável
A PrEP (profilaxia pré-exposição) tem sido oferecida como comprimido, mas em breve existirá a opção de tomar uma injeção bimensal (a cada 2 meses).
Esta injeção com cabotegravir (CAB) demonstrou ser mais eficaz do que o comprimido, conforme estudos realizados em mulheres cisgénero, mulheres transgénero e HSH. E apesar de existirem efeitos secundários estes não implicaram abandonar esta terapêutica.
Encontre o estudo aqui. E sobre as mulheres aqui. Em HSH e transgénero aqui.
Uma opção para quem tem extensa resistência a TARV, Fostemsavir
A percentagem, de pessoas que vive com VIH, com múltiplas resistências e poucas opções de tratamento antirretroviral (TARV), é pequena.
Mas para essas pessoas o fostemsavir pode ser a salvação. Felizmente a maioria das pessoas nunca necessitará deste tratamento.
Encontre o artigo aqui.
Uma injeção subcutânea de 6 em 6 meses, para pessoas multirresistentes, em estudo
Para quem é multirresistente, o Lenacapavir, pode ser a solução. Mas ainda se encontra em estudo.
O Lenacapavir é uma injeção administrada a cada 6 meses, que demonstrou ser eficaz a baixar ou reduzir a carga viral.
Encontre o artigo aqui.
Aumento de peso, após início de TARV
Os inibidores da integrasse são potentes, com elevada barreira de resistência e normalmente bem tolerados. Mas observou-se um elevado aumento de peso, após a sua iniciação, sobretudo do dolutegravir e do bictegravir.
Segundo, estudo realizado na África do sul, a obesidade afeta as pessoas com VIH, mas, sobretudo as mulheres a tomar estes ARV.
Encontre o estudo aqui.
Anel vaginal
-
- Em Portugal, vivem com o VIH, 17.137 mulheres (valores acumulados 1983 a 2019).
- As mulheres representam 30,7% dos novos casos de infeção (dos 778 casos diagnosticados durante o ano 2019 maiores de 15 anos). De salientar que a via de infeção é sobretudo via heterossexual (92,5%) e nesta categoria as mulheres representam 51% das infeções (221 casos nas mulheres comparativamente a 212 casos em homens).
- A idade à data de diagnóstico situou-se entre os 25 e os 49 anos em 64,8% dos novos casos, enquanto 24,2% foram diagnosticados em indivíduos com idade superior ou igual a 50 anos.
- Nas mulheres, a idade à data de diagnóstico situou-se em 7.1% entre os 15 e 24 anos; 24,1% em mulheres com idade igual ou superior a 50 anos. 64,9% dos novos casos situou-se entre os 25 e os 49 anos. A idade mediana foi de 40 anos.
- Apesar dos novos casos de infeção entre 15-19 anos representar apenas 2,6% do total de casos, em 2019, as raparigas representam 43% dos casos nesta idade.
- 43,9% dos novos casos ocorreu em mulheres oriundas de Africa subsariana.
- “Em 2019 foram diagnosticadas 24 infeções por VIH do tipo 2 (VIH-2). Esses diagnósticos ocorreram maioritariamente em mulheres (83,3%; 20/24), em indivíduos com 50 ou mais anos (66,6%; 16/24) e em nascidos na Guiné-Bissau (75,0%; 18/24).”
- O diagnóstico foi tardio em 46,7% das mulheres e mais frequente nos casos de transmissão heterossexual (56,7%)…atingindo o valor de 68,1% nos casos com idades de 50 ou mais anos.”
- Os novos casos de SIDA ocorrem sobretudo entre heterossexuais (73,8%). As mulheres representam 34,9% dos novos casos de SIDA, sendo mais prevalente entre os 39-49 anos.
- Existiram 197 óbitos por SIDA, em 2019, 52 eram mulheres.
“Portugal foi, durante vários anos, o país da União Europeia com a taxa mais elevada de diagnósticos de SIDA. Desde 2012 ocupa a segunda posição atrás da Letónia, contudo, as taxas anuais observadas têm valores de aproximadamente o quádruplo da taxa média europeia” .
Encontre o relatório INSA, 2020 aqui.
-
20.1 milhões de mulheres, no mundo, vivem com VIH
Em Portugal vivem com o VIH, 17.137 mulheres (valores acumulados 1983 a 2019). (INSA, 2020)
-
Celebramos, hoje, o Dia Mundial contra a Sida, no decorrer de uma outra pandemia. E celebramos de uma forma diferente, mais intimista, recorrendo a plataformas que nos unem. Celebramos confinadas para que no próximo ano estejamos TODAS e não falte ninguém.
As pessoas que vivem com VIH, e sobretudo as sobreviventes de longa duração, sabem o que é viver uma pandemia. Na década de 80 e 90 do milénio passado, sentimos a discriminação e o estigma, sentimos o medo do desconhecido. E hoje, apesar dos avanços biomédicos, o estigma e a discriminação ainda persistem.
Os grandes avanços biomédicos permitem, que hoje, uma pessoa a viver com VIH, tenha uma esperança de vida similar a qualquer outra pessoa, que possa disfrutar a vida com uma doença crónica, que possam ser mães e pais, que possam viver plenamente. O tratamento como prevenção permite, que hoje se diga, que uma pessoa com VIH, com carga viral indetectável e comprometida no seu tratamento não transmite o VIH. E permite, também, que as pessoas seronegativas ao VIH possam evitar a transmissão através da profilaxia pré-exposição (PrEP). Em breve, tomaremos uma injeção bimensalmente, em lugar da toma diária de comprimidos.
Neste dia mundial da resposta ao VIH/SIDA prestamos homenagem e lembramos todxs xs que partiram, todxs que se sujeitaram a pesquisas médicas e científicas com impacto negativo na sua saúde para beneficiar todxs xs outrxs, todxs que sofreram e sofrem, todxs as que lidam com efeitos secundários das terapias que xs salvam, todxs xs que lutaram e lutam para que muitxs possam viver hoje vidas dignas.
É também um tempo de esperança e de novos começos, de oportunidades. A esperança de uma vacina mas também de um mundo sem estigma, um mundo sem sexismo, sem racismo, sem homofobia, sem os preconceitos que agravam qualquer epidemia. Para isso a ação de todxs é necessária, a minha, a tua a de todxs nós para que vivamos num mundo de solidariedade, de direitos humanos, de amor e compaixão.
Na Seres acreditamos que esse mundo é possível e defendemos, lutamos por uma vida justa, equitativa e com qualidade onde as pessoas com VIH tenham recursos, voz, escolha e oportunidades livres de qualquer estigma e/ou discriminação.
#MaisInformaçãoMenosPreconceito
#PoderiaSerEu
-
Mulheres que já se encontram em terapia antirretroviral e que começam a tomar um inibidor da integrase (INSTI) apresentam um aumento maior na hemoglobina A1c (HbA1c) e na tensão arterial do que aquelas que continuam o tratamento para VIH sem um INSTI. Tanto a HbA1c quanto a tensão arterial são indicadores de risco cardiometabólico.
As 1.118 participantes (234 no grupo INSTI, 884 no grupo não INSTI) foram acompanhadas por cerca de dois anos. No início do estudo, 73% estavam com sobrepeso ou obesas.
O aumento da HbA1c e da tensão arterial foi particularmente pronunciado em mulheres que ganharam ≥ 5% do peso após iniciar um INSTI.
Embora as taxas de diabetes incidente (5% no grupo INSTI, 2% no grupo não INSTI) e hipertensão (24% no grupo INSTI, 20% no grupo não INSTI) fossem comparáveis entre os braços do estudo, os aumentos observados ainda aumentam o risco de complicações glicémicas e doenças coronárias das participantes.
Mais estudos são necessários.
Encontre o estudo aqui.
-
Uma injeção administrada a cada dois meses demonstrou ser mais eficaz que a toma diária de um comprimido, na prevenção do VIH em mulheres.
Esta notícia é particularmente importante para as mulheres que têm dificuldade em obter ou tomar a profilaxia pré-exposição (PrEP).
Este estudo salienta a importância de incluir mulheres nos estudos científicos relativos ao VIH. As mulheres continuam sub-representadas nestes estudos apesar de constituírem metade das infeções por VIH, no mundo.
O único tratamento aprovado como PrEP é o Truvada que apresenta uma boa eficácia se tomada em conformidade com o prescrito. Mas a boa adesão requerida nem sempre é possível ou existente. Por outro lado, a sua toma a longo prazo pode levar à perda óssea.
Por isso a importância destes resultados pois apresenta mais opções para as mulheres.
Este tratamento ainda não foi aprovado.
Encontre a notícia sobre este estudo aqui.
-
Perante a especulação:
– Estão as pessoas que vivem com VIH protegidas pelos antirretrovirais (ARV)?
- Estudo realizado nos EUA, em 36 instituições, observou não existir associação entre ARVs ou ausência de supressão viral e consequências de infeção por COVID-19. (Dandachi, Clinic Infect Dis. 2020)
- Estudo em Espanha, envolvendo 77.590 pessoas que vivem com VIH (PVV), analisou a incidência e gravidade do COVID em PVV. O risco de diagnóstico por COVID-19 e hospitalização era maior entre os homens e as pessoas com mais de 70 anos (3.7 por 10.000 em PVV comparativamente com 2.1 por 10.000 na população em geral). Este estudo observou também que nenhuma pessoa em Tenofovir/ emtricitabina foi admitida nos cuidados intensivos ou morreu. Mas mais estudos são necessários. (Del Amo, Ann Intern Med. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32589451/)
- O maior estudo foi realizado na África do Sul envolvendo cerca de 3 milhões de pessoas (3.978 PVV com COVID-19). A morte por COVID-19 estava associada ao sexo masculino, idade avançada, diabetes, hipertensão e doença renal crónica. E observou que o rácio de mortalidade por COVID-19 nas pessoas com VIH vs sem VIH foi de 2.39. (Boulle, CID. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32860699/)
- Estudo realizado nos EUA entre os veteranos (VACS) observou não existir maior suscetibilidade ao COVID-19 ou incidência de gravidade de doença entre as PVV infetadas. (Park, AIDS2020, abstract LBPEC23, 2020)
- PVV participaram na pesquisa da vacina, mas não sabemos o número.
- Em estudos maiores, as PVV com estabilidade nos ARV, apresentam resultados semelhantes às pessoas sem VIH, mas os dados sobre mortalidade não são consistentes.
- Uma baixa contagem de CD4 pode piorar os resultados.
- Sobre a mortalidade por COVID-19 entre PVV ver o artigo publicado aqui.
Baseado em artigo do Dr. Paul E. Sax, Director Clínico do Brigham and Women’s Hospital e Professor de Medicina de Harvard Medical School
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O GAT, Grupo de Ativistas em Tratamentos e a Seres (con) viver com o VIH, duas organizações de doentes VIH, apresentam vários estudos que apontam para uma maior mortalidade das pessoas com o VIH face ao COVID-19 aos responsáveis pelo plano de vacinação e autoridades em VIH.
Alguns estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade pela COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH. Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA que não conseguiram encontrar provas de que o VIH é um fator de risco para a COVID-19:
aidsonline, aids2020, tandfonline
Anteriormente, um grande estudo na África do Sul observou também um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação em Portugal.
-
Os estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade por COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH.
Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA não conseguiram encontrar evidências de que o VIH é um fator de risco para o COVID-19:
AIDS online, AIDS2020, Taylor and Francis online
Mas um estudo realizado no Reino Unido, que envolveu 47,592 pacientes, demonstrou que a positividade ao VIH estava associada a um maior risco de morte (47%). Esta diferença na mortalidade era mais evidente nas pessoas com menos de 60 anos. Abaixo desta idade, o estado positivo ao VIH mais do que duplicava o risco de mortalidade.
Encontre o estudo aqui.
No artigo publicado no The Lancet, com estes resultados a interpretação, aponta para que as pessoas com VIH se encontram em maior risco de mortalidade por COVID-19.
Encontre o artigo aqui.
As pessoas com VIH são mais propensas a serem admitidas em hospitais com COVID-19 e a morrer no hospital devido a COVID-19 do que pessoas sem VIH, e pessoas com doença por VIH mais avançada ou carga viral não suprimida eram mais propensas do que outras pessoas com VIH a serem hospitalizadas, conforme uma revisão dos dados de vigilância no estado de Nova Iorque.
Encontre o estudo aqui.
Anteriormente, um largo estudo na África do Sul observou um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Encontre o estudo aqui.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação.
-
Apesar da pandemia, e de todos os condicionalismos, existiram alguns avanços na pesquisa e estudo do VIH e tratamentos.
Nesta página apresentamos os maiores acontecimentos, nesta área, em 2020.
VIH e COVID-19
Estudos realizados em Espanha e nos EUA não conseguiram encontrar evidências de que o VIH é um fator de risco para o COVID-19.
Encontre os estudos aqui, aqui e aqui.
Mas um estudo realizado no Reino Unido, que envolveu 47,592 pacientes, demonstrou que a positividade ao VIH estava associada a um maior risco de morte (47%). Esta diferença na mortalidade era mais evidente nas pessoas com menos de 60 anos. Abaixo desta idade, o estado positivo ao VIH mais do que duplicava o risco de mortalidade.
Encontre o estudo aqui.
a taxa de mortalidade desceu entre as pessoas com VIH
De acordo com o relatório VIH de 2019, do INSA, “na última década regista-se um decréscimo na mortalidade associada à infeção por VIH. … a taxa de mortalidade observada em Portugal é muito superior à observada na União Europeia, à semelhança do já referido para a taxa de novos diagnósticos de infeção e de SIDA.”
De acordo com o relatório VIH de 2020, “o maior número de mortes ocorreu em homens (12366; 81,3%) e em UDI (7417; 48,8%). Na década mais recente registaram-se 3933 óbitos, dos quais 48,4% (n=1902) em casos de transmissão heterossexual, 41,2% (n=1619) em utilizadores de drogas injetadas e 8,3% (n=328) em HSH.” O relatório aqui.
De referir que a esperança de vida entre as pessoas que vivem com VIH (comparativamente com as pessoas sem VIH) desceu de 22 anos durante 2000-2003 para 9 anos durante 2014-2016. Mas o mesmo não se pode dizer quanto a comorbidades. O artigo aqui.
PrEP injetável
A PrEP (profilaxia pré-exposição) tem sido oferecida como comprimido, mas em breve existirá a opção de tomar uma injeção bimensal (a cada 2 meses).
Esta injeção com cabotegravir (CAB) demonstrou ser mais eficaz do que o comprimido, conforme estudos realizados em mulheres cisgénero, mulheres transgénero e HSH. E apesar de existirem efeitos secundários estes não implicaram abandonar esta terapêutica.
Encontre o estudo aqui. E sobre as mulheres aqui. Em HSH e transgénero aqui.
Uma opção para quem tem extensa resistência a TARV, Fostemsavir
A percentagem, de pessoas que vive com VIH, com múltiplas resistências e poucas opções de tratamento antirretroviral (TARV), é pequena.
Mas para essas pessoas o fostemsavir pode ser a salvação. Felizmente a maioria das pessoas nunca necessitará deste tratamento.
Encontre o artigo aqui.
Uma injeção subcutânea de 6 em 6 meses, para pessoas multirresistentes, em estudo
Para quem é multirresistente, o Lenacapavir, pode ser a solução. Mas ainda se encontra em estudo.
O Lenacapavir é uma injeção administrada a cada 6 meses, que demonstrou ser eficaz a baixar ou reduzir a carga viral.
Encontre o artigo aqui.
Aumento de peso, após início de TARV
Os inibidores da integrasse são potentes, com elevada barreira de resistência e normalmente bem tolerados. Mas observou-se um elevado aumento de peso, após a sua iniciação, sobretudo do dolutegravir e do bictegravir.
Segundo, estudo realizado na África do sul, a obesidade afeta as pessoas com VIH, mas, sobretudo as mulheres a tomar estes ARV.
Encontre o estudo aqui.
Anel vaginal
-
- Em Portugal, vivem com o VIH, 17.137 mulheres (valores acumulados 1983 a 2019).
- As mulheres representam 30,7% dos novos casos de infeção (dos 778 casos diagnosticados durante o ano 2019 maiores de 15 anos). De salientar que a via de infeção é sobretudo via heterossexual (92,5%) e nesta categoria as mulheres representam 51% das infeções (221 casos nas mulheres comparativamente a 212 casos em homens).
- A idade à data de diagnóstico situou-se entre os 25 e os 49 anos em 64,8% dos novos casos, enquanto 24,2% foram diagnosticados em indivíduos com idade superior ou igual a 50 anos.
- Nas mulheres, a idade à data de diagnóstico situou-se em 7.1% entre os 15 e 24 anos; 24,1% em mulheres com idade igual ou superior a 50 anos. 64,9% dos novos casos situou-se entre os 25 e os 49 anos. A idade mediana foi de 40 anos.
- Apesar dos novos casos de infeção entre 15-19 anos representar apenas 2,6% do total de casos, em 2019, as raparigas representam 43% dos casos nesta idade.
- 43,9% dos novos casos ocorreu em mulheres oriundas de Africa subsariana.
- “Em 2019 foram diagnosticadas 24 infeções por VIH do tipo 2 (VIH-2). Esses diagnósticos ocorreram maioritariamente em mulheres (83,3%; 20/24), em indivíduos com 50 ou mais anos (66,6%; 16/24) e em nascidos na Guiné-Bissau (75,0%; 18/24).”
- O diagnóstico foi tardio em 46,7% das mulheres e mais frequente nos casos de transmissão heterossexual (56,7%)…atingindo o valor de 68,1% nos casos com idades de 50 ou mais anos.”
- Os novos casos de SIDA ocorrem sobretudo entre heterossexuais (73,8%). As mulheres representam 34,9% dos novos casos de SIDA, sendo mais prevalente entre os 39-49 anos.
- Existiram 197 óbitos por SIDA, em 2019, 52 eram mulheres.
“Portugal foi, durante vários anos, o país da União Europeia com a taxa mais elevada de diagnósticos de SIDA. Desde 2012 ocupa a segunda posição atrás da Letónia, contudo, as taxas anuais observadas têm valores de aproximadamente o quádruplo da taxa média europeia” .
Encontre o relatório INSA, 2020 aqui.
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20.1 milhões de mulheres, no mundo, vivem com VIH
Em Portugal vivem com o VIH, 17.137 mulheres (valores acumulados 1983 a 2019). (INSA, 2020)
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Celebramos, hoje, o Dia Mundial contra a Sida, no decorrer de uma outra pandemia. E celebramos de uma forma diferente, mais intimista, recorrendo a plataformas que nos unem. Celebramos confinadas para que no próximo ano estejamos TODAS e não falte ninguém.
As pessoas que vivem com VIH, e sobretudo as sobreviventes de longa duração, sabem o que é viver uma pandemia. Na década de 80 e 90 do milénio passado, sentimos a discriminação e o estigma, sentimos o medo do desconhecido. E hoje, apesar dos avanços biomédicos, o estigma e a discriminação ainda persistem.
Os grandes avanços biomédicos permitem, que hoje, uma pessoa a viver com VIH, tenha uma esperança de vida similar a qualquer outra pessoa, que possa disfrutar a vida com uma doença crónica, que possam ser mães e pais, que possam viver plenamente. O tratamento como prevenção permite, que hoje se diga, que uma pessoa com VIH, com carga viral indetectável e comprometida no seu tratamento não transmite o VIH. E permite, também, que as pessoas seronegativas ao VIH possam evitar a transmissão através da profilaxia pré-exposição (PrEP). Em breve, tomaremos uma injeção bimensalmente, em lugar da toma diária de comprimidos.
Neste dia mundial da resposta ao VIH/SIDA prestamos homenagem e lembramos todxs xs que partiram, todxs que se sujeitaram a pesquisas médicas e científicas com impacto negativo na sua saúde para beneficiar todxs xs outrxs, todxs que sofreram e sofrem, todxs as que lidam com efeitos secundários das terapias que xs salvam, todxs xs que lutaram e lutam para que muitxs possam viver hoje vidas dignas.
É também um tempo de esperança e de novos começos, de oportunidades. A esperança de uma vacina mas também de um mundo sem estigma, um mundo sem sexismo, sem racismo, sem homofobia, sem os preconceitos que agravam qualquer epidemia. Para isso a ação de todxs é necessária, a minha, a tua a de todxs nós para que vivamos num mundo de solidariedade, de direitos humanos, de amor e compaixão.
Na Seres acreditamos que esse mundo é possível e defendemos, lutamos por uma vida justa, equitativa e com qualidade onde as pessoas com VIH tenham recursos, voz, escolha e oportunidades livres de qualquer estigma e/ou discriminação.
#MaisInformaçãoMenosPreconceito
#PoderiaSerEu
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Mulheres que já se encontram em terapia antirretroviral e que começam a tomar um inibidor da integrase (INSTI) apresentam um aumento maior na hemoglobina A1c (HbA1c) e na tensão arterial do que aquelas que continuam o tratamento para VIH sem um INSTI. Tanto a HbA1c quanto a tensão arterial são indicadores de risco cardiometabólico.
As 1.118 participantes (234 no grupo INSTI, 884 no grupo não INSTI) foram acompanhadas por cerca de dois anos. No início do estudo, 73% estavam com sobrepeso ou obesas.
O aumento da HbA1c e da tensão arterial foi particularmente pronunciado em mulheres que ganharam ≥ 5% do peso após iniciar um INSTI.
Embora as taxas de diabetes incidente (5% no grupo INSTI, 2% no grupo não INSTI) e hipertensão (24% no grupo INSTI, 20% no grupo não INSTI) fossem comparáveis entre os braços do estudo, os aumentos observados ainda aumentam o risco de complicações glicémicas e doenças coronárias das participantes.
Mais estudos são necessários.
Encontre o estudo aqui.
-
Uma injeção administrada a cada dois meses demonstrou ser mais eficaz que a toma diária de um comprimido, na prevenção do VIH em mulheres.
Esta notícia é particularmente importante para as mulheres que têm dificuldade em obter ou tomar a profilaxia pré-exposição (PrEP).
Este estudo salienta a importância de incluir mulheres nos estudos científicos relativos ao VIH. As mulheres continuam sub-representadas nestes estudos apesar de constituírem metade das infeções por VIH, no mundo.
O único tratamento aprovado como PrEP é o Truvada que apresenta uma boa eficácia se tomada em conformidade com o prescrito. Mas a boa adesão requerida nem sempre é possível ou existente. Por outro lado, a sua toma a longo prazo pode levar à perda óssea.
Por isso a importância destes resultados pois apresenta mais opções para as mulheres.
Este tratamento ainda não foi aprovado.
Encontre a notícia sobre este estudo aqui.
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Perante a especulação:
– Estão as pessoas que vivem com VIH protegidas pelos antirretrovirais (ARV)?
- Estudo realizado nos EUA, em 36 instituições, observou não existir associação entre ARVs ou ausência de supressão viral e consequências de infeção por COVID-19. (Dandachi, Clinic Infect Dis. 2020)
- Estudo em Espanha, envolvendo 77.590 pessoas que vivem com VIH (PVV), analisou a incidência e gravidade do COVID em PVV. O risco de diagnóstico por COVID-19 e hospitalização era maior entre os homens e as pessoas com mais de 70 anos (3.7 por 10.000 em PVV comparativamente com 2.1 por 10.000 na população em geral). Este estudo observou também que nenhuma pessoa em Tenofovir/ emtricitabina foi admitida nos cuidados intensivos ou morreu. Mas mais estudos são necessários. (Del Amo, Ann Intern Med. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32589451/)
- O maior estudo foi realizado na África do Sul envolvendo cerca de 3 milhões de pessoas (3.978 PVV com COVID-19). A morte por COVID-19 estava associada ao sexo masculino, idade avançada, diabetes, hipertensão e doença renal crónica. E observou que o rácio de mortalidade por COVID-19 nas pessoas com VIH vs sem VIH foi de 2.39. (Boulle, CID. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32860699/)
- Estudo realizado nos EUA entre os veteranos (VACS) observou não existir maior suscetibilidade ao COVID-19 ou incidência de gravidade de doença entre as PVV infetadas. (Park, AIDS2020, abstract LBPEC23, 2020)
- PVV participaram na pesquisa da vacina, mas não sabemos o número.
- Em estudos maiores, as PVV com estabilidade nos ARV, apresentam resultados semelhantes às pessoas sem VIH, mas os dados sobre mortalidade não são consistentes.
- Uma baixa contagem de CD4 pode piorar os resultados.
- Sobre a mortalidade por COVID-19 entre PVV ver o artigo publicado aqui.
Baseado em artigo do Dr. Paul E. Sax, Director Clínico do Brigham and Women’s Hospital e Professor de Medicina de Harvard Medical School
-
O GAT, Grupo de Ativistas em Tratamentos e a Seres (con) viver com o VIH, duas organizações de doentes VIH, apresentam vários estudos que apontam para uma maior mortalidade das pessoas com o VIH face ao COVID-19 aos responsáveis pelo plano de vacinação e autoridades em VIH.
Alguns estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade pela COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH. Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA que não conseguiram encontrar provas de que o VIH é um fator de risco para a COVID-19:
aidsonline, aids2020, tandfonline
Anteriormente, um grande estudo na África do Sul observou também um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação em Portugal.
-
Os estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade por COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH.
Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA não conseguiram encontrar evidências de que o VIH é um fator de risco para o COVID-19:
AIDS online, AIDS2020, Taylor and Francis online
Mas um estudo realizado no Reino Unido, que envolveu 47,592 pacientes, demonstrou que a positividade ao VIH estava associada a um maior risco de morte (47%). Esta diferença na mortalidade era mais evidente nas pessoas com menos de 60 anos. Abaixo desta idade, o estado positivo ao VIH mais do que duplicava o risco de mortalidade.
Encontre o estudo aqui.
No artigo publicado no The Lancet, com estes resultados a interpretação, aponta para que as pessoas com VIH se encontram em maior risco de mortalidade por COVID-19.
Encontre o artigo aqui.
As pessoas com VIH são mais propensas a serem admitidas em hospitais com COVID-19 e a morrer no hospital devido a COVID-19 do que pessoas sem VIH, e pessoas com doença por VIH mais avançada ou carga viral não suprimida eram mais propensas do que outras pessoas com VIH a serem hospitalizadas, conforme uma revisão dos dados de vigilância no estado de Nova Iorque.
Encontre o estudo aqui.
Anteriormente, um largo estudo na África do Sul observou um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Encontre o estudo aqui.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação.
-
Apesar da pandemia, e de todos os condicionalismos, existiram alguns avanços na pesquisa e estudo do VIH e tratamentos.
Nesta página apresentamos os maiores acontecimentos, nesta área, em 2020.
VIH e COVID-19
Estudos realizados em Espanha e nos EUA não conseguiram encontrar evidências de que o VIH é um fator de risco para o COVID-19.
Encontre os estudos aqui, aqui e aqui.
Mas um estudo realizado no Reino Unido, que envolveu 47,592 pacientes, demonstrou que a positividade ao VIH estava associada a um maior risco de morte (47%). Esta diferença na mortalidade era mais evidente nas pessoas com menos de 60 anos. Abaixo desta idade, o estado positivo ao VIH mais do que duplicava o risco de mortalidade.
Encontre o estudo aqui.
a taxa de mortalidade desceu entre as pessoas com VIH
De acordo com o relatório VIH de 2019, do INSA, “na última década regista-se um decréscimo na mortalidade associada à infeção por VIH. … a taxa de mortalidade observada em Portugal é muito superior à observada na União Europeia, à semelhança do já referido para a taxa de novos diagnósticos de infeção e de SIDA.”
De acordo com o relatório VIH de 2020, “o maior número de mortes ocorreu em homens (12366; 81,3%) e em UDI (7417; 48,8%). Na década mais recente registaram-se 3933 óbitos, dos quais 48,4% (n=1902) em casos de transmissão heterossexual, 41,2% (n=1619) em utilizadores de drogas injetadas e 8,3% (n=328) em HSH.” O relatório aqui.
De referir que a esperança de vida entre as pessoas que vivem com VIH (comparativamente com as pessoas sem VIH) desceu de 22 anos durante 2000-2003 para 9 anos durante 2014-2016. Mas o mesmo não se pode dizer quanto a comorbidades. O artigo aqui.
PrEP injetável
A PrEP (profilaxia pré-exposição) tem sido oferecida como comprimido, mas em breve existirá a opção de tomar uma injeção bimensal (a cada 2 meses).
Esta injeção com cabotegravir (CAB) demonstrou ser mais eficaz do que o comprimido, conforme estudos realizados em mulheres cisgénero, mulheres transgénero e HSH. E apesar de existirem efeitos secundários estes não implicaram abandonar esta terapêutica.
Encontre o estudo aqui. E sobre as mulheres aqui. Em HSH e transgénero aqui.
Uma opção para quem tem extensa resistência a TARV, Fostemsavir
A percentagem, de pessoas que vive com VIH, com múltiplas resistências e poucas opções de tratamento antirretroviral (TARV), é pequena.
Mas para essas pessoas o fostemsavir pode ser a salvação. Felizmente a maioria das pessoas nunca necessitará deste tratamento.
Encontre o artigo aqui.
Uma injeção subcutânea de 6 em 6 meses, para pessoas multirresistentes, em estudo
Para quem é multirresistente, o Lenacapavir, pode ser a solução. Mas ainda se encontra em estudo.
O Lenacapavir é uma injeção administrada a cada 6 meses, que demonstrou ser eficaz a baixar ou reduzir a carga viral.
Encontre o artigo aqui.
Aumento de peso, após início de TARV
Os inibidores da integrasse são potentes, com elevada barreira de resistência e normalmente bem tolerados. Mas observou-se um elevado aumento de peso, após a sua iniciação, sobretudo do dolutegravir e do bictegravir.
Segundo, estudo realizado na África do sul, a obesidade afeta as pessoas com VIH, mas, sobretudo as mulheres a tomar estes ARV.
Encontre o estudo aqui.
Anel vaginal
-
- Em Portugal, vivem com o VIH, 17.137 mulheres (valores acumulados 1983 a 2019).
- As mulheres representam 30,7% dos novos casos de infeção (dos 778 casos diagnosticados durante o ano 2019 maiores de 15 anos). De salientar que a via de infeção é sobretudo via heterossexual (92,5%) e nesta categoria as mulheres representam 51% das infeções (221 casos nas mulheres comparativamente a 212 casos em homens).
- A idade à data de diagnóstico situou-se entre os 25 e os 49 anos em 64,8% dos novos casos, enquanto 24,2% foram diagnosticados em indivíduos com idade superior ou igual a 50 anos.
- Nas mulheres, a idade à data de diagnóstico situou-se em 7.1% entre os 15 e 24 anos; 24,1% em mulheres com idade igual ou superior a 50 anos. 64,9% dos novos casos situou-se entre os 25 e os 49 anos. A idade mediana foi de 40 anos.
- Apesar dos novos casos de infeção entre 15-19 anos representar apenas 2,6% do total de casos, em 2019, as raparigas representam 43% dos casos nesta idade.
- 43,9% dos novos casos ocorreu em mulheres oriundas de Africa subsariana.
- “Em 2019 foram diagnosticadas 24 infeções por VIH do tipo 2 (VIH-2). Esses diagnósticos ocorreram maioritariamente em mulheres (83,3%; 20/24), em indivíduos com 50 ou mais anos (66,6%; 16/24) e em nascidos na Guiné-Bissau (75,0%; 18/24).”
- O diagnóstico foi tardio em 46,7% das mulheres e mais frequente nos casos de transmissão heterossexual (56,7%)…atingindo o valor de 68,1% nos casos com idades de 50 ou mais anos.”
- Os novos casos de SIDA ocorrem sobretudo entre heterossexuais (73,8%). As mulheres representam 34,9% dos novos casos de SIDA, sendo mais prevalente entre os 39-49 anos.
- Existiram 197 óbitos por SIDA, em 2019, 52 eram mulheres.
“Portugal foi, durante vários anos, o país da União Europeia com a taxa mais elevada de diagnósticos de SIDA. Desde 2012 ocupa a segunda posição atrás da Letónia, contudo, as taxas anuais observadas têm valores de aproximadamente o quádruplo da taxa média europeia” .
Encontre o relatório INSA, 2020 aqui.
-
20.1 milhões de mulheres, no mundo, vivem com VIH
Em Portugal vivem com o VIH, 17.137 mulheres (valores acumulados 1983 a 2019). (INSA, 2020)
-
Celebramos, hoje, o Dia Mundial contra a Sida, no decorrer de uma outra pandemia. E celebramos de uma forma diferente, mais intimista, recorrendo a plataformas que nos unem. Celebramos confinadas para que no próximo ano estejamos TODAS e não falte ninguém.
As pessoas que vivem com VIH, e sobretudo as sobreviventes de longa duração, sabem o que é viver uma pandemia. Na década de 80 e 90 do milénio passado, sentimos a discriminação e o estigma, sentimos o medo do desconhecido. E hoje, apesar dos avanços biomédicos, o estigma e a discriminação ainda persistem.
Os grandes avanços biomédicos permitem, que hoje, uma pessoa a viver com VIH, tenha uma esperança de vida similar a qualquer outra pessoa, que possa disfrutar a vida com uma doença crónica, que possam ser mães e pais, que possam viver plenamente. O tratamento como prevenção permite, que hoje se diga, que uma pessoa com VIH, com carga viral indetectável e comprometida no seu tratamento não transmite o VIH. E permite, também, que as pessoas seronegativas ao VIH possam evitar a transmissão através da profilaxia pré-exposição (PrEP). Em breve, tomaremos uma injeção bimensalmente, em lugar da toma diária de comprimidos.
Neste dia mundial da resposta ao VIH/SIDA prestamos homenagem e lembramos todxs xs que partiram, todxs que se sujeitaram a pesquisas médicas e científicas com impacto negativo na sua saúde para beneficiar todxs xs outrxs, todxs que sofreram e sofrem, todxs as que lidam com efeitos secundários das terapias que xs salvam, todxs xs que lutaram e lutam para que muitxs possam viver hoje vidas dignas.
É também um tempo de esperança e de novos começos, de oportunidades. A esperança de uma vacina mas também de um mundo sem estigma, um mundo sem sexismo, sem racismo, sem homofobia, sem os preconceitos que agravam qualquer epidemia. Para isso a ação de todxs é necessária, a minha, a tua a de todxs nós para que vivamos num mundo de solidariedade, de direitos humanos, de amor e compaixão.
Na Seres acreditamos que esse mundo é possível e defendemos, lutamos por uma vida justa, equitativa e com qualidade onde as pessoas com VIH tenham recursos, voz, escolha e oportunidades livres de qualquer estigma e/ou discriminação.
#MaisInformaçãoMenosPreconceito
#PoderiaSerEu
-
Mulheres que já se encontram em terapia antirretroviral e que começam a tomar um inibidor da integrase (INSTI) apresentam um aumento maior na hemoglobina A1c (HbA1c) e na tensão arterial do que aquelas que continuam o tratamento para VIH sem um INSTI. Tanto a HbA1c quanto a tensão arterial são indicadores de risco cardiometabólico.
As 1.118 participantes (234 no grupo INSTI, 884 no grupo não INSTI) foram acompanhadas por cerca de dois anos. No início do estudo, 73% estavam com sobrepeso ou obesas.
O aumento da HbA1c e da tensão arterial foi particularmente pronunciado em mulheres que ganharam ≥ 5% do peso após iniciar um INSTI.
Embora as taxas de diabetes incidente (5% no grupo INSTI, 2% no grupo não INSTI) e hipertensão (24% no grupo INSTI, 20% no grupo não INSTI) fossem comparáveis entre os braços do estudo, os aumentos observados ainda aumentam o risco de complicações glicémicas e doenças coronárias das participantes.
Mais estudos são necessários.
Encontre o estudo aqui.
-
Uma injeção administrada a cada dois meses demonstrou ser mais eficaz que a toma diária de um comprimido, na prevenção do VIH em mulheres.
Esta notícia é particularmente importante para as mulheres que têm dificuldade em obter ou tomar a profilaxia pré-exposição (PrEP).
Este estudo salienta a importância de incluir mulheres nos estudos científicos relativos ao VIH. As mulheres continuam sub-representadas nestes estudos apesar de constituírem metade das infeções por VIH, no mundo.
O único tratamento aprovado como PrEP é o Truvada que apresenta uma boa eficácia se tomada em conformidade com o prescrito. Mas a boa adesão requerida nem sempre é possível ou existente. Por outro lado, a sua toma a longo prazo pode levar à perda óssea.
Por isso a importância destes resultados pois apresenta mais opções para as mulheres.
Este tratamento ainda não foi aprovado.
Encontre a notícia sobre este estudo aqui.
-
Perante a especulação:
– Estão as pessoas que vivem com VIH protegidas pelos antirretrovirais (ARV)?
- Estudo realizado nos EUA, em 36 instituições, observou não existir associação entre ARVs ou ausência de supressão viral e consequências de infeção por COVID-19. (Dandachi, Clinic Infect Dis. 2020)
- Estudo em Espanha, envolvendo 77.590 pessoas que vivem com VIH (PVV), analisou a incidência e gravidade do COVID em PVV. O risco de diagnóstico por COVID-19 e hospitalização era maior entre os homens e as pessoas com mais de 70 anos (3.7 por 10.000 em PVV comparativamente com 2.1 por 10.000 na população em geral). Este estudo observou também que nenhuma pessoa em Tenofovir/ emtricitabina foi admitida nos cuidados intensivos ou morreu. Mas mais estudos são necessários. (Del Amo, Ann Intern Med. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32589451/)
- O maior estudo foi realizado na África do Sul envolvendo cerca de 3 milhões de pessoas (3.978 PVV com COVID-19). A morte por COVID-19 estava associada ao sexo masculino, idade avançada, diabetes, hipertensão e doença renal crónica. E observou que o rácio de mortalidade por COVID-19 nas pessoas com VIH vs sem VIH foi de 2.39. (Boulle, CID. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32860699/)
- Estudo realizado nos EUA entre os veteranos (VACS) observou não existir maior suscetibilidade ao COVID-19 ou incidência de gravidade de doença entre as PVV infetadas. (Park, AIDS2020, abstract LBPEC23, 2020)
- PVV participaram na pesquisa da vacina, mas não sabemos o número.
- Em estudos maiores, as PVV com estabilidade nos ARV, apresentam resultados semelhantes às pessoas sem VIH, mas os dados sobre mortalidade não são consistentes.
- Uma baixa contagem de CD4 pode piorar os resultados.
- Sobre a mortalidade por COVID-19 entre PVV ver o artigo publicado aqui.
Baseado em artigo do Dr. Paul E. Sax, Director Clínico do Brigham and Women’s Hospital e Professor de Medicina de Harvard Medical School
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O GAT, Grupo de Ativistas em Tratamentos e a Seres (con) viver com o VIH, duas organizações de doentes VIH, apresentam vários estudos que apontam para uma maior mortalidade das pessoas com o VIH face ao COVID-19 aos responsáveis pelo plano de vacinação e autoridades em VIH.
Alguns estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade pela COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH. Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA que não conseguiram encontrar provas de que o VIH é um fator de risco para a COVID-19:
aidsonline, aids2020, tandfonline
Anteriormente, um grande estudo na África do Sul observou também um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação em Portugal.
-
Os estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade por COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH.
Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA não conseguiram encontrar evidências de que o VIH é um fator de risco para o COVID-19:
AIDS online, AIDS2020, Taylor and Francis online
Mas um estudo realizado no Reino Unido, que envolveu 47,592 pacientes, demonstrou que a positividade ao VIH estava associada a um maior risco de morte (47%). Esta diferença na mortalidade era mais evidente nas pessoas com menos de 60 anos. Abaixo desta idade, o estado positivo ao VIH mais do que duplicava o risco de mortalidade.
Encontre o estudo aqui.
No artigo publicado no The Lancet, com estes resultados a interpretação, aponta para que as pessoas com VIH se encontram em maior risco de mortalidade por COVID-19.
Encontre o artigo aqui.
As pessoas com VIH são mais propensas a serem admitidas em hospitais com COVID-19 e a morrer no hospital devido a COVID-19 do que pessoas sem VIH, e pessoas com doença por VIH mais avançada ou carga viral não suprimida eram mais propensas do que outras pessoas com VIH a serem hospitalizadas, conforme uma revisão dos dados de vigilância no estado de Nova Iorque.
Encontre o estudo aqui.
Anteriormente, um largo estudo na África do Sul observou um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Encontre o estudo aqui.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação.
-
Apesar da pandemia, e de todos os condicionalismos, existiram alguns avanços na pesquisa e estudo do VIH e tratamentos.
Nesta página apresentamos os maiores acontecimentos, nesta área, em 2020.
VIH e COVID-19
Estudos realizados em Espanha e nos EUA não conseguiram encontrar evidências de que o VIH é um fator de risco para o COVID-19.
Encontre os estudos aqui, aqui e aqui.
Mas um estudo realizado no Reino Unido, que envolveu 47,592 pacientes, demonstrou que a positividade ao VIH estava associada a um maior risco de morte (47%). Esta diferença na mortalidade era mais evidente nas pessoas com menos de 60 anos. Abaixo desta idade, o estado positivo ao VIH mais do que duplicava o risco de mortalidade.
Encontre o estudo aqui.
a taxa de mortalidade desceu entre as pessoas com VIH
De acordo com o relatório VIH de 2019, do INSA, “na última década regista-se um decréscimo na mortalidade associada à infeção por VIH. … a taxa de mortalidade observada em Portugal é muito superior à observada na União Europeia, à semelhança do já referido para a taxa de novos diagnósticos de infeção e de SIDA.”
De acordo com o relatório VIH de 2020, “o maior número de mortes ocorreu em homens (12366; 81,3%) e em UDI (7417; 48,8%). Na década mais recente registaram-se 3933 óbitos, dos quais 48,4% (n=1902) em casos de transmissão heterossexual, 41,2% (n=1619) em utilizadores de drogas injetadas e 8,3% (n=328) em HSH.” O relatório aqui.
De referir que a esperança de vida entre as pessoas que vivem com VIH (comparativamente com as pessoas sem VIH) desceu de 22 anos durante 2000-2003 para 9 anos durante 2014-2016. Mas o mesmo não se pode dizer quanto a comorbidades. O artigo aqui.
PrEP injetável
A PrEP (profilaxia pré-exposição) tem sido oferecida como comprimido, mas em breve existirá a opção de tomar uma injeção bimensal (a cada 2 meses).
Esta injeção com cabotegravir (CAB) demonstrou ser mais eficaz do que o comprimido, conforme estudos realizados em mulheres cisgénero, mulheres transgénero e HSH. E apesar de existirem efeitos secundários estes não implicaram abandonar esta terapêutica.
Encontre o estudo aqui. E sobre as mulheres aqui. Em HSH e transgénero aqui.
Uma opção para quem tem extensa resistência a TARV, Fostemsavir
A percentagem, de pessoas que vive com VIH, com múltiplas resistências e poucas opções de tratamento antirretroviral (TARV), é pequena.
Mas para essas pessoas o fostemsavir pode ser a salvação. Felizmente a maioria das pessoas nunca necessitará deste tratamento.
Encontre o artigo aqui.
Uma injeção subcutânea de 6 em 6 meses, para pessoas multirresistentes, em estudo
Para quem é multirresistente, o Lenacapavir, pode ser a solução. Mas ainda se encontra em estudo.
O Lenacapavir é uma injeção administrada a cada 6 meses, que demonstrou ser eficaz a baixar ou reduzir a carga viral.
Encontre o artigo aqui.
Aumento de peso, após início de TARV
Os inibidores da integrasse são potentes, com elevada barreira de resistência e normalmente bem tolerados. Mas observou-se um elevado aumento de peso, após a sua iniciação, sobretudo do dolutegravir e do bictegravir.
Segundo, estudo realizado na África do sul, a obesidade afeta as pessoas com VIH, mas, sobretudo as mulheres a tomar estes ARV.
Encontre o estudo aqui.
Anel vaginal
-
- Em Portugal, vivem com o VIH, 17.137 mulheres (valores acumulados 1983 a 2019).
- As mulheres representam 30,7% dos novos casos de infeção (dos 778 casos diagnosticados durante o ano 2019 maiores de 15 anos). De salientar que a via de infeção é sobretudo via heterossexual (92,5%) e nesta categoria as mulheres representam 51% das infeções (221 casos nas mulheres comparativamente a 212 casos em homens).
- A idade à data de diagnóstico situou-se entre os 25 e os 49 anos em 64,8% dos novos casos, enquanto 24,2% foram diagnosticados em indivíduos com idade superior ou igual a 50 anos.
- Nas mulheres, a idade à data de diagnóstico situou-se em 7.1% entre os 15 e 24 anos; 24,1% em mulheres com idade igual ou superior a 50 anos. 64,9% dos novos casos situou-se entre os 25 e os 49 anos. A idade mediana foi de 40 anos.
- Apesar dos novos casos de infeção entre 15-19 anos representar apenas 2,6% do total de casos, em 2019, as raparigas representam 43% dos casos nesta idade.
- 43,9% dos novos casos ocorreu em mulheres oriundas de Africa subsariana.
- “Em 2019 foram diagnosticadas 24 infeções por VIH do tipo 2 (VIH-2). Esses diagnósticos ocorreram maioritariamente em mulheres (83,3%; 20/24), em indivíduos com 50 ou mais anos (66,6%; 16/24) e em nascidos na Guiné-Bissau (75,0%; 18/24).”
- O diagnóstico foi tardio em 46,7% das mulheres e mais frequente nos casos de transmissão heterossexual (56,7%)…atingindo o valor de 68,1% nos casos com idades de 50 ou mais anos.”
- Os novos casos de SIDA ocorrem sobretudo entre heterossexuais (73,8%). As mulheres representam 34,9% dos novos casos de SIDA, sendo mais prevalente entre os 39-49 anos.
- Existiram 197 óbitos por SIDA, em 2019, 52 eram mulheres.
“Portugal foi, durante vários anos, o país da União Europeia com a taxa mais elevada de diagnósticos de SIDA. Desde 2012 ocupa a segunda posição atrás da Letónia, contudo, as taxas anuais observadas têm valores de aproximadamente o quádruplo da taxa média europeia” .
Encontre o relatório INSA, 2020 aqui.
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20.1 milhões de mulheres, no mundo, vivem com VIH
Em Portugal vivem com o VIH, 17.137 mulheres (valores acumulados 1983 a 2019). (INSA, 2020)
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Celebramos, hoje, o Dia Mundial contra a Sida, no decorrer de uma outra pandemia. E celebramos de uma forma diferente, mais intimista, recorrendo a plataformas que nos unem. Celebramos confinadas para que no próximo ano estejamos TODAS e não falte ninguém.
As pessoas que vivem com VIH, e sobretudo as sobreviventes de longa duração, sabem o que é viver uma pandemia. Na década de 80 e 90 do milénio passado, sentimos a discriminação e o estigma, sentimos o medo do desconhecido. E hoje, apesar dos avanços biomédicos, o estigma e a discriminação ainda persistem.
Os grandes avanços biomédicos permitem, que hoje, uma pessoa a viver com VIH, tenha uma esperança de vida similar a qualquer outra pessoa, que possa disfrutar a vida com uma doença crónica, que possam ser mães e pais, que possam viver plenamente. O tratamento como prevenção permite, que hoje se diga, que uma pessoa com VIH, com carga viral indetectável e comprometida no seu tratamento não transmite o VIH. E permite, também, que as pessoas seronegativas ao VIH possam evitar a transmissão através da profilaxia pré-exposição (PrEP). Em breve, tomaremos uma injeção bimensalmente, em lugar da toma diária de comprimidos.
Neste dia mundial da resposta ao VIH/SIDA prestamos homenagem e lembramos todxs xs que partiram, todxs que se sujeitaram a pesquisas médicas e científicas com impacto negativo na sua saúde para beneficiar todxs xs outrxs, todxs que sofreram e sofrem, todxs as que lidam com efeitos secundários das terapias que xs salvam, todxs xs que lutaram e lutam para que muitxs possam viver hoje vidas dignas.
É também um tempo de esperança e de novos começos, de oportunidades. A esperança de uma vacina mas também de um mundo sem estigma, um mundo sem sexismo, sem racismo, sem homofobia, sem os preconceitos que agravam qualquer epidemia. Para isso a ação de todxs é necessária, a minha, a tua a de todxs nós para que vivamos num mundo de solidariedade, de direitos humanos, de amor e compaixão.
Na Seres acreditamos que esse mundo é possível e defendemos, lutamos por uma vida justa, equitativa e com qualidade onde as pessoas com VIH tenham recursos, voz, escolha e oportunidades livres de qualquer estigma e/ou discriminação.
#MaisInformaçãoMenosPreconceito
#PoderiaSerEu
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Mulheres que já se encontram em terapia antirretroviral e que começam a tomar um inibidor da integrase (INSTI) apresentam um aumento maior na hemoglobina A1c (HbA1c) e na tensão arterial do que aquelas que continuam o tratamento para VIH sem um INSTI. Tanto a HbA1c quanto a tensão arterial são indicadores de risco cardiometabólico.
As 1.118 participantes (234 no grupo INSTI, 884 no grupo não INSTI) foram acompanhadas por cerca de dois anos. No início do estudo, 73% estavam com sobrepeso ou obesas.
O aumento da HbA1c e da tensão arterial foi particularmente pronunciado em mulheres que ganharam ≥ 5% do peso após iniciar um INSTI.
Embora as taxas de diabetes incidente (5% no grupo INSTI, 2% no grupo não INSTI) e hipertensão (24% no grupo INSTI, 20% no grupo não INSTI) fossem comparáveis entre os braços do estudo, os aumentos observados ainda aumentam o risco de complicações glicémicas e doenças coronárias das participantes.
Mais estudos são necessários.
Encontre o estudo aqui.
-
Uma injeção administrada a cada dois meses demonstrou ser mais eficaz que a toma diária de um comprimido, na prevenção do VIH em mulheres.
Esta notícia é particularmente importante para as mulheres que têm dificuldade em obter ou tomar a profilaxia pré-exposição (PrEP).
Este estudo salienta a importância de incluir mulheres nos estudos científicos relativos ao VIH. As mulheres continuam sub-representadas nestes estudos apesar de constituírem metade das infeções por VIH, no mundo.
O único tratamento aprovado como PrEP é o Truvada que apresenta uma boa eficácia se tomada em conformidade com o prescrito. Mas a boa adesão requerida nem sempre é possível ou existente. Por outro lado, a sua toma a longo prazo pode levar à perda óssea.
Por isso a importância destes resultados pois apresenta mais opções para as mulheres.
Este tratamento ainda não foi aprovado.
Encontre a notícia sobre este estudo aqui.
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Perante a especulação:
– Estão as pessoas que vivem com VIH protegidas pelos antirretrovirais (ARV)?
- Estudo realizado nos EUA, em 36 instituições, observou não existir associação entre ARVs ou ausência de supressão viral e consequências de infeção por COVID-19. (Dandachi, Clinic Infect Dis. 2020)
- Estudo em Espanha, envolvendo 77.590 pessoas que vivem com VIH (PVV), analisou a incidência e gravidade do COVID em PVV. O risco de diagnóstico por COVID-19 e hospitalização era maior entre os homens e as pessoas com mais de 70 anos (3.7 por 10.000 em PVV comparativamente com 2.1 por 10.000 na população em geral). Este estudo observou também que nenhuma pessoa em Tenofovir/ emtricitabina foi admitida nos cuidados intensivos ou morreu. Mas mais estudos são necessários. (Del Amo, Ann Intern Med. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32589451/)
- O maior estudo foi realizado na África do Sul envolvendo cerca de 3 milhões de pessoas (3.978 PVV com COVID-19). A morte por COVID-19 estava associada ao sexo masculino, idade avançada, diabetes, hipertensão e doença renal crónica. E observou que o rácio de mortalidade por COVID-19 nas pessoas com VIH vs sem VIH foi de 2.39. (Boulle, CID. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32860699/)
- Estudo realizado nos EUA entre os veteranos (VACS) observou não existir maior suscetibilidade ao COVID-19 ou incidência de gravidade de doença entre as PVV infetadas. (Park, AIDS2020, abstract LBPEC23, 2020)
- PVV participaram na pesquisa da vacina, mas não sabemos o número.
- Em estudos maiores, as PVV com estabilidade nos ARV, apresentam resultados semelhantes às pessoas sem VIH, mas os dados sobre mortalidade não são consistentes.
- Uma baixa contagem de CD4 pode piorar os resultados.
- Sobre a mortalidade por COVID-19 entre PVV ver o artigo publicado aqui.
Baseado em artigo do Dr. Paul E. Sax, Director Clínico do Brigham and Women’s Hospital e Professor de Medicina de Harvard Medical School
-
O GAT, Grupo de Ativistas em Tratamentos e a Seres (con) viver com o VIH, duas organizações de doentes VIH, apresentam vários estudos que apontam para uma maior mortalidade das pessoas com o VIH face ao COVID-19 aos responsáveis pelo plano de vacinação e autoridades em VIH.
Alguns estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade pela COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH. Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA que não conseguiram encontrar provas de que o VIH é um fator de risco para a COVID-19:
aidsonline, aids2020, tandfonline
Anteriormente, um grande estudo na África do Sul observou também um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação em Portugal.
-
Os estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade por COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH.
Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA não conseguiram encontrar evidências de que o VIH é um fator de risco para o COVID-19:
AIDS online, AIDS2020, Taylor and Francis online
Mas um estudo realizado no Reino Unido, que envolveu 47,592 pacientes, demonstrou que a positividade ao VIH estava associada a um maior risco de morte (47%). Esta diferença na mortalidade era mais evidente nas pessoas com menos de 60 anos. Abaixo desta idade, o estado positivo ao VIH mais do que duplicava o risco de mortalidade.
Encontre o estudo aqui.
No artigo publicado no The Lancet, com estes resultados a interpretação, aponta para que as pessoas com VIH se encontram em maior risco de mortalidade por COVID-19.
Encontre o artigo aqui.
As pessoas com VIH são mais propensas a serem admitidas em hospitais com COVID-19 e a morrer no hospital devido a COVID-19 do que pessoas sem VIH, e pessoas com doença por VIH mais avançada ou carga viral não suprimida eram mais propensas do que outras pessoas com VIH a serem hospitalizadas, conforme uma revisão dos dados de vigilância no estado de Nova Iorque.
Encontre o estudo aqui.
Anteriormente, um largo estudo na África do Sul observou um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Encontre o estudo aqui.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação.
-
Apesar da pandemia, e de todos os condicionalismos, existiram alguns avanços na pesquisa e estudo do VIH e tratamentos.
Nesta página apresentamos os maiores acontecimentos, nesta área, em 2020.
VIH e COVID-19
Estudos realizados em Espanha e nos EUA não conseguiram encontrar evidências de que o VIH é um fator de risco para o COVID-19.
Encontre os estudos aqui, aqui e aqui.
Mas um estudo realizado no Reino Unido, que envolveu 47,592 pacientes, demonstrou que a positividade ao VIH estava associada a um maior risco de morte (47%). Esta diferença na mortalidade era mais evidente nas pessoas com menos de 60 anos. Abaixo desta idade, o estado positivo ao VIH mais do que duplicava o risco de mortalidade.
Encontre o estudo aqui.
a taxa de mortalidade desceu entre as pessoas com VIH
De acordo com o relatório VIH de 2019, do INSA, “na última década regista-se um decréscimo na mortalidade associada à infeção por VIH. … a taxa de mortalidade observada em Portugal é muito superior à observada na União Europeia, à semelhança do já referido para a taxa de novos diagnósticos de infeção e de SIDA.”
De acordo com o relatório VIH de 2020, “o maior número de mortes ocorreu em homens (12366; 81,3%) e em UDI (7417; 48,8%). Na década mais recente registaram-se 3933 óbitos, dos quais 48,4% (n=1902) em casos de transmissão heterossexual, 41,2% (n=1619) em utilizadores de drogas injetadas e 8,3% (n=328) em HSH.” O relatório aqui.
De referir que a esperança de vida entre as pessoas que vivem com VIH (comparativamente com as pessoas sem VIH) desceu de 22 anos durante 2000-2003 para 9 anos durante 2014-2016. Mas o mesmo não se pode dizer quanto a comorbidades. O artigo aqui.
PrEP injetável
A PrEP (profilaxia pré-exposição) tem sido oferecida como comprimido, mas em breve existirá a opção de tomar uma injeção bimensal (a cada 2 meses).
Esta injeção com cabotegravir (CAB) demonstrou ser mais eficaz do que o comprimido, conforme estudos realizados em mulheres cisgénero, mulheres transgénero e HSH. E apesar de existirem efeitos secundários estes não implicaram abandonar esta terapêutica.
Encontre o estudo aqui. E sobre as mulheres aqui. Em HSH e transgénero aqui.
Uma opção para quem tem extensa resistência a TARV, Fostemsavir
A percentagem, de pessoas que vive com VIH, com múltiplas resistências e poucas opções de tratamento antirretroviral (TARV), é pequena.
Mas para essas pessoas o fostemsavir pode ser a salvação. Felizmente a maioria das pessoas nunca necessitará deste tratamento.
Encontre o artigo aqui.
Uma injeção subcutânea de 6 em 6 meses, para pessoas multirresistentes, em estudo
Para quem é multirresistente, o Lenacapavir, pode ser a solução. Mas ainda se encontra em estudo.
O Lenacapavir é uma injeção administrada a cada 6 meses, que demonstrou ser eficaz a baixar ou reduzir a carga viral.
Encontre o artigo aqui.
Aumento de peso, após início de TARV
Os inibidores da integrasse são potentes, com elevada barreira de resistência e normalmente bem tolerados. Mas observou-se um elevado aumento de peso, após a sua iniciação, sobretudo do dolutegravir e do bictegravir.
Segundo, estudo realizado na África do sul, a obesidade afeta as pessoas com VIH, mas, sobretudo as mulheres a tomar estes ARV.
Encontre o estudo aqui.
Anel vaginal
-
- Em Portugal, vivem com o VIH, 17.137 mulheres (valores acumulados 1983 a 2019).
- As mulheres representam 30,7% dos novos casos de infeção (dos 778 casos diagnosticados durante o ano 2019 maiores de 15 anos). De salientar que a via de infeção é sobretudo via heterossexual (92,5%) e nesta categoria as mulheres representam 51% das infeções (221 casos nas mulheres comparativamente a 212 casos em homens).
- A idade à data de diagnóstico situou-se entre os 25 e os 49 anos em 64,8% dos novos casos, enquanto 24,2% foram diagnosticados em indivíduos com idade superior ou igual a 50 anos.
- Nas mulheres, a idade à data de diagnóstico situou-se em 7.1% entre os 15 e 24 anos; 24,1% em mulheres com idade igual ou superior a 50 anos. 64,9% dos novos casos situou-se entre os 25 e os 49 anos. A idade mediana foi de 40 anos.
- Apesar dos novos casos de infeção entre 15-19 anos representar apenas 2,6% do total de casos, em 2019, as raparigas representam 43% dos casos nesta idade.
- 43,9% dos novos casos ocorreu em mulheres oriundas de Africa subsariana.
- “Em 2019 foram diagnosticadas 24 infeções por VIH do tipo 2 (VIH-2). Esses diagnósticos ocorreram maioritariamente em mulheres (83,3%; 20/24), em indivíduos com 50 ou mais anos (66,6%; 16/24) e em nascidos na Guiné-Bissau (75,0%; 18/24).”
- O diagnóstico foi tardio em 46,7% das mulheres e mais frequente nos casos de transmissão heterossexual (56,7%)…atingindo o valor de 68,1% nos casos com idades de 50 ou mais anos.”
- Os novos casos de SIDA ocorrem sobretudo entre heterossexuais (73,8%). As mulheres representam 34,9% dos novos casos de SIDA, sendo mais prevalente entre os 39-49 anos.
- Existiram 197 óbitos por SIDA, em 2019, 52 eram mulheres.
“Portugal foi, durante vários anos, o país da União Europeia com a taxa mais elevada de diagnósticos de SIDA. Desde 2012 ocupa a segunda posição atrás da Letónia, contudo, as taxas anuais observadas têm valores de aproximadamente o quádruplo da taxa média europeia” .
Encontre o relatório INSA, 2020 aqui.
-
20.1 milhões de mulheres, no mundo, vivem com VIH
Em Portugal vivem com o VIH, 17.137 mulheres (valores acumulados 1983 a 2019). (INSA, 2020)
-
Celebramos, hoje, o Dia Mundial contra a Sida, no decorrer de uma outra pandemia. E celebramos de uma forma diferente, mais intimista, recorrendo a plataformas que nos unem. Celebramos confinadas para que no próximo ano estejamos TODAS e não falte ninguém.
As pessoas que vivem com VIH, e sobretudo as sobreviventes de longa duração, sabem o que é viver uma pandemia. Na década de 80 e 90 do milénio passado, sentimos a discriminação e o estigma, sentimos o medo do desconhecido. E hoje, apesar dos avanços biomédicos, o estigma e a discriminação ainda persistem.
Os grandes avanços biomédicos permitem, que hoje, uma pessoa a viver com VIH, tenha uma esperança de vida similar a qualquer outra pessoa, que possa disfrutar a vida com uma doença crónica, que possam ser mães e pais, que possam viver plenamente. O tratamento como prevenção permite, que hoje se diga, que uma pessoa com VIH, com carga viral indetectável e comprometida no seu tratamento não transmite o VIH. E permite, também, que as pessoas seronegativas ao VIH possam evitar a transmissão através da profilaxia pré-exposição (PrEP). Em breve, tomaremos uma injeção bimensalmente, em lugar da toma diária de comprimidos.
Neste dia mundial da resposta ao VIH/SIDA prestamos homenagem e lembramos todxs xs que partiram, todxs que se sujeitaram a pesquisas médicas e científicas com impacto negativo na sua saúde para beneficiar todxs xs outrxs, todxs que sofreram e sofrem, todxs as que lidam com efeitos secundários das terapias que xs salvam, todxs xs que lutaram e lutam para que muitxs possam viver hoje vidas dignas.
É também um tempo de esperança e de novos começos, de oportunidades. A esperança de uma vacina mas também de um mundo sem estigma, um mundo sem sexismo, sem racismo, sem homofobia, sem os preconceitos que agravam qualquer epidemia. Para isso a ação de todxs é necessária, a minha, a tua a de todxs nós para que vivamos num mundo de solidariedade, de direitos humanos, de amor e compaixão.
Na Seres acreditamos que esse mundo é possível e defendemos, lutamos por uma vida justa, equitativa e com qualidade onde as pessoas com VIH tenham recursos, voz, escolha e oportunidades livres de qualquer estigma e/ou discriminação.
#MaisInformaçãoMenosPreconceito
#PoderiaSerEu
-
Mulheres que já se encontram em terapia antirretroviral e que começam a tomar um inibidor da integrase (INSTI) apresentam um aumento maior na hemoglobina A1c (HbA1c) e na tensão arterial do que aquelas que continuam o tratamento para VIH sem um INSTI. Tanto a HbA1c quanto a tensão arterial são indicadores de risco cardiometabólico.
As 1.118 participantes (234 no grupo INSTI, 884 no grupo não INSTI) foram acompanhadas por cerca de dois anos. No início do estudo, 73% estavam com sobrepeso ou obesas.
O aumento da HbA1c e da tensão arterial foi particularmente pronunciado em mulheres que ganharam ≥ 5% do peso após iniciar um INSTI.
Embora as taxas de diabetes incidente (5% no grupo INSTI, 2% no grupo não INSTI) e hipertensão (24% no grupo INSTI, 20% no grupo não INSTI) fossem comparáveis entre os braços do estudo, os aumentos observados ainda aumentam o risco de complicações glicémicas e doenças coronárias das participantes.
Mais estudos são necessários.
Encontre o estudo aqui.
-
Uma injeção administrada a cada dois meses demonstrou ser mais eficaz que a toma diária de um comprimido, na prevenção do VIH em mulheres.
Esta notícia é particularmente importante para as mulheres que têm dificuldade em obter ou tomar a profilaxia pré-exposição (PrEP).
Este estudo salienta a importância de incluir mulheres nos estudos científicos relativos ao VIH. As mulheres continuam sub-representadas nestes estudos apesar de constituírem metade das infeções por VIH, no mundo.
O único tratamento aprovado como PrEP é o Truvada que apresenta uma boa eficácia se tomada em conformidade com o prescrito. Mas a boa adesão requerida nem sempre é possível ou existente. Por outro lado, a sua toma a longo prazo pode levar à perda óssea.
Por isso a importância destes resultados pois apresenta mais opções para as mulheres.
Este tratamento ainda não foi aprovado.
Encontre a notícia sobre este estudo aqui.
-
Perante a especulação:
– Estão as pessoas que vivem com VIH protegidas pelos antirretrovirais (ARV)?
- Estudo realizado nos EUA, em 36 instituições, observou não existir associação entre ARVs ou ausência de supressão viral e consequências de infeção por COVID-19. (Dandachi, Clinic Infect Dis. 2020)
- Estudo em Espanha, envolvendo 77.590 pessoas que vivem com VIH (PVV), analisou a incidência e gravidade do COVID em PVV. O risco de diagnóstico por COVID-19 e hospitalização era maior entre os homens e as pessoas com mais de 70 anos (3.7 por 10.000 em PVV comparativamente com 2.1 por 10.000 na população em geral). Este estudo observou também que nenhuma pessoa em Tenofovir/ emtricitabina foi admitida nos cuidados intensivos ou morreu. Mas mais estudos são necessários. (Del Amo, Ann Intern Med. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32589451/)
- O maior estudo foi realizado na África do Sul envolvendo cerca de 3 milhões de pessoas (3.978 PVV com COVID-19). A morte por COVID-19 estava associada ao sexo masculino, idade avançada, diabetes, hipertensão e doença renal crónica. E observou que o rácio de mortalidade por COVID-19 nas pessoas com VIH vs sem VIH foi de 2.39. (Boulle, CID. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32860699/)
- Estudo realizado nos EUA entre os veteranos (VACS) observou não existir maior suscetibilidade ao COVID-19 ou incidência de gravidade de doença entre as PVV infetadas. (Park, AIDS2020, abstract LBPEC23, 2020)
- PVV participaram na pesquisa da vacina, mas não sabemos o número.
- Em estudos maiores, as PVV com estabilidade nos ARV, apresentam resultados semelhantes às pessoas sem VIH, mas os dados sobre mortalidade não são consistentes.
- Uma baixa contagem de CD4 pode piorar os resultados.
- Sobre a mortalidade por COVID-19 entre PVV ver o artigo publicado aqui.
Baseado em artigo do Dr. Paul E. Sax, Director Clínico do Brigham and Women’s Hospital e Professor de Medicina de Harvard Medical School
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O GAT, Grupo de Ativistas em Tratamentos e a Seres (con) viver com o VIH, duas organizações de doentes VIH, apresentam vários estudos que apontam para uma maior mortalidade das pessoas com o VIH face ao COVID-19 aos responsáveis pelo plano de vacinação e autoridades em VIH.
Alguns estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade pela COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH. Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA que não conseguiram encontrar provas de que o VIH é um fator de risco para a COVID-19:
aidsonline, aids2020, tandfonline
Anteriormente, um grande estudo na África do Sul observou também um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação em Portugal.
-
Os estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade por COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH.
Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA não conseguiram encontrar evidências de que o VIH é um fator de risco para o COVID-19:
AIDS online, AIDS2020, Taylor and Francis online
Mas um estudo realizado no Reino Unido, que envolveu 47,592 pacientes, demonstrou que a positividade ao VIH estava associada a um maior risco de morte (47%). Esta diferença na mortalidade era mais evidente nas pessoas com menos de 60 anos. Abaixo desta idade, o estado positivo ao VIH mais do que duplicava o risco de mortalidade.
Encontre o estudo aqui.
No artigo publicado no The Lancet, com estes resultados a interpretação, aponta para que as pessoas com VIH se encontram em maior risco de mortalidade por COVID-19.
Encontre o artigo aqui.
As pessoas com VIH são mais propensas a serem admitidas em hospitais com COVID-19 e a morrer no hospital devido a COVID-19 do que pessoas sem VIH, e pessoas com doença por VIH mais avançada ou carga viral não suprimida eram mais propensas do que outras pessoas com VIH a serem hospitalizadas, conforme uma revisão dos dados de vigilância no estado de Nova Iorque.
Encontre o estudo aqui.
Anteriormente, um largo estudo na África do Sul observou um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Encontre o estudo aqui.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação.
-
Apesar da pandemia, e de todos os condicionalismos, existiram alguns avanços na pesquisa e estudo do VIH e tratamentos.
Nesta página apresentamos os maiores acontecimentos, nesta área, em 2020.
VIH e COVID-19
Estudos realizados em Espanha e nos EUA não conseguiram encontrar evidências de que o VIH é um fator de risco para o COVID-19.
Encontre os estudos aqui, aqui e aqui.
Mas um estudo realizado no Reino Unido, que envolveu 47,592 pacientes, demonstrou que a positividade ao VIH estava associada a um maior risco de morte (47%). Esta diferença na mortalidade era mais evidente nas pessoas com menos de 60 anos. Abaixo desta idade, o estado positivo ao VIH mais do que duplicava o risco de mortalidade.
Encontre o estudo aqui.
a taxa de mortalidade desceu entre as pessoas com VIH
De acordo com o relatório VIH de 2019, do INSA, “na última década regista-se um decréscimo na mortalidade associada à infeção por VIH. … a taxa de mortalidade observada em Portugal é muito superior à observada na União Europeia, à semelhança do já referido para a taxa de novos diagnósticos de infeção e de SIDA.”
De acordo com o relatório VIH de 2020, “o maior número de mortes ocorreu em homens (12366; 81,3%) e em UDI (7417; 48,8%). Na década mais recente registaram-se 3933 óbitos, dos quais 48,4% (n=1902) em casos de transmissão heterossexual, 41,2% (n=1619) em utilizadores de drogas injetadas e 8,3% (n=328) em HSH.” O relatório aqui.
De referir que a esperança de vida entre as pessoas que vivem com VIH (comparativamente com as pessoas sem VIH) desceu de 22 anos durante 2000-2003 para 9 anos durante 2014-2016. Mas o mesmo não se pode dizer quanto a comorbidades. O artigo aqui.
PrEP injetável
A PrEP (profilaxia pré-exposição) tem sido oferecida como comprimido, mas em breve existirá a opção de tomar uma injeção bimensal (a cada 2 meses).
Esta injeção com cabotegravir (CAB) demonstrou ser mais eficaz do que o comprimido, conforme estudos realizados em mulheres cisgénero, mulheres transgénero e HSH. E apesar de existirem efeitos secundários estes não implicaram abandonar esta terapêutica.
Encontre o estudo aqui. E sobre as mulheres aqui. Em HSH e transgénero aqui.
Uma opção para quem tem extensa resistência a TARV, Fostemsavir
A percentagem, de pessoas que vive com VIH, com múltiplas resistências e poucas opções de tratamento antirretroviral (TARV), é pequena.
Mas para essas pessoas o fostemsavir pode ser a salvação. Felizmente a maioria das pessoas nunca necessitará deste tratamento.
Encontre o artigo aqui.
Uma injeção subcutânea de 6 em 6 meses, para pessoas multirresistentes, em estudo
Para quem é multirresistente, o Lenacapavir, pode ser a solução. Mas ainda se encontra em estudo.
O Lenacapavir é uma injeção administrada a cada 6 meses, que demonstrou ser eficaz a baixar ou reduzir a carga viral.
Encontre o artigo aqui.
Aumento de peso, após início de TARV
Os inibidores da integrasse são potentes, com elevada barreira de resistência e normalmente bem tolerados. Mas observou-se um elevado aumento de peso, após a sua iniciação, sobretudo do dolutegravir e do bictegravir.
Segundo, estudo realizado na África do sul, a obesidade afeta as pessoas com VIH, mas, sobretudo as mulheres a tomar estes ARV.
Encontre o estudo aqui.
Anel vaginal
-
- Em Portugal, vivem com o VIH, 17.137 mulheres (valores acumulados 1983 a 2019).
- As mulheres representam 30,7% dos novos casos de infeção (dos 778 casos diagnosticados durante o ano 2019 maiores de 15 anos). De salientar que a via de infeção é sobretudo via heterossexual (92,5%) e nesta categoria as mulheres representam 51% das infeções (221 casos nas mulheres comparativamente a 212 casos em homens).
- A idade à data de diagnóstico situou-se entre os 25 e os 49 anos em 64,8% dos novos casos, enquanto 24,2% foram diagnosticados em indivíduos com idade superior ou igual a 50 anos.
- Nas mulheres, a idade à data de diagnóstico situou-se em 7.1% entre os 15 e 24 anos; 24,1% em mulheres com idade igual ou superior a 50 anos. 64,9% dos novos casos situou-se entre os 25 e os 49 anos. A idade mediana foi de 40 anos.
- Apesar dos novos casos de infeção entre 15-19 anos representar apenas 2,6% do total de casos, em 2019, as raparigas representam 43% dos casos nesta idade.
- 43,9% dos novos casos ocorreu em mulheres oriundas de Africa subsariana.
- “Em 2019 foram diagnosticadas 24 infeções por VIH do tipo 2 (VIH-2). Esses diagnósticos ocorreram maioritariamente em mulheres (83,3%; 20/24), em indivíduos com 50 ou mais anos (66,6%; 16/24) e em nascidos na Guiné-Bissau (75,0%; 18/24).”
- O diagnóstico foi tardio em 46,7% das mulheres e mais frequente nos casos de transmissão heterossexual (56,7%)…atingindo o valor de 68,1% nos casos com idades de 50 ou mais anos.”
- Os novos casos de SIDA ocorrem sobretudo entre heterossexuais (73,8%). As mulheres representam 34,9% dos novos casos de SIDA, sendo mais prevalente entre os 39-49 anos.
- Existiram 197 óbitos por SIDA, em 2019, 52 eram mulheres.
“Portugal foi, durante vários anos, o país da União Europeia com a taxa mais elevada de diagnósticos de SIDA. Desde 2012 ocupa a segunda posição atrás da Letónia, contudo, as taxas anuais observadas têm valores de aproximadamente o quádruplo da taxa média europeia” .
Encontre o relatório INSA, 2020 aqui.
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20.1 milhões de mulheres, no mundo, vivem com VIH
Em Portugal vivem com o VIH, 17.137 mulheres (valores acumulados 1983 a 2019). (INSA, 2020)
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Celebramos, hoje, o Dia Mundial contra a Sida, no decorrer de uma outra pandemia. E celebramos de uma forma diferente, mais intimista, recorrendo a plataformas que nos unem. Celebramos confinadas para que no próximo ano estejamos TODAS e não falte ninguém.
As pessoas que vivem com VIH, e sobretudo as sobreviventes de longa duração, sabem o que é viver uma pandemia. Na década de 80 e 90 do milénio passado, sentimos a discriminação e o estigma, sentimos o medo do desconhecido. E hoje, apesar dos avanços biomédicos, o estigma e a discriminação ainda persistem.
Os grandes avanços biomédicos permitem, que hoje, uma pessoa a viver com VIH, tenha uma esperança de vida similar a qualquer outra pessoa, que possa disfrutar a vida com uma doença crónica, que possam ser mães e pais, que possam viver plenamente. O tratamento como prevenção permite, que hoje se diga, que uma pessoa com VIH, com carga viral indetectável e comprometida no seu tratamento não transmite o VIH. E permite, também, que as pessoas seronegativas ao VIH possam evitar a transmissão através da profilaxia pré-exposição (PrEP). Em breve, tomaremos uma injeção bimensalmente, em lugar da toma diária de comprimidos.
Neste dia mundial da resposta ao VIH/SIDA prestamos homenagem e lembramos todxs xs que partiram, todxs que se sujeitaram a pesquisas médicas e científicas com impacto negativo na sua saúde para beneficiar todxs xs outrxs, todxs que sofreram e sofrem, todxs as que lidam com efeitos secundários das terapias que xs salvam, todxs xs que lutaram e lutam para que muitxs possam viver hoje vidas dignas.
É também um tempo de esperança e de novos começos, de oportunidades. A esperança de uma vacina mas também de um mundo sem estigma, um mundo sem sexismo, sem racismo, sem homofobia, sem os preconceitos que agravam qualquer epidemia. Para isso a ação de todxs é necessária, a minha, a tua a de todxs nós para que vivamos num mundo de solidariedade, de direitos humanos, de amor e compaixão.
Na Seres acreditamos que esse mundo é possível e defendemos, lutamos por uma vida justa, equitativa e com qualidade onde as pessoas com VIH tenham recursos, voz, escolha e oportunidades livres de qualquer estigma e/ou discriminação.
#MaisInformaçãoMenosPreconceito
#PoderiaSerEu
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Mulheres que já se encontram em terapia antirretroviral e que começam a tomar um inibidor da integrase (INSTI) apresentam um aumento maior na hemoglobina A1c (HbA1c) e na tensão arterial do que aquelas que continuam o tratamento para VIH sem um INSTI. Tanto a HbA1c quanto a tensão arterial são indicadores de risco cardiometabólico.
As 1.118 participantes (234 no grupo INSTI, 884 no grupo não INSTI) foram acompanhadas por cerca de dois anos. No início do estudo, 73% estavam com sobrepeso ou obesas.
O aumento da HbA1c e da tensão arterial foi particularmente pronunciado em mulheres que ganharam ≥ 5% do peso após iniciar um INSTI.
Embora as taxas de diabetes incidente (5% no grupo INSTI, 2% no grupo não INSTI) e hipertensão (24% no grupo INSTI, 20% no grupo não INSTI) fossem comparáveis entre os braços do estudo, os aumentos observados ainda aumentam o risco de complicações glicémicas e doenças coronárias das participantes.
Mais estudos são necessários.
Encontre o estudo aqui.
-
Uma injeção administrada a cada dois meses demonstrou ser mais eficaz que a toma diária de um comprimido, na prevenção do VIH em mulheres.
Esta notícia é particularmente importante para as mulheres que têm dificuldade em obter ou tomar a profilaxia pré-exposição (PrEP).
Este estudo salienta a importância de incluir mulheres nos estudos científicos relativos ao VIH. As mulheres continuam sub-representadas nestes estudos apesar de constituírem metade das infeções por VIH, no mundo.
O único tratamento aprovado como PrEP é o Truvada que apresenta uma boa eficácia se tomada em conformidade com o prescrito. Mas a boa adesão requerida nem sempre é possível ou existente. Por outro lado, a sua toma a longo prazo pode levar à perda óssea.
Por isso a importância destes resultados pois apresenta mais opções para as mulheres.
Este tratamento ainda não foi aprovado.
Encontre a notícia sobre este estudo aqui.
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Perante a especulação:
– Estão as pessoas que vivem com VIH protegidas pelos antirretrovirais (ARV)?
- Estudo realizado nos EUA, em 36 instituições, observou não existir associação entre ARVs ou ausência de supressão viral e consequências de infeção por COVID-19. (Dandachi, Clinic Infect Dis. 2020)
- Estudo em Espanha, envolvendo 77.590 pessoas que vivem com VIH (PVV), analisou a incidência e gravidade do COVID em PVV. O risco de diagnóstico por COVID-19 e hospitalização era maior entre os homens e as pessoas com mais de 70 anos (3.7 por 10.000 em PVV comparativamente com 2.1 por 10.000 na população em geral). Este estudo observou também que nenhuma pessoa em Tenofovir/ emtricitabina foi admitida nos cuidados intensivos ou morreu. Mas mais estudos são necessários. (Del Amo, Ann Intern Med. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32589451/)
- O maior estudo foi realizado na África do Sul envolvendo cerca de 3 milhões de pessoas (3.978 PVV com COVID-19). A morte por COVID-19 estava associada ao sexo masculino, idade avançada, diabetes, hipertensão e doença renal crónica. E observou que o rácio de mortalidade por COVID-19 nas pessoas com VIH vs sem VIH foi de 2.39. (Boulle, CID. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32860699/)
- Estudo realizado nos EUA entre os veteranos (VACS) observou não existir maior suscetibilidade ao COVID-19 ou incidência de gravidade de doença entre as PVV infetadas. (Park, AIDS2020, abstract LBPEC23, 2020)
- PVV participaram na pesquisa da vacina, mas não sabemos o número.
- Em estudos maiores, as PVV com estabilidade nos ARV, apresentam resultados semelhantes às pessoas sem VIH, mas os dados sobre mortalidade não são consistentes.
- Uma baixa contagem de CD4 pode piorar os resultados.
- Sobre a mortalidade por COVID-19 entre PVV ver o artigo publicado aqui.
Baseado em artigo do Dr. Paul E. Sax, Director Clínico do Brigham and Women’s Hospital e Professor de Medicina de Harvard Medical School
-
O GAT, Grupo de Ativistas em Tratamentos e a Seres (con) viver com o VIH, duas organizações de doentes VIH, apresentam vários estudos que apontam para uma maior mortalidade das pessoas com o VIH face ao COVID-19 aos responsáveis pelo plano de vacinação e autoridades em VIH.
Alguns estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade pela COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH. Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA que não conseguiram encontrar provas de que o VIH é um fator de risco para a COVID-19:
aidsonline, aids2020, tandfonline
Anteriormente, um grande estudo na África do Sul observou também um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação em Portugal.
-
Os estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade por COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH.
Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA não conseguiram encontrar evidências de que o VIH é um fator de risco para o COVID-19:
AIDS online, AIDS2020, Taylor and Francis online
Mas um estudo realizado no Reino Unido, que envolveu 47,592 pacientes, demonstrou que a positividade ao VIH estava associada a um maior risco de morte (47%). Esta diferença na mortalidade era mais evidente nas pessoas com menos de 60 anos. Abaixo desta idade, o estado positivo ao VIH mais do que duplicava o risco de mortalidade.
Encontre o estudo aqui.
No artigo publicado no The Lancet, com estes resultados a interpretação, aponta para que as pessoas com VIH se encontram em maior risco de mortalidade por COVID-19.
Encontre o artigo aqui.
As pessoas com VIH são mais propensas a serem admitidas em hospitais com COVID-19 e a morrer no hospital devido a COVID-19 do que pessoas sem VIH, e pessoas com doença por VIH mais avançada ou carga viral não suprimida eram mais propensas do que outras pessoas com VIH a serem hospitalizadas, conforme uma revisão dos dados de vigilância no estado de Nova Iorque.
Encontre o estudo aqui.
Anteriormente, um largo estudo na África do Sul observou um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Encontre o estudo aqui.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação.
-
Apesar da pandemia, e de todos os condicionalismos, existiram alguns avanços na pesquisa e estudo do VIH e tratamentos.
Nesta página apresentamos os maiores acontecimentos, nesta área, em 2020.
VIH e COVID-19
Estudos realizados em Espanha e nos EUA não conseguiram encontrar evidências de que o VIH é um fator de risco para o COVID-19.
Encontre os estudos aqui, aqui e aqui.
Mas um estudo realizado no Reino Unido, que envolveu 47,592 pacientes, demonstrou que a positividade ao VIH estava associada a um maior risco de morte (47%). Esta diferença na mortalidade era mais evidente nas pessoas com menos de 60 anos. Abaixo desta idade, o estado positivo ao VIH mais do que duplicava o risco de mortalidade.
Encontre o estudo aqui.
a taxa de mortalidade desceu entre as pessoas com VIH
De acordo com o relatório VIH de 2019, do INSA, “na última década regista-se um decréscimo na mortalidade associada à infeção por VIH. … a taxa de mortalidade observada em Portugal é muito superior à observada na União Europeia, à semelhança do já referido para a taxa de novos diagnósticos de infeção e de SIDA.”
De acordo com o relatório VIH de 2020, “o maior número de mortes ocorreu em homens (12366; 81,3%) e em UDI (7417; 48,8%). Na década mais recente registaram-se 3933 óbitos, dos quais 48,4% (n=1902) em casos de transmissão heterossexual, 41,2% (n=1619) em utilizadores de drogas injetadas e 8,3% (n=328) em HSH.” O relatório aqui.
De referir que a esperança de vida entre as pessoas que vivem com VIH (comparativamente com as pessoas sem VIH) desceu de 22 anos durante 2000-2003 para 9 anos durante 2014-2016. Mas o mesmo não se pode dizer quanto a comorbidades. O artigo aqui.
PrEP injetável
A PrEP (profilaxia pré-exposição) tem sido oferecida como comprimido, mas em breve existirá a opção de tomar uma injeção bimensal (a cada 2 meses).
Esta injeção com cabotegravir (CAB) demonstrou ser mais eficaz do que o comprimido, conforme estudos realizados em mulheres cisgénero, mulheres transgénero e HSH. E apesar de existirem efeitos secundários estes não implicaram abandonar esta terapêutica.
Encontre o estudo aqui. E sobre as mulheres aqui. Em HSH e transgénero aqui.
Uma opção para quem tem extensa resistência a TARV, Fostemsavir
A percentagem, de pessoas que vive com VIH, com múltiplas resistências e poucas opções de tratamento antirretroviral (TARV), é pequena.
Mas para essas pessoas o fostemsavir pode ser a salvação. Felizmente a maioria das pessoas nunca necessitará deste tratamento.
Encontre o artigo aqui.
Uma injeção subcutânea de 6 em 6 meses, para pessoas multirresistentes, em estudo
Para quem é multirresistente, o Lenacapavir, pode ser a solução. Mas ainda se encontra em estudo.
O Lenacapavir é uma injeção administrada a cada 6 meses, que demonstrou ser eficaz a baixar ou reduzir a carga viral.
Encontre o artigo aqui.
Aumento de peso, após início de TARV
Os inibidores da integrasse são potentes, com elevada barreira de resistência e normalmente bem tolerados. Mas observou-se um elevado aumento de peso, após a sua iniciação, sobretudo do dolutegravir e do bictegravir.
Segundo, estudo realizado na África do sul, a obesidade afeta as pessoas com VIH, mas, sobretudo as mulheres a tomar estes ARV.
Encontre o estudo aqui.
Anel vaginal
-
- Em Portugal, vivem com o VIH, 17.137 mulheres (valores acumulados 1983 a 2019).
- As mulheres representam 30,7% dos novos casos de infeção (dos 778 casos diagnosticados durante o ano 2019 maiores de 15 anos). De salientar que a via de infeção é sobretudo via heterossexual (92,5%) e nesta categoria as mulheres representam 51% das infeções (221 casos nas mulheres comparativamente a 212 casos em homens).
- A idade à data de diagnóstico situou-se entre os 25 e os 49 anos em 64,8% dos novos casos, enquanto 24,2% foram diagnosticados em indivíduos com idade superior ou igual a 50 anos.
- Nas mulheres, a idade à data de diagnóstico situou-se em 7.1% entre os 15 e 24 anos; 24,1% em mulheres com idade igual ou superior a 50 anos. 64,9% dos novos casos situou-se entre os 25 e os 49 anos. A idade mediana foi de 40 anos.
- Apesar dos novos casos de infeção entre 15-19 anos representar apenas 2,6% do total de casos, em 2019, as raparigas representam 43% dos casos nesta idade.
- 43,9% dos novos casos ocorreu em mulheres oriundas de Africa subsariana.
- “Em 2019 foram diagnosticadas 24 infeções por VIH do tipo 2 (VIH-2). Esses diagnósticos ocorreram maioritariamente em mulheres (83,3%; 20/24), em indivíduos com 50 ou mais anos (66,6%; 16/24) e em nascidos na Guiné-Bissau (75,0%; 18/24).”
- O diagnóstico foi tardio em 46,7% das mulheres e mais frequente nos casos de transmissão heterossexual (56,7%)…atingindo o valor de 68,1% nos casos com idades de 50 ou mais anos.”
- Os novos casos de SIDA ocorrem sobretudo entre heterossexuais (73,8%). As mulheres representam 34,9% dos novos casos de SIDA, sendo mais prevalente entre os 39-49 anos.
- Existiram 197 óbitos por SIDA, em 2019, 52 eram mulheres.
“Portugal foi, durante vários anos, o país da União Europeia com a taxa mais elevada de diagnósticos de SIDA. Desde 2012 ocupa a segunda posição atrás da Letónia, contudo, as taxas anuais observadas têm valores de aproximadamente o quádruplo da taxa média europeia” .
Encontre o relatório INSA, 2020 aqui.
-
20.1 milhões de mulheres, no mundo, vivem com VIH
Em Portugal vivem com o VIH, 17.137 mulheres (valores acumulados 1983 a 2019). (INSA, 2020)
-
Celebramos, hoje, o Dia Mundial contra a Sida, no decorrer de uma outra pandemia. E celebramos de uma forma diferente, mais intimista, recorrendo a plataformas que nos unem. Celebramos confinadas para que no próximo ano estejamos TODAS e não falte ninguém.
As pessoas que vivem com VIH, e sobretudo as sobreviventes de longa duração, sabem o que é viver uma pandemia. Na década de 80 e 90 do milénio passado, sentimos a discriminação e o estigma, sentimos o medo do desconhecido. E hoje, apesar dos avanços biomédicos, o estigma e a discriminação ainda persistem.
Os grandes avanços biomédicos permitem, que hoje, uma pessoa a viver com VIH, tenha uma esperança de vida similar a qualquer outra pessoa, que possa disfrutar a vida com uma doença crónica, que possam ser mães e pais, que possam viver plenamente. O tratamento como prevenção permite, que hoje se diga, que uma pessoa com VIH, com carga viral indetectável e comprometida no seu tratamento não transmite o VIH. E permite, também, que as pessoas seronegativas ao VIH possam evitar a transmissão através da profilaxia pré-exposição (PrEP). Em breve, tomaremos uma injeção bimensalmente, em lugar da toma diária de comprimidos.
Neste dia mundial da resposta ao VIH/SIDA prestamos homenagem e lembramos todxs xs que partiram, todxs que se sujeitaram a pesquisas médicas e científicas com impacto negativo na sua saúde para beneficiar todxs xs outrxs, todxs que sofreram e sofrem, todxs as que lidam com efeitos secundários das terapias que xs salvam, todxs xs que lutaram e lutam para que muitxs possam viver hoje vidas dignas.
É também um tempo de esperança e de novos começos, de oportunidades. A esperança de uma vacina mas também de um mundo sem estigma, um mundo sem sexismo, sem racismo, sem homofobia, sem os preconceitos que agravam qualquer epidemia. Para isso a ação de todxs é necessária, a minha, a tua a de todxs nós para que vivamos num mundo de solidariedade, de direitos humanos, de amor e compaixão.
Na Seres acreditamos que esse mundo é possível e defendemos, lutamos por uma vida justa, equitativa e com qualidade onde as pessoas com VIH tenham recursos, voz, escolha e oportunidades livres de qualquer estigma e/ou discriminação.
#MaisInformaçãoMenosPreconceito
#PoderiaSerEu
-
Mulheres que já se encontram em terapia antirretroviral e que começam a tomar um inibidor da integrase (INSTI) apresentam um aumento maior na hemoglobina A1c (HbA1c) e na tensão arterial do que aquelas que continuam o tratamento para VIH sem um INSTI. Tanto a HbA1c quanto a tensão arterial são indicadores de risco cardiometabólico.
As 1.118 participantes (234 no grupo INSTI, 884 no grupo não INSTI) foram acompanhadas por cerca de dois anos. No início do estudo, 73% estavam com sobrepeso ou obesas.
O aumento da HbA1c e da tensão arterial foi particularmente pronunciado em mulheres que ganharam ≥ 5% do peso após iniciar um INSTI.
Embora as taxas de diabetes incidente (5% no grupo INSTI, 2% no grupo não INSTI) e hipertensão (24% no grupo INSTI, 20% no grupo não INSTI) fossem comparáveis entre os braços do estudo, os aumentos observados ainda aumentam o risco de complicações glicémicas e doenças coronárias das participantes.
Mais estudos são necessários.
Encontre o estudo aqui.
-
Uma injeção administrada a cada dois meses demonstrou ser mais eficaz que a toma diária de um comprimido, na prevenção do VIH em mulheres.
Esta notícia é particularmente importante para as mulheres que têm dificuldade em obter ou tomar a profilaxia pré-exposição (PrEP).
Este estudo salienta a importância de incluir mulheres nos estudos científicos relativos ao VIH. As mulheres continuam sub-representadas nestes estudos apesar de constituírem metade das infeções por VIH, no mundo.
O único tratamento aprovado como PrEP é o Truvada que apresenta uma boa eficácia se tomada em conformidade com o prescrito. Mas a boa adesão requerida nem sempre é possível ou existente. Por outro lado, a sua toma a longo prazo pode levar à perda óssea.
Por isso a importância destes resultados pois apresenta mais opções para as mulheres.
Este tratamento ainda não foi aprovado.
Encontre a notícia sobre este estudo aqui.
-
Perante a especulação:
– Estão as pessoas que vivem com VIH protegidas pelos antirretrovirais (ARV)?
- Estudo realizado nos EUA, em 36 instituições, observou não existir associação entre ARVs ou ausência de supressão viral e consequências de infeção por COVID-19. (Dandachi, Clinic Infect Dis. 2020)
- Estudo em Espanha, envolvendo 77.590 pessoas que vivem com VIH (PVV), analisou a incidência e gravidade do COVID em PVV. O risco de diagnóstico por COVID-19 e hospitalização era maior entre os homens e as pessoas com mais de 70 anos (3.7 por 10.000 em PVV comparativamente com 2.1 por 10.000 na população em geral). Este estudo observou também que nenhuma pessoa em Tenofovir/ emtricitabina foi admitida nos cuidados intensivos ou morreu. Mas mais estudos são necessários. (Del Amo, Ann Intern Med. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32589451/)
- O maior estudo foi realizado na África do Sul envolvendo cerca de 3 milhões de pessoas (3.978 PVV com COVID-19). A morte por COVID-19 estava associada ao sexo masculino, idade avançada, diabetes, hipertensão e doença renal crónica. E observou que o rácio de mortalidade por COVID-19 nas pessoas com VIH vs sem VIH foi de 2.39. (Boulle, CID. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32860699/)
- Estudo realizado nos EUA entre os veteranos (VACS) observou não existir maior suscetibilidade ao COVID-19 ou incidência de gravidade de doença entre as PVV infetadas. (Park, AIDS2020, abstract LBPEC23, 2020)
- PVV participaram na pesquisa da vacina, mas não sabemos o número.
- Em estudos maiores, as PVV com estabilidade nos ARV, apresentam resultados semelhantes às pessoas sem VIH, mas os dados sobre mortalidade não são consistentes.
- Uma baixa contagem de CD4 pode piorar os resultados.
- Sobre a mortalidade por COVID-19 entre PVV ver o artigo publicado aqui.
Baseado em artigo do Dr. Paul E. Sax, Director Clínico do Brigham and Women’s Hospital e Professor de Medicina de Harvard Medical School
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O GAT, Grupo de Ativistas em Tratamentos e a Seres (con) viver com o VIH, duas organizações de doentes VIH, apresentam vários estudos que apontam para uma maior mortalidade das pessoas com o VIH face ao COVID-19 aos responsáveis pelo plano de vacinação e autoridades em VIH.
Alguns estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade pela COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH. Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA que não conseguiram encontrar provas de que o VIH é um fator de risco para a COVID-19:
aidsonline, aids2020, tandfonline
Anteriormente, um grande estudo na África do Sul observou também um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação em Portugal.
-
Os estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade por COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH.
Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA não conseguiram encontrar evidências de que o VIH é um fator de risco para o COVID-19:
AIDS online, AIDS2020, Taylor and Francis online
Mas um estudo realizado no Reino Unido, que envolveu 47,592 pacientes, demonstrou que a positividade ao VIH estava associada a um maior risco de morte (47%). Esta diferença na mortalidade era mais evidente nas pessoas com menos de 60 anos. Abaixo desta idade, o estado positivo ao VIH mais do que duplicava o risco de mortalidade.
Encontre o estudo aqui.
No artigo publicado no The Lancet, com estes resultados a interpretação, aponta para que as pessoas com VIH se encontram em maior risco de mortalidade por COVID-19.
Encontre o artigo aqui.
As pessoas com VIH são mais propensas a serem admitidas em hospitais com COVID-19 e a morrer no hospital devido a COVID-19 do que pessoas sem VIH, e pessoas com doença por VIH mais avançada ou carga viral não suprimida eram mais propensas do que outras pessoas com VIH a serem hospitalizadas, conforme uma revisão dos dados de vigilância no estado de Nova Iorque.
Encontre o estudo aqui.
Anteriormente, um largo estudo na África do Sul observou um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Encontre o estudo aqui.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação.
-
Apesar da pandemia, e de todos os condicionalismos, existiram alguns avanços na pesquisa e estudo do VIH e tratamentos.
Nesta página apresentamos os maiores acontecimentos, nesta área, em 2020.
VIH e COVID-19
Estudos realizados em Espanha e nos EUA não conseguiram encontrar evidências de que o VIH é um fator de risco para o COVID-19.
Encontre os estudos aqui, aqui e aqui.
Mas um estudo realizado no Reino Unido, que envolveu 47,592 pacientes, demonstrou que a positividade ao VIH estava associada a um maior risco de morte (47%). Esta diferença na mortalidade era mais evidente nas pessoas com menos de 60 anos. Abaixo desta idade, o estado positivo ao VIH mais do que duplicava o risco de mortalidade.
Encontre o estudo aqui.
a taxa de mortalidade desceu entre as pessoas com VIH
De acordo com o relatório VIH de 2019, do INSA, “na última década regista-se um decréscimo na mortalidade associada à infeção por VIH. … a taxa de mortalidade observada em Portugal é muito superior à observada na União Europeia, à semelhança do já referido para a taxa de novos diagnósticos de infeção e de SIDA.”
De acordo com o relatório VIH de 2020, “o maior número de mortes ocorreu em homens (12366; 81,3%) e em UDI (7417; 48,8%). Na década mais recente registaram-se 3933 óbitos, dos quais 48,4% (n=1902) em casos de transmissão heterossexual, 41,2% (n=1619) em utilizadores de drogas injetadas e 8,3% (n=328) em HSH.” O relatório aqui.
De referir que a esperança de vida entre as pessoas que vivem com VIH (comparativamente com as pessoas sem VIH) desceu de 22 anos durante 2000-2003 para 9 anos durante 2014-2016. Mas o mesmo não se pode dizer quanto a comorbidades. O artigo aqui.
PrEP injetável
A PrEP (profilaxia pré-exposição) tem sido oferecida como comprimido, mas em breve existirá a opção de tomar uma injeção bimensal (a cada 2 meses).
Esta injeção com cabotegravir (CAB) demonstrou ser mais eficaz do que o comprimido, conforme estudos realizados em mulheres cisgénero, mulheres transgénero e HSH. E apesar de existirem efeitos secundários estes não implicaram abandonar esta terapêutica.
Encontre o estudo aqui. E sobre as mulheres aqui. Em HSH e transgénero aqui.
Uma opção para quem tem extensa resistência a TARV, Fostemsavir
A percentagem, de pessoas que vive com VIH, com múltiplas resistências e poucas opções de tratamento antirretroviral (TARV), é pequena.
Mas para essas pessoas o fostemsavir pode ser a salvação. Felizmente a maioria das pessoas nunca necessitará deste tratamento.
Encontre o artigo aqui.
Uma injeção subcutânea de 6 em 6 meses, para pessoas multirresistentes, em estudo
Para quem é multirresistente, o Lenacapavir, pode ser a solução. Mas ainda se encontra em estudo.
O Lenacapavir é uma injeção administrada a cada 6 meses, que demonstrou ser eficaz a baixar ou reduzir a carga viral.
Encontre o artigo aqui.
Aumento de peso, após início de TARV
Os inibidores da integrasse são potentes, com elevada barreira de resistência e normalmente bem tolerados. Mas observou-se um elevado aumento de peso, após a sua iniciação, sobretudo do dolutegravir e do bictegravir.
Segundo, estudo realizado na África do sul, a obesidade afeta as pessoas com VIH, mas, sobretudo as mulheres a tomar estes ARV.
Encontre o estudo aqui.
Anel vaginal
-
- Em Portugal, vivem com o VIH, 17.137 mulheres (valores acumulados 1983 a 2019).
- As mulheres representam 30,7% dos novos casos de infeção (dos 778 casos diagnosticados durante o ano 2019 maiores de 15 anos). De salientar que a via de infeção é sobretudo via heterossexual (92,5%) e nesta categoria as mulheres representam 51% das infeções (221 casos nas mulheres comparativamente a 212 casos em homens).
- A idade à data de diagnóstico situou-se entre os 25 e os 49 anos em 64,8% dos novos casos, enquanto 24,2% foram diagnosticados em indivíduos com idade superior ou igual a 50 anos.
- Nas mulheres, a idade à data de diagnóstico situou-se em 7.1% entre os 15 e 24 anos; 24,1% em mulheres com idade igual ou superior a 50 anos. 64,9% dos novos casos situou-se entre os 25 e os 49 anos. A idade mediana foi de 40 anos.
- Apesar dos novos casos de infeção entre 15-19 anos representar apenas 2,6% do total de casos, em 2019, as raparigas representam 43% dos casos nesta idade.
- 43,9% dos novos casos ocorreu em mulheres oriundas de Africa subsariana.
- “Em 2019 foram diagnosticadas 24 infeções por VIH do tipo 2 (VIH-2). Esses diagnósticos ocorreram maioritariamente em mulheres (83,3%; 20/24), em indivíduos com 50 ou mais anos (66,6%; 16/24) e em nascidos na Guiné-Bissau (75,0%; 18/24).”
- O diagnóstico foi tardio em 46,7% das mulheres e mais frequente nos casos de transmissão heterossexual (56,7%)…atingindo o valor de 68,1% nos casos com idades de 50 ou mais anos.”
- Os novos casos de SIDA ocorrem sobretudo entre heterossexuais (73,8%). As mulheres representam 34,9% dos novos casos de SIDA, sendo mais prevalente entre os 39-49 anos.
- Existiram 197 óbitos por SIDA, em 2019, 52 eram mulheres.
“Portugal foi, durante vários anos, o país da União Europeia com a taxa mais elevada de diagnósticos de SIDA. Desde 2012 ocupa a segunda posição atrás da Letónia, contudo, as taxas anuais observadas têm valores de aproximadamente o quádruplo da taxa média europeia” .
Encontre o relatório INSA, 2020 aqui.
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20.1 milhões de mulheres, no mundo, vivem com VIH
Em Portugal vivem com o VIH, 17.137 mulheres (valores acumulados 1983 a 2019). (INSA, 2020)
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Celebramos, hoje, o Dia Mundial contra a Sida, no decorrer de uma outra pandemia. E celebramos de uma forma diferente, mais intimista, recorrendo a plataformas que nos unem. Celebramos confinadas para que no próximo ano estejamos TODAS e não falte ninguém.
As pessoas que vivem com VIH, e sobretudo as sobreviventes de longa duração, sabem o que é viver uma pandemia. Na década de 80 e 90 do milénio passado, sentimos a discriminação e o estigma, sentimos o medo do desconhecido. E hoje, apesar dos avanços biomédicos, o estigma e a discriminação ainda persistem.
Os grandes avanços biomédicos permitem, que hoje, uma pessoa a viver com VIH, tenha uma esperança de vida similar a qualquer outra pessoa, que possa disfrutar a vida com uma doença crónica, que possam ser mães e pais, que possam viver plenamente. O tratamento como prevenção permite, que hoje se diga, que uma pessoa com VIH, com carga viral indetectável e comprometida no seu tratamento não transmite o VIH. E permite, também, que as pessoas seronegativas ao VIH possam evitar a transmissão através da profilaxia pré-exposição (PrEP). Em breve, tomaremos uma injeção bimensalmente, em lugar da toma diária de comprimidos.
Neste dia mundial da resposta ao VIH/SIDA prestamos homenagem e lembramos todxs xs que partiram, todxs que se sujeitaram a pesquisas médicas e científicas com impacto negativo na sua saúde para beneficiar todxs xs outrxs, todxs que sofreram e sofrem, todxs as que lidam com efeitos secundários das terapias que xs salvam, todxs xs que lutaram e lutam para que muitxs possam viver hoje vidas dignas.
É também um tempo de esperança e de novos começos, de oportunidades. A esperança de uma vacina mas também de um mundo sem estigma, um mundo sem sexismo, sem racismo, sem homofobia, sem os preconceitos que agravam qualquer epidemia. Para isso a ação de todxs é necessária, a minha, a tua a de todxs nós para que vivamos num mundo de solidariedade, de direitos humanos, de amor e compaixão.
Na Seres acreditamos que esse mundo é possível e defendemos, lutamos por uma vida justa, equitativa e com qualidade onde as pessoas com VIH tenham recursos, voz, escolha e oportunidades livres de qualquer estigma e/ou discriminação.
#MaisInformaçãoMenosPreconceito
#PoderiaSerEu
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Mulheres que já se encontram em terapia antirretroviral e que começam a tomar um inibidor da integrase (INSTI) apresentam um aumento maior na hemoglobina A1c (HbA1c) e na tensão arterial do que aquelas que continuam o tratamento para VIH sem um INSTI. Tanto a HbA1c quanto a tensão arterial são indicadores de risco cardiometabólico.
As 1.118 participantes (234 no grupo INSTI, 884 no grupo não INSTI) foram acompanhadas por cerca de dois anos. No início do estudo, 73% estavam com sobrepeso ou obesas.
O aumento da HbA1c e da tensão arterial foi particularmente pronunciado em mulheres que ganharam ≥ 5% do peso após iniciar um INSTI.
Embora as taxas de diabetes incidente (5% no grupo INSTI, 2% no grupo não INSTI) e hipertensão (24% no grupo INSTI, 20% no grupo não INSTI) fossem comparáveis entre os braços do estudo, os aumentos observados ainda aumentam o risco de complicações glicémicas e doenças coronárias das participantes.
Mais estudos são necessários.
Encontre o estudo aqui.
-
Uma injeção administrada a cada dois meses demonstrou ser mais eficaz que a toma diária de um comprimido, na prevenção do VIH em mulheres.
Esta notícia é particularmente importante para as mulheres que têm dificuldade em obter ou tomar a profilaxia pré-exposição (PrEP).
Este estudo salienta a importância de incluir mulheres nos estudos científicos relativos ao VIH. As mulheres continuam sub-representadas nestes estudos apesar de constituírem metade das infeções por VIH, no mundo.
O único tratamento aprovado como PrEP é o Truvada que apresenta uma boa eficácia se tomada em conformidade com o prescrito. Mas a boa adesão requerida nem sempre é possível ou existente. Por outro lado, a sua toma a longo prazo pode levar à perda óssea.
Por isso a importância destes resultados pois apresenta mais opções para as mulheres.
Este tratamento ainda não foi aprovado.
Encontre a notícia sobre este estudo aqui.
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Perante a especulação:
– Estão as pessoas que vivem com VIH protegidas pelos antirretrovirais (ARV)?
- Estudo realizado nos EUA, em 36 instituições, observou não existir associação entre ARVs ou ausência de supressão viral e consequências de infeção por COVID-19. (Dandachi, Clinic Infect Dis. 2020)
- Estudo em Espanha, envolvendo 77.590 pessoas que vivem com VIH (PVV), analisou a incidência e gravidade do COVID em PVV. O risco de diagnóstico por COVID-19 e hospitalização era maior entre os homens e as pessoas com mais de 70 anos (3.7 por 10.000 em PVV comparativamente com 2.1 por 10.000 na população em geral). Este estudo observou também que nenhuma pessoa em Tenofovir/ emtricitabina foi admitida nos cuidados intensivos ou morreu. Mas mais estudos são necessários. (Del Amo, Ann Intern Med. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32589451/)
- O maior estudo foi realizado na África do Sul envolvendo cerca de 3 milhões de pessoas (3.978 PVV com COVID-19). A morte por COVID-19 estava associada ao sexo masculino, idade avançada, diabetes, hipertensão e doença renal crónica. E observou que o rácio de mortalidade por COVID-19 nas pessoas com VIH vs sem VIH foi de 2.39. (Boulle, CID. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32860699/)
- Estudo realizado nos EUA entre os veteranos (VACS) observou não existir maior suscetibilidade ao COVID-19 ou incidência de gravidade de doença entre as PVV infetadas. (Park, AIDS2020, abstract LBPEC23, 2020)
- PVV participaram na pesquisa da vacina, mas não sabemos o número.
- Em estudos maiores, as PVV com estabilidade nos ARV, apresentam resultados semelhantes às pessoas sem VIH, mas os dados sobre mortalidade não são consistentes.
- Uma baixa contagem de CD4 pode piorar os resultados.
- Sobre a mortalidade por COVID-19 entre PVV ver o artigo publicado aqui.
Baseado em artigo do Dr. Paul E. Sax, Director Clínico do Brigham and Women’s Hospital e Professor de Medicina de Harvard Medical School
-
O GAT, Grupo de Ativistas em Tratamentos e a Seres (con) viver com o VIH, duas organizações de doentes VIH, apresentam vários estudos que apontam para uma maior mortalidade das pessoas com o VIH face ao COVID-19 aos responsáveis pelo plano de vacinação e autoridades em VIH.
Alguns estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade pela COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH. Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA que não conseguiram encontrar provas de que o VIH é um fator de risco para a COVID-19:
aidsonline, aids2020, tandfonline
Anteriormente, um grande estudo na África do Sul observou também um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação em Portugal.
-
Os estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade por COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH.
Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA não conseguiram encontrar evidências de que o VIH é um fator de risco para o COVID-19:
AIDS online, AIDS2020, Taylor and Francis online
Mas um estudo realizado no Reino Unido, que envolveu 47,592 pacientes, demonstrou que a positividade ao VIH estava associada a um maior risco de morte (47%). Esta diferença na mortalidade era mais evidente nas pessoas com menos de 60 anos. Abaixo desta idade, o estado positivo ao VIH mais do que duplicava o risco de mortalidade.
Encontre o estudo aqui.
No artigo publicado no The Lancet, com estes resultados a interpretação, aponta para que as pessoas com VIH se encontram em maior risco de mortalidade por COVID-19.
Encontre o artigo aqui.
As pessoas com VIH são mais propensas a serem admitidas em hospitais com COVID-19 e a morrer no hospital devido a COVID-19 do que pessoas sem VIH, e pessoas com doença por VIH mais avançada ou carga viral não suprimida eram mais propensas do que outras pessoas com VIH a serem hospitalizadas, conforme uma revisão dos dados de vigilância no estado de Nova Iorque.
Encontre o estudo aqui.
Anteriormente, um largo estudo na África do Sul observou um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Encontre o estudo aqui.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação.
-
Apesar da pandemia, e de todos os condicionalismos, existiram alguns avanços na pesquisa e estudo do VIH e tratamentos.
Nesta página apresentamos os maiores acontecimentos, nesta área, em 2020.
VIH e COVID-19
Estudos realizados em Espanha e nos EUA não conseguiram encontrar evidências de que o VIH é um fator de risco para o COVID-19.
Encontre os estudos aqui, aqui e aqui.
Mas um estudo realizado no Reino Unido, que envolveu 47,592 pacientes, demonstrou que a positividade ao VIH estava associada a um maior risco de morte (47%). Esta diferença na mortalidade era mais evidente nas pessoas com menos de 60 anos. Abaixo desta idade, o estado positivo ao VIH mais do que duplicava o risco de mortalidade.
Encontre o estudo aqui.
a taxa de mortalidade desceu entre as pessoas com VIH
De acordo com o relatório VIH de 2019, do INSA, “na última década regista-se um decréscimo na mortalidade associada à infeção por VIH. … a taxa de mortalidade observada em Portugal é muito superior à observada na União Europeia, à semelhança do já referido para a taxa de novos diagnósticos de infeção e de SIDA.”
De acordo com o relatório VIH de 2020, “o maior número de mortes ocorreu em homens (12366; 81,3%) e em UDI (7417; 48,8%). Na década mais recente registaram-se 3933 óbitos, dos quais 48,4% (n=1902) em casos de transmissão heterossexual, 41,2% (n=1619) em utilizadores de drogas injetadas e 8,3% (n=328) em HSH.” O relatório aqui.
De referir que a esperança de vida entre as pessoas que vivem com VIH (comparativamente com as pessoas sem VIH) desceu de 22 anos durante 2000-2003 para 9 anos durante 2014-2016. Mas o mesmo não se pode dizer quanto a comorbidades. O artigo aqui.
PrEP injetável
A PrEP (profilaxia pré-exposição) tem sido oferecida como comprimido, mas em breve existirá a opção de tomar uma injeção bimensal (a cada 2 meses).
Esta injeção com cabotegravir (CAB) demonstrou ser mais eficaz do que o comprimido, conforme estudos realizados em mulheres cisgénero, mulheres transgénero e HSH. E apesar de existirem efeitos secundários estes não implicaram abandonar esta terapêutica.
Encontre o estudo aqui. E sobre as mulheres aqui. Em HSH e transgénero aqui.
Uma opção para quem tem extensa resistência a TARV, Fostemsavir
A percentagem, de pessoas que vive com VIH, com múltiplas resistências e poucas opções de tratamento antirretroviral (TARV), é pequena.
Mas para essas pessoas o fostemsavir pode ser a salvação. Felizmente a maioria das pessoas nunca necessitará deste tratamento.
Encontre o artigo aqui.
Uma injeção subcutânea de 6 em 6 meses, para pessoas multirresistentes, em estudo
Para quem é multirresistente, o Lenacapavir, pode ser a solução. Mas ainda se encontra em estudo.
O Lenacapavir é uma injeção administrada a cada 6 meses, que demonstrou ser eficaz a baixar ou reduzir a carga viral.
Encontre o artigo aqui.
Aumento de peso, após início de TARV
Os inibidores da integrasse são potentes, com elevada barreira de resistência e normalmente bem tolerados. Mas observou-se um elevado aumento de peso, após a sua iniciação, sobretudo do dolutegravir e do bictegravir.
Segundo, estudo realizado na África do sul, a obesidade afeta as pessoas com VIH, mas, sobretudo as mulheres a tomar estes ARV.
Encontre o estudo aqui.
Anel vaginal
-
- Em Portugal, vivem com o VIH, 17.137 mulheres (valores acumulados 1983 a 2019).
- As mulheres representam 30,7% dos novos casos de infeção (dos 778 casos diagnosticados durante o ano 2019 maiores de 15 anos). De salientar que a via de infeção é sobretudo via heterossexual (92,5%) e nesta categoria as mulheres representam 51% das infeções (221 casos nas mulheres comparativamente a 212 casos em homens).
- A idade à data de diagnóstico situou-se entre os 25 e os 49 anos em 64,8% dos novos casos, enquanto 24,2% foram diagnosticados em indivíduos com idade superior ou igual a 50 anos.
- Nas mulheres, a idade à data de diagnóstico situou-se em 7.1% entre os 15 e 24 anos; 24,1% em mulheres com idade igual ou superior a 50 anos. 64,9% dos novos casos situou-se entre os 25 e os 49 anos. A idade mediana foi de 40 anos.
- Apesar dos novos casos de infeção entre 15-19 anos representar apenas 2,6% do total de casos, em 2019, as raparigas representam 43% dos casos nesta idade.
- 43,9% dos novos casos ocorreu em mulheres oriundas de Africa subsariana.
- “Em 2019 foram diagnosticadas 24 infeções por VIH do tipo 2 (VIH-2). Esses diagnósticos ocorreram maioritariamente em mulheres (83,3%; 20/24), em indivíduos com 50 ou mais anos (66,6%; 16/24) e em nascidos na Guiné-Bissau (75,0%; 18/24).”
- O diagnóstico foi tardio em 46,7% das mulheres e mais frequente nos casos de transmissão heterossexual (56,7%)…atingindo o valor de 68,1% nos casos com idades de 50 ou mais anos.”
- Os novos casos de SIDA ocorrem sobretudo entre heterossexuais (73,8%). As mulheres representam 34,9% dos novos casos de SIDA, sendo mais prevalente entre os 39-49 anos.
- Existiram 197 óbitos por SIDA, em 2019, 52 eram mulheres.
“Portugal foi, durante vários anos, o país da União Europeia com a taxa mais elevada de diagnósticos de SIDA. Desde 2012 ocupa a segunda posição atrás da Letónia, contudo, as taxas anuais observadas têm valores de aproximadamente o quádruplo da taxa média europeia” .
Encontre o relatório INSA, 2020 aqui.
-
20.1 milhões de mulheres, no mundo, vivem com VIH
Em Portugal vivem com o VIH, 17.137 mulheres (valores acumulados 1983 a 2019). (INSA, 2020)
-
Celebramos, hoje, o Dia Mundial contra a Sida, no decorrer de uma outra pandemia. E celebramos de uma forma diferente, mais intimista, recorrendo a plataformas que nos unem. Celebramos confinadas para que no próximo ano estejamos TODAS e não falte ninguém.
As pessoas que vivem com VIH, e sobretudo as sobreviventes de longa duração, sabem o que é viver uma pandemia. Na década de 80 e 90 do milénio passado, sentimos a discriminação e o estigma, sentimos o medo do desconhecido. E hoje, apesar dos avanços biomédicos, o estigma e a discriminação ainda persistem.
Os grandes avanços biomédicos permitem, que hoje, uma pessoa a viver com VIH, tenha uma esperança de vida similar a qualquer outra pessoa, que possa disfrutar a vida com uma doença crónica, que possam ser mães e pais, que possam viver plenamente. O tratamento como prevenção permite, que hoje se diga, que uma pessoa com VIH, com carga viral indetectável e comprometida no seu tratamento não transmite o VIH. E permite, também, que as pessoas seronegativas ao VIH possam evitar a transmissão através da profilaxia pré-exposição (PrEP). Em breve, tomaremos uma injeção bimensalmente, em lugar da toma diária de comprimidos.
Neste dia mundial da resposta ao VIH/SIDA prestamos homenagem e lembramos todxs xs que partiram, todxs que se sujeitaram a pesquisas médicas e científicas com impacto negativo na sua saúde para beneficiar todxs xs outrxs, todxs que sofreram e sofrem, todxs as que lidam com efeitos secundários das terapias que xs salvam, todxs xs que lutaram e lutam para que muitxs possam viver hoje vidas dignas.
É também um tempo de esperança e de novos começos, de oportunidades. A esperança de uma vacina mas também de um mundo sem estigma, um mundo sem sexismo, sem racismo, sem homofobia, sem os preconceitos que agravam qualquer epidemia. Para isso a ação de todxs é necessária, a minha, a tua a de todxs nós para que vivamos num mundo de solidariedade, de direitos humanos, de amor e compaixão.
Na Seres acreditamos que esse mundo é possível e defendemos, lutamos por uma vida justa, equitativa e com qualidade onde as pessoas com VIH tenham recursos, voz, escolha e oportunidades livres de qualquer estigma e/ou discriminação.
#MaisInformaçãoMenosPreconceito
#PoderiaSerEu
-
Mulheres que já se encontram em terapia antirretroviral e que começam a tomar um inibidor da integrase (INSTI) apresentam um aumento maior na hemoglobina A1c (HbA1c) e na tensão arterial do que aquelas que continuam o tratamento para VIH sem um INSTI. Tanto a HbA1c quanto a tensão arterial são indicadores de risco cardiometabólico.
As 1.118 participantes (234 no grupo INSTI, 884 no grupo não INSTI) foram acompanhadas por cerca de dois anos. No início do estudo, 73% estavam com sobrepeso ou obesas.
O aumento da HbA1c e da tensão arterial foi particularmente pronunciado em mulheres que ganharam ≥ 5% do peso após iniciar um INSTI.
Embora as taxas de diabetes incidente (5% no grupo INSTI, 2% no grupo não INSTI) e hipertensão (24% no grupo INSTI, 20% no grupo não INSTI) fossem comparáveis entre os braços do estudo, os aumentos observados ainda aumentam o risco de complicações glicémicas e doenças coronárias das participantes.
Mais estudos são necessários.
Encontre o estudo aqui.
-
Uma injeção administrada a cada dois meses demonstrou ser mais eficaz que a toma diária de um comprimido, na prevenção do VIH em mulheres.
Esta notícia é particularmente importante para as mulheres que têm dificuldade em obter ou tomar a profilaxia pré-exposição (PrEP).
Este estudo salienta a importância de incluir mulheres nos estudos científicos relativos ao VIH. As mulheres continuam sub-representadas nestes estudos apesar de constituírem metade das infeções por VIH, no mundo.
O único tratamento aprovado como PrEP é o Truvada que apresenta uma boa eficácia se tomada em conformidade com o prescrito. Mas a boa adesão requerida nem sempre é possível ou existente. Por outro lado, a sua toma a longo prazo pode levar à perda óssea.
Por isso a importância destes resultados pois apresenta mais opções para as mulheres.
Este tratamento ainda não foi aprovado.
Encontre a notícia sobre este estudo aqui.
-
Perante a especulação:
– Estão as pessoas que vivem com VIH protegidas pelos antirretrovirais (ARV)?
- Estudo realizado nos EUA, em 36 instituições, observou não existir associação entre ARVs ou ausência de supressão viral e consequências de infeção por COVID-19. (Dandachi, Clinic Infect Dis. 2020)
- Estudo em Espanha, envolvendo 77.590 pessoas que vivem com VIH (PVV), analisou a incidência e gravidade do COVID em PVV. O risco de diagnóstico por COVID-19 e hospitalização era maior entre os homens e as pessoas com mais de 70 anos (3.7 por 10.000 em PVV comparativamente com 2.1 por 10.000 na população em geral). Este estudo observou também que nenhuma pessoa em Tenofovir/ emtricitabina foi admitida nos cuidados intensivos ou morreu. Mas mais estudos são necessários. (Del Amo, Ann Intern Med. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32589451/)
- O maior estudo foi realizado na África do Sul envolvendo cerca de 3 milhões de pessoas (3.978 PVV com COVID-19). A morte por COVID-19 estava associada ao sexo masculino, idade avançada, diabetes, hipertensão e doença renal crónica. E observou que o rácio de mortalidade por COVID-19 nas pessoas com VIH vs sem VIH foi de 2.39. (Boulle, CID. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32860699/)
- Estudo realizado nos EUA entre os veteranos (VACS) observou não existir maior suscetibilidade ao COVID-19 ou incidência de gravidade de doença entre as PVV infetadas. (Park, AIDS2020, abstract LBPEC23, 2020)
- PVV participaram na pesquisa da vacina, mas não sabemos o número.
- Em estudos maiores, as PVV com estabilidade nos ARV, apresentam resultados semelhantes às pessoas sem VIH, mas os dados sobre mortalidade não são consistentes.
- Uma baixa contagem de CD4 pode piorar os resultados.
- Sobre a mortalidade por COVID-19 entre PVV ver o artigo publicado aqui.
Baseado em artigo do Dr. Paul E. Sax, Director Clínico do Brigham and Women’s Hospital e Professor de Medicina de Harvard Medical School
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O GAT, Grupo de Ativistas em Tratamentos e a Seres (con) viver com o VIH, duas organizações de doentes VIH, apresentam vários estudos que apontam para uma maior mortalidade das pessoas com o VIH face ao COVID-19 aos responsáveis pelo plano de vacinação e autoridades em VIH.
Alguns estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade pela COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH. Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA que não conseguiram encontrar provas de que o VIH é um fator de risco para a COVID-19:
aidsonline, aids2020, tandfonline
Anteriormente, um grande estudo na África do Sul observou também um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação em Portugal.
-
Os estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade por COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH.
Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA não conseguiram encontrar evidências de que o VIH é um fator de risco para o COVID-19:
AIDS online, AIDS2020, Taylor and Francis online
Mas um estudo realizado no Reino Unido, que envolveu 47,592 pacientes, demonstrou que a positividade ao VIH estava associada a um maior risco de morte (47%). Esta diferença na mortalidade era mais evidente nas pessoas com menos de 60 anos. Abaixo desta idade, o estado positivo ao VIH mais do que duplicava o risco de mortalidade.
Encontre o estudo aqui.
No artigo publicado no The Lancet, com estes resultados a interpretação, aponta para que as pessoas com VIH se encontram em maior risco de mortalidade por COVID-19.
Encontre o artigo aqui.
As pessoas com VIH são mais propensas a serem admitidas em hospitais com COVID-19 e a morrer no hospital devido a COVID-19 do que pessoas sem VIH, e pessoas com doença por VIH mais avançada ou carga viral não suprimida eram mais propensas do que outras pessoas com VIH a serem hospitalizadas, conforme uma revisão dos dados de vigilância no estado de Nova Iorque.
Encontre o estudo aqui.
Anteriormente, um largo estudo na África do Sul observou um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Encontre o estudo aqui.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação.
-
Apesar da pandemia, e de todos os condicionalismos, existiram alguns avanços na pesquisa e estudo do VIH e tratamentos.
Nesta página apresentamos os maiores acontecimentos, nesta área, em 2020.
VIH e COVID-19
Estudos realizados em Espanha e nos EUA não conseguiram encontrar evidências de que o VIH é um fator de risco para o COVID-19.
Encontre os estudos aqui, aqui e aqui.
Mas um estudo realizado no Reino Unido, que envolveu 47,592 pacientes, demonstrou que a positividade ao VIH estava associada a um maior risco de morte (47%). Esta diferença na mortalidade era mais evidente nas pessoas com menos de 60 anos. Abaixo desta idade, o estado positivo ao VIH mais do que duplicava o risco de mortalidade.
Encontre o estudo aqui.
a taxa de mortalidade desceu entre as pessoas com VIH
De acordo com o relatório VIH de 2019, do INSA, “na última década regista-se um decréscimo na mortalidade associada à infeção por VIH. … a taxa de mortalidade observada em Portugal é muito superior à observada na União Europeia, à semelhança do já referido para a taxa de novos diagnósticos de infeção e de SIDA.”
De acordo com o relatório VIH de 2020, “o maior número de mortes ocorreu em homens (12366; 81,3%) e em UDI (7417; 48,8%). Na década mais recente registaram-se 3933 óbitos, dos quais 48,4% (n=1902) em casos de transmissão heterossexual, 41,2% (n=1619) em utilizadores de drogas injetadas e 8,3% (n=328) em HSH.” O relatório aqui.
De referir que a esperança de vida entre as pessoas que vivem com VIH (comparativamente com as pessoas sem VIH) desceu de 22 anos durante 2000-2003 para 9 anos durante 2014-2016. Mas o mesmo não se pode dizer quanto a comorbidades. O artigo aqui.
PrEP injetável
A PrEP (profilaxia pré-exposição) tem sido oferecida como comprimido, mas em breve existirá a opção de tomar uma injeção bimensal (a cada 2 meses).
Esta injeção com cabotegravir (CAB) demonstrou ser mais eficaz do que o comprimido, conforme estudos realizados em mulheres cisgénero, mulheres transgénero e HSH. E apesar de existirem efeitos secundários estes não implicaram abandonar esta terapêutica.
Encontre o estudo aqui. E sobre as mulheres aqui. Em HSH e transgénero aqui.
Uma opção para quem tem extensa resistência a TARV, Fostemsavir
A percentagem, de pessoas que vive com VIH, com múltiplas resistências e poucas opções de tratamento antirretroviral (TARV), é pequena.
Mas para essas pessoas o fostemsavir pode ser a salvação. Felizmente a maioria das pessoas nunca necessitará deste tratamento.
Encontre o artigo aqui.
Uma injeção subcutânea de 6 em 6 meses, para pessoas multirresistentes, em estudo
Para quem é multirresistente, o Lenacapavir, pode ser a solução. Mas ainda se encontra em estudo.
O Lenacapavir é uma injeção administrada a cada 6 meses, que demonstrou ser eficaz a baixar ou reduzir a carga viral.
Encontre o artigo aqui.
Aumento de peso, após início de TARV
Os inibidores da integrasse são potentes, com elevada barreira de resistência e normalmente bem tolerados. Mas observou-se um elevado aumento de peso, após a sua iniciação, sobretudo do dolutegravir e do bictegravir.
Segundo, estudo realizado na África do sul, a obesidade afeta as pessoas com VIH, mas, sobretudo as mulheres a tomar estes ARV.
Encontre o estudo aqui.
Anel vaginal
-
- Em Portugal, vivem com o VIH, 17.137 mulheres (valores acumulados 1983 a 2019).
- As mulheres representam 30,7% dos novos casos de infeção (dos 778 casos diagnosticados durante o ano 2019 maiores de 15 anos). De salientar que a via de infeção é sobretudo via heterossexual (92,5%) e nesta categoria as mulheres representam 51% das infeções (221 casos nas mulheres comparativamente a 212 casos em homens).
- A idade à data de diagnóstico situou-se entre os 25 e os 49 anos em 64,8% dos novos casos, enquanto 24,2% foram diagnosticados em indivíduos com idade superior ou igual a 50 anos.
- Nas mulheres, a idade à data de diagnóstico situou-se em 7.1% entre os 15 e 24 anos; 24,1% em mulheres com idade igual ou superior a 50 anos. 64,9% dos novos casos situou-se entre os 25 e os 49 anos. A idade mediana foi de 40 anos.
- Apesar dos novos casos de infeção entre 15-19 anos representar apenas 2,6% do total de casos, em 2019, as raparigas representam 43% dos casos nesta idade.
- 43,9% dos novos casos ocorreu em mulheres oriundas de Africa subsariana.
- “Em 2019 foram diagnosticadas 24 infeções por VIH do tipo 2 (VIH-2). Esses diagnósticos ocorreram maioritariamente em mulheres (83,3%; 20/24), em indivíduos com 50 ou mais anos (66,6%; 16/24) e em nascidos na Guiné-Bissau (75,0%; 18/24).”
- O diagnóstico foi tardio em 46,7% das mulheres e mais frequente nos casos de transmissão heterossexual (56,7%)…atingindo o valor de 68,1% nos casos com idades de 50 ou mais anos.”
- Os novos casos de SIDA ocorrem sobretudo entre heterossexuais (73,8%). As mulheres representam 34,9% dos novos casos de SIDA, sendo mais prevalente entre os 39-49 anos.
- Existiram 197 óbitos por SIDA, em 2019, 52 eram mulheres.
“Portugal foi, durante vários anos, o país da União Europeia com a taxa mais elevada de diagnósticos de SIDA. Desde 2012 ocupa a segunda posição atrás da Letónia, contudo, as taxas anuais observadas têm valores de aproximadamente o quádruplo da taxa média europeia” .
Encontre o relatório INSA, 2020 aqui.
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20.1 milhões de mulheres, no mundo, vivem com VIH
Em Portugal vivem com o VIH, 17.137 mulheres (valores acumulados 1983 a 2019). (INSA, 2020)
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Celebramos, hoje, o Dia Mundial contra a Sida, no decorrer de uma outra pandemia. E celebramos de uma forma diferente, mais intimista, recorrendo a plataformas que nos unem. Celebramos confinadas para que no próximo ano estejamos TODAS e não falte ninguém.
As pessoas que vivem com VIH, e sobretudo as sobreviventes de longa duração, sabem o que é viver uma pandemia. Na década de 80 e 90 do milénio passado, sentimos a discriminação e o estigma, sentimos o medo do desconhecido. E hoje, apesar dos avanços biomédicos, o estigma e a discriminação ainda persistem.
Os grandes avanços biomédicos permitem, que hoje, uma pessoa a viver com VIH, tenha uma esperança de vida similar a qualquer outra pessoa, que possa disfrutar a vida com uma doença crónica, que possam ser mães e pais, que possam viver plenamente. O tratamento como prevenção permite, que hoje se diga, que uma pessoa com VIH, com carga viral indetectável e comprometida no seu tratamento não transmite o VIH. E permite, também, que as pessoas seronegativas ao VIH possam evitar a transmissão através da profilaxia pré-exposição (PrEP). Em breve, tomaremos uma injeção bimensalmente, em lugar da toma diária de comprimidos.
Neste dia mundial da resposta ao VIH/SIDA prestamos homenagem e lembramos todxs xs que partiram, todxs que se sujeitaram a pesquisas médicas e científicas com impacto negativo na sua saúde para beneficiar todxs xs outrxs, todxs que sofreram e sofrem, todxs as que lidam com efeitos secundários das terapias que xs salvam, todxs xs que lutaram e lutam para que muitxs possam viver hoje vidas dignas.
É também um tempo de esperança e de novos começos, de oportunidades. A esperança de uma vacina mas também de um mundo sem estigma, um mundo sem sexismo, sem racismo, sem homofobia, sem os preconceitos que agravam qualquer epidemia. Para isso a ação de todxs é necessária, a minha, a tua a de todxs nós para que vivamos num mundo de solidariedade, de direitos humanos, de amor e compaixão.
Na Seres acreditamos que esse mundo é possível e defendemos, lutamos por uma vida justa, equitativa e com qualidade onde as pessoas com VIH tenham recursos, voz, escolha e oportunidades livres de qualquer estigma e/ou discriminação.
#MaisInformaçãoMenosPreconceito
#PoderiaSerEu
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Mulheres que já se encontram em terapia antirretroviral e que começam a tomar um inibidor da integrase (INSTI) apresentam um aumento maior na hemoglobina A1c (HbA1c) e na tensão arterial do que aquelas que continuam o tratamento para VIH sem um INSTI. Tanto a HbA1c quanto a tensão arterial são indicadores de risco cardiometabólico.
As 1.118 participantes (234 no grupo INSTI, 884 no grupo não INSTI) foram acompanhadas por cerca de dois anos. No início do estudo, 73% estavam com sobrepeso ou obesas.
O aumento da HbA1c e da tensão arterial foi particularmente pronunciado em mulheres que ganharam ≥ 5% do peso após iniciar um INSTI.
Embora as taxas de diabetes incidente (5% no grupo INSTI, 2% no grupo não INSTI) e hipertensão (24% no grupo INSTI, 20% no grupo não INSTI) fossem comparáveis entre os braços do estudo, os aumentos observados ainda aumentam o risco de complicações glicémicas e doenças coronárias das participantes.
Mais estudos são necessários.
Encontre o estudo aqui.
-
Uma injeção administrada a cada dois meses demonstrou ser mais eficaz que a toma diária de um comprimido, na prevenção do VIH em mulheres.
Esta notícia é particularmente importante para as mulheres que têm dificuldade em obter ou tomar a profilaxia pré-exposição (PrEP).
Este estudo salienta a importância de incluir mulheres nos estudos científicos relativos ao VIH. As mulheres continuam sub-representadas nestes estudos apesar de constituírem metade das infeções por VIH, no mundo.
O único tratamento aprovado como PrEP é o Truvada que apresenta uma boa eficácia se tomada em conformidade com o prescrito. Mas a boa adesão requerida nem sempre é possível ou existente. Por outro lado, a sua toma a longo prazo pode levar à perda óssea.
Por isso a importância destes resultados pois apresenta mais opções para as mulheres.
Este tratamento ainda não foi aprovado.
Encontre a notícia sobre este estudo aqui.
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Perante a especulação:
– Estão as pessoas que vivem com VIH protegidas pelos antirretrovirais (ARV)?
- Estudo realizado nos EUA, em 36 instituições, observou não existir associação entre ARVs ou ausência de supressão viral e consequências de infeção por COVID-19. (Dandachi, Clinic Infect Dis. 2020)
- Estudo em Espanha, envolvendo 77.590 pessoas que vivem com VIH (PVV), analisou a incidência e gravidade do COVID em PVV. O risco de diagnóstico por COVID-19 e hospitalização era maior entre os homens e as pessoas com mais de 70 anos (3.7 por 10.000 em PVV comparativamente com 2.1 por 10.000 na população em geral). Este estudo observou também que nenhuma pessoa em Tenofovir/ emtricitabina foi admitida nos cuidados intensivos ou morreu. Mas mais estudos são necessários. (Del Amo, Ann Intern Med. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32589451/)
- O maior estudo foi realizado na África do Sul envolvendo cerca de 3 milhões de pessoas (3.978 PVV com COVID-19). A morte por COVID-19 estava associada ao sexo masculino, idade avançada, diabetes, hipertensão e doença renal crónica. E observou que o rácio de mortalidade por COVID-19 nas pessoas com VIH vs sem VIH foi de 2.39. (Boulle, CID. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32860699/)
- Estudo realizado nos EUA entre os veteranos (VACS) observou não existir maior suscetibilidade ao COVID-19 ou incidência de gravidade de doença entre as PVV infetadas. (Park, AIDS2020, abstract LBPEC23, 2020)
- PVV participaram na pesquisa da vacina, mas não sabemos o número.
- Em estudos maiores, as PVV com estabilidade nos ARV, apresentam resultados semelhantes às pessoas sem VIH, mas os dados sobre mortalidade não são consistentes.
- Uma baixa contagem de CD4 pode piorar os resultados.
- Sobre a mortalidade por COVID-19 entre PVV ver o artigo publicado aqui.
Baseado em artigo do Dr. Paul E. Sax, Director Clínico do Brigham and Women’s Hospital e Professor de Medicina de Harvard Medical School
-
O GAT, Grupo de Ativistas em Tratamentos e a Seres (con) viver com o VIH, duas organizações de doentes VIH, apresentam vários estudos que apontam para uma maior mortalidade das pessoas com o VIH face ao COVID-19 aos responsáveis pelo plano de vacinação e autoridades em VIH.
Alguns estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade pela COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH. Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA que não conseguiram encontrar provas de que o VIH é um fator de risco para a COVID-19:
aidsonline, aids2020, tandfonline
Anteriormente, um grande estudo na África do Sul observou também um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação em Portugal.
-
Os estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade por COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH.
Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA não conseguiram encontrar evidências de que o VIH é um fator de risco para o COVID-19:
AIDS online, AIDS2020, Taylor and Francis online
Mas um estudo realizado no Reino Unido, que envolveu 47,592 pacientes, demonstrou que a positividade ao VIH estava associada a um maior risco de morte (47%). Esta diferença na mortalidade era mais evidente nas pessoas com menos de 60 anos. Abaixo desta idade, o estado positivo ao VIH mais do que duplicava o risco de mortalidade.
Encontre o estudo aqui.
No artigo publicado no The Lancet, com estes resultados a interpretação, aponta para que as pessoas com VIH se encontram em maior risco de mortalidade por COVID-19.
Encontre o artigo aqui.
As pessoas com VIH são mais propensas a serem admitidas em hospitais com COVID-19 e a morrer no hospital devido a COVID-19 do que pessoas sem VIH, e pessoas com doença por VIH mais avançada ou carga viral não suprimida eram mais propensas do que outras pessoas com VIH a serem hospitalizadas, conforme uma revisão dos dados de vigilância no estado de Nova Iorque.
Encontre o estudo aqui.
Anteriormente, um largo estudo na África do Sul observou um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Encontre o estudo aqui.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação.
-
Apesar da pandemia, e de todos os condicionalismos, existiram alguns avanços na pesquisa e estudo do VIH e tratamentos.
Nesta página apresentamos os maiores acontecimentos, nesta área, em 2020.
VIH e COVID-19
Estudos realizados em Espanha e nos EUA não conseguiram encontrar evidências de que o VIH é um fator de risco para o COVID-19.
Encontre os estudos aqui, aqui e aqui.
Mas um estudo realizado no Reino Unido, que envolveu 47,592 pacientes, demonstrou que a positividade ao VIH estava associada a um maior risco de morte (47%). Esta diferença na mortalidade era mais evidente nas pessoas com menos de 60 anos. Abaixo desta idade, o estado positivo ao VIH mais do que duplicava o risco de mortalidade.
Encontre o estudo aqui.
a taxa de mortalidade desceu entre as pessoas com VIH
De acordo com o relatório VIH de 2019, do INSA, “na última década regista-se um decréscimo na mortalidade associada à infeção por VIH. … a taxa de mortalidade observada em Portugal é muito superior à observada na União Europeia, à semelhança do já referido para a taxa de novos diagnósticos de infeção e de SIDA.”
De acordo com o relatório VIH de 2020, “o maior número de mortes ocorreu em homens (12366; 81,3%) e em UDI (7417; 48,8%). Na década mais recente registaram-se 3933 óbitos, dos quais 48,4% (n=1902) em casos de transmissão heterossexual, 41,2% (n=1619) em utilizadores de drogas injetadas e 8,3% (n=328) em HSH.” O relatório aqui.
De referir que a esperança de vida entre as pessoas que vivem com VIH (comparativamente com as pessoas sem VIH) desceu de 22 anos durante 2000-2003 para 9 anos durante 2014-2016. Mas o mesmo não se pode dizer quanto a comorbidades. O artigo aqui.
PrEP injetável
A PrEP (profilaxia pré-exposição) tem sido oferecida como comprimido, mas em breve existirá a opção de tomar uma injeção bimensal (a cada 2 meses).
Esta injeção com cabotegravir (CAB) demonstrou ser mais eficaz do que o comprimido, conforme estudos realizados em mulheres cisgénero, mulheres transgénero e HSH. E apesar de existirem efeitos secundários estes não implicaram abandonar esta terapêutica.
Encontre o estudo aqui. E sobre as mulheres aqui. Em HSH e transgénero aqui.
Uma opção para quem tem extensa resistência a TARV, Fostemsavir
A percentagem, de pessoas que vive com VIH, com múltiplas resistências e poucas opções de tratamento antirretroviral (TARV), é pequena.
Mas para essas pessoas o fostemsavir pode ser a salvação. Felizmente a maioria das pessoas nunca necessitará deste tratamento.
Encontre o artigo aqui.
Uma injeção subcutânea de 6 em 6 meses, para pessoas multirresistentes, em estudo
Para quem é multirresistente, o Lenacapavir, pode ser a solução. Mas ainda se encontra em estudo.
O Lenacapavir é uma injeção administrada a cada 6 meses, que demonstrou ser eficaz a baixar ou reduzir a carga viral.
Encontre o artigo aqui.
Aumento de peso, após início de TARV
Os inibidores da integrasse são potentes, com elevada barreira de resistência e normalmente bem tolerados. Mas observou-se um elevado aumento de peso, após a sua iniciação, sobretudo do dolutegravir e do bictegravir.
Segundo, estudo realizado na África do sul, a obesidade afeta as pessoas com VIH, mas, sobretudo as mulheres a tomar estes ARV.
Encontre o estudo aqui.
Anel vaginal
-
- Em Portugal, vivem com o VIH, 17.137 mulheres (valores acumulados 1983 a 2019).
- As mulheres representam 30,7% dos novos casos de infeção (dos 778 casos diagnosticados durante o ano 2019 maiores de 15 anos). De salientar que a via de infeção é sobretudo via heterossexual (92,5%) e nesta categoria as mulheres representam 51% das infeções (221 casos nas mulheres comparativamente a 212 casos em homens).
- A idade à data de diagnóstico situou-se entre os 25 e os 49 anos em 64,8% dos novos casos, enquanto 24,2% foram diagnosticados em indivíduos com idade superior ou igual a 50 anos.
- Nas mulheres, a idade à data de diagnóstico situou-se em 7.1% entre os 15 e 24 anos; 24,1% em mulheres com idade igual ou superior a 50 anos. 64,9% dos novos casos situou-se entre os 25 e os 49 anos. A idade mediana foi de 40 anos.
- Apesar dos novos casos de infeção entre 15-19 anos representar apenas 2,6% do total de casos, em 2019, as raparigas representam 43% dos casos nesta idade.
- 43,9% dos novos casos ocorreu em mulheres oriundas de Africa subsariana.
- “Em 2019 foram diagnosticadas 24 infeções por VIH do tipo 2 (VIH-2). Esses diagnósticos ocorreram maioritariamente em mulheres (83,3%; 20/24), em indivíduos com 50 ou mais anos (66,6%; 16/24) e em nascidos na Guiné-Bissau (75,0%; 18/24).”
- O diagnóstico foi tardio em 46,7% das mulheres e mais frequente nos casos de transmissão heterossexual (56,7%)…atingindo o valor de 68,1% nos casos com idades de 50 ou mais anos.”
- Os novos casos de SIDA ocorrem sobretudo entre heterossexuais (73,8%). As mulheres representam 34,9% dos novos casos de SIDA, sendo mais prevalente entre os 39-49 anos.
- Existiram 197 óbitos por SIDA, em 2019, 52 eram mulheres.
“Portugal foi, durante vários anos, o país da União Europeia com a taxa mais elevada de diagnósticos de SIDA. Desde 2012 ocupa a segunda posição atrás da Letónia, contudo, as taxas anuais observadas têm valores de aproximadamente o quádruplo da taxa média europeia” .
Encontre o relatório INSA, 2020 aqui.
-
20.1 milhões de mulheres, no mundo, vivem com VIH
Em Portugal vivem com o VIH, 17.137 mulheres (valores acumulados 1983 a 2019). (INSA, 2020)
-
Celebramos, hoje, o Dia Mundial contra a Sida, no decorrer de uma outra pandemia. E celebramos de uma forma diferente, mais intimista, recorrendo a plataformas que nos unem. Celebramos confinadas para que no próximo ano estejamos TODAS e não falte ninguém.
As pessoas que vivem com VIH, e sobretudo as sobreviventes de longa duração, sabem o que é viver uma pandemia. Na década de 80 e 90 do milénio passado, sentimos a discriminação e o estigma, sentimos o medo do desconhecido. E hoje, apesar dos avanços biomédicos, o estigma e a discriminação ainda persistem.
Os grandes avanços biomédicos permitem, que hoje, uma pessoa a viver com VIH, tenha uma esperança de vida similar a qualquer outra pessoa, que possa disfrutar a vida com uma doença crónica, que possam ser mães e pais, que possam viver plenamente. O tratamento como prevenção permite, que hoje se diga, que uma pessoa com VIH, com carga viral indetectável e comprometida no seu tratamento não transmite o VIH. E permite, também, que as pessoas seronegativas ao VIH possam evitar a transmissão através da profilaxia pré-exposição (PrEP). Em breve, tomaremos uma injeção bimensalmente, em lugar da toma diária de comprimidos.
Neste dia mundial da resposta ao VIH/SIDA prestamos homenagem e lembramos todxs xs que partiram, todxs que se sujeitaram a pesquisas médicas e científicas com impacto negativo na sua saúde para beneficiar todxs xs outrxs, todxs que sofreram e sofrem, todxs as que lidam com efeitos secundários das terapias que xs salvam, todxs xs que lutaram e lutam para que muitxs possam viver hoje vidas dignas.
É também um tempo de esperança e de novos começos, de oportunidades. A esperança de uma vacina mas também de um mundo sem estigma, um mundo sem sexismo, sem racismo, sem homofobia, sem os preconceitos que agravam qualquer epidemia. Para isso a ação de todxs é necessária, a minha, a tua a de todxs nós para que vivamos num mundo de solidariedade, de direitos humanos, de amor e compaixão.
Na Seres acreditamos que esse mundo é possível e defendemos, lutamos por uma vida justa, equitativa e com qualidade onde as pessoas com VIH tenham recursos, voz, escolha e oportunidades livres de qualquer estigma e/ou discriminação.
#MaisInformaçãoMenosPreconceito
#PoderiaSerEu
-
Mulheres que já se encontram em terapia antirretroviral e que começam a tomar um inibidor da integrase (INSTI) apresentam um aumento maior na hemoglobina A1c (HbA1c) e na tensão arterial do que aquelas que continuam o tratamento para VIH sem um INSTI. Tanto a HbA1c quanto a tensão arterial são indicadores de risco cardiometabólico.
As 1.118 participantes (234 no grupo INSTI, 884 no grupo não INSTI) foram acompanhadas por cerca de dois anos. No início do estudo, 73% estavam com sobrepeso ou obesas.
O aumento da HbA1c e da tensão arterial foi particularmente pronunciado em mulheres que ganharam ≥ 5% do peso após iniciar um INSTI.
Embora as taxas de diabetes incidente (5% no grupo INSTI, 2% no grupo não INSTI) e hipertensão (24% no grupo INSTI, 20% no grupo não INSTI) fossem comparáveis entre os braços do estudo, os aumentos observados ainda aumentam o risco de complicações glicémicas e doenças coronárias das participantes.
Mais estudos são necessários.
Encontre o estudo aqui.
-
Uma injeção administrada a cada dois meses demonstrou ser mais eficaz que a toma diária de um comprimido, na prevenção do VIH em mulheres.
Esta notícia é particularmente importante para as mulheres que têm dificuldade em obter ou tomar a profilaxia pré-exposição (PrEP).
Este estudo salienta a importância de incluir mulheres nos estudos científicos relativos ao VIH. As mulheres continuam sub-representadas nestes estudos apesar de constituírem metade das infeções por VIH, no mundo.
O único tratamento aprovado como PrEP é o Truvada que apresenta uma boa eficácia se tomada em conformidade com o prescrito. Mas a boa adesão requerida nem sempre é possível ou existente. Por outro lado, a sua toma a longo prazo pode levar à perda óssea.
Por isso a importância destes resultados pois apresenta mais opções para as mulheres.
Este tratamento ainda não foi aprovado.
Encontre a notícia sobre este estudo aqui.
-
Perante a especulação:
– Estão as pessoas que vivem com VIH protegidas pelos antirretrovirais (ARV)?
- Estudo realizado nos EUA, em 36 instituições, observou não existir associação entre ARVs ou ausência de supressão viral e consequências de infeção por COVID-19. (Dandachi, Clinic Infect Dis. 2020)
- Estudo em Espanha, envolvendo 77.590 pessoas que vivem com VIH (PVV), analisou a incidência e gravidade do COVID em PVV. O risco de diagnóstico por COVID-19 e hospitalização era maior entre os homens e as pessoas com mais de 70 anos (3.7 por 10.000 em PVV comparativamente com 2.1 por 10.000 na população em geral). Este estudo observou também que nenhuma pessoa em Tenofovir/ emtricitabina foi admitida nos cuidados intensivos ou morreu. Mas mais estudos são necessários. (Del Amo, Ann Intern Med. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32589451/)
- O maior estudo foi realizado na África do Sul envolvendo cerca de 3 milhões de pessoas (3.978 PVV com COVID-19). A morte por COVID-19 estava associada ao sexo masculino, idade avançada, diabetes, hipertensão e doença renal crónica. E observou que o rácio de mortalidade por COVID-19 nas pessoas com VIH vs sem VIH foi de 2.39. (Boulle, CID. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32860699/)
- Estudo realizado nos EUA entre os veteranos (VACS) observou não existir maior suscetibilidade ao COVID-19 ou incidência de gravidade de doença entre as PVV infetadas. (Park, AIDS2020, abstract LBPEC23, 2020)
- PVV participaram na pesquisa da vacina, mas não sabemos o número.
- Em estudos maiores, as PVV com estabilidade nos ARV, apresentam resultados semelhantes às pessoas sem VIH, mas os dados sobre mortalidade não são consistentes.
- Uma baixa contagem de CD4 pode piorar os resultados.
- Sobre a mortalidade por COVID-19 entre PVV ver o artigo publicado aqui.
Baseado em artigo do Dr. Paul E. Sax, Director Clínico do Brigham and Women’s Hospital e Professor de Medicina de Harvard Medical School
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O GAT, Grupo de Ativistas em Tratamentos e a Seres (con) viver com o VIH, duas organizações de doentes VIH, apresentam vários estudos que apontam para uma maior mortalidade das pessoas com o VIH face ao COVID-19 aos responsáveis pelo plano de vacinação e autoridades em VIH.
Alguns estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade pela COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH. Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA que não conseguiram encontrar provas de que o VIH é um fator de risco para a COVID-19:
aidsonline, aids2020, tandfonline
Anteriormente, um grande estudo na África do Sul observou também um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação em Portugal.
-
Os estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade por COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH.
Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA não conseguiram encontrar evidências de que o VIH é um fator de risco para o COVID-19:
AIDS online, AIDS2020, Taylor and Francis online
Mas um estudo realizado no Reino Unido, que envolveu 47,592 pacientes, demonstrou que a positividade ao VIH estava associada a um maior risco de morte (47%). Esta diferença na mortalidade era mais evidente nas pessoas com menos de 60 anos. Abaixo desta idade, o estado positivo ao VIH mais do que duplicava o risco de mortalidade.
Encontre o estudo aqui.
No artigo publicado no The Lancet, com estes resultados a interpretação, aponta para que as pessoas com VIH se encontram em maior risco de mortalidade por COVID-19.
Encontre o artigo aqui.
As pessoas com VIH são mais propensas a serem admitidas em hospitais com COVID-19 e a morrer no hospital devido a COVID-19 do que pessoas sem VIH, e pessoas com doença por VIH mais avançada ou carga viral não suprimida eram mais propensas do que outras pessoas com VIH a serem hospitalizadas, conforme uma revisão dos dados de vigilância no estado de Nova Iorque.
Encontre o estudo aqui.
Anteriormente, um largo estudo na África do Sul observou um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Encontre o estudo aqui.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação.
-
Apesar da pandemia, e de todos os condicionalismos, existiram alguns avanços na pesquisa e estudo do VIH e tratamentos.
Nesta página apresentamos os maiores acontecimentos, nesta área, em 2020.
VIH e COVID-19
Estudos realizados em Espanha e nos EUA não conseguiram encontrar evidências de que o VIH é um fator de risco para o COVID-19.
Encontre os estudos aqui, aqui e aqui.
Mas um estudo realizado no Reino Unido, que envolveu 47,592 pacientes, demonstrou que a positividade ao VIH estava associada a um maior risco de morte (47%). Esta diferença na mortalidade era mais evidente nas pessoas com menos de 60 anos. Abaixo desta idade, o estado positivo ao VIH mais do que duplicava o risco de mortalidade.
Encontre o estudo aqui.
a taxa de mortalidade desceu entre as pessoas com VIH
De acordo com o relatório VIH de 2019, do INSA, “na última década regista-se um decréscimo na mortalidade associada à infeção por VIH. … a taxa de mortalidade observada em Portugal é muito superior à observada na União Europeia, à semelhança do já referido para a taxa de novos diagnósticos de infeção e de SIDA.”
De acordo com o relatório VIH de 2020, “o maior número de mortes ocorreu em homens (12366; 81,3%) e em UDI (7417; 48,8%). Na década mais recente registaram-se 3933 óbitos, dos quais 48,4% (n=1902) em casos de transmissão heterossexual, 41,2% (n=1619) em utilizadores de drogas injetadas e 8,3% (n=328) em HSH.” O relatório aqui.
De referir que a esperança de vida entre as pessoas que vivem com VIH (comparativamente com as pessoas sem VIH) desceu de 22 anos durante 2000-2003 para 9 anos durante 2014-2016. Mas o mesmo não se pode dizer quanto a comorbidades. O artigo aqui.
PrEP injetável
A PrEP (profilaxia pré-exposição) tem sido oferecida como comprimido, mas em breve existirá a opção de tomar uma injeção bimensal (a cada 2 meses).
Esta injeção com cabotegravir (CAB) demonstrou ser mais eficaz do que o comprimido, conforme estudos realizados em mulheres cisgénero, mulheres transgénero e HSH. E apesar de existirem efeitos secundários estes não implicaram abandonar esta terapêutica.
Encontre o estudo aqui. E sobre as mulheres aqui. Em HSH e transgénero aqui.
Uma opção para quem tem extensa resistência a TARV, Fostemsavir
A percentagem, de pessoas que vive com VIH, com múltiplas resistências e poucas opções de tratamento antirretroviral (TARV), é pequena.
Mas para essas pessoas o fostemsavir pode ser a salvação. Felizmente a maioria das pessoas nunca necessitará deste tratamento.
Encontre o artigo aqui.
Uma injeção subcutânea de 6 em 6 meses, para pessoas multirresistentes, em estudo
Para quem é multirresistente, o Lenacapavir, pode ser a solução. Mas ainda se encontra em estudo.
O Lenacapavir é uma injeção administrada a cada 6 meses, que demonstrou ser eficaz a baixar ou reduzir a carga viral.
Encontre o artigo aqui.
Aumento de peso, após início de TARV
Os inibidores da integrasse são potentes, com elevada barreira de resistência e normalmente bem tolerados. Mas observou-se um elevado aumento de peso, após a sua iniciação, sobretudo do dolutegravir e do bictegravir.
Segundo, estudo realizado na África do sul, a obesidade afeta as pessoas com VIH, mas, sobretudo as mulheres a tomar estes ARV.
Encontre o estudo aqui.
Anel vaginal
-
- Em Portugal, vivem com o VIH, 17.137 mulheres (valores acumulados 1983 a 2019).
- As mulheres representam 30,7% dos novos casos de infeção (dos 778 casos diagnosticados durante o ano 2019 maiores de 15 anos). De salientar que a via de infeção é sobretudo via heterossexual (92,5%) e nesta categoria as mulheres representam 51% das infeções (221 casos nas mulheres comparativamente a 212 casos em homens).
- A idade à data de diagnóstico situou-se entre os 25 e os 49 anos em 64,8% dos novos casos, enquanto 24,2% foram diagnosticados em indivíduos com idade superior ou igual a 50 anos.
- Nas mulheres, a idade à data de diagnóstico situou-se em 7.1% entre os 15 e 24 anos; 24,1% em mulheres com idade igual ou superior a 50 anos. 64,9% dos novos casos situou-se entre os 25 e os 49 anos. A idade mediana foi de 40 anos.
- Apesar dos novos casos de infeção entre 15-19 anos representar apenas 2,6% do total de casos, em 2019, as raparigas representam 43% dos casos nesta idade.
- 43,9% dos novos casos ocorreu em mulheres oriundas de Africa subsariana.
- “Em 2019 foram diagnosticadas 24 infeções por VIH do tipo 2 (VIH-2). Esses diagnósticos ocorreram maioritariamente em mulheres (83,3%; 20/24), em indivíduos com 50 ou mais anos (66,6%; 16/24) e em nascidos na Guiné-Bissau (75,0%; 18/24).”
- O diagnóstico foi tardio em 46,7% das mulheres e mais frequente nos casos de transmissão heterossexual (56,7%)…atingindo o valor de 68,1% nos casos com idades de 50 ou mais anos.”
- Os novos casos de SIDA ocorrem sobretudo entre heterossexuais (73,8%). As mulheres representam 34,9% dos novos casos de SIDA, sendo mais prevalente entre os 39-49 anos.
- Existiram 197 óbitos por SIDA, em 2019, 52 eram mulheres.
“Portugal foi, durante vários anos, o país da União Europeia com a taxa mais elevada de diagnósticos de SIDA. Desde 2012 ocupa a segunda posição atrás da Letónia, contudo, as taxas anuais observadas têm valores de aproximadamente o quádruplo da taxa média europeia” .
Encontre o relatório INSA, 2020 aqui.
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20.1 milhões de mulheres, no mundo, vivem com VIH
Em Portugal vivem com o VIH, 17.137 mulheres (valores acumulados 1983 a 2019). (INSA, 2020)
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Celebramos, hoje, o Dia Mundial contra a Sida, no decorrer de uma outra pandemia. E celebramos de uma forma diferente, mais intimista, recorrendo a plataformas que nos unem. Celebramos confinadas para que no próximo ano estejamos TODAS e não falte ninguém.
As pessoas que vivem com VIH, e sobretudo as sobreviventes de longa duração, sabem o que é viver uma pandemia. Na década de 80 e 90 do milénio passado, sentimos a discriminação e o estigma, sentimos o medo do desconhecido. E hoje, apesar dos avanços biomédicos, o estigma e a discriminação ainda persistem.
Os grandes avanços biomédicos permitem, que hoje, uma pessoa a viver com VIH, tenha uma esperança de vida similar a qualquer outra pessoa, que possa disfrutar a vida com uma doença crónica, que possam ser mães e pais, que possam viver plenamente. O tratamento como prevenção permite, que hoje se diga, que uma pessoa com VIH, com carga viral indetectável e comprometida no seu tratamento não transmite o VIH. E permite, também, que as pessoas seronegativas ao VIH possam evitar a transmissão através da profilaxia pré-exposição (PrEP). Em breve, tomaremos uma injeção bimensalmente, em lugar da toma diária de comprimidos.
Neste dia mundial da resposta ao VIH/SIDA prestamos homenagem e lembramos todxs xs que partiram, todxs que se sujeitaram a pesquisas médicas e científicas com impacto negativo na sua saúde para beneficiar todxs xs outrxs, todxs que sofreram e sofrem, todxs as que lidam com efeitos secundários das terapias que xs salvam, todxs xs que lutaram e lutam para que muitxs possam viver hoje vidas dignas.
É também um tempo de esperança e de novos começos, de oportunidades. A esperança de uma vacina mas também de um mundo sem estigma, um mundo sem sexismo, sem racismo, sem homofobia, sem os preconceitos que agravam qualquer epidemia. Para isso a ação de todxs é necessária, a minha, a tua a de todxs nós para que vivamos num mundo de solidariedade, de direitos humanos, de amor e compaixão.
Na Seres acreditamos que esse mundo é possível e defendemos, lutamos por uma vida justa, equitativa e com qualidade onde as pessoas com VIH tenham recursos, voz, escolha e oportunidades livres de qualquer estigma e/ou discriminação.
#MaisInformaçãoMenosPreconceito
#PoderiaSerEu
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Mulheres que já se encontram em terapia antirretroviral e que começam a tomar um inibidor da integrase (INSTI) apresentam um aumento maior na hemoglobina A1c (HbA1c) e na tensão arterial do que aquelas que continuam o tratamento para VIH sem um INSTI. Tanto a HbA1c quanto a tensão arterial são indicadores de risco cardiometabólico.
As 1.118 participantes (234 no grupo INSTI, 884 no grupo não INSTI) foram acompanhadas por cerca de dois anos. No início do estudo, 73% estavam com sobrepeso ou obesas.
O aumento da HbA1c e da tensão arterial foi particularmente pronunciado em mulheres que ganharam ≥ 5% do peso após iniciar um INSTI.
Embora as taxas de diabetes incidente (5% no grupo INSTI, 2% no grupo não INSTI) e hipertensão (24% no grupo INSTI, 20% no grupo não INSTI) fossem comparáveis entre os braços do estudo, os aumentos observados ainda aumentam o risco de complicações glicémicas e doenças coronárias das participantes.
Mais estudos são necessários.
Encontre o estudo aqui.
-
Uma injeção administrada a cada dois meses demonstrou ser mais eficaz que a toma diária de um comprimido, na prevenção do VIH em mulheres.
Esta notícia é particularmente importante para as mulheres que têm dificuldade em obter ou tomar a profilaxia pré-exposição (PrEP).
Este estudo salienta a importância de incluir mulheres nos estudos científicos relativos ao VIH. As mulheres continuam sub-representadas nestes estudos apesar de constituírem metade das infeções por VIH, no mundo.
O único tratamento aprovado como PrEP é o Truvada que apresenta uma boa eficácia se tomada em conformidade com o prescrito. Mas a boa adesão requerida nem sempre é possível ou existente. Por outro lado, a sua toma a longo prazo pode levar à perda óssea.
Por isso a importância destes resultados pois apresenta mais opções para as mulheres.
Este tratamento ainda não foi aprovado.
Encontre a notícia sobre este estudo aqui.
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Perante a especulação:
– Estão as pessoas que vivem com VIH protegidas pelos antirretrovirais (ARV)?
- Estudo realizado nos EUA, em 36 instituições, observou não existir associação entre ARVs ou ausência de supressão viral e consequências de infeção por COVID-19. (Dandachi, Clinic Infect Dis. 2020)
- Estudo em Espanha, envolvendo 77.590 pessoas que vivem com VIH (PVV), analisou a incidência e gravidade do COVID em PVV. O risco de diagnóstico por COVID-19 e hospitalização era maior entre os homens e as pessoas com mais de 70 anos (3.7 por 10.000 em PVV comparativamente com 2.1 por 10.000 na população em geral). Este estudo observou também que nenhuma pessoa em Tenofovir/ emtricitabina foi admitida nos cuidados intensivos ou morreu. Mas mais estudos são necessários. (Del Amo, Ann Intern Med. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32589451/)
- O maior estudo foi realizado na África do Sul envolvendo cerca de 3 milhões de pessoas (3.978 PVV com COVID-19). A morte por COVID-19 estava associada ao sexo masculino, idade avançada, diabetes, hipertensão e doença renal crónica. E observou que o rácio de mortalidade por COVID-19 nas pessoas com VIH vs sem VIH foi de 2.39. (Boulle, CID. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32860699/)
- Estudo realizado nos EUA entre os veteranos (VACS) observou não existir maior suscetibilidade ao COVID-19 ou incidência de gravidade de doença entre as PVV infetadas. (Park, AIDS2020, abstract LBPEC23, 2020)
- PVV participaram na pesquisa da vacina, mas não sabemos o número.
- Em estudos maiores, as PVV com estabilidade nos ARV, apresentam resultados semelhantes às pessoas sem VIH, mas os dados sobre mortalidade não são consistentes.
- Uma baixa contagem de CD4 pode piorar os resultados.
- Sobre a mortalidade por COVID-19 entre PVV ver o artigo publicado aqui.
Baseado em artigo do Dr. Paul E. Sax, Director Clínico do Brigham and Women’s Hospital e Professor de Medicina de Harvard Medical School
-
O GAT, Grupo de Ativistas em Tratamentos e a Seres (con) viver com o VIH, duas organizações de doentes VIH, apresentam vários estudos que apontam para uma maior mortalidade das pessoas com o VIH face ao COVID-19 aos responsáveis pelo plano de vacinação e autoridades em VIH.
Alguns estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade pela COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH. Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA que não conseguiram encontrar provas de que o VIH é um fator de risco para a COVID-19:
aidsonline, aids2020, tandfonline
Anteriormente, um grande estudo na África do Sul observou também um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação em Portugal.
-
Os estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade por COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH.
Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA não conseguiram encontrar evidências de que o VIH é um fator de risco para o COVID-19:
AIDS online, AIDS2020, Taylor and Francis online
Mas um estudo realizado no Reino Unido, que envolveu 47,592 pacientes, demonstrou que a positividade ao VIH estava associada a um maior risco de morte (47%). Esta diferença na mortalidade era mais evidente nas pessoas com menos de 60 anos. Abaixo desta idade, o estado positivo ao VIH mais do que duplicava o risco de mortalidade.
Encontre o estudo aqui.
No artigo publicado no The Lancet, com estes resultados a interpretação, aponta para que as pessoas com VIH se encontram em maior risco de mortalidade por COVID-19.
Encontre o artigo aqui.
As pessoas com VIH são mais propensas a serem admitidas em hospitais com COVID-19 e a morrer no hospital devido a COVID-19 do que pessoas sem VIH, e pessoas com doença por VIH mais avançada ou carga viral não suprimida eram mais propensas do que outras pessoas com VIH a serem hospitalizadas, conforme uma revisão dos dados de vigilância no estado de Nova Iorque.
Encontre o estudo aqui.
Anteriormente, um largo estudo na África do Sul observou um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Encontre o estudo aqui.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação.
-
Apesar da pandemia, e de todos os condicionalismos, existiram alguns avanços na pesquisa e estudo do VIH e tratamentos.
Nesta página apresentamos os maiores acontecimentos, nesta área, em 2020.
VIH e COVID-19
Estudos realizados em Espanha e nos EUA não conseguiram encontrar evidências de que o VIH é um fator de risco para o COVID-19.
Encontre os estudos aqui, aqui e aqui.
Mas um estudo realizado no Reino Unido, que envolveu 47,592 pacientes, demonstrou que a positividade ao VIH estava associada a um maior risco de morte (47%). Esta diferença na mortalidade era mais evidente nas pessoas com menos de 60 anos. Abaixo desta idade, o estado positivo ao VIH mais do que duplicava o risco de mortalidade.
Encontre o estudo aqui.
a taxa de mortalidade desceu entre as pessoas com VIH
De acordo com o relatório VIH de 2019, do INSA, “na última década regista-se um decréscimo na mortalidade associada à infeção por VIH. … a taxa de mortalidade observada em Portugal é muito superior à observada na União Europeia, à semelhança do já referido para a taxa de novos diagnósticos de infeção e de SIDA.”
De acordo com o relatório VIH de 2020, “o maior número de mortes ocorreu em homens (12366; 81,3%) e em UDI (7417; 48,8%). Na década mais recente registaram-se 3933 óbitos, dos quais 48,4% (n=1902) em casos de transmissão heterossexual, 41,2% (n=1619) em utilizadores de drogas injetadas e 8,3% (n=328) em HSH.” O relatório aqui.
De referir que a esperança de vida entre as pessoas que vivem com VIH (comparativamente com as pessoas sem VIH) desceu de 22 anos durante 2000-2003 para 9 anos durante 2014-2016. Mas o mesmo não se pode dizer quanto a comorbidades. O artigo aqui.
PrEP injetável
A PrEP (profilaxia pré-exposição) tem sido oferecida como comprimido, mas em breve existirá a opção de tomar uma injeção bimensal (a cada 2 meses).
Esta injeção com cabotegravir (CAB) demonstrou ser mais eficaz do que o comprimido, conforme estudos realizados em mulheres cisgénero, mulheres transgénero e HSH. E apesar de existirem efeitos secundários estes não implicaram abandonar esta terapêutica.
Encontre o estudo aqui. E sobre as mulheres aqui. Em HSH e transgénero aqui.
Uma opção para quem tem extensa resistência a TARV, Fostemsavir
A percentagem, de pessoas que vive com VIH, com múltiplas resistências e poucas opções de tratamento antirretroviral (TARV), é pequena.
Mas para essas pessoas o fostemsavir pode ser a salvação. Felizmente a maioria das pessoas nunca necessitará deste tratamento.
Encontre o artigo aqui.
Uma injeção subcutânea de 6 em 6 meses, para pessoas multirresistentes, em estudo
Para quem é multirresistente, o Lenacapavir, pode ser a solução. Mas ainda se encontra em estudo.
O Lenacapavir é uma injeção administrada a cada 6 meses, que demonstrou ser eficaz a baixar ou reduzir a carga viral.
Encontre o artigo aqui.
Aumento de peso, após início de TARV
Os inibidores da integrasse são potentes, com elevada barreira de resistência e normalmente bem tolerados. Mas observou-se um elevado aumento de peso, após a sua iniciação, sobretudo do dolutegravir e do bictegravir.
Segundo, estudo realizado na África do sul, a obesidade afeta as pessoas com VIH, mas, sobretudo as mulheres a tomar estes ARV.
Encontre o estudo aqui.
Anel vaginal
-
- Em Portugal, vivem com o VIH, 17.137 mulheres (valores acumulados 1983 a 2019).
- As mulheres representam 30,7% dos novos casos de infeção (dos 778 casos diagnosticados durante o ano 2019 maiores de 15 anos). De salientar que a via de infeção é sobretudo via heterossexual (92,5%) e nesta categoria as mulheres representam 51% das infeções (221 casos nas mulheres comparativamente a 212 casos em homens).
- A idade à data de diagnóstico situou-se entre os 25 e os 49 anos em 64,8% dos novos casos, enquanto 24,2% foram diagnosticados em indivíduos com idade superior ou igual a 50 anos.
- Nas mulheres, a idade à data de diagnóstico situou-se em 7.1% entre os 15 e 24 anos; 24,1% em mulheres com idade igual ou superior a 50 anos. 64,9% dos novos casos situou-se entre os 25 e os 49 anos. A idade mediana foi de 40 anos.
- Apesar dos novos casos de infeção entre 15-19 anos representar apenas 2,6% do total de casos, em 2019, as raparigas representam 43% dos casos nesta idade.
- 43,9% dos novos casos ocorreu em mulheres oriundas de Africa subsariana.
- “Em 2019 foram diagnosticadas 24 infeções por VIH do tipo 2 (VIH-2). Esses diagnósticos ocorreram maioritariamente em mulheres (83,3%; 20/24), em indivíduos com 50 ou mais anos (66,6%; 16/24) e em nascidos na Guiné-Bissau (75,0%; 18/24).”
- O diagnóstico foi tardio em 46,7% das mulheres e mais frequente nos casos de transmissão heterossexual (56,7%)…atingindo o valor de 68,1% nos casos com idades de 50 ou mais anos.”
- Os novos casos de SIDA ocorrem sobretudo entre heterossexuais (73,8%). As mulheres representam 34,9% dos novos casos de SIDA, sendo mais prevalente entre os 39-49 anos.
- Existiram 197 óbitos por SIDA, em 2019, 52 eram mulheres.
“Portugal foi, durante vários anos, o país da União Europeia com a taxa mais elevada de diagnósticos de SIDA. Desde 2012 ocupa a segunda posição atrás da Letónia, contudo, as taxas anuais observadas têm valores de aproximadamente o quádruplo da taxa média europeia” .
Encontre o relatório INSA, 2020 aqui.
-
20.1 milhões de mulheres, no mundo, vivem com VIH
Em Portugal vivem com o VIH, 17.137 mulheres (valores acumulados 1983 a 2019). (INSA, 2020)
-
Celebramos, hoje, o Dia Mundial contra a Sida, no decorrer de uma outra pandemia. E celebramos de uma forma diferente, mais intimista, recorrendo a plataformas que nos unem. Celebramos confinadas para que no próximo ano estejamos TODAS e não falte ninguém.
As pessoas que vivem com VIH, e sobretudo as sobreviventes de longa duração, sabem o que é viver uma pandemia. Na década de 80 e 90 do milénio passado, sentimos a discriminação e o estigma, sentimos o medo do desconhecido. E hoje, apesar dos avanços biomédicos, o estigma e a discriminação ainda persistem.
Os grandes avanços biomédicos permitem, que hoje, uma pessoa a viver com VIH, tenha uma esperança de vida similar a qualquer outra pessoa, que possa disfrutar a vida com uma doença crónica, que possam ser mães e pais, que possam viver plenamente. O tratamento como prevenção permite, que hoje se diga, que uma pessoa com VIH, com carga viral indetectável e comprometida no seu tratamento não transmite o VIH. E permite, também, que as pessoas seronegativas ao VIH possam evitar a transmissão através da profilaxia pré-exposição (PrEP). Em breve, tomaremos uma injeção bimensalmente, em lugar da toma diária de comprimidos.
Neste dia mundial da resposta ao VIH/SIDA prestamos homenagem e lembramos todxs xs que partiram, todxs que se sujeitaram a pesquisas médicas e científicas com impacto negativo na sua saúde para beneficiar todxs xs outrxs, todxs que sofreram e sofrem, todxs as que lidam com efeitos secundários das terapias que xs salvam, todxs xs que lutaram e lutam para que muitxs possam viver hoje vidas dignas.
É também um tempo de esperança e de novos começos, de oportunidades. A esperança de uma vacina mas também de um mundo sem estigma, um mundo sem sexismo, sem racismo, sem homofobia, sem os preconceitos que agravam qualquer epidemia. Para isso a ação de todxs é necessária, a minha, a tua a de todxs nós para que vivamos num mundo de solidariedade, de direitos humanos, de amor e compaixão.
Na Seres acreditamos que esse mundo é possível e defendemos, lutamos por uma vida justa, equitativa e com qualidade onde as pessoas com VIH tenham recursos, voz, escolha e oportunidades livres de qualquer estigma e/ou discriminação.
#MaisInformaçãoMenosPreconceito
#PoderiaSerEu
-
Mulheres que já se encontram em terapia antirretroviral e que começam a tomar um inibidor da integrase (INSTI) apresentam um aumento maior na hemoglobina A1c (HbA1c) e na tensão arterial do que aquelas que continuam o tratamento para VIH sem um INSTI. Tanto a HbA1c quanto a tensão arterial são indicadores de risco cardiometabólico.
As 1.118 participantes (234 no grupo INSTI, 884 no grupo não INSTI) foram acompanhadas por cerca de dois anos. No início do estudo, 73% estavam com sobrepeso ou obesas.
O aumento da HbA1c e da tensão arterial foi particularmente pronunciado em mulheres que ganharam ≥ 5% do peso após iniciar um INSTI.
Embora as taxas de diabetes incidente (5% no grupo INSTI, 2% no grupo não INSTI) e hipertensão (24% no grupo INSTI, 20% no grupo não INSTI) fossem comparáveis entre os braços do estudo, os aumentos observados ainda aumentam o risco de complicações glicémicas e doenças coronárias das participantes.
Mais estudos são necessários.
Encontre o estudo aqui.
-
Uma injeção administrada a cada dois meses demonstrou ser mais eficaz que a toma diária de um comprimido, na prevenção do VIH em mulheres.
Esta notícia é particularmente importante para as mulheres que têm dificuldade em obter ou tomar a profilaxia pré-exposição (PrEP).
Este estudo salienta a importância de incluir mulheres nos estudos científicos relativos ao VIH. As mulheres continuam sub-representadas nestes estudos apesar de constituírem metade das infeções por VIH, no mundo.
O único tratamento aprovado como PrEP é o Truvada que apresenta uma boa eficácia se tomada em conformidade com o prescrito. Mas a boa adesão requerida nem sempre é possível ou existente. Por outro lado, a sua toma a longo prazo pode levar à perda óssea.
Por isso a importância destes resultados pois apresenta mais opções para as mulheres.
Este tratamento ainda não foi aprovado.
Encontre a notícia sobre este estudo aqui.
-
Perante a especulação:
– Estão as pessoas que vivem com VIH protegidas pelos antirretrovirais (ARV)?
- Estudo realizado nos EUA, em 36 instituições, observou não existir associação entre ARVs ou ausência de supressão viral e consequências de infeção por COVID-19. (Dandachi, Clinic Infect Dis. 2020)
- Estudo em Espanha, envolvendo 77.590 pessoas que vivem com VIH (PVV), analisou a incidência e gravidade do COVID em PVV. O risco de diagnóstico por COVID-19 e hospitalização era maior entre os homens e as pessoas com mais de 70 anos (3.7 por 10.000 em PVV comparativamente com 2.1 por 10.000 na população em geral). Este estudo observou também que nenhuma pessoa em Tenofovir/ emtricitabina foi admitida nos cuidados intensivos ou morreu. Mas mais estudos são necessários. (Del Amo, Ann Intern Med. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32589451/)
- O maior estudo foi realizado na África do Sul envolvendo cerca de 3 milhões de pessoas (3.978 PVV com COVID-19). A morte por COVID-19 estava associada ao sexo masculino, idade avançada, diabetes, hipertensão e doença renal crónica. E observou que o rácio de mortalidade por COVID-19 nas pessoas com VIH vs sem VIH foi de 2.39. (Boulle, CID. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32860699/)
- Estudo realizado nos EUA entre os veteranos (VACS) observou não existir maior suscetibilidade ao COVID-19 ou incidência de gravidade de doença entre as PVV infetadas. (Park, AIDS2020, abstract LBPEC23, 2020)
- PVV participaram na pesquisa da vacina, mas não sabemos o número.
- Em estudos maiores, as PVV com estabilidade nos ARV, apresentam resultados semelhantes às pessoas sem VIH, mas os dados sobre mortalidade não são consistentes.
- Uma baixa contagem de CD4 pode piorar os resultados.
- Sobre a mortalidade por COVID-19 entre PVV ver o artigo publicado aqui.
Baseado em artigo do Dr. Paul E. Sax, Director Clínico do Brigham and Women’s Hospital e Professor de Medicina de Harvard Medical School
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O GAT, Grupo de Ativistas em Tratamentos e a Seres (con) viver com o VIH, duas organizações de doentes VIH, apresentam vários estudos que apontam para uma maior mortalidade das pessoas com o VIH face ao COVID-19 aos responsáveis pelo plano de vacinação e autoridades em VIH.
Alguns estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade pela COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH. Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA que não conseguiram encontrar provas de que o VIH é um fator de risco para a COVID-19:
aidsonline, aids2020, tandfonline
Anteriormente, um grande estudo na África do Sul observou também um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação em Portugal.
-
Os estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade por COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH.
Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA não conseguiram encontrar evidências de que o VIH é um fator de risco para o COVID-19:
AIDS online, AIDS2020, Taylor and Francis online
Mas um estudo realizado no Reino Unido, que envolveu 47,592 pacientes, demonstrou que a positividade ao VIH estava associada a um maior risco de morte (47%). Esta diferença na mortalidade era mais evidente nas pessoas com menos de 60 anos. Abaixo desta idade, o estado positivo ao VIH mais do que duplicava o risco de mortalidade.
Encontre o estudo aqui.
No artigo publicado no The Lancet, com estes resultados a interpretação, aponta para que as pessoas com VIH se encontram em maior risco de mortalidade por COVID-19.
Encontre o artigo aqui.
As pessoas com VIH são mais propensas a serem admitidas em hospitais com COVID-19 e a morrer no hospital devido a COVID-19 do que pessoas sem VIH, e pessoas com doença por VIH mais avançada ou carga viral não suprimida eram mais propensas do que outras pessoas com VIH a serem hospitalizadas, conforme uma revisão dos dados de vigilância no estado de Nova Iorque.
Encontre o estudo aqui.
Anteriormente, um largo estudo na África do Sul observou um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Encontre o estudo aqui.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação.
-
Apesar da pandemia, e de todos os condicionalismos, existiram alguns avanços na pesquisa e estudo do VIH e tratamentos.
Nesta página apresentamos os maiores acontecimentos, nesta área, em 2020.
VIH e COVID-19
Estudos realizados em Espanha e nos EUA não conseguiram encontrar evidências de que o VIH é um fator de risco para o COVID-19.
Encontre os estudos aqui, aqui e aqui.
Mas um estudo realizado no Reino Unido, que envolveu 47,592 pacientes, demonstrou que a positividade ao VIH estava associada a um maior risco de morte (47%). Esta diferença na mortalidade era mais evidente nas pessoas com menos de 60 anos. Abaixo desta idade, o estado positivo ao VIH mais do que duplicava o risco de mortalidade.
Encontre o estudo aqui.
a taxa de mortalidade desceu entre as pessoas com VIH
De acordo com o relatório VIH de 2019, do INSA, “na última década regista-se um decréscimo na mortalidade associada à infeção por VIH. … a taxa de mortalidade observada em Portugal é muito superior à observada na União Europeia, à semelhança do já referido para a taxa de novos diagnósticos de infeção e de SIDA.”
De acordo com o relatório VIH de 2020, “o maior número de mortes ocorreu em homens (12366; 81,3%) e em UDI (7417; 48,8%). Na década mais recente registaram-se 3933 óbitos, dos quais 48,4% (n=1902) em casos de transmissão heterossexual, 41,2% (n=1619) em utilizadores de drogas injetadas e 8,3% (n=328) em HSH.” O relatório aqui.
De referir que a esperança de vida entre as pessoas que vivem com VIH (comparativamente com as pessoas sem VIH) desceu de 22 anos durante 2000-2003 para 9 anos durante 2014-2016. Mas o mesmo não se pode dizer quanto a comorbidades. O artigo aqui.
PrEP injetável
A PrEP (profilaxia pré-exposição) tem sido oferecida como comprimido, mas em breve existirá a opção de tomar uma injeção bimensal (a cada 2 meses).
Esta injeção com cabotegravir (CAB) demonstrou ser mais eficaz do que o comprimido, conforme estudos realizados em mulheres cisgénero, mulheres transgénero e HSH. E apesar de existirem efeitos secundários estes não implicaram abandonar esta terapêutica.
Encontre o estudo aqui. E sobre as mulheres aqui. Em HSH e transgénero aqui.
Uma opção para quem tem extensa resistência a TARV, Fostemsavir
A percentagem, de pessoas que vive com VIH, com múltiplas resistências e poucas opções de tratamento antirretroviral (TARV), é pequena.
Mas para essas pessoas o fostemsavir pode ser a salvação. Felizmente a maioria das pessoas nunca necessitará deste tratamento.
Encontre o artigo aqui.
Uma injeção subcutânea de 6 em 6 meses, para pessoas multirresistentes, em estudo
Para quem é multirresistente, o Lenacapavir, pode ser a solução. Mas ainda se encontra em estudo.
O Lenacapavir é uma injeção administrada a cada 6 meses, que demonstrou ser eficaz a baixar ou reduzir a carga viral.
Encontre o artigo aqui.
Aumento de peso, após início de TARV
Os inibidores da integrasse são potentes, com elevada barreira de resistência e normalmente bem tolerados. Mas observou-se um elevado aumento de peso, após a sua iniciação, sobretudo do dolutegravir e do bictegravir.
Segundo, estudo realizado na África do sul, a obesidade afeta as pessoas com VIH, mas, sobretudo as mulheres a tomar estes ARV.
Encontre o estudo aqui.
Anel vaginal
-
- Em Portugal, vivem com o VIH, 17.137 mulheres (valores acumulados 1983 a 2019).
- As mulheres representam 30,7% dos novos casos de infeção (dos 778 casos diagnosticados durante o ano 2019 maiores de 15 anos). De salientar que a via de infeção é sobretudo via heterossexual (92,5%) e nesta categoria as mulheres representam 51% das infeções (221 casos nas mulheres comparativamente a 212 casos em homens).
- A idade à data de diagnóstico situou-se entre os 25 e os 49 anos em 64,8% dos novos casos, enquanto 24,2% foram diagnosticados em indivíduos com idade superior ou igual a 50 anos.
- Nas mulheres, a idade à data de diagnóstico situou-se em 7.1% entre os 15 e 24 anos; 24,1% em mulheres com idade igual ou superior a 50 anos. 64,9% dos novos casos situou-se entre os 25 e os 49 anos. A idade mediana foi de 40 anos.
- Apesar dos novos casos de infeção entre 15-19 anos representar apenas 2,6% do total de casos, em 2019, as raparigas representam 43% dos casos nesta idade.
- 43,9% dos novos casos ocorreu em mulheres oriundas de Africa subsariana.
- “Em 2019 foram diagnosticadas 24 infeções por VIH do tipo 2 (VIH-2). Esses diagnósticos ocorreram maioritariamente em mulheres (83,3%; 20/24), em indivíduos com 50 ou mais anos (66,6%; 16/24) e em nascidos na Guiné-Bissau (75,0%; 18/24).”
- O diagnóstico foi tardio em 46,7% das mulheres e mais frequente nos casos de transmissão heterossexual (56,7%)…atingindo o valor de 68,1% nos casos com idades de 50 ou mais anos.”
- Os novos casos de SIDA ocorrem sobretudo entre heterossexuais (73,8%). As mulheres representam 34,9% dos novos casos de SIDA, sendo mais prevalente entre os 39-49 anos.
- Existiram 197 óbitos por SIDA, em 2019, 52 eram mulheres.
“Portugal foi, durante vários anos, o país da União Europeia com a taxa mais elevada de diagnósticos de SIDA. Desde 2012 ocupa a segunda posição atrás da Letónia, contudo, as taxas anuais observadas têm valores de aproximadamente o quádruplo da taxa média europeia” .
Encontre o relatório INSA, 2020 aqui.
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20.1 milhões de mulheres, no mundo, vivem com VIH
Em Portugal vivem com o VIH, 17.137 mulheres (valores acumulados 1983 a 2019). (INSA, 2020)
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Celebramos, hoje, o Dia Mundial contra a Sida, no decorrer de uma outra pandemia. E celebramos de uma forma diferente, mais intimista, recorrendo a plataformas que nos unem. Celebramos confinadas para que no próximo ano estejamos TODAS e não falte ninguém.
As pessoas que vivem com VIH, e sobretudo as sobreviventes de longa duração, sabem o que é viver uma pandemia. Na década de 80 e 90 do milénio passado, sentimos a discriminação e o estigma, sentimos o medo do desconhecido. E hoje, apesar dos avanços biomédicos, o estigma e a discriminação ainda persistem.
Os grandes avanços biomédicos permitem, que hoje, uma pessoa a viver com VIH, tenha uma esperança de vida similar a qualquer outra pessoa, que possa disfrutar a vida com uma doença crónica, que possam ser mães e pais, que possam viver plenamente. O tratamento como prevenção permite, que hoje se diga, que uma pessoa com VIH, com carga viral indetectável e comprometida no seu tratamento não transmite o VIH. E permite, também, que as pessoas seronegativas ao VIH possam evitar a transmissão através da profilaxia pré-exposição (PrEP). Em breve, tomaremos uma injeção bimensalmente, em lugar da toma diária de comprimidos.
Neste dia mundial da resposta ao VIH/SIDA prestamos homenagem e lembramos todxs xs que partiram, todxs que se sujeitaram a pesquisas médicas e científicas com impacto negativo na sua saúde para beneficiar todxs xs outrxs, todxs que sofreram e sofrem, todxs as que lidam com efeitos secundários das terapias que xs salvam, todxs xs que lutaram e lutam para que muitxs possam viver hoje vidas dignas.
É também um tempo de esperança e de novos começos, de oportunidades. A esperança de uma vacina mas também de um mundo sem estigma, um mundo sem sexismo, sem racismo, sem homofobia, sem os preconceitos que agravam qualquer epidemia. Para isso a ação de todxs é necessária, a minha, a tua a de todxs nós para que vivamos num mundo de solidariedade, de direitos humanos, de amor e compaixão.
Na Seres acreditamos que esse mundo é possível e defendemos, lutamos por uma vida justa, equitativa e com qualidade onde as pessoas com VIH tenham recursos, voz, escolha e oportunidades livres de qualquer estigma e/ou discriminação.
#MaisInformaçãoMenosPreconceito
#PoderiaSerEu
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Mulheres que já se encontram em terapia antirretroviral e que começam a tomar um inibidor da integrase (INSTI) apresentam um aumento maior na hemoglobina A1c (HbA1c) e na tensão arterial do que aquelas que continuam o tratamento para VIH sem um INSTI. Tanto a HbA1c quanto a tensão arterial são indicadores de risco cardiometabólico.
As 1.118 participantes (234 no grupo INSTI, 884 no grupo não INSTI) foram acompanhadas por cerca de dois anos. No início do estudo, 73% estavam com sobrepeso ou obesas.
O aumento da HbA1c e da tensão arterial foi particularmente pronunciado em mulheres que ganharam ≥ 5% do peso após iniciar um INSTI.
Embora as taxas de diabetes incidente (5% no grupo INSTI, 2% no grupo não INSTI) e hipertensão (24% no grupo INSTI, 20% no grupo não INSTI) fossem comparáveis entre os braços do estudo, os aumentos observados ainda aumentam o risco de complicações glicémicas e doenças coronárias das participantes.
Mais estudos são necessários.
Encontre o estudo aqui.
-
Uma injeção administrada a cada dois meses demonstrou ser mais eficaz que a toma diária de um comprimido, na prevenção do VIH em mulheres.
Esta notícia é particularmente importante para as mulheres que têm dificuldade em obter ou tomar a profilaxia pré-exposição (PrEP).
Este estudo salienta a importância de incluir mulheres nos estudos científicos relativos ao VIH. As mulheres continuam sub-representadas nestes estudos apesar de constituírem metade das infeções por VIH, no mundo.
O único tratamento aprovado como PrEP é o Truvada que apresenta uma boa eficácia se tomada em conformidade com o prescrito. Mas a boa adesão requerida nem sempre é possível ou existente. Por outro lado, a sua toma a longo prazo pode levar à perda óssea.
Por isso a importância destes resultados pois apresenta mais opções para as mulheres.
Este tratamento ainda não foi aprovado.
Encontre a notícia sobre este estudo aqui.
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Perante a especulação:
– Estão as pessoas que vivem com VIH protegidas pelos antirretrovirais (ARV)?
- Estudo realizado nos EUA, em 36 instituições, observou não existir associação entre ARVs ou ausência de supressão viral e consequências de infeção por COVID-19. (Dandachi, Clinic Infect Dis. 2020)
- Estudo em Espanha, envolvendo 77.590 pessoas que vivem com VIH (PVV), analisou a incidência e gravidade do COVID em PVV. O risco de diagnóstico por COVID-19 e hospitalização era maior entre os homens e as pessoas com mais de 70 anos (3.7 por 10.000 em PVV comparativamente com 2.1 por 10.000 na população em geral). Este estudo observou também que nenhuma pessoa em Tenofovir/ emtricitabina foi admitida nos cuidados intensivos ou morreu. Mas mais estudos são necessários. (Del Amo, Ann Intern Med. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32589451/)
- O maior estudo foi realizado na África do Sul envolvendo cerca de 3 milhões de pessoas (3.978 PVV com COVID-19). A morte por COVID-19 estava associada ao sexo masculino, idade avançada, diabetes, hipertensão e doença renal crónica. E observou que o rácio de mortalidade por COVID-19 nas pessoas com VIH vs sem VIH foi de 2.39. (Boulle, CID. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32860699/)
- Estudo realizado nos EUA entre os veteranos (VACS) observou não existir maior suscetibilidade ao COVID-19 ou incidência de gravidade de doença entre as PVV infetadas. (Park, AIDS2020, abstract LBPEC23, 2020)
- PVV participaram na pesquisa da vacina, mas não sabemos o número.
- Em estudos maiores, as PVV com estabilidade nos ARV, apresentam resultados semelhantes às pessoas sem VIH, mas os dados sobre mortalidade não são consistentes.
- Uma baixa contagem de CD4 pode piorar os resultados.
- Sobre a mortalidade por COVID-19 entre PVV ver o artigo publicado aqui.
Baseado em artigo do Dr. Paul E. Sax, Director Clínico do Brigham and Women’s Hospital e Professor de Medicina de Harvard Medical School
-
O GAT, Grupo de Ativistas em Tratamentos e a Seres (con) viver com o VIH, duas organizações de doentes VIH, apresentam vários estudos que apontam para uma maior mortalidade das pessoas com o VIH face ao COVID-19 aos responsáveis pelo plano de vacinação e autoridades em VIH.
Alguns estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade pela COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH. Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA que não conseguiram encontrar provas de que o VIH é um fator de risco para a COVID-19:
aidsonline, aids2020, tandfonline
Anteriormente, um grande estudo na África do Sul observou também um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação em Portugal.
-
Os estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade por COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH.
Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA não conseguiram encontrar evidências de que o VIH é um fator de risco para o COVID-19:
AIDS online, AIDS2020, Taylor and Francis online
Mas um estudo realizado no Reino Unido, que envolveu 47,592 pacientes, demonstrou que a positividade ao VIH estava associada a um maior risco de morte (47%). Esta diferença na mortalidade era mais evidente nas pessoas com menos de 60 anos. Abaixo desta idade, o estado positivo ao VIH mais do que duplicava o risco de mortalidade.
Encontre o estudo aqui.
No artigo publicado no The Lancet, com estes resultados a interpretação, aponta para que as pessoas com VIH se encontram em maior risco de mortalidade por COVID-19.
Encontre o artigo aqui.
As pessoas com VIH são mais propensas a serem admitidas em hospitais com COVID-19 e a morrer no hospital devido a COVID-19 do que pessoas sem VIH, e pessoas com doença por VIH mais avançada ou carga viral não suprimida eram mais propensas do que outras pessoas com VIH a serem hospitalizadas, conforme uma revisão dos dados de vigilância no estado de Nova Iorque.
Encontre o estudo aqui.
Anteriormente, um largo estudo na África do Sul observou um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Encontre o estudo aqui.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação.
-
Apesar da pandemia, e de todos os condicionalismos, existiram alguns avanços na pesquisa e estudo do VIH e tratamentos.
Nesta página apresentamos os maiores acontecimentos, nesta área, em 2020.
VIH e COVID-19
Estudos realizados em Espanha e nos EUA não conseguiram encontrar evidências de que o VIH é um fator de risco para o COVID-19.
Encontre os estudos aqui, aqui e aqui.
Mas um estudo realizado no Reino Unido, que envolveu 47,592 pacientes, demonstrou que a positividade ao VIH estava associada a um maior risco de morte (47%). Esta diferença na mortalidade era mais evidente nas pessoas com menos de 60 anos. Abaixo desta idade, o estado positivo ao VIH mais do que duplicava o risco de mortalidade.
Encontre o estudo aqui.
a taxa de mortalidade desceu entre as pessoas com VIH
De acordo com o relatório VIH de 2019, do INSA, “na última década regista-se um decréscimo na mortalidade associada à infeção por VIH. … a taxa de mortalidade observada em Portugal é muito superior à observada na União Europeia, à semelhança do já referido para a taxa de novos diagnósticos de infeção e de SIDA.”
De acordo com o relatório VIH de 2020, “o maior número de mortes ocorreu em homens (12366; 81,3%) e em UDI (7417; 48,8%). Na década mais recente registaram-se 3933 óbitos, dos quais 48,4% (n=1902) em casos de transmissão heterossexual, 41,2% (n=1619) em utilizadores de drogas injetadas e 8,3% (n=328) em HSH.” O relatório aqui.
De referir que a esperança de vida entre as pessoas que vivem com VIH (comparativamente com as pessoas sem VIH) desceu de 22 anos durante 2000-2003 para 9 anos durante 2014-2016. Mas o mesmo não se pode dizer quanto a comorbidades. O artigo aqui.
PrEP injetável
A PrEP (profilaxia pré-exposição) tem sido oferecida como comprimido, mas em breve existirá a opção de tomar uma injeção bimensal (a cada 2 meses).
Esta injeção com cabotegravir (CAB) demonstrou ser mais eficaz do que o comprimido, conforme estudos realizados em mulheres cisgénero, mulheres transgénero e HSH. E apesar de existirem efeitos secundários estes não implicaram abandonar esta terapêutica.
Encontre o estudo aqui. E sobre as mulheres aqui. Em HSH e transgénero aqui.
Uma opção para quem tem extensa resistência a TARV, Fostemsavir
A percentagem, de pessoas que vive com VIH, com múltiplas resistências e poucas opções de tratamento antirretroviral (TARV), é pequena.
Mas para essas pessoas o fostemsavir pode ser a salvação. Felizmente a maioria das pessoas nunca necessitará deste tratamento.
Encontre o artigo aqui.
Uma injeção subcutânea de 6 em 6 meses, para pessoas multirresistentes, em estudo
Para quem é multirresistente, o Lenacapavir, pode ser a solução. Mas ainda se encontra em estudo.
O Lenacapavir é uma injeção administrada a cada 6 meses, que demonstrou ser eficaz a baixar ou reduzir a carga viral.
Encontre o artigo aqui.
Aumento de peso, após início de TARV
Os inibidores da integrasse são potentes, com elevada barreira de resistência e normalmente bem tolerados. Mas observou-se um elevado aumento de peso, após a sua iniciação, sobretudo do dolutegravir e do bictegravir.
Segundo, estudo realizado na África do sul, a obesidade afeta as pessoas com VIH, mas, sobretudo as mulheres a tomar estes ARV.
Encontre o estudo aqui.
Anel vaginal
-
- Em Portugal, vivem com o VIH, 17.137 mulheres (valores acumulados 1983 a 2019).
- As mulheres representam 30,7% dos novos casos de infeção (dos 778 casos diagnosticados durante o ano 2019 maiores de 15 anos). De salientar que a via de infeção é sobretudo via heterossexual (92,5%) e nesta categoria as mulheres representam 51% das infeções (221 casos nas mulheres comparativamente a 212 casos em homens).
- A idade à data de diagnóstico situou-se entre os 25 e os 49 anos em 64,8% dos novos casos, enquanto 24,2% foram diagnosticados em indivíduos com idade superior ou igual a 50 anos.
- Nas mulheres, a idade à data de diagnóstico situou-se em 7.1% entre os 15 e 24 anos; 24,1% em mulheres com idade igual ou superior a 50 anos. 64,9% dos novos casos situou-se entre os 25 e os 49 anos. A idade mediana foi de 40 anos.
- Apesar dos novos casos de infeção entre 15-19 anos representar apenas 2,6% do total de casos, em 2019, as raparigas representam 43% dos casos nesta idade.
- 43,9% dos novos casos ocorreu em mulheres oriundas de Africa subsariana.
- “Em 2019 foram diagnosticadas 24 infeções por VIH do tipo 2 (VIH-2). Esses diagnósticos ocorreram maioritariamente em mulheres (83,3%; 20/24), em indivíduos com 50 ou mais anos (66,6%; 16/24) e em nascidos na Guiné-Bissau (75,0%; 18/24).”
- O diagnóstico foi tardio em 46,7% das mulheres e mais frequente nos casos de transmissão heterossexual (56,7%)…atingindo o valor de 68,1% nos casos com idades de 50 ou mais anos.”
- Os novos casos de SIDA ocorrem sobretudo entre heterossexuais (73,8%). As mulheres representam 34,9% dos novos casos de SIDA, sendo mais prevalente entre os 39-49 anos.
- Existiram 197 óbitos por SIDA, em 2019, 52 eram mulheres.
“Portugal foi, durante vários anos, o país da União Europeia com a taxa mais elevada de diagnósticos de SIDA. Desde 2012 ocupa a segunda posição atrás da Letónia, contudo, as taxas anuais observadas têm valores de aproximadamente o quádruplo da taxa média europeia” .
Encontre o relatório INSA, 2020 aqui.
-
20.1 milhões de mulheres, no mundo, vivem com VIH
Em Portugal vivem com o VIH, 17.137 mulheres (valores acumulados 1983 a 2019). (INSA, 2020)
-
Celebramos, hoje, o Dia Mundial contra a Sida, no decorrer de uma outra pandemia. E celebramos de uma forma diferente, mais intimista, recorrendo a plataformas que nos unem. Celebramos confinadas para que no próximo ano estejamos TODAS e não falte ninguém.
As pessoas que vivem com VIH, e sobretudo as sobreviventes de longa duração, sabem o que é viver uma pandemia. Na década de 80 e 90 do milénio passado, sentimos a discriminação e o estigma, sentimos o medo do desconhecido. E hoje, apesar dos avanços biomédicos, o estigma e a discriminação ainda persistem.
Os grandes avanços biomédicos permitem, que hoje, uma pessoa a viver com VIH, tenha uma esperança de vida similar a qualquer outra pessoa, que possa disfrutar a vida com uma doença crónica, que possam ser mães e pais, que possam viver plenamente. O tratamento como prevenção permite, que hoje se diga, que uma pessoa com VIH, com carga viral indetectável e comprometida no seu tratamento não transmite o VIH. E permite, também, que as pessoas seronegativas ao VIH possam evitar a transmissão através da profilaxia pré-exposição (PrEP). Em breve, tomaremos uma injeção bimensalmente, em lugar da toma diária de comprimidos.
Neste dia mundial da resposta ao VIH/SIDA prestamos homenagem e lembramos todxs xs que partiram, todxs que se sujeitaram a pesquisas médicas e científicas com impacto negativo na sua saúde para beneficiar todxs xs outrxs, todxs que sofreram e sofrem, todxs as que lidam com efeitos secundários das terapias que xs salvam, todxs xs que lutaram e lutam para que muitxs possam viver hoje vidas dignas.
É também um tempo de esperança e de novos começos, de oportunidades. A esperança de uma vacina mas também de um mundo sem estigma, um mundo sem sexismo, sem racismo, sem homofobia, sem os preconceitos que agravam qualquer epidemia. Para isso a ação de todxs é necessária, a minha, a tua a de todxs nós para que vivamos num mundo de solidariedade, de direitos humanos, de amor e compaixão.
Na Seres acreditamos que esse mundo é possível e defendemos, lutamos por uma vida justa, equitativa e com qualidade onde as pessoas com VIH tenham recursos, voz, escolha e oportunidades livres de qualquer estigma e/ou discriminação.
#MaisInformaçãoMenosPreconceito
#PoderiaSerEu
-
Mulheres que já se encontram em terapia antirretroviral e que começam a tomar um inibidor da integrase (INSTI) apresentam um aumento maior na hemoglobina A1c (HbA1c) e na tensão arterial do que aquelas que continuam o tratamento para VIH sem um INSTI. Tanto a HbA1c quanto a tensão arterial são indicadores de risco cardiometabólico.
As 1.118 participantes (234 no grupo INSTI, 884 no grupo não INSTI) foram acompanhadas por cerca de dois anos. No início do estudo, 73% estavam com sobrepeso ou obesas.
O aumento da HbA1c e da tensão arterial foi particularmente pronunciado em mulheres que ganharam ≥ 5% do peso após iniciar um INSTI.
Embora as taxas de diabetes incidente (5% no grupo INSTI, 2% no grupo não INSTI) e hipertensão (24% no grupo INSTI, 20% no grupo não INSTI) fossem comparáveis entre os braços do estudo, os aumentos observados ainda aumentam o risco de complicações glicémicas e doenças coronárias das participantes.
Mais estudos são necessários.
Encontre o estudo aqui.
-
Uma injeção administrada a cada dois meses demonstrou ser mais eficaz que a toma diária de um comprimido, na prevenção do VIH em mulheres.
Esta notícia é particularmente importante para as mulheres que têm dificuldade em obter ou tomar a profilaxia pré-exposição (PrEP).
Este estudo salienta a importância de incluir mulheres nos estudos científicos relativos ao VIH. As mulheres continuam sub-representadas nestes estudos apesar de constituírem metade das infeções por VIH, no mundo.
O único tratamento aprovado como PrEP é o Truvada que apresenta uma boa eficácia se tomada em conformidade com o prescrito. Mas a boa adesão requerida nem sempre é possível ou existente. Por outro lado, a sua toma a longo prazo pode levar à perda óssea.
Por isso a importância destes resultados pois apresenta mais opções para as mulheres.
Este tratamento ainda não foi aprovado.
Encontre a notícia sobre este estudo aqui.
-
Perante a especulação:
– Estão as pessoas que vivem com VIH protegidas pelos antirretrovirais (ARV)?
- Estudo realizado nos EUA, em 36 instituições, observou não existir associação entre ARVs ou ausência de supressão viral e consequências de infeção por COVID-19. (Dandachi, Clinic Infect Dis. 2020)
- Estudo em Espanha, envolvendo 77.590 pessoas que vivem com VIH (PVV), analisou a incidência e gravidade do COVID em PVV. O risco de diagnóstico por COVID-19 e hospitalização era maior entre os homens e as pessoas com mais de 70 anos (3.7 por 10.000 em PVV comparativamente com 2.1 por 10.000 na população em geral). Este estudo observou também que nenhuma pessoa em Tenofovir/ emtricitabina foi admitida nos cuidados intensivos ou morreu. Mas mais estudos são necessários. (Del Amo, Ann Intern Med. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32589451/)
- O maior estudo foi realizado na África do Sul envolvendo cerca de 3 milhões de pessoas (3.978 PVV com COVID-19). A morte por COVID-19 estava associada ao sexo masculino, idade avançada, diabetes, hipertensão e doença renal crónica. E observou que o rácio de mortalidade por COVID-19 nas pessoas com VIH vs sem VIH foi de 2.39. (Boulle, CID. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32860699/)
- Estudo realizado nos EUA entre os veteranos (VACS) observou não existir maior suscetibilidade ao COVID-19 ou incidência de gravidade de doença entre as PVV infetadas. (Park, AIDS2020, abstract LBPEC23, 2020)
- PVV participaram na pesquisa da vacina, mas não sabemos o número.
- Em estudos maiores, as PVV com estabilidade nos ARV, apresentam resultados semelhantes às pessoas sem VIH, mas os dados sobre mortalidade não são consistentes.
- Uma baixa contagem de CD4 pode piorar os resultados.
- Sobre a mortalidade por COVID-19 entre PVV ver o artigo publicado aqui.
Baseado em artigo do Dr. Paul E. Sax, Director Clínico do Brigham and Women’s Hospital e Professor de Medicina de Harvard Medical School
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O GAT, Grupo de Ativistas em Tratamentos e a Seres (con) viver com o VIH, duas organizações de doentes VIH, apresentam vários estudos que apontam para uma maior mortalidade das pessoas com o VIH face ao COVID-19 aos responsáveis pelo plano de vacinação e autoridades em VIH.
Alguns estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade pela COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH. Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA que não conseguiram encontrar provas de que o VIH é um fator de risco para a COVID-19:
aidsonline, aids2020, tandfonline
Anteriormente, um grande estudo na África do Sul observou também um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação em Portugal.
-
Os estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade por COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH.
Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA não conseguiram encontrar evidências de que o VIH é um fator de risco para o COVID-19:
AIDS online, AIDS2020, Taylor and Francis online
Mas um estudo realizado no Reino Unido, que envolveu 47,592 pacientes, demonstrou que a positividade ao VIH estava associada a um maior risco de morte (47%). Esta diferença na mortalidade era mais evidente nas pessoas com menos de 60 anos. Abaixo desta idade, o estado positivo ao VIH mais do que duplicava o risco de mortalidade.
Encontre o estudo aqui.
No artigo publicado no The Lancet, com estes resultados a interpretação, aponta para que as pessoas com VIH se encontram em maior risco de mortalidade por COVID-19.
Encontre o artigo aqui.
As pessoas com VIH são mais propensas a serem admitidas em hospitais com COVID-19 e a morrer no hospital devido a COVID-19 do que pessoas sem VIH, e pessoas com doença por VIH mais avançada ou carga viral não suprimida eram mais propensas do que outras pessoas com VIH a serem hospitalizadas, conforme uma revisão dos dados de vigilância no estado de Nova Iorque.
Encontre o estudo aqui.
Anteriormente, um largo estudo na África do Sul observou um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Encontre o estudo aqui.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação.
-
Apesar da pandemia, e de todos os condicionalismos, existiram alguns avanços na pesquisa e estudo do VIH e tratamentos.
Nesta página apresentamos os maiores acontecimentos, nesta área, em 2020.
VIH e COVID-19
Estudos realizados em Espanha e nos EUA não conseguiram encontrar evidências de que o VIH é um fator de risco para o COVID-19.
Encontre os estudos aqui, aqui e aqui.
Mas um estudo realizado no Reino Unido, que envolveu 47,592 pacientes, demonstrou que a positividade ao VIH estava associada a um maior risco de morte (47%). Esta diferença na mortalidade era mais evidente nas pessoas com menos de 60 anos. Abaixo desta idade, o estado positivo ao VIH mais do que duplicava o risco de mortalidade.
Encontre o estudo aqui.
a taxa de mortalidade desceu entre as pessoas com VIH
De acordo com o relatório VIH de 2019, do INSA, “na última década regista-se um decréscimo na mortalidade associada à infeção por VIH. … a taxa de mortalidade observada em Portugal é muito superior à observada na União Europeia, à semelhança do já referido para a taxa de novos diagnósticos de infeção e de SIDA.”
De acordo com o relatório VIH de 2020, “o maior número de mortes ocorreu em homens (12366; 81,3%) e em UDI (7417; 48,8%). Na década mais recente registaram-se 3933 óbitos, dos quais 48,4% (n=1902) em casos de transmissão heterossexual, 41,2% (n=1619) em utilizadores de drogas injetadas e 8,3% (n=328) em HSH.” O relatório aqui.
De referir que a esperança de vida entre as pessoas que vivem com VIH (comparativamente com as pessoas sem VIH) desceu de 22 anos durante 2000-2003 para 9 anos durante 2014-2016. Mas o mesmo não se pode dizer quanto a comorbidades. O artigo aqui.
PrEP injetável
A PrEP (profilaxia pré-exposição) tem sido oferecida como comprimido, mas em breve existirá a opção de tomar uma injeção bimensal (a cada 2 meses).
Esta injeção com cabotegravir (CAB) demonstrou ser mais eficaz do que o comprimido, conforme estudos realizados em mulheres cisgénero, mulheres transgénero e HSH. E apesar de existirem efeitos secundários estes não implicaram abandonar esta terapêutica.
Encontre o estudo aqui. E sobre as mulheres aqui. Em HSH e transgénero aqui.
Uma opção para quem tem extensa resistência a TARV, Fostemsavir
A percentagem, de pessoas que vive com VIH, com múltiplas resistências e poucas opções de tratamento antirretroviral (TARV), é pequena.
Mas para essas pessoas o fostemsavir pode ser a salvação. Felizmente a maioria das pessoas nunca necessitará deste tratamento.
Encontre o artigo aqui.
Uma injeção subcutânea de 6 em 6 meses, para pessoas multirresistentes, em estudo
Para quem é multirresistente, o Lenacapavir, pode ser a solução. Mas ainda se encontra em estudo.
O Lenacapavir é uma injeção administrada a cada 6 meses, que demonstrou ser eficaz a baixar ou reduzir a carga viral.
Encontre o artigo aqui.
Aumento de peso, após início de TARV
Os inibidores da integrasse são potentes, com elevada barreira de resistência e normalmente bem tolerados. Mas observou-se um elevado aumento de peso, após a sua iniciação, sobretudo do dolutegravir e do bictegravir.
Segundo, estudo realizado na África do sul, a obesidade afeta as pessoas com VIH, mas, sobretudo as mulheres a tomar estes ARV.
Encontre o estudo aqui.
Anel vaginal
-
- Em Portugal, vivem com o VIH, 17.137 mulheres (valores acumulados 1983 a 2019).
- As mulheres representam 30,7% dos novos casos de infeção (dos 778 casos diagnosticados durante o ano 2019 maiores de 15 anos). De salientar que a via de infeção é sobretudo via heterossexual (92,5%) e nesta categoria as mulheres representam 51% das infeções (221 casos nas mulheres comparativamente a 212 casos em homens).
- A idade à data de diagnóstico situou-se entre os 25 e os 49 anos em 64,8% dos novos casos, enquanto 24,2% foram diagnosticados em indivíduos com idade superior ou igual a 50 anos.
- Nas mulheres, a idade à data de diagnóstico situou-se em 7.1% entre os 15 e 24 anos; 24,1% em mulheres com idade igual ou superior a 50 anos. 64,9% dos novos casos situou-se entre os 25 e os 49 anos. A idade mediana foi de 40 anos.
- Apesar dos novos casos de infeção entre 15-19 anos representar apenas 2,6% do total de casos, em 2019, as raparigas representam 43% dos casos nesta idade.
- 43,9% dos novos casos ocorreu em mulheres oriundas de Africa subsariana.
- “Em 2019 foram diagnosticadas 24 infeções por VIH do tipo 2 (VIH-2). Esses diagnósticos ocorreram maioritariamente em mulheres (83,3%; 20/24), em indivíduos com 50 ou mais anos (66,6%; 16/24) e em nascidos na Guiné-Bissau (75,0%; 18/24).”
- O diagnóstico foi tardio em 46,7% das mulheres e mais frequente nos casos de transmissão heterossexual (56,7%)…atingindo o valor de 68,1% nos casos com idades de 50 ou mais anos.”
- Os novos casos de SIDA ocorrem sobretudo entre heterossexuais (73,8%). As mulheres representam 34,9% dos novos casos de SIDA, sendo mais prevalente entre os 39-49 anos.
- Existiram 197 óbitos por SIDA, em 2019, 52 eram mulheres.
“Portugal foi, durante vários anos, o país da União Europeia com a taxa mais elevada de diagnósticos de SIDA. Desde 2012 ocupa a segunda posição atrás da Letónia, contudo, as taxas anuais observadas têm valores de aproximadamente o quádruplo da taxa média europeia” .
Encontre o relatório INSA, 2020 aqui.
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20.1 milhões de mulheres, no mundo, vivem com VIH
Em Portugal vivem com o VIH, 17.137 mulheres (valores acumulados 1983 a 2019). (INSA, 2020)
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Celebramos, hoje, o Dia Mundial contra a Sida, no decorrer de uma outra pandemia. E celebramos de uma forma diferente, mais intimista, recorrendo a plataformas que nos unem. Celebramos confinadas para que no próximo ano estejamos TODAS e não falte ninguém.
As pessoas que vivem com VIH, e sobretudo as sobreviventes de longa duração, sabem o que é viver uma pandemia. Na década de 80 e 90 do milénio passado, sentimos a discriminação e o estigma, sentimos o medo do desconhecido. E hoje, apesar dos avanços biomédicos, o estigma e a discriminação ainda persistem.
Os grandes avanços biomédicos permitem, que hoje, uma pessoa a viver com VIH, tenha uma esperança de vida similar a qualquer outra pessoa, que possa disfrutar a vida com uma doença crónica, que possam ser mães e pais, que possam viver plenamente. O tratamento como prevenção permite, que hoje se diga, que uma pessoa com VIH, com carga viral indetectável e comprometida no seu tratamento não transmite o VIH. E permite, também, que as pessoas seronegativas ao VIH possam evitar a transmissão através da profilaxia pré-exposição (PrEP). Em breve, tomaremos uma injeção bimensalmente, em lugar da toma diária de comprimidos.
Neste dia mundial da resposta ao VIH/SIDA prestamos homenagem e lembramos todxs xs que partiram, todxs que se sujeitaram a pesquisas médicas e científicas com impacto negativo na sua saúde para beneficiar todxs xs outrxs, todxs que sofreram e sofrem, todxs as que lidam com efeitos secundários das terapias que xs salvam, todxs xs que lutaram e lutam para que muitxs possam viver hoje vidas dignas.
É também um tempo de esperança e de novos começos, de oportunidades. A esperança de uma vacina mas também de um mundo sem estigma, um mundo sem sexismo, sem racismo, sem homofobia, sem os preconceitos que agravam qualquer epidemia. Para isso a ação de todxs é necessária, a minha, a tua a de todxs nós para que vivamos num mundo de solidariedade, de direitos humanos, de amor e compaixão.
Na Seres acreditamos que esse mundo é possível e defendemos, lutamos por uma vida justa, equitativa e com qualidade onde as pessoas com VIH tenham recursos, voz, escolha e oportunidades livres de qualquer estigma e/ou discriminação.
#MaisInformaçãoMenosPreconceito
#PoderiaSerEu
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Mulheres que já se encontram em terapia antirretroviral e que começam a tomar um inibidor da integrase (INSTI) apresentam um aumento maior na hemoglobina A1c (HbA1c) e na tensão arterial do que aquelas que continuam o tratamento para VIH sem um INSTI. Tanto a HbA1c quanto a tensão arterial são indicadores de risco cardiometabólico.
As 1.118 participantes (234 no grupo INSTI, 884 no grupo não INSTI) foram acompanhadas por cerca de dois anos. No início do estudo, 73% estavam com sobrepeso ou obesas.
O aumento da HbA1c e da tensão arterial foi particularmente pronunciado em mulheres que ganharam ≥ 5% do peso após iniciar um INSTI.
Embora as taxas de diabetes incidente (5% no grupo INSTI, 2% no grupo não INSTI) e hipertensão (24% no grupo INSTI, 20% no grupo não INSTI) fossem comparáveis entre os braços do estudo, os aumentos observados ainda aumentam o risco de complicações glicémicas e doenças coronárias das participantes.
Mais estudos são necessários.
Encontre o estudo aqui.
-
Uma injeção administrada a cada dois meses demonstrou ser mais eficaz que a toma diária de um comprimido, na prevenção do VIH em mulheres.
Esta notícia é particularmente importante para as mulheres que têm dificuldade em obter ou tomar a profilaxia pré-exposição (PrEP).
Este estudo salienta a importância de incluir mulheres nos estudos científicos relativos ao VIH. As mulheres continuam sub-representadas nestes estudos apesar de constituírem metade das infeções por VIH, no mundo.
O único tratamento aprovado como PrEP é o Truvada que apresenta uma boa eficácia se tomada em conformidade com o prescrito. Mas a boa adesão requerida nem sempre é possível ou existente. Por outro lado, a sua toma a longo prazo pode levar à perda óssea.
Por isso a importância destes resultados pois apresenta mais opções para as mulheres.
Este tratamento ainda não foi aprovado.
Encontre a notícia sobre este estudo aqui.
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Perante a especulação:
– Estão as pessoas que vivem com VIH protegidas pelos antirretrovirais (ARV)?
- Estudo realizado nos EUA, em 36 instituições, observou não existir associação entre ARVs ou ausência de supressão viral e consequências de infeção por COVID-19. (Dandachi, Clinic Infect Dis. 2020)
- Estudo em Espanha, envolvendo 77.590 pessoas que vivem com VIH (PVV), analisou a incidência e gravidade do COVID em PVV. O risco de diagnóstico por COVID-19 e hospitalização era maior entre os homens e as pessoas com mais de 70 anos (3.7 por 10.000 em PVV comparativamente com 2.1 por 10.000 na população em geral). Este estudo observou também que nenhuma pessoa em Tenofovir/ emtricitabina foi admitida nos cuidados intensivos ou morreu. Mas mais estudos são necessários. (Del Amo, Ann Intern Med. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32589451/)
- O maior estudo foi realizado na África do Sul envolvendo cerca de 3 milhões de pessoas (3.978 PVV com COVID-19). A morte por COVID-19 estava associada ao sexo masculino, idade avançada, diabetes, hipertensão e doença renal crónica. E observou que o rácio de mortalidade por COVID-19 nas pessoas com VIH vs sem VIH foi de 2.39. (Boulle, CID. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32860699/)
- Estudo realizado nos EUA entre os veteranos (VACS) observou não existir maior suscetibilidade ao COVID-19 ou incidência de gravidade de doença entre as PVV infetadas. (Park, AIDS2020, abstract LBPEC23, 2020)
- PVV participaram na pesquisa da vacina, mas não sabemos o número.
- Em estudos maiores, as PVV com estabilidade nos ARV, apresentam resultados semelhantes às pessoas sem VIH, mas os dados sobre mortalidade não são consistentes.
- Uma baixa contagem de CD4 pode piorar os resultados.
- Sobre a mortalidade por COVID-19 entre PVV ver o artigo publicado aqui.
Baseado em artigo do Dr. Paul E. Sax, Director Clínico do Brigham and Women’s Hospital e Professor de Medicina de Harvard Medical School
-
O GAT, Grupo de Ativistas em Tratamentos e a Seres (con) viver com o VIH, duas organizações de doentes VIH, apresentam vários estudos que apontam para uma maior mortalidade das pessoas com o VIH face ao COVID-19 aos responsáveis pelo plano de vacinação e autoridades em VIH.
Alguns estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade pela COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH. Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA que não conseguiram encontrar provas de que o VIH é um fator de risco para a COVID-19:
aidsonline, aids2020, tandfonline
Anteriormente, um grande estudo na África do Sul observou também um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação em Portugal.
-
Os estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade por COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH.
Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA não conseguiram encontrar evidências de que o VIH é um fator de risco para o COVID-19:
AIDS online, AIDS2020, Taylor and Francis online
Mas um estudo realizado no Reino Unido, que envolveu 47,592 pacientes, demonstrou que a positividade ao VIH estava associada a um maior risco de morte (47%). Esta diferença na mortalidade era mais evidente nas pessoas com menos de 60 anos. Abaixo desta idade, o estado positivo ao VIH mais do que duplicava o risco de mortalidade.
Encontre o estudo aqui.
No artigo publicado no The Lancet, com estes resultados a interpretação, aponta para que as pessoas com VIH se encontram em maior risco de mortalidade por COVID-19.
Encontre o artigo aqui.
As pessoas com VIH são mais propensas a serem admitidas em hospitais com COVID-19 e a morrer no hospital devido a COVID-19 do que pessoas sem VIH, e pessoas com doença por VIH mais avançada ou carga viral não suprimida eram mais propensas do que outras pessoas com VIH a serem hospitalizadas, conforme uma revisão dos dados de vigilância no estado de Nova Iorque.
Encontre o estudo aqui.
Anteriormente, um largo estudo na África do Sul observou um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Encontre o estudo aqui.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação.
-
Apesar da pandemia, e de todos os condicionalismos, existiram alguns avanços na pesquisa e estudo do VIH e tratamentos.
Nesta página apresentamos os maiores acontecimentos, nesta área, em 2020.
VIH e COVID-19
Estudos realizados em Espanha e nos EUA não conseguiram encontrar evidências de que o VIH é um fator de risco para o COVID-19.
Encontre os estudos aqui, aqui e aqui.
Mas um estudo realizado no Reino Unido, que envolveu 47,592 pacientes, demonstrou que a positividade ao VIH estava associada a um maior risco de morte (47%). Esta diferença na mortalidade era mais evidente nas pessoas com menos de 60 anos. Abaixo desta idade, o estado positivo ao VIH mais do que duplicava o risco de mortalidade.
Encontre o estudo aqui.
a taxa de mortalidade desceu entre as pessoas com VIH
De acordo com o relatório VIH de 2019, do INSA, “na última década regista-se um decréscimo na mortalidade associada à infeção por VIH. … a taxa de mortalidade observada em Portugal é muito superior à observada na União Europeia, à semelhança do já referido para a taxa de novos diagnósticos de infeção e de SIDA.”
De acordo com o relatório VIH de 2020, “o maior número de mortes ocorreu em homens (12366; 81,3%) e em UDI (7417; 48,8%). Na década mais recente registaram-se 3933 óbitos, dos quais 48,4% (n=1902) em casos de transmissão heterossexual, 41,2% (n=1619) em utilizadores de drogas injetadas e 8,3% (n=328) em HSH.” O relatório aqui.
De referir que a esperança de vida entre as pessoas que vivem com VIH (comparativamente com as pessoas sem VIH) desceu de 22 anos durante 2000-2003 para 9 anos durante 2014-2016. Mas o mesmo não se pode dizer quanto a comorbidades. O artigo aqui.
PrEP injetável
A PrEP (profilaxia pré-exposição) tem sido oferecida como comprimido, mas em breve existirá a opção de tomar uma injeção bimensal (a cada 2 meses).
Esta injeção com cabotegravir (CAB) demonstrou ser mais eficaz do que o comprimido, conforme estudos realizados em mulheres cisgénero, mulheres transgénero e HSH. E apesar de existirem efeitos secundários estes não implicaram abandonar esta terapêutica.
Encontre o estudo aqui. E sobre as mulheres aqui. Em HSH e transgénero aqui.
Uma opção para quem tem extensa resistência a TARV, Fostemsavir
A percentagem, de pessoas que vive com VIH, com múltiplas resistências e poucas opções de tratamento antirretroviral (TARV), é pequena.
Mas para essas pessoas o fostemsavir pode ser a salvação. Felizmente a maioria das pessoas nunca necessitará deste tratamento.
Encontre o artigo aqui.
Uma injeção subcutânea de 6 em 6 meses, para pessoas multirresistentes, em estudo
Para quem é multirresistente, o Lenacapavir, pode ser a solução. Mas ainda se encontra em estudo.
O Lenacapavir é uma injeção administrada a cada 6 meses, que demonstrou ser eficaz a baixar ou reduzir a carga viral.
Encontre o artigo aqui.
Aumento de peso, após início de TARV
Os inibidores da integrasse são potentes, com elevada barreira de resistência e normalmente bem tolerados. Mas observou-se um elevado aumento de peso, após a sua iniciação, sobretudo do dolutegravir e do bictegravir.
Segundo, estudo realizado na África do sul, a obesidade afeta as pessoas com VIH, mas, sobretudo as mulheres a tomar estes ARV.
Encontre o estudo aqui.
Anel vaginal
-
- Em Portugal, vivem com o VIH, 17.137 mulheres (valores acumulados 1983 a 2019).
- As mulheres representam 30,7% dos novos casos de infeção (dos 778 casos diagnosticados durante o ano 2019 maiores de 15 anos). De salientar que a via de infeção é sobretudo via heterossexual (92,5%) e nesta categoria as mulheres representam 51% das infeções (221 casos nas mulheres comparativamente a 212 casos em homens).
- A idade à data de diagnóstico situou-se entre os 25 e os 49 anos em 64,8% dos novos casos, enquanto 24,2% foram diagnosticados em indivíduos com idade superior ou igual a 50 anos.
- Nas mulheres, a idade à data de diagnóstico situou-se em 7.1% entre os 15 e 24 anos; 24,1% em mulheres com idade igual ou superior a 50 anos. 64,9% dos novos casos situou-se entre os 25 e os 49 anos. A idade mediana foi de 40 anos.
- Apesar dos novos casos de infeção entre 15-19 anos representar apenas 2,6% do total de casos, em 2019, as raparigas representam 43% dos casos nesta idade.
- 43,9% dos novos casos ocorreu em mulheres oriundas de Africa subsariana.
- “Em 2019 foram diagnosticadas 24 infeções por VIH do tipo 2 (VIH-2). Esses diagnósticos ocorreram maioritariamente em mulheres (83,3%; 20/24), em indivíduos com 50 ou mais anos (66,6%; 16/24) e em nascidos na Guiné-Bissau (75,0%; 18/24).”
- O diagnóstico foi tardio em 46,7% das mulheres e mais frequente nos casos de transmissão heterossexual (56,7%)…atingindo o valor de 68,1% nos casos com idades de 50 ou mais anos.”
- Os novos casos de SIDA ocorrem sobretudo entre heterossexuais (73,8%). As mulheres representam 34,9% dos novos casos de SIDA, sendo mais prevalente entre os 39-49 anos.
- Existiram 197 óbitos por SIDA, em 2019, 52 eram mulheres.
“Portugal foi, durante vários anos, o país da União Europeia com a taxa mais elevada de diagnósticos de SIDA. Desde 2012 ocupa a segunda posição atrás da Letónia, contudo, as taxas anuais observadas têm valores de aproximadamente o quádruplo da taxa média europeia” .
Encontre o relatório INSA, 2020 aqui.
-
20.1 milhões de mulheres, no mundo, vivem com VIH
Em Portugal vivem com o VIH, 17.137 mulheres (valores acumulados 1983 a 2019). (INSA, 2020)
-
Celebramos, hoje, o Dia Mundial contra a Sida, no decorrer de uma outra pandemia. E celebramos de uma forma diferente, mais intimista, recorrendo a plataformas que nos unem. Celebramos confinadas para que no próximo ano estejamos TODAS e não falte ninguém.
As pessoas que vivem com VIH, e sobretudo as sobreviventes de longa duração, sabem o que é viver uma pandemia. Na década de 80 e 90 do milénio passado, sentimos a discriminação e o estigma, sentimos o medo do desconhecido. E hoje, apesar dos avanços biomédicos, o estigma e a discriminação ainda persistem.
Os grandes avanços biomédicos permitem, que hoje, uma pessoa a viver com VIH, tenha uma esperança de vida similar a qualquer outra pessoa, que possa disfrutar a vida com uma doença crónica, que possam ser mães e pais, que possam viver plenamente. O tratamento como prevenção permite, que hoje se diga, que uma pessoa com VIH, com carga viral indetectável e comprometida no seu tratamento não transmite o VIH. E permite, também, que as pessoas seronegativas ao VIH possam evitar a transmissão através da profilaxia pré-exposição (PrEP). Em breve, tomaremos uma injeção bimensalmente, em lugar da toma diária de comprimidos.
Neste dia mundial da resposta ao VIH/SIDA prestamos homenagem e lembramos todxs xs que partiram, todxs que se sujeitaram a pesquisas médicas e científicas com impacto negativo na sua saúde para beneficiar todxs xs outrxs, todxs que sofreram e sofrem, todxs as que lidam com efeitos secundários das terapias que xs salvam, todxs xs que lutaram e lutam para que muitxs possam viver hoje vidas dignas.
É também um tempo de esperança e de novos começos, de oportunidades. A esperança de uma vacina mas também de um mundo sem estigma, um mundo sem sexismo, sem racismo, sem homofobia, sem os preconceitos que agravam qualquer epidemia. Para isso a ação de todxs é necessária, a minha, a tua a de todxs nós para que vivamos num mundo de solidariedade, de direitos humanos, de amor e compaixão.
Na Seres acreditamos que esse mundo é possível e defendemos, lutamos por uma vida justa, equitativa e com qualidade onde as pessoas com VIH tenham recursos, voz, escolha e oportunidades livres de qualquer estigma e/ou discriminação.
#MaisInformaçãoMenosPreconceito
#PoderiaSerEu
-
Mulheres que já se encontram em terapia antirretroviral e que começam a tomar um inibidor da integrase (INSTI) apresentam um aumento maior na hemoglobina A1c (HbA1c) e na tensão arterial do que aquelas que continuam o tratamento para VIH sem um INSTI. Tanto a HbA1c quanto a tensão arterial são indicadores de risco cardiometabólico.
As 1.118 participantes (234 no grupo INSTI, 884 no grupo não INSTI) foram acompanhadas por cerca de dois anos. No início do estudo, 73% estavam com sobrepeso ou obesas.
O aumento da HbA1c e da tensão arterial foi particularmente pronunciado em mulheres que ganharam ≥ 5% do peso após iniciar um INSTI.
Embora as taxas de diabetes incidente (5% no grupo INSTI, 2% no grupo não INSTI) e hipertensão (24% no grupo INSTI, 20% no grupo não INSTI) fossem comparáveis entre os braços do estudo, os aumentos observados ainda aumentam o risco de complicações glicémicas e doenças coronárias das participantes.
Mais estudos são necessários.
Encontre o estudo aqui.
-
Uma injeção administrada a cada dois meses demonstrou ser mais eficaz que a toma diária de um comprimido, na prevenção do VIH em mulheres.
Esta notícia é particularmente importante para as mulheres que têm dificuldade em obter ou tomar a profilaxia pré-exposição (PrEP).
Este estudo salienta a importância de incluir mulheres nos estudos científicos relativos ao VIH. As mulheres continuam sub-representadas nestes estudos apesar de constituírem metade das infeções por VIH, no mundo.
O único tratamento aprovado como PrEP é o Truvada que apresenta uma boa eficácia se tomada em conformidade com o prescrito. Mas a boa adesão requerida nem sempre é possível ou existente. Por outro lado, a sua toma a longo prazo pode levar à perda óssea.
Por isso a importância destes resultados pois apresenta mais opções para as mulheres.
Este tratamento ainda não foi aprovado.
Encontre a notícia sobre este estudo aqui.
-
Perante a especulação:
– Estão as pessoas que vivem com VIH protegidas pelos antirretrovirais (ARV)?
- Estudo realizado nos EUA, em 36 instituições, observou não existir associação entre ARVs ou ausência de supressão viral e consequências de infeção por COVID-19. (Dandachi, Clinic Infect Dis. 2020)
- Estudo em Espanha, envolvendo 77.590 pessoas que vivem com VIH (PVV), analisou a incidência e gravidade do COVID em PVV. O risco de diagnóstico por COVID-19 e hospitalização era maior entre os homens e as pessoas com mais de 70 anos (3.7 por 10.000 em PVV comparativamente com 2.1 por 10.000 na população em geral). Este estudo observou também que nenhuma pessoa em Tenofovir/ emtricitabina foi admitida nos cuidados intensivos ou morreu. Mas mais estudos são necessários. (Del Amo, Ann Intern Med. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32589451/)
- O maior estudo foi realizado na África do Sul envolvendo cerca de 3 milhões de pessoas (3.978 PVV com COVID-19). A morte por COVID-19 estava associada ao sexo masculino, idade avançada, diabetes, hipertensão e doença renal crónica. E observou que o rácio de mortalidade por COVID-19 nas pessoas com VIH vs sem VIH foi de 2.39. (Boulle, CID. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32860699/)
- Estudo realizado nos EUA entre os veteranos (VACS) observou não existir maior suscetibilidade ao COVID-19 ou incidência de gravidade de doença entre as PVV infetadas. (Park, AIDS2020, abstract LBPEC23, 2020)
- PVV participaram na pesquisa da vacina, mas não sabemos o número.
- Em estudos maiores, as PVV com estabilidade nos ARV, apresentam resultados semelhantes às pessoas sem VIH, mas os dados sobre mortalidade não são consistentes.
- Uma baixa contagem de CD4 pode piorar os resultados.
- Sobre a mortalidade por COVID-19 entre PVV ver o artigo publicado aqui.
Baseado em artigo do Dr. Paul E. Sax, Director Clínico do Brigham and Women’s Hospital e Professor de Medicina de Harvard Medical School
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O GAT, Grupo de Ativistas em Tratamentos e a Seres (con) viver com o VIH, duas organizações de doentes VIH, apresentam vários estudos que apontam para uma maior mortalidade das pessoas com o VIH face ao COVID-19 aos responsáveis pelo plano de vacinação e autoridades em VIH.
Alguns estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade pela COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH. Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA que não conseguiram encontrar provas de que o VIH é um fator de risco para a COVID-19:
aidsonline, aids2020, tandfonline
Anteriormente, um grande estudo na África do Sul observou também um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação em Portugal.
-
Os estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade por COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH.
Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA não conseguiram encontrar evidências de que o VIH é um fator de risco para o COVID-19:
AIDS online, AIDS2020, Taylor and Francis online
Mas um estudo realizado no Reino Unido, que envolveu 47,592 pacientes, demonstrou que a positividade ao VIH estava associada a um maior risco de morte (47%). Esta diferença na mortalidade era mais evidente nas pessoas com menos de 60 anos. Abaixo desta idade, o estado positivo ao VIH mais do que duplicava o risco de mortalidade.
Encontre o estudo aqui.
No artigo publicado no The Lancet, com estes resultados a interpretação, aponta para que as pessoas com VIH se encontram em maior risco de mortalidade por COVID-19.
Encontre o artigo aqui.
As pessoas com VIH são mais propensas a serem admitidas em hospitais com COVID-19 e a morrer no hospital devido a COVID-19 do que pessoas sem VIH, e pessoas com doença por VIH mais avançada ou carga viral não suprimida eram mais propensas do que outras pessoas com VIH a serem hospitalizadas, conforme uma revisão dos dados de vigilância no estado de Nova Iorque.
Encontre o estudo aqui.
Anteriormente, um largo estudo na África do Sul observou um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Encontre o estudo aqui.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação.
-
Apesar da pandemia, e de todos os condicionalismos, existiram alguns avanços na pesquisa e estudo do VIH e tratamentos.
Nesta página apresentamos os maiores acontecimentos, nesta área, em 2020.
VIH e COVID-19
Estudos realizados em Espanha e nos EUA não conseguiram encontrar evidências de que o VIH é um fator de risco para o COVID-19.
Encontre os estudos aqui, aqui e aqui.
Mas um estudo realizado no Reino Unido, que envolveu 47,592 pacientes, demonstrou que a positividade ao VIH estava associada a um maior risco de morte (47%). Esta diferença na mortalidade era mais evidente nas pessoas com menos de 60 anos. Abaixo desta idade, o estado positivo ao VIH mais do que duplicava o risco de mortalidade.
Encontre o estudo aqui.
a taxa de mortalidade desceu entre as pessoas com VIH
De acordo com o relatório VIH de 2019, do INSA, “na última década regista-se um decréscimo na mortalidade associada à infeção por VIH. … a taxa de mortalidade observada em Portugal é muito superior à observada na União Europeia, à semelhança do já referido para a taxa de novos diagnósticos de infeção e de SIDA.”
De acordo com o relatório VIH de 2020, “o maior número de mortes ocorreu em homens (12366; 81,3%) e em UDI (7417; 48,8%). Na década mais recente registaram-se 3933 óbitos, dos quais 48,4% (n=1902) em casos de transmissão heterossexual, 41,2% (n=1619) em utilizadores de drogas injetadas e 8,3% (n=328) em HSH.” O relatório aqui.
De referir que a esperança de vida entre as pessoas que vivem com VIH (comparativamente com as pessoas sem VIH) desceu de 22 anos durante 2000-2003 para 9 anos durante 2014-2016. Mas o mesmo não se pode dizer quanto a comorbidades. O artigo aqui.
PrEP injetável
A PrEP (profilaxia pré-exposição) tem sido oferecida como comprimido, mas em breve existirá a opção de tomar uma injeção bimensal (a cada 2 meses).
Esta injeção com cabotegravir (CAB) demonstrou ser mais eficaz do que o comprimido, conforme estudos realizados em mulheres cisgénero, mulheres transgénero e HSH. E apesar de existirem efeitos secundários estes não implicaram abandonar esta terapêutica.
Encontre o estudo aqui. E sobre as mulheres aqui. Em HSH e transgénero aqui.
Uma opção para quem tem extensa resistência a TARV, Fostemsavir
A percentagem, de pessoas que vive com VIH, com múltiplas resistências e poucas opções de tratamento antirretroviral (TARV), é pequena.
Mas para essas pessoas o fostemsavir pode ser a salvação. Felizmente a maioria das pessoas nunca necessitará deste tratamento.
Encontre o artigo aqui.
Uma injeção subcutânea de 6 em 6 meses, para pessoas multirresistentes, em estudo
Para quem é multirresistente, o Lenacapavir, pode ser a solução. Mas ainda se encontra em estudo.
O Lenacapavir é uma injeção administrada a cada 6 meses, que demonstrou ser eficaz a baixar ou reduzir a carga viral.
Encontre o artigo aqui.
Aumento de peso, após início de TARV
Os inibidores da integrasse são potentes, com elevada barreira de resistência e normalmente bem tolerados. Mas observou-se um elevado aumento de peso, após a sua iniciação, sobretudo do dolutegravir e do bictegravir.
Segundo, estudo realizado na África do sul, a obesidade afeta as pessoas com VIH, mas, sobretudo as mulheres a tomar estes ARV.
Encontre o estudo aqui.
Anel vaginal
-
- Em Portugal, vivem com o VIH, 17.137 mulheres (valores acumulados 1983 a 2019).
- As mulheres representam 30,7% dos novos casos de infeção (dos 778 casos diagnosticados durante o ano 2019 maiores de 15 anos). De salientar que a via de infeção é sobretudo via heterossexual (92,5%) e nesta categoria as mulheres representam 51% das infeções (221 casos nas mulheres comparativamente a 212 casos em homens).
- A idade à data de diagnóstico situou-se entre os 25 e os 49 anos em 64,8% dos novos casos, enquanto 24,2% foram diagnosticados em indivíduos com idade superior ou igual a 50 anos.
- Nas mulheres, a idade à data de diagnóstico situou-se em 7.1% entre os 15 e 24 anos; 24,1% em mulheres com idade igual ou superior a 50 anos. 64,9% dos novos casos situou-se entre os 25 e os 49 anos. A idade mediana foi de 40 anos.
- Apesar dos novos casos de infeção entre 15-19 anos representar apenas 2,6% do total de casos, em 2019, as raparigas representam 43% dos casos nesta idade.
- 43,9% dos novos casos ocorreu em mulheres oriundas de Africa subsariana.
- “Em 2019 foram diagnosticadas 24 infeções por VIH do tipo 2 (VIH-2). Esses diagnósticos ocorreram maioritariamente em mulheres (83,3%; 20/24), em indivíduos com 50 ou mais anos (66,6%; 16/24) e em nascidos na Guiné-Bissau (75,0%; 18/24).”
- O diagnóstico foi tardio em 46,7% das mulheres e mais frequente nos casos de transmissão heterossexual (56,7%)…atingindo o valor de 68,1% nos casos com idades de 50 ou mais anos.”
- Os novos casos de SIDA ocorrem sobretudo entre heterossexuais (73,8%). As mulheres representam 34,9% dos novos casos de SIDA, sendo mais prevalente entre os 39-49 anos.
- Existiram 197 óbitos por SIDA, em 2019, 52 eram mulheres.
“Portugal foi, durante vários anos, o país da União Europeia com a taxa mais elevada de diagnósticos de SIDA. Desde 2012 ocupa a segunda posição atrás da Letónia, contudo, as taxas anuais observadas têm valores de aproximadamente o quádruplo da taxa média europeia” .
Encontre o relatório INSA, 2020 aqui.
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20.1 milhões de mulheres, no mundo, vivem com VIH
Em Portugal vivem com o VIH, 17.137 mulheres (valores acumulados 1983 a 2019). (INSA, 2020)
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Celebramos, hoje, o Dia Mundial contra a Sida, no decorrer de uma outra pandemia. E celebramos de uma forma diferente, mais intimista, recorrendo a plataformas que nos unem. Celebramos confinadas para que no próximo ano estejamos TODAS e não falte ninguém.
As pessoas que vivem com VIH, e sobretudo as sobreviventes de longa duração, sabem o que é viver uma pandemia. Na década de 80 e 90 do milénio passado, sentimos a discriminação e o estigma, sentimos o medo do desconhecido. E hoje, apesar dos avanços biomédicos, o estigma e a discriminação ainda persistem.
Os grandes avanços biomédicos permitem, que hoje, uma pessoa a viver com VIH, tenha uma esperança de vida similar a qualquer outra pessoa, que possa disfrutar a vida com uma doença crónica, que possam ser mães e pais, que possam viver plenamente. O tratamento como prevenção permite, que hoje se diga, que uma pessoa com VIH, com carga viral indetectável e comprometida no seu tratamento não transmite o VIH. E permite, também, que as pessoas seronegativas ao VIH possam evitar a transmissão através da profilaxia pré-exposição (PrEP). Em breve, tomaremos uma injeção bimensalmente, em lugar da toma diária de comprimidos.
Neste dia mundial da resposta ao VIH/SIDA prestamos homenagem e lembramos todxs xs que partiram, todxs que se sujeitaram a pesquisas médicas e científicas com impacto negativo na sua saúde para beneficiar todxs xs outrxs, todxs que sofreram e sofrem, todxs as que lidam com efeitos secundários das terapias que xs salvam, todxs xs que lutaram e lutam para que muitxs possam viver hoje vidas dignas.
É também um tempo de esperança e de novos começos, de oportunidades. A esperança de uma vacina mas também de um mundo sem estigma, um mundo sem sexismo, sem racismo, sem homofobia, sem os preconceitos que agravam qualquer epidemia. Para isso a ação de todxs é necessária, a minha, a tua a de todxs nós para que vivamos num mundo de solidariedade, de direitos humanos, de amor e compaixão.
Na Seres acreditamos que esse mundo é possível e defendemos, lutamos por uma vida justa, equitativa e com qualidade onde as pessoas com VIH tenham recursos, voz, escolha e oportunidades livres de qualquer estigma e/ou discriminação.
#MaisInformaçãoMenosPreconceito
#PoderiaSerEu
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Mulheres que já se encontram em terapia antirretroviral e que começam a tomar um inibidor da integrase (INSTI) apresentam um aumento maior na hemoglobina A1c (HbA1c) e na tensão arterial do que aquelas que continuam o tratamento para VIH sem um INSTI. Tanto a HbA1c quanto a tensão arterial são indicadores de risco cardiometabólico.
As 1.118 participantes (234 no grupo INSTI, 884 no grupo não INSTI) foram acompanhadas por cerca de dois anos. No início do estudo, 73% estavam com sobrepeso ou obesas.
O aumento da HbA1c e da tensão arterial foi particularmente pronunciado em mulheres que ganharam ≥ 5% do peso após iniciar um INSTI.
Embora as taxas de diabetes incidente (5% no grupo INSTI, 2% no grupo não INSTI) e hipertensão (24% no grupo INSTI, 20% no grupo não INSTI) fossem comparáveis entre os braços do estudo, os aumentos observados ainda aumentam o risco de complicações glicémicas e doenças coronárias das participantes.
Mais estudos são necessários.
Encontre o estudo aqui.
-
Uma injeção administrada a cada dois meses demonstrou ser mais eficaz que a toma diária de um comprimido, na prevenção do VIH em mulheres.
Esta notícia é particularmente importante para as mulheres que têm dificuldade em obter ou tomar a profilaxia pré-exposição (PrEP).
Este estudo salienta a importância de incluir mulheres nos estudos científicos relativos ao VIH. As mulheres continuam sub-representadas nestes estudos apesar de constituírem metade das infeções por VIH, no mundo.
O único tratamento aprovado como PrEP é o Truvada que apresenta uma boa eficácia se tomada em conformidade com o prescrito. Mas a boa adesão requerida nem sempre é possível ou existente. Por outro lado, a sua toma a longo prazo pode levar à perda óssea.
Por isso a importância destes resultados pois apresenta mais opções para as mulheres.
Este tratamento ainda não foi aprovado.
Encontre a notícia sobre este estudo aqui.
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Perante a especulação:
– Estão as pessoas que vivem com VIH protegidas pelos antirretrovirais (ARV)?
- Estudo realizado nos EUA, em 36 instituições, observou não existir associação entre ARVs ou ausência de supressão viral e consequências de infeção por COVID-19. (Dandachi, Clinic Infect Dis. 2020)
- Estudo em Espanha, envolvendo 77.590 pessoas que vivem com VIH (PVV), analisou a incidência e gravidade do COVID em PVV. O risco de diagnóstico por COVID-19 e hospitalização era maior entre os homens e as pessoas com mais de 70 anos (3.7 por 10.000 em PVV comparativamente com 2.1 por 10.000 na população em geral). Este estudo observou também que nenhuma pessoa em Tenofovir/ emtricitabina foi admitida nos cuidados intensivos ou morreu. Mas mais estudos são necessários. (Del Amo, Ann Intern Med. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32589451/)
- O maior estudo foi realizado na África do Sul envolvendo cerca de 3 milhões de pessoas (3.978 PVV com COVID-19). A morte por COVID-19 estava associada ao sexo masculino, idade avançada, diabetes, hipertensão e doença renal crónica. E observou que o rácio de mortalidade por COVID-19 nas pessoas com VIH vs sem VIH foi de 2.39. (Boulle, CID. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32860699/)
- Estudo realizado nos EUA entre os veteranos (VACS) observou não existir maior suscetibilidade ao COVID-19 ou incidência de gravidade de doença entre as PVV infetadas. (Park, AIDS2020, abstract LBPEC23, 2020)
- PVV participaram na pesquisa da vacina, mas não sabemos o número.
- Em estudos maiores, as PVV com estabilidade nos ARV, apresentam resultados semelhantes às pessoas sem VIH, mas os dados sobre mortalidade não são consistentes.
- Uma baixa contagem de CD4 pode piorar os resultados.
- Sobre a mortalidade por COVID-19 entre PVV ver o artigo publicado aqui.
Baseado em artigo do Dr. Paul E. Sax, Director Clínico do Brigham and Women’s Hospital e Professor de Medicina de Harvard Medical School
-
O GAT, Grupo de Ativistas em Tratamentos e a Seres (con) viver com o VIH, duas organizações de doentes VIH, apresentam vários estudos que apontam para uma maior mortalidade das pessoas com o VIH face ao COVID-19 aos responsáveis pelo plano de vacinação e autoridades em VIH.
Alguns estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade pela COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH. Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA que não conseguiram encontrar provas de que o VIH é um fator de risco para a COVID-19:
aidsonline, aids2020, tandfonline
Anteriormente, um grande estudo na África do Sul observou também um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação em Portugal.
-
Os estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade por COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH.
Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA não conseguiram encontrar evidências de que o VIH é um fator de risco para o COVID-19:
AIDS online, AIDS2020, Taylor and Francis online
Mas um estudo realizado no Reino Unido, que envolveu 47,592 pacientes, demonstrou que a positividade ao VIH estava associada a um maior risco de morte (47%). Esta diferença na mortalidade era mais evidente nas pessoas com menos de 60 anos. Abaixo desta idade, o estado positivo ao VIH mais do que duplicava o risco de mortalidade.
Encontre o estudo aqui.
No artigo publicado no The Lancet, com estes resultados a interpretação, aponta para que as pessoas com VIH se encontram em maior risco de mortalidade por COVID-19.
Encontre o artigo aqui.
As pessoas com VIH são mais propensas a serem admitidas em hospitais com COVID-19 e a morrer no hospital devido a COVID-19 do que pessoas sem VIH, e pessoas com doença por VIH mais avançada ou carga viral não suprimida eram mais propensas do que outras pessoas com VIH a serem hospitalizadas, conforme uma revisão dos dados de vigilância no estado de Nova Iorque.
Encontre o estudo aqui.
Anteriormente, um largo estudo na África do Sul observou um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Encontre o estudo aqui.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação.
-
Apesar da pandemia, e de todos os condicionalismos, existiram alguns avanços na pesquisa e estudo do VIH e tratamentos.
Nesta página apresentamos os maiores acontecimentos, nesta área, em 2020.
VIH e COVID-19
Estudos realizados em Espanha e nos EUA não conseguiram encontrar evidências de que o VIH é um fator de risco para o COVID-19.
Encontre os estudos aqui, aqui e aqui.
Mas um estudo realizado no Reino Unido, que envolveu 47,592 pacientes, demonstrou que a positividade ao VIH estava associada a um maior risco de morte (47%). Esta diferença na mortalidade era mais evidente nas pessoas com menos de 60 anos. Abaixo desta idade, o estado positivo ao VIH mais do que duplicava o risco de mortalidade.
Encontre o estudo aqui.
a taxa de mortalidade desceu entre as pessoas com VIH
De acordo com o relatório VIH de 2019, do INSA, “na última década regista-se um decréscimo na mortalidade associada à infeção por VIH. … a taxa de mortalidade observada em Portugal é muito superior à observada na União Europeia, à semelhança do já referido para a taxa de novos diagnósticos de infeção e de SIDA.”
De acordo com o relatório VIH de 2020, “o maior número de mortes ocorreu em homens (12366; 81,3%) e em UDI (7417; 48,8%). Na década mais recente registaram-se 3933 óbitos, dos quais 48,4% (n=1902) em casos de transmissão heterossexual, 41,2% (n=1619) em utilizadores de drogas injetadas e 8,3% (n=328) em HSH.” O relatório aqui.
De referir que a esperança de vida entre as pessoas que vivem com VIH (comparativamente com as pessoas sem VIH) desceu de 22 anos durante 2000-2003 para 9 anos durante 2014-2016. Mas o mesmo não se pode dizer quanto a comorbidades. O artigo aqui.
PrEP injetável
A PrEP (profilaxia pré-exposição) tem sido oferecida como comprimido, mas em breve existirá a opção de tomar uma injeção bimensal (a cada 2 meses).
Esta injeção com cabotegravir (CAB) demonstrou ser mais eficaz do que o comprimido, conforme estudos realizados em mulheres cisgénero, mulheres transgénero e HSH. E apesar de existirem efeitos secundários estes não implicaram abandonar esta terapêutica.
Encontre o estudo aqui. E sobre as mulheres aqui. Em HSH e transgénero aqui.
Uma opção para quem tem extensa resistência a TARV, Fostemsavir
A percentagem, de pessoas que vive com VIH, com múltiplas resistências e poucas opções de tratamento antirretroviral (TARV), é pequena.
Mas para essas pessoas o fostemsavir pode ser a salvação. Felizmente a maioria das pessoas nunca necessitará deste tratamento.
Encontre o artigo aqui.
Uma injeção subcutânea de 6 em 6 meses, para pessoas multirresistentes, em estudo
Para quem é multirresistente, o Lenacapavir, pode ser a solução. Mas ainda se encontra em estudo.
O Lenacapavir é uma injeção administrada a cada 6 meses, que demonstrou ser eficaz a baixar ou reduzir a carga viral.
Encontre o artigo aqui.
Aumento de peso, após início de TARV
Os inibidores da integrasse são potentes, com elevada barreira de resistência e normalmente bem tolerados. Mas observou-se um elevado aumento de peso, após a sua iniciação, sobretudo do dolutegravir e do bictegravir.
Segundo, estudo realizado na África do sul, a obesidade afeta as pessoas com VIH, mas, sobretudo as mulheres a tomar estes ARV.
Encontre o estudo aqui.
Anel vaginal
-
- Em Portugal, vivem com o VIH, 17.137 mulheres (valores acumulados 1983 a 2019).
- As mulheres representam 30,7% dos novos casos de infeção (dos 778 casos diagnosticados durante o ano 2019 maiores de 15 anos). De salientar que a via de infeção é sobretudo via heterossexual (92,5%) e nesta categoria as mulheres representam 51% das infeções (221 casos nas mulheres comparativamente a 212 casos em homens).
- A idade à data de diagnóstico situou-se entre os 25 e os 49 anos em 64,8% dos novos casos, enquanto 24,2% foram diagnosticados em indivíduos com idade superior ou igual a 50 anos.
- Nas mulheres, a idade à data de diagnóstico situou-se em 7.1% entre os 15 e 24 anos; 24,1% em mulheres com idade igual ou superior a 50 anos. 64,9% dos novos casos situou-se entre os 25 e os 49 anos. A idade mediana foi de 40 anos.
- Apesar dos novos casos de infeção entre 15-19 anos representar apenas 2,6% do total de casos, em 2019, as raparigas representam 43% dos casos nesta idade.
- 43,9% dos novos casos ocorreu em mulheres oriundas de Africa subsariana.
- “Em 2019 foram diagnosticadas 24 infeções por VIH do tipo 2 (VIH-2). Esses diagnósticos ocorreram maioritariamente em mulheres (83,3%; 20/24), em indivíduos com 50 ou mais anos (66,6%; 16/24) e em nascidos na Guiné-Bissau (75,0%; 18/24).”
- O diagnóstico foi tardio em 46,7% das mulheres e mais frequente nos casos de transmissão heterossexual (56,7%)…atingindo o valor de 68,1% nos casos com idades de 50 ou mais anos.”
- Os novos casos de SIDA ocorrem sobretudo entre heterossexuais (73,8%). As mulheres representam 34,9% dos novos casos de SIDA, sendo mais prevalente entre os 39-49 anos.
- Existiram 197 óbitos por SIDA, em 2019, 52 eram mulheres.
“Portugal foi, durante vários anos, o país da União Europeia com a taxa mais elevada de diagnósticos de SIDA. Desde 2012 ocupa a segunda posição atrás da Letónia, contudo, as taxas anuais observadas têm valores de aproximadamente o quádruplo da taxa média europeia” .
Encontre o relatório INSA, 2020 aqui.
-
20.1 milhões de mulheres, no mundo, vivem com VIH
Em Portugal vivem com o VIH, 17.137 mulheres (valores acumulados 1983 a 2019). (INSA, 2020)
-
Celebramos, hoje, o Dia Mundial contra a Sida, no decorrer de uma outra pandemia. E celebramos de uma forma diferente, mais intimista, recorrendo a plataformas que nos unem. Celebramos confinadas para que no próximo ano estejamos TODAS e não falte ninguém.
As pessoas que vivem com VIH, e sobretudo as sobreviventes de longa duração, sabem o que é viver uma pandemia. Na década de 80 e 90 do milénio passado, sentimos a discriminação e o estigma, sentimos o medo do desconhecido. E hoje, apesar dos avanços biomédicos, o estigma e a discriminação ainda persistem.
Os grandes avanços biomédicos permitem, que hoje, uma pessoa a viver com VIH, tenha uma esperança de vida similar a qualquer outra pessoa, que possa disfrutar a vida com uma doença crónica, que possam ser mães e pais, que possam viver plenamente. O tratamento como prevenção permite, que hoje se diga, que uma pessoa com VIH, com carga viral indetectável e comprometida no seu tratamento não transmite o VIH. E permite, também, que as pessoas seronegativas ao VIH possam evitar a transmissão através da profilaxia pré-exposição (PrEP). Em breve, tomaremos uma injeção bimensalmente, em lugar da toma diária de comprimidos.
Neste dia mundial da resposta ao VIH/SIDA prestamos homenagem e lembramos todxs xs que partiram, todxs que se sujeitaram a pesquisas médicas e científicas com impacto negativo na sua saúde para beneficiar todxs xs outrxs, todxs que sofreram e sofrem, todxs as que lidam com efeitos secundários das terapias que xs salvam, todxs xs que lutaram e lutam para que muitxs possam viver hoje vidas dignas.
É também um tempo de esperança e de novos começos, de oportunidades. A esperança de uma vacina mas também de um mundo sem estigma, um mundo sem sexismo, sem racismo, sem homofobia, sem os preconceitos que agravam qualquer epidemia. Para isso a ação de todxs é necessária, a minha, a tua a de todxs nós para que vivamos num mundo de solidariedade, de direitos humanos, de amor e compaixão.
Na Seres acreditamos que esse mundo é possível e defendemos, lutamos por uma vida justa, equitativa e com qualidade onde as pessoas com VIH tenham recursos, voz, escolha e oportunidades livres de qualquer estigma e/ou discriminação.
#MaisInformaçãoMenosPreconceito
#PoderiaSerEu
-
Mulheres que já se encontram em terapia antirretroviral e que começam a tomar um inibidor da integrase (INSTI) apresentam um aumento maior na hemoglobina A1c (HbA1c) e na tensão arterial do que aquelas que continuam o tratamento para VIH sem um INSTI. Tanto a HbA1c quanto a tensão arterial são indicadores de risco cardiometabólico.
As 1.118 participantes (234 no grupo INSTI, 884 no grupo não INSTI) foram acompanhadas por cerca de dois anos. No início do estudo, 73% estavam com sobrepeso ou obesas.
O aumento da HbA1c e da tensão arterial foi particularmente pronunciado em mulheres que ganharam ≥ 5% do peso após iniciar um INSTI.
Embora as taxas de diabetes incidente (5% no grupo INSTI, 2% no grupo não INSTI) e hipertensão (24% no grupo INSTI, 20% no grupo não INSTI) fossem comparáveis entre os braços do estudo, os aumentos observados ainda aumentam o risco de complicações glicémicas e doenças coronárias das participantes.
Mais estudos são necessários.
Encontre o estudo aqui.
-
Uma injeção administrada a cada dois meses demonstrou ser mais eficaz que a toma diária de um comprimido, na prevenção do VIH em mulheres.
Esta notícia é particularmente importante para as mulheres que têm dificuldade em obter ou tomar a profilaxia pré-exposição (PrEP).
Este estudo salienta a importância de incluir mulheres nos estudos científicos relativos ao VIH. As mulheres continuam sub-representadas nestes estudos apesar de constituírem metade das infeções por VIH, no mundo.
O único tratamento aprovado como PrEP é o Truvada que apresenta uma boa eficácia se tomada em conformidade com o prescrito. Mas a boa adesão requerida nem sempre é possível ou existente. Por outro lado, a sua toma a longo prazo pode levar à perda óssea.
Por isso a importância destes resultados pois apresenta mais opções para as mulheres.
Este tratamento ainda não foi aprovado.
Encontre a notícia sobre este estudo aqui.
-
Perante a especulação:
– Estão as pessoas que vivem com VIH protegidas pelos antirretrovirais (ARV)?
- Estudo realizado nos EUA, em 36 instituições, observou não existir associação entre ARVs ou ausência de supressão viral e consequências de infeção por COVID-19. (Dandachi, Clinic Infect Dis. 2020)
- Estudo em Espanha, envolvendo 77.590 pessoas que vivem com VIH (PVV), analisou a incidência e gravidade do COVID em PVV. O risco de diagnóstico por COVID-19 e hospitalização era maior entre os homens e as pessoas com mais de 70 anos (3.7 por 10.000 em PVV comparativamente com 2.1 por 10.000 na população em geral). Este estudo observou também que nenhuma pessoa em Tenofovir/ emtricitabina foi admitida nos cuidados intensivos ou morreu. Mas mais estudos são necessários. (Del Amo, Ann Intern Med. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32589451/)
- O maior estudo foi realizado na África do Sul envolvendo cerca de 3 milhões de pessoas (3.978 PVV com COVID-19). A morte por COVID-19 estava associada ao sexo masculino, idade avançada, diabetes, hipertensão e doença renal crónica. E observou que o rácio de mortalidade por COVID-19 nas pessoas com VIH vs sem VIH foi de 2.39. (Boulle, CID. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32860699/)
- Estudo realizado nos EUA entre os veteranos (VACS) observou não existir maior suscetibilidade ao COVID-19 ou incidência de gravidade de doença entre as PVV infetadas. (Park, AIDS2020, abstract LBPEC23, 2020)
- PVV participaram na pesquisa da vacina, mas não sabemos o número.
- Em estudos maiores, as PVV com estabilidade nos ARV, apresentam resultados semelhantes às pessoas sem VIH, mas os dados sobre mortalidade não são consistentes.
- Uma baixa contagem de CD4 pode piorar os resultados.
- Sobre a mortalidade por COVID-19 entre PVV ver o artigo publicado aqui.
Baseado em artigo do Dr. Paul E. Sax, Director Clínico do Brigham and Women’s Hospital e Professor de Medicina de Harvard Medical School
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O GAT, Grupo de Ativistas em Tratamentos e a Seres (con) viver com o VIH, duas organizações de doentes VIH, apresentam vários estudos que apontam para uma maior mortalidade das pessoas com o VIH face ao COVID-19 aos responsáveis pelo plano de vacinação e autoridades em VIH.
Alguns estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade pela COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH. Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA que não conseguiram encontrar provas de que o VIH é um fator de risco para a COVID-19:
aidsonline, aids2020, tandfonline
Anteriormente, um grande estudo na África do Sul observou também um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação em Portugal.
-
Os estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade por COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH.
Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA não conseguiram encontrar evidências de que o VIH é um fator de risco para o COVID-19:
AIDS online, AIDS2020, Taylor and Francis online
Mas um estudo realizado no Reino Unido, que envolveu 47,592 pacientes, demonstrou que a positividade ao VIH estava associada a um maior risco de morte (47%). Esta diferença na mortalidade era mais evidente nas pessoas com menos de 60 anos. Abaixo desta idade, o estado positivo ao VIH mais do que duplicava o risco de mortalidade.
Encontre o estudo aqui.
No artigo publicado no The Lancet, com estes resultados a interpretação, aponta para que as pessoas com VIH se encontram em maior risco de mortalidade por COVID-19.
Encontre o artigo aqui.
As pessoas com VIH são mais propensas a serem admitidas em hospitais com COVID-19 e a morrer no hospital devido a COVID-19 do que pessoas sem VIH, e pessoas com doença por VIH mais avançada ou carga viral não suprimida eram mais propensas do que outras pessoas com VIH a serem hospitalizadas, conforme uma revisão dos dados de vigilância no estado de Nova Iorque.
Encontre o estudo aqui.
Anteriormente, um largo estudo na África do Sul observou um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Encontre o estudo aqui.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação.
-
Apesar da pandemia, e de todos os condicionalismos, existiram alguns avanços na pesquisa e estudo do VIH e tratamentos.
Nesta página apresentamos os maiores acontecimentos, nesta área, em 2020.
VIH e COVID-19
Estudos realizados em Espanha e nos EUA não conseguiram encontrar evidências de que o VIH é um fator de risco para o COVID-19.
Encontre os estudos aqui, aqui e aqui.
Mas um estudo realizado no Reino Unido, que envolveu 47,592 pacientes, demonstrou que a positividade ao VIH estava associada a um maior risco de morte (47%). Esta diferença na mortalidade era mais evidente nas pessoas com menos de 60 anos. Abaixo desta idade, o estado positivo ao VIH mais do que duplicava o risco de mortalidade.
Encontre o estudo aqui.
a taxa de mortalidade desceu entre as pessoas com VIH
De acordo com o relatório VIH de 2019, do INSA, “na última década regista-se um decréscimo na mortalidade associada à infeção por VIH. … a taxa de mortalidade observada em Portugal é muito superior à observada na União Europeia, à semelhança do já referido para a taxa de novos diagnósticos de infeção e de SIDA.”
De acordo com o relatório VIH de 2020, “o maior número de mortes ocorreu em homens (12366; 81,3%) e em UDI (7417; 48,8%). Na década mais recente registaram-se 3933 óbitos, dos quais 48,4% (n=1902) em casos de transmissão heterossexual, 41,2% (n=1619) em utilizadores de drogas injetadas e 8,3% (n=328) em HSH.” O relatório aqui.
De referir que a esperança de vida entre as pessoas que vivem com VIH (comparativamente com as pessoas sem VIH) desceu de 22 anos durante 2000-2003 para 9 anos durante 2014-2016. Mas o mesmo não se pode dizer quanto a comorbidades. O artigo aqui.
PrEP injetável
A PrEP (profilaxia pré-exposição) tem sido oferecida como comprimido, mas em breve existirá a opção de tomar uma injeção bimensal (a cada 2 meses).
Esta injeção com cabotegravir (CAB) demonstrou ser mais eficaz do que o comprimido, conforme estudos realizados em mulheres cisgénero, mulheres transgénero e HSH. E apesar de existirem efeitos secundários estes não implicaram abandonar esta terapêutica.
Encontre o estudo aqui. E sobre as mulheres aqui. Em HSH e transgénero aqui.
Uma opção para quem tem extensa resistência a TARV, Fostemsavir
A percentagem, de pessoas que vive com VIH, com múltiplas resistências e poucas opções de tratamento antirretroviral (TARV), é pequena.
Mas para essas pessoas o fostemsavir pode ser a salvação. Felizmente a maioria das pessoas nunca necessitará deste tratamento.
Encontre o artigo aqui.
Uma injeção subcutânea de 6 em 6 meses, para pessoas multirresistentes, em estudo
Para quem é multirresistente, o Lenacapavir, pode ser a solução. Mas ainda se encontra em estudo.
O Lenacapavir é uma injeção administrada a cada 6 meses, que demonstrou ser eficaz a baixar ou reduzir a carga viral.
Encontre o artigo aqui.
Aumento de peso, após início de TARV
Os inibidores da integrasse são potentes, com elevada barreira de resistência e normalmente bem tolerados. Mas observou-se um elevado aumento de peso, após a sua iniciação, sobretudo do dolutegravir e do bictegravir.
Segundo, estudo realizado na África do sul, a obesidade afeta as pessoas com VIH, mas, sobretudo as mulheres a tomar estes ARV.
Encontre o estudo aqui.
Anel vaginal
-
- Em Portugal, vivem com o VIH, 17.137 mulheres (valores acumulados 1983 a 2019).
- As mulheres representam 30,7% dos novos casos de infeção (dos 778 casos diagnosticados durante o ano 2019 maiores de 15 anos). De salientar que a via de infeção é sobretudo via heterossexual (92,5%) e nesta categoria as mulheres representam 51% das infeções (221 casos nas mulheres comparativamente a 212 casos em homens).
- A idade à data de diagnóstico situou-se entre os 25 e os 49 anos em 64,8% dos novos casos, enquanto 24,2% foram diagnosticados em indivíduos com idade superior ou igual a 50 anos.
- Nas mulheres, a idade à data de diagnóstico situou-se em 7.1% entre os 15 e 24 anos; 24,1% em mulheres com idade igual ou superior a 50 anos. 64,9% dos novos casos situou-se entre os 25 e os 49 anos. A idade mediana foi de 40 anos.
- Apesar dos novos casos de infeção entre 15-19 anos representar apenas 2,6% do total de casos, em 2019, as raparigas representam 43% dos casos nesta idade.
- 43,9% dos novos casos ocorreu em mulheres oriundas de Africa subsariana.
- “Em 2019 foram diagnosticadas 24 infeções por VIH do tipo 2 (VIH-2). Esses diagnósticos ocorreram maioritariamente em mulheres (83,3%; 20/24), em indivíduos com 50 ou mais anos (66,6%; 16/24) e em nascidos na Guiné-Bissau (75,0%; 18/24).”
- O diagnóstico foi tardio em 46,7% das mulheres e mais frequente nos casos de transmissão heterossexual (56,7%)…atingindo o valor de 68,1% nos casos com idades de 50 ou mais anos.”
- Os novos casos de SIDA ocorrem sobretudo entre heterossexuais (73,8%). As mulheres representam 34,9% dos novos casos de SIDA, sendo mais prevalente entre os 39-49 anos.
- Existiram 197 óbitos por SIDA, em 2019, 52 eram mulheres.
“Portugal foi, durante vários anos, o país da União Europeia com a taxa mais elevada de diagnósticos de SIDA. Desde 2012 ocupa a segunda posição atrás da Letónia, contudo, as taxas anuais observadas têm valores de aproximadamente o quádruplo da taxa média europeia” .
Encontre o relatório INSA, 2020 aqui.
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20.1 milhões de mulheres, no mundo, vivem com VIH
Em Portugal vivem com o VIH, 17.137 mulheres (valores acumulados 1983 a 2019). (INSA, 2020)
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Celebramos, hoje, o Dia Mundial contra a Sida, no decorrer de uma outra pandemia. E celebramos de uma forma diferente, mais intimista, recorrendo a plataformas que nos unem. Celebramos confinadas para que no próximo ano estejamos TODAS e não falte ninguém.
As pessoas que vivem com VIH, e sobretudo as sobreviventes de longa duração, sabem o que é viver uma pandemia. Na década de 80 e 90 do milénio passado, sentimos a discriminação e o estigma, sentimos o medo do desconhecido. E hoje, apesar dos avanços biomédicos, o estigma e a discriminação ainda persistem.
Os grandes avanços biomédicos permitem, que hoje, uma pessoa a viver com VIH, tenha uma esperança de vida similar a qualquer outra pessoa, que possa disfrutar a vida com uma doença crónica, que possam ser mães e pais, que possam viver plenamente. O tratamento como prevenção permite, que hoje se diga, que uma pessoa com VIH, com carga viral indetectável e comprometida no seu tratamento não transmite o VIH. E permite, também, que as pessoas seronegativas ao VIH possam evitar a transmissão através da profilaxia pré-exposição (PrEP). Em breve, tomaremos uma injeção bimensalmente, em lugar da toma diária de comprimidos.
Neste dia mundial da resposta ao VIH/SIDA prestamos homenagem e lembramos todxs xs que partiram, todxs que se sujeitaram a pesquisas médicas e científicas com impacto negativo na sua saúde para beneficiar todxs xs outrxs, todxs que sofreram e sofrem, todxs as que lidam com efeitos secundários das terapias que xs salvam, todxs xs que lutaram e lutam para que muitxs possam viver hoje vidas dignas.
É também um tempo de esperança e de novos começos, de oportunidades. A esperança de uma vacina mas também de um mundo sem estigma, um mundo sem sexismo, sem racismo, sem homofobia, sem os preconceitos que agravam qualquer epidemia. Para isso a ação de todxs é necessária, a minha, a tua a de todxs nós para que vivamos num mundo de solidariedade, de direitos humanos, de amor e compaixão.
Na Seres acreditamos que esse mundo é possível e defendemos, lutamos por uma vida justa, equitativa e com qualidade onde as pessoas com VIH tenham recursos, voz, escolha e oportunidades livres de qualquer estigma e/ou discriminação.
#MaisInformaçãoMenosPreconceito
#PoderiaSerEu
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Mulheres que já se encontram em terapia antirretroviral e que começam a tomar um inibidor da integrase (INSTI) apresentam um aumento maior na hemoglobina A1c (HbA1c) e na tensão arterial do que aquelas que continuam o tratamento para VIH sem um INSTI. Tanto a HbA1c quanto a tensão arterial são indicadores de risco cardiometabólico.
As 1.118 participantes (234 no grupo INSTI, 884 no grupo não INSTI) foram acompanhadas por cerca de dois anos. No início do estudo, 73% estavam com sobrepeso ou obesas.
O aumento da HbA1c e da tensão arterial foi particularmente pronunciado em mulheres que ganharam ≥ 5% do peso após iniciar um INSTI.
Embora as taxas de diabetes incidente (5% no grupo INSTI, 2% no grupo não INSTI) e hipertensão (24% no grupo INSTI, 20% no grupo não INSTI) fossem comparáveis entre os braços do estudo, os aumentos observados ainda aumentam o risco de complicações glicémicas e doenças coronárias das participantes.
Mais estudos são necessários.
Encontre o estudo aqui.
-
Uma injeção administrada a cada dois meses demonstrou ser mais eficaz que a toma diária de um comprimido, na prevenção do VIH em mulheres.
Esta notícia é particularmente importante para as mulheres que têm dificuldade em obter ou tomar a profilaxia pré-exposição (PrEP).
Este estudo salienta a importância de incluir mulheres nos estudos científicos relativos ao VIH. As mulheres continuam sub-representadas nestes estudos apesar de constituírem metade das infeções por VIH, no mundo.
O único tratamento aprovado como PrEP é o Truvada que apresenta uma boa eficácia se tomada em conformidade com o prescrito. Mas a boa adesão requerida nem sempre é possível ou existente. Por outro lado, a sua toma a longo prazo pode levar à perda óssea.
Por isso a importância destes resultados pois apresenta mais opções para as mulheres.
Este tratamento ainda não foi aprovado.
Encontre a notícia sobre este estudo aqui.
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Perante a especulação:
– Estão as pessoas que vivem com VIH protegidas pelos antirretrovirais (ARV)?
- Estudo realizado nos EUA, em 36 instituições, observou não existir associação entre ARVs ou ausência de supressão viral e consequências de infeção por COVID-19. (Dandachi, Clinic Infect Dis. 2020)
- Estudo em Espanha, envolvendo 77.590 pessoas que vivem com VIH (PVV), analisou a incidência e gravidade do COVID em PVV. O risco de diagnóstico por COVID-19 e hospitalização era maior entre os homens e as pessoas com mais de 70 anos (3.7 por 10.000 em PVV comparativamente com 2.1 por 10.000 na população em geral). Este estudo observou também que nenhuma pessoa em Tenofovir/ emtricitabina foi admitida nos cuidados intensivos ou morreu. Mas mais estudos são necessários. (Del Amo, Ann Intern Med. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32589451/)
- O maior estudo foi realizado na África do Sul envolvendo cerca de 3 milhões de pessoas (3.978 PVV com COVID-19). A morte por COVID-19 estava associada ao sexo masculino, idade avançada, diabetes, hipertensão e doença renal crónica. E observou que o rácio de mortalidade por COVID-19 nas pessoas com VIH vs sem VIH foi de 2.39. (Boulle, CID. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32860699/)
- Estudo realizado nos EUA entre os veteranos (VACS) observou não existir maior suscetibilidade ao COVID-19 ou incidência de gravidade de doença entre as PVV infetadas. (Park, AIDS2020, abstract LBPEC23, 2020)
- PVV participaram na pesquisa da vacina, mas não sabemos o número.
- Em estudos maiores, as PVV com estabilidade nos ARV, apresentam resultados semelhantes às pessoas sem VIH, mas os dados sobre mortalidade não são consistentes.
- Uma baixa contagem de CD4 pode piorar os resultados.
- Sobre a mortalidade por COVID-19 entre PVV ver o artigo publicado aqui.
Baseado em artigo do Dr. Paul E. Sax, Director Clínico do Brigham and Women’s Hospital e Professor de Medicina de Harvard Medical School
-
O GAT, Grupo de Ativistas em Tratamentos e a Seres (con) viver com o VIH, duas organizações de doentes VIH, apresentam vários estudos que apontam para uma maior mortalidade das pessoas com o VIH face ao COVID-19 aos responsáveis pelo plano de vacinação e autoridades em VIH.
Alguns estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade pela COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH. Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA que não conseguiram encontrar provas de que o VIH é um fator de risco para a COVID-19:
aidsonline, aids2020, tandfonline
Anteriormente, um grande estudo na África do Sul observou também um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação em Portugal.
-
Os estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade por COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH.
Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA não conseguiram encontrar evidências de que o VIH é um fator de risco para o COVID-19:
AIDS online, AIDS2020, Taylor and Francis online
Mas um estudo realizado no Reino Unido, que envolveu 47,592 pacientes, demonstrou que a positividade ao VIH estava associada a um maior risco de morte (47%). Esta diferença na mortalidade era mais evidente nas pessoas com menos de 60 anos. Abaixo desta idade, o estado positivo ao VIH mais do que duplicava o risco de mortalidade.
Encontre o estudo aqui.
No artigo publicado no The Lancet, com estes resultados a interpretação, aponta para que as pessoas com VIH se encontram em maior risco de mortalidade por COVID-19.
Encontre o artigo aqui.
As pessoas com VIH são mais propensas a serem admitidas em hospitais com COVID-19 e a morrer no hospital devido a COVID-19 do que pessoas sem VIH, e pessoas com doença por VIH mais avançada ou carga viral não suprimida eram mais propensas do que outras pessoas com VIH a serem hospitalizadas, conforme uma revisão dos dados de vigilância no estado de Nova Iorque.
Encontre o estudo aqui.
Anteriormente, um largo estudo na África do Sul observou um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Encontre o estudo aqui.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação.
-
Apesar da pandemia, e de todos os condicionalismos, existiram alguns avanços na pesquisa e estudo do VIH e tratamentos.
Nesta página apresentamos os maiores acontecimentos, nesta área, em 2020.
VIH e COVID-19
Estudos realizados em Espanha e nos EUA não conseguiram encontrar evidências de que o VIH é um fator de risco para o COVID-19.
Encontre os estudos aqui, aqui e aqui.
Mas um estudo realizado no Reino Unido, que envolveu 47,592 pacientes, demonstrou que a positividade ao VIH estava associada a um maior risco de morte (47%). Esta diferença na mortalidade era mais evidente nas pessoas com menos de 60 anos. Abaixo desta idade, o estado positivo ao VIH mais do que duplicava o risco de mortalidade.
Encontre o estudo aqui.
a taxa de mortalidade desceu entre as pessoas com VIH
De acordo com o relatório VIH de 2019, do INSA, “na última década regista-se um decréscimo na mortalidade associada à infeção por VIH. … a taxa de mortalidade observada em Portugal é muito superior à observada na União Europeia, à semelhança do já referido para a taxa de novos diagnósticos de infeção e de SIDA.”
De acordo com o relatório VIH de 2020, “o maior número de mortes ocorreu em homens (12366; 81,3%) e em UDI (7417; 48,8%). Na década mais recente registaram-se 3933 óbitos, dos quais 48,4% (n=1902) em casos de transmissão heterossexual, 41,2% (n=1619) em utilizadores de drogas injetadas e 8,3% (n=328) em HSH.” O relatório aqui.
De referir que a esperança de vida entre as pessoas que vivem com VIH (comparativamente com as pessoas sem VIH) desceu de 22 anos durante 2000-2003 para 9 anos durante 2014-2016. Mas o mesmo não se pode dizer quanto a comorbidades. O artigo aqui.
PrEP injetável
A PrEP (profilaxia pré-exposição) tem sido oferecida como comprimido, mas em breve existirá a opção de tomar uma injeção bimensal (a cada 2 meses).
Esta injeção com cabotegravir (CAB) demonstrou ser mais eficaz do que o comprimido, conforme estudos realizados em mulheres cisgénero, mulheres transgénero e HSH. E apesar de existirem efeitos secundários estes não implicaram abandonar esta terapêutica.
Encontre o estudo aqui. E sobre as mulheres aqui. Em HSH e transgénero aqui.
Uma opção para quem tem extensa resistência a TARV, Fostemsavir
A percentagem, de pessoas que vive com VIH, com múltiplas resistências e poucas opções de tratamento antirretroviral (TARV), é pequena.
Mas para essas pessoas o fostemsavir pode ser a salvação. Felizmente a maioria das pessoas nunca necessitará deste tratamento.
Encontre o artigo aqui.
Uma injeção subcutânea de 6 em 6 meses, para pessoas multirresistentes, em estudo
Para quem é multirresistente, o Lenacapavir, pode ser a solução. Mas ainda se encontra em estudo.
O Lenacapavir é uma injeção administrada a cada 6 meses, que demonstrou ser eficaz a baixar ou reduzir a carga viral.
Encontre o artigo aqui.
Aumento de peso, após início de TARV
Os inibidores da integrasse são potentes, com elevada barreira de resistência e normalmente bem tolerados. Mas observou-se um elevado aumento de peso, após a sua iniciação, sobretudo do dolutegravir e do bictegravir.
Segundo, estudo realizado na África do sul, a obesidade afeta as pessoas com VIH, mas, sobretudo as mulheres a tomar estes ARV.
Encontre o estudo aqui.
Anel vaginal
-
- Em Portugal, vivem com o VIH, 17.137 mulheres (valores acumulados 1983 a 2019).
- As mulheres representam 30,7% dos novos casos de infeção (dos 778 casos diagnosticados durante o ano 2019 maiores de 15 anos). De salientar que a via de infeção é sobretudo via heterossexual (92,5%) e nesta categoria as mulheres representam 51% das infeções (221 casos nas mulheres comparativamente a 212 casos em homens).
- A idade à data de diagnóstico situou-se entre os 25 e os 49 anos em 64,8% dos novos casos, enquanto 24,2% foram diagnosticados em indivíduos com idade superior ou igual a 50 anos.
- Nas mulheres, a idade à data de diagnóstico situou-se em 7.1% entre os 15 e 24 anos; 24,1% em mulheres com idade igual ou superior a 50 anos. 64,9% dos novos casos situou-se entre os 25 e os 49 anos. A idade mediana foi de 40 anos.
- Apesar dos novos casos de infeção entre 15-19 anos representar apenas 2,6% do total de casos, em 2019, as raparigas representam 43% dos casos nesta idade.
- 43,9% dos novos casos ocorreu em mulheres oriundas de Africa subsariana.
- “Em 2019 foram diagnosticadas 24 infeções por VIH do tipo 2 (VIH-2). Esses diagnósticos ocorreram maioritariamente em mulheres (83,3%; 20/24), em indivíduos com 50 ou mais anos (66,6%; 16/24) e em nascidos na Guiné-Bissau (75,0%; 18/24).”
- O diagnóstico foi tardio em 46,7% das mulheres e mais frequente nos casos de transmissão heterossexual (56,7%)…atingindo o valor de 68,1% nos casos com idades de 50 ou mais anos.”
- Os novos casos de SIDA ocorrem sobretudo entre heterossexuais (73,8%). As mulheres representam 34,9% dos novos casos de SIDA, sendo mais prevalente entre os 39-49 anos.
- Existiram 197 óbitos por SIDA, em 2019, 52 eram mulheres.
“Portugal foi, durante vários anos, o país da União Europeia com a taxa mais elevada de diagnósticos de SIDA. Desde 2012 ocupa a segunda posição atrás da Letónia, contudo, as taxas anuais observadas têm valores de aproximadamente o quádruplo da taxa média europeia” .
Encontre o relatório INSA, 2020 aqui.
-
20.1 milhões de mulheres, no mundo, vivem com VIH
Em Portugal vivem com o VIH, 17.137 mulheres (valores acumulados 1983 a 2019). (INSA, 2020)
-
Celebramos, hoje, o Dia Mundial contra a Sida, no decorrer de uma outra pandemia. E celebramos de uma forma diferente, mais intimista, recorrendo a plataformas que nos unem. Celebramos confinadas para que no próximo ano estejamos TODAS e não falte ninguém.
As pessoas que vivem com VIH, e sobretudo as sobreviventes de longa duração, sabem o que é viver uma pandemia. Na década de 80 e 90 do milénio passado, sentimos a discriminação e o estigma, sentimos o medo do desconhecido. E hoje, apesar dos avanços biomédicos, o estigma e a discriminação ainda persistem.
Os grandes avanços biomédicos permitem, que hoje, uma pessoa a viver com VIH, tenha uma esperança de vida similar a qualquer outra pessoa, que possa disfrutar a vida com uma doença crónica, que possam ser mães e pais, que possam viver plenamente. O tratamento como prevenção permite, que hoje se diga, que uma pessoa com VIH, com carga viral indetectável e comprometida no seu tratamento não transmite o VIH. E permite, também, que as pessoas seronegativas ao VIH possam evitar a transmissão através da profilaxia pré-exposição (PrEP). Em breve, tomaremos uma injeção bimensalmente, em lugar da toma diária de comprimidos.
Neste dia mundial da resposta ao VIH/SIDA prestamos homenagem e lembramos todxs xs que partiram, todxs que se sujeitaram a pesquisas médicas e científicas com impacto negativo na sua saúde para beneficiar todxs xs outrxs, todxs que sofreram e sofrem, todxs as que lidam com efeitos secundários das terapias que xs salvam, todxs xs que lutaram e lutam para que muitxs possam viver hoje vidas dignas.
É também um tempo de esperança e de novos começos, de oportunidades. A esperança de uma vacina mas também de um mundo sem estigma, um mundo sem sexismo, sem racismo, sem homofobia, sem os preconceitos que agravam qualquer epidemia. Para isso a ação de todxs é necessária, a minha, a tua a de todxs nós para que vivamos num mundo de solidariedade, de direitos humanos, de amor e compaixão.
Na Seres acreditamos que esse mundo é possível e defendemos, lutamos por uma vida justa, equitativa e com qualidade onde as pessoas com VIH tenham recursos, voz, escolha e oportunidades livres de qualquer estigma e/ou discriminação.
#MaisInformaçãoMenosPreconceito
#PoderiaSerEu
-
Mulheres que já se encontram em terapia antirretroviral e que começam a tomar um inibidor da integrase (INSTI) apresentam um aumento maior na hemoglobina A1c (HbA1c) e na tensão arterial do que aquelas que continuam o tratamento para VIH sem um INSTI. Tanto a HbA1c quanto a tensão arterial são indicadores de risco cardiometabólico.
As 1.118 participantes (234 no grupo INSTI, 884 no grupo não INSTI) foram acompanhadas por cerca de dois anos. No início do estudo, 73% estavam com sobrepeso ou obesas.
O aumento da HbA1c e da tensão arterial foi particularmente pronunciado em mulheres que ganharam ≥ 5% do peso após iniciar um INSTI.
Embora as taxas de diabetes incidente (5% no grupo INSTI, 2% no grupo não INSTI) e hipertensão (24% no grupo INSTI, 20% no grupo não INSTI) fossem comparáveis entre os braços do estudo, os aumentos observados ainda aumentam o risco de complicações glicémicas e doenças coronárias das participantes.
Mais estudos são necessários.
Encontre o estudo aqui.
-
Uma injeção administrada a cada dois meses demonstrou ser mais eficaz que a toma diária de um comprimido, na prevenção do VIH em mulheres.
Esta notícia é particularmente importante para as mulheres que têm dificuldade em obter ou tomar a profilaxia pré-exposição (PrEP).
Este estudo salienta a importância de incluir mulheres nos estudos científicos relativos ao VIH. As mulheres continuam sub-representadas nestes estudos apesar de constituírem metade das infeções por VIH, no mundo.
O único tratamento aprovado como PrEP é o Truvada que apresenta uma boa eficácia se tomada em conformidade com o prescrito. Mas a boa adesão requerida nem sempre é possível ou existente. Por outro lado, a sua toma a longo prazo pode levar à perda óssea.
Por isso a importância destes resultados pois apresenta mais opções para as mulheres.
Este tratamento ainda não foi aprovado.
Encontre a notícia sobre este estudo aqui.
-
Perante a especulação:
– Estão as pessoas que vivem com VIH protegidas pelos antirretrovirais (ARV)?
- Estudo realizado nos EUA, em 36 instituições, observou não existir associação entre ARVs ou ausência de supressão viral e consequências de infeção por COVID-19. (Dandachi, Clinic Infect Dis. 2020)
- Estudo em Espanha, envolvendo 77.590 pessoas que vivem com VIH (PVV), analisou a incidência e gravidade do COVID em PVV. O risco de diagnóstico por COVID-19 e hospitalização era maior entre os homens e as pessoas com mais de 70 anos (3.7 por 10.000 em PVV comparativamente com 2.1 por 10.000 na população em geral). Este estudo observou também que nenhuma pessoa em Tenofovir/ emtricitabina foi admitida nos cuidados intensivos ou morreu. Mas mais estudos são necessários. (Del Amo, Ann Intern Med. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32589451/)
- O maior estudo foi realizado na África do Sul envolvendo cerca de 3 milhões de pessoas (3.978 PVV com COVID-19). A morte por COVID-19 estava associada ao sexo masculino, idade avançada, diabetes, hipertensão e doença renal crónica. E observou que o rácio de mortalidade por COVID-19 nas pessoas com VIH vs sem VIH foi de 2.39. (Boulle, CID. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32860699/)
- Estudo realizado nos EUA entre os veteranos (VACS) observou não existir maior suscetibilidade ao COVID-19 ou incidência de gravidade de doença entre as PVV infetadas. (Park, AIDS2020, abstract LBPEC23, 2020)
- PVV participaram na pesquisa da vacina, mas não sabemos o número.
- Em estudos maiores, as PVV com estabilidade nos ARV, apresentam resultados semelhantes às pessoas sem VIH, mas os dados sobre mortalidade não são consistentes.
- Uma baixa contagem de CD4 pode piorar os resultados.
- Sobre a mortalidade por COVID-19 entre PVV ver o artigo publicado aqui.
Baseado em artigo do Dr. Paul E. Sax, Director Clínico do Brigham and Women’s Hospital e Professor de Medicina de Harvard Medical School
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O GAT, Grupo de Ativistas em Tratamentos e a Seres (con) viver com o VIH, duas organizações de doentes VIH, apresentam vários estudos que apontam para uma maior mortalidade das pessoas com o VIH face ao COVID-19 aos responsáveis pelo plano de vacinação e autoridades em VIH.
Alguns estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade pela COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH. Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA que não conseguiram encontrar provas de que o VIH é um fator de risco para a COVID-19:
aidsonline, aids2020, tandfonline
Anteriormente, um grande estudo na África do Sul observou também um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação em Portugal.
-
Os estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade por COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH.
Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA não conseguiram encontrar evidências de que o VIH é um fator de risco para o COVID-19:
AIDS online, AIDS2020, Taylor and Francis online
Mas um estudo realizado no Reino Unido, que envolveu 47,592 pacientes, demonstrou que a positividade ao VIH estava associada a um maior risco de morte (47%). Esta diferença na mortalidade era mais evidente nas pessoas com menos de 60 anos. Abaixo desta idade, o estado positivo ao VIH mais do que duplicava o risco de mortalidade.
Encontre o estudo aqui.
No artigo publicado no The Lancet, com estes resultados a interpretação, aponta para que as pessoas com VIH se encontram em maior risco de mortalidade por COVID-19.
Encontre o artigo aqui.
As pessoas com VIH são mais propensas a serem admitidas em hospitais com COVID-19 e a morrer no hospital devido a COVID-19 do que pessoas sem VIH, e pessoas com doença por VIH mais avançada ou carga viral não suprimida eram mais propensas do que outras pessoas com VIH a serem hospitalizadas, conforme uma revisão dos dados de vigilância no estado de Nova Iorque.
Encontre o estudo aqui.
Anteriormente, um largo estudo na África do Sul observou um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Encontre o estudo aqui.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação.
-
Apesar da pandemia, e de todos os condicionalismos, existiram alguns avanços na pesquisa e estudo do VIH e tratamentos.
Nesta página apresentamos os maiores acontecimentos, nesta área, em 2020.
VIH e COVID-19
Estudos realizados em Espanha e nos EUA não conseguiram encontrar evidências de que o VIH é um fator de risco para o COVID-19.
Encontre os estudos aqui, aqui e aqui.
Mas um estudo realizado no Reino Unido, que envolveu 47,592 pacientes, demonstrou que a positividade ao VIH estava associada a um maior risco de morte (47%). Esta diferença na mortalidade era mais evidente nas pessoas com menos de 60 anos. Abaixo desta idade, o estado positivo ao VIH mais do que duplicava o risco de mortalidade.
Encontre o estudo aqui.
a taxa de mortalidade desceu entre as pessoas com VIH
De acordo com o relatório VIH de 2019, do INSA, “na última década regista-se um decréscimo na mortalidade associada à infeção por VIH. … a taxa de mortalidade observada em Portugal é muito superior à observada na União Europeia, à semelhança do já referido para a taxa de novos diagnósticos de infeção e de SIDA.”
De acordo com o relatório VIH de 2020, “o maior número de mortes ocorreu em homens (12366; 81,3%) e em UDI (7417; 48,8%). Na década mais recente registaram-se 3933 óbitos, dos quais 48,4% (n=1902) em casos de transmissão heterossexual, 41,2% (n=1619) em utilizadores de drogas injetadas e 8,3% (n=328) em HSH.” O relatório aqui.
De referir que a esperança de vida entre as pessoas que vivem com VIH (comparativamente com as pessoas sem VIH) desceu de 22 anos durante 2000-2003 para 9 anos durante 2014-2016. Mas o mesmo não se pode dizer quanto a comorbidades. O artigo aqui.
PrEP injetável
A PrEP (profilaxia pré-exposição) tem sido oferecida como comprimido, mas em breve existirá a opção de tomar uma injeção bimensal (a cada 2 meses).
Esta injeção com cabotegravir (CAB) demonstrou ser mais eficaz do que o comprimido, conforme estudos realizados em mulheres cisgénero, mulheres transgénero e HSH. E apesar de existirem efeitos secundários estes não implicaram abandonar esta terapêutica.
Encontre o estudo aqui. E sobre as mulheres aqui. Em HSH e transgénero aqui.
Uma opção para quem tem extensa resistência a TARV, Fostemsavir
A percentagem, de pessoas que vive com VIH, com múltiplas resistências e poucas opções de tratamento antirretroviral (TARV), é pequena.
Mas para essas pessoas o fostemsavir pode ser a salvação. Felizmente a maioria das pessoas nunca necessitará deste tratamento.
Encontre o artigo aqui.
Uma injeção subcutânea de 6 em 6 meses, para pessoas multirresistentes, em estudo
Para quem é multirresistente, o Lenacapavir, pode ser a solução. Mas ainda se encontra em estudo.
O Lenacapavir é uma injeção administrada a cada 6 meses, que demonstrou ser eficaz a baixar ou reduzir a carga viral.
Encontre o artigo aqui.
Aumento de peso, após início de TARV
Os inibidores da integrasse são potentes, com elevada barreira de resistência e normalmente bem tolerados. Mas observou-se um elevado aumento de peso, após a sua iniciação, sobretudo do dolutegravir e do bictegravir.
Segundo, estudo realizado na África do sul, a obesidade afeta as pessoas com VIH, mas, sobretudo as mulheres a tomar estes ARV.
Encontre o estudo aqui.
Anel vaginal
-
- Em Portugal, vivem com o VIH, 17.137 mulheres (valores acumulados 1983 a 2019).
- As mulheres representam 30,7% dos novos casos de infeção (dos 778 casos diagnosticados durante o ano 2019 maiores de 15 anos). De salientar que a via de infeção é sobretudo via heterossexual (92,5%) e nesta categoria as mulheres representam 51% das infeções (221 casos nas mulheres comparativamente a 212 casos em homens).
- A idade à data de diagnóstico situou-se entre os 25 e os 49 anos em 64,8% dos novos casos, enquanto 24,2% foram diagnosticados em indivíduos com idade superior ou igual a 50 anos.
- Nas mulheres, a idade à data de diagnóstico situou-se em 7.1% entre os 15 e 24 anos; 24,1% em mulheres com idade igual ou superior a 50 anos. 64,9% dos novos casos situou-se entre os 25 e os 49 anos. A idade mediana foi de 40 anos.
- Apesar dos novos casos de infeção entre 15-19 anos representar apenas 2,6% do total de casos, em 2019, as raparigas representam 43% dos casos nesta idade.
- 43,9% dos novos casos ocorreu em mulheres oriundas de Africa subsariana.
- “Em 2019 foram diagnosticadas 24 infeções por VIH do tipo 2 (VIH-2). Esses diagnósticos ocorreram maioritariamente em mulheres (83,3%; 20/24), em indivíduos com 50 ou mais anos (66,6%; 16/24) e em nascidos na Guiné-Bissau (75,0%; 18/24).”
- O diagnóstico foi tardio em 46,7% das mulheres e mais frequente nos casos de transmissão heterossexual (56,7%)…atingindo o valor de 68,1% nos casos com idades de 50 ou mais anos.”
- Os novos casos de SIDA ocorrem sobretudo entre heterossexuais (73,8%). As mulheres representam 34,9% dos novos casos de SIDA, sendo mais prevalente entre os 39-49 anos.
- Existiram 197 óbitos por SIDA, em 2019, 52 eram mulheres.
“Portugal foi, durante vários anos, o país da União Europeia com a taxa mais elevada de diagnósticos de SIDA. Desde 2012 ocupa a segunda posição atrás da Letónia, contudo, as taxas anuais observadas têm valores de aproximadamente o quádruplo da taxa média europeia” .
Encontre o relatório INSA, 2020 aqui.
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20.1 milhões de mulheres, no mundo, vivem com VIH
Em Portugal vivem com o VIH, 17.137 mulheres (valores acumulados 1983 a 2019). (INSA, 2020)
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Celebramos, hoje, o Dia Mundial contra a Sida, no decorrer de uma outra pandemia. E celebramos de uma forma diferente, mais intimista, recorrendo a plataformas que nos unem. Celebramos confinadas para que no próximo ano estejamos TODAS e não falte ninguém.
As pessoas que vivem com VIH, e sobretudo as sobreviventes de longa duração, sabem o que é viver uma pandemia. Na década de 80 e 90 do milénio passado, sentimos a discriminação e o estigma, sentimos o medo do desconhecido. E hoje, apesar dos avanços biomédicos, o estigma e a discriminação ainda persistem.
Os grandes avanços biomédicos permitem, que hoje, uma pessoa a viver com VIH, tenha uma esperança de vida similar a qualquer outra pessoa, que possa disfrutar a vida com uma doença crónica, que possam ser mães e pais, que possam viver plenamente. O tratamento como prevenção permite, que hoje se diga, que uma pessoa com VIH, com carga viral indetectável e comprometida no seu tratamento não transmite o VIH. E permite, também, que as pessoas seronegativas ao VIH possam evitar a transmissão através da profilaxia pré-exposição (PrEP). Em breve, tomaremos uma injeção bimensalmente, em lugar da toma diária de comprimidos.
Neste dia mundial da resposta ao VIH/SIDA prestamos homenagem e lembramos todxs xs que partiram, todxs que se sujeitaram a pesquisas médicas e científicas com impacto negativo na sua saúde para beneficiar todxs xs outrxs, todxs que sofreram e sofrem, todxs as que lidam com efeitos secundários das terapias que xs salvam, todxs xs que lutaram e lutam para que muitxs possam viver hoje vidas dignas.
É também um tempo de esperança e de novos começos, de oportunidades. A esperança de uma vacina mas também de um mundo sem estigma, um mundo sem sexismo, sem racismo, sem homofobia, sem os preconceitos que agravam qualquer epidemia. Para isso a ação de todxs é necessária, a minha, a tua a de todxs nós para que vivamos num mundo de solidariedade, de direitos humanos, de amor e compaixão.
Na Seres acreditamos que esse mundo é possível e defendemos, lutamos por uma vida justa, equitativa e com qualidade onde as pessoas com VIH tenham recursos, voz, escolha e oportunidades livres de qualquer estigma e/ou discriminação.
#MaisInformaçãoMenosPreconceito
#PoderiaSerEu
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Mulheres que já se encontram em terapia antirretroviral e que começam a tomar um inibidor da integrase (INSTI) apresentam um aumento maior na hemoglobina A1c (HbA1c) e na tensão arterial do que aquelas que continuam o tratamento para VIH sem um INSTI. Tanto a HbA1c quanto a tensão arterial são indicadores de risco cardiometabólico.
As 1.118 participantes (234 no grupo INSTI, 884 no grupo não INSTI) foram acompanhadas por cerca de dois anos. No início do estudo, 73% estavam com sobrepeso ou obesas.
O aumento da HbA1c e da tensão arterial foi particularmente pronunciado em mulheres que ganharam ≥ 5% do peso após iniciar um INSTI.
Embora as taxas de diabetes incidente (5% no grupo INSTI, 2% no grupo não INSTI) e hipertensão (24% no grupo INSTI, 20% no grupo não INSTI) fossem comparáveis entre os braços do estudo, os aumentos observados ainda aumentam o risco de complicações glicémicas e doenças coronárias das participantes.
Mais estudos são necessários.
Encontre o estudo aqui.
-
Uma injeção administrada a cada dois meses demonstrou ser mais eficaz que a toma diária de um comprimido, na prevenção do VIH em mulheres.
Esta notícia é particularmente importante para as mulheres que têm dificuldade em obter ou tomar a profilaxia pré-exposição (PrEP).
Este estudo salienta a importância de incluir mulheres nos estudos científicos relativos ao VIH. As mulheres continuam sub-representadas nestes estudos apesar de constituírem metade das infeções por VIH, no mundo.
O único tratamento aprovado como PrEP é o Truvada que apresenta uma boa eficácia se tomada em conformidade com o prescrito. Mas a boa adesão requerida nem sempre é possível ou existente. Por outro lado, a sua toma a longo prazo pode levar à perda óssea.
Por isso a importância destes resultados pois apresenta mais opções para as mulheres.
Este tratamento ainda não foi aprovado.
Encontre a notícia sobre este estudo aqui.
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Perante a especulação:
– Estão as pessoas que vivem com VIH protegidas pelos antirretrovirais (ARV)?
- Estudo realizado nos EUA, em 36 instituições, observou não existir associação entre ARVs ou ausência de supressão viral e consequências de infeção por COVID-19. (Dandachi, Clinic Infect Dis. 2020)
- Estudo em Espanha, envolvendo 77.590 pessoas que vivem com VIH (PVV), analisou a incidência e gravidade do COVID em PVV. O risco de diagnóstico por COVID-19 e hospitalização era maior entre os homens e as pessoas com mais de 70 anos (3.7 por 10.000 em PVV comparativamente com 2.1 por 10.000 na população em geral). Este estudo observou também que nenhuma pessoa em Tenofovir/ emtricitabina foi admitida nos cuidados intensivos ou morreu. Mas mais estudos são necessários. (Del Amo, Ann Intern Med. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32589451/)
- O maior estudo foi realizado na África do Sul envolvendo cerca de 3 milhões de pessoas (3.978 PVV com COVID-19). A morte por COVID-19 estava associada ao sexo masculino, idade avançada, diabetes, hipertensão e doença renal crónica. E observou que o rácio de mortalidade por COVID-19 nas pessoas com VIH vs sem VIH foi de 2.39. (Boulle, CID. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32860699/)
- Estudo realizado nos EUA entre os veteranos (VACS) observou não existir maior suscetibilidade ao COVID-19 ou incidência de gravidade de doença entre as PVV infetadas. (Park, AIDS2020, abstract LBPEC23, 2020)
- PVV participaram na pesquisa da vacina, mas não sabemos o número.
- Em estudos maiores, as PVV com estabilidade nos ARV, apresentam resultados semelhantes às pessoas sem VIH, mas os dados sobre mortalidade não são consistentes.
- Uma baixa contagem de CD4 pode piorar os resultados.
- Sobre a mortalidade por COVID-19 entre PVV ver o artigo publicado aqui.
Baseado em artigo do Dr. Paul E. Sax, Director Clínico do Brigham and Women’s Hospital e Professor de Medicina de Harvard Medical School
-
O GAT, Grupo de Ativistas em Tratamentos e a Seres (con) viver com o VIH, duas organizações de doentes VIH, apresentam vários estudos que apontam para uma maior mortalidade das pessoas com o VIH face ao COVID-19 aos responsáveis pelo plano de vacinação e autoridades em VIH.
Alguns estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade pela COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH. Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA que não conseguiram encontrar provas de que o VIH é um fator de risco para a COVID-19:
aidsonline, aids2020, tandfonline
Anteriormente, um grande estudo na África do Sul observou também um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação em Portugal.
-
Os estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade por COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH.
Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA não conseguiram encontrar evidências de que o VIH é um fator de risco para o COVID-19:
AIDS online, AIDS2020, Taylor and Francis online
Mas um estudo realizado no Reino Unido, que envolveu 47,592 pacientes, demonstrou que a positividade ao VIH estava associada a um maior risco de morte (47%). Esta diferença na mortalidade era mais evidente nas pessoas com menos de 60 anos. Abaixo desta idade, o estado positivo ao VIH mais do que duplicava o risco de mortalidade.
Encontre o estudo aqui.
No artigo publicado no The Lancet, com estes resultados a interpretação, aponta para que as pessoas com VIH se encontram em maior risco de mortalidade por COVID-19.
Encontre o artigo aqui.
As pessoas com VIH são mais propensas a serem admitidas em hospitais com COVID-19 e a morrer no hospital devido a COVID-19 do que pessoas sem VIH, e pessoas com doença por VIH mais avançada ou carga viral não suprimida eram mais propensas do que outras pessoas com VIH a serem hospitalizadas, conforme uma revisão dos dados de vigilância no estado de Nova Iorque.
Encontre o estudo aqui.
Anteriormente, um largo estudo na África do Sul observou um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Encontre o estudo aqui.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação.
-
Apesar da pandemia, e de todos os condicionalismos, existiram alguns avanços na pesquisa e estudo do VIH e tratamentos.
Nesta página apresentamos os maiores acontecimentos, nesta área, em 2020.
VIH e COVID-19
Estudos realizados em Espanha e nos EUA não conseguiram encontrar evidências de que o VIH é um fator de risco para o COVID-19.
Encontre os estudos aqui, aqui e aqui.
Mas um estudo realizado no Reino Unido, que envolveu 47,592 pacientes, demonstrou que a positividade ao VIH estava associada a um maior risco de morte (47%). Esta diferença na mortalidade era mais evidente nas pessoas com menos de 60 anos. Abaixo desta idade, o estado positivo ao VIH mais do que duplicava o risco de mortalidade.
Encontre o estudo aqui.
a taxa de mortalidade desceu entre as pessoas com VIH
De acordo com o relatório VIH de 2019, do INSA, “na última década regista-se um decréscimo na mortalidade associada à infeção por VIH. … a taxa de mortalidade observada em Portugal é muito superior à observada na União Europeia, à semelhança do já referido para a taxa de novos diagnósticos de infeção e de SIDA.”
De acordo com o relatório VIH de 2020, “o maior número de mortes ocorreu em homens (12366; 81,3%) e em UDI (7417; 48,8%). Na década mais recente registaram-se 3933 óbitos, dos quais 48,4% (n=1902) em casos de transmissão heterossexual, 41,2% (n=1619) em utilizadores de drogas injetadas e 8,3% (n=328) em HSH.” O relatório aqui.
De referir que a esperança de vida entre as pessoas que vivem com VIH (comparativamente com as pessoas sem VIH) desceu de 22 anos durante 2000-2003 para 9 anos durante 2014-2016. Mas o mesmo não se pode dizer quanto a comorbidades. O artigo aqui.
PrEP injetável
A PrEP (profilaxia pré-exposição) tem sido oferecida como comprimido, mas em breve existirá a opção de tomar uma injeção bimensal (a cada 2 meses).
Esta injeção com cabotegravir (CAB) demonstrou ser mais eficaz do que o comprimido, conforme estudos realizados em mulheres cisgénero, mulheres transgénero e HSH. E apesar de existirem efeitos secundários estes não implicaram abandonar esta terapêutica.
Encontre o estudo aqui. E sobre as mulheres aqui. Em HSH e transgénero aqui.
Uma opção para quem tem extensa resistência a TARV, Fostemsavir
A percentagem, de pessoas que vive com VIH, com múltiplas resistências e poucas opções de tratamento antirretroviral (TARV), é pequena.
Mas para essas pessoas o fostemsavir pode ser a salvação. Felizmente a maioria das pessoas nunca necessitará deste tratamento.
Encontre o artigo aqui.
Uma injeção subcutânea de 6 em 6 meses, para pessoas multirresistentes, em estudo
Para quem é multirresistente, o Lenacapavir, pode ser a solução. Mas ainda se encontra em estudo.
O Lenacapavir é uma injeção administrada a cada 6 meses, que demonstrou ser eficaz a baixar ou reduzir a carga viral.
Encontre o artigo aqui.
Aumento de peso, após início de TARV
Os inibidores da integrasse são potentes, com elevada barreira de resistência e normalmente bem tolerados. Mas observou-se um elevado aumento de peso, após a sua iniciação, sobretudo do dolutegravir e do bictegravir.
Segundo, estudo realizado na África do sul, a obesidade afeta as pessoas com VIH, mas, sobretudo as mulheres a tomar estes ARV.
Encontre o estudo aqui.
Anel vaginal
-
- Em Portugal, vivem com o VIH, 17.137 mulheres (valores acumulados 1983 a 2019).
- As mulheres representam 30,7% dos novos casos de infeção (dos 778 casos diagnosticados durante o ano 2019 maiores de 15 anos). De salientar que a via de infeção é sobretudo via heterossexual (92,5%) e nesta categoria as mulheres representam 51% das infeções (221 casos nas mulheres comparativamente a 212 casos em homens).
- A idade à data de diagnóstico situou-se entre os 25 e os 49 anos em 64,8% dos novos casos, enquanto 24,2% foram diagnosticados em indivíduos com idade superior ou igual a 50 anos.
- Nas mulheres, a idade à data de diagnóstico situou-se em 7.1% entre os 15 e 24 anos; 24,1% em mulheres com idade igual ou superior a 50 anos. 64,9% dos novos casos situou-se entre os 25 e os 49 anos. A idade mediana foi de 40 anos.
- Apesar dos novos casos de infeção entre 15-19 anos representar apenas 2,6% do total de casos, em 2019, as raparigas representam 43% dos casos nesta idade.
- 43,9% dos novos casos ocorreu em mulheres oriundas de Africa subsariana.
- “Em 2019 foram diagnosticadas 24 infeções por VIH do tipo 2 (VIH-2). Esses diagnósticos ocorreram maioritariamente em mulheres (83,3%; 20/24), em indivíduos com 50 ou mais anos (66,6%; 16/24) e em nascidos na Guiné-Bissau (75,0%; 18/24).”
- O diagnóstico foi tardio em 46,7% das mulheres e mais frequente nos casos de transmissão heterossexual (56,7%)…atingindo o valor de 68,1% nos casos com idades de 50 ou mais anos.”
- Os novos casos de SIDA ocorrem sobretudo entre heterossexuais (73,8%). As mulheres representam 34,9% dos novos casos de SIDA, sendo mais prevalente entre os 39-49 anos.
- Existiram 197 óbitos por SIDA, em 2019, 52 eram mulheres.
“Portugal foi, durante vários anos, o país da União Europeia com a taxa mais elevada de diagnósticos de SIDA. Desde 2012 ocupa a segunda posição atrás da Letónia, contudo, as taxas anuais observadas têm valores de aproximadamente o quádruplo da taxa média europeia” .
Encontre o relatório INSA, 2020 aqui.
-
20.1 milhões de mulheres, no mundo, vivem com VIH
Em Portugal vivem com o VIH, 17.137 mulheres (valores acumulados 1983 a 2019). (INSA, 2020)
-
Celebramos, hoje, o Dia Mundial contra a Sida, no decorrer de uma outra pandemia. E celebramos de uma forma diferente, mais intimista, recorrendo a plataformas que nos unem. Celebramos confinadas para que no próximo ano estejamos TODAS e não falte ninguém.
As pessoas que vivem com VIH, e sobretudo as sobreviventes de longa duração, sabem o que é viver uma pandemia. Na década de 80 e 90 do milénio passado, sentimos a discriminação e o estigma, sentimos o medo do desconhecido. E hoje, apesar dos avanços biomédicos, o estigma e a discriminação ainda persistem.
Os grandes avanços biomédicos permitem, que hoje, uma pessoa a viver com VIH, tenha uma esperança de vida similar a qualquer outra pessoa, que possa disfrutar a vida com uma doença crónica, que possam ser mães e pais, que possam viver plenamente. O tratamento como prevenção permite, que hoje se diga, que uma pessoa com VIH, com carga viral indetectável e comprometida no seu tratamento não transmite o VIH. E permite, também, que as pessoas seronegativas ao VIH possam evitar a transmissão através da profilaxia pré-exposição (PrEP). Em breve, tomaremos uma injeção bimensalmente, em lugar da toma diária de comprimidos.
Neste dia mundial da resposta ao VIH/SIDA prestamos homenagem e lembramos todxs xs que partiram, todxs que se sujeitaram a pesquisas médicas e científicas com impacto negativo na sua saúde para beneficiar todxs xs outrxs, todxs que sofreram e sofrem, todxs as que lidam com efeitos secundários das terapias que xs salvam, todxs xs que lutaram e lutam para que muitxs possam viver hoje vidas dignas.
É também um tempo de esperança e de novos começos, de oportunidades. A esperança de uma vacina mas também de um mundo sem estigma, um mundo sem sexismo, sem racismo, sem homofobia, sem os preconceitos que agravam qualquer epidemia. Para isso a ação de todxs é necessária, a minha, a tua a de todxs nós para que vivamos num mundo de solidariedade, de direitos humanos, de amor e compaixão.
Na Seres acreditamos que esse mundo é possível e defendemos, lutamos por uma vida justa, equitativa e com qualidade onde as pessoas com VIH tenham recursos, voz, escolha e oportunidades livres de qualquer estigma e/ou discriminação.
#MaisInformaçãoMenosPreconceito
#PoderiaSerEu
-
Mulheres que já se encontram em terapia antirretroviral e que começam a tomar um inibidor da integrase (INSTI) apresentam um aumento maior na hemoglobina A1c (HbA1c) e na tensão arterial do que aquelas que continuam o tratamento para VIH sem um INSTI. Tanto a HbA1c quanto a tensão arterial são indicadores de risco cardiometabólico.
As 1.118 participantes (234 no grupo INSTI, 884 no grupo não INSTI) foram acompanhadas por cerca de dois anos. No início do estudo, 73% estavam com sobrepeso ou obesas.
O aumento da HbA1c e da tensão arterial foi particularmente pronunciado em mulheres que ganharam ≥ 5% do peso após iniciar um INSTI.
Embora as taxas de diabetes incidente (5% no grupo INSTI, 2% no grupo não INSTI) e hipertensão (24% no grupo INSTI, 20% no grupo não INSTI) fossem comparáveis entre os braços do estudo, os aumentos observados ainda aumentam o risco de complicações glicémicas e doenças coronárias das participantes.
Mais estudos são necessários.
Encontre o estudo aqui.
-
Uma injeção administrada a cada dois meses demonstrou ser mais eficaz que a toma diária de um comprimido, na prevenção do VIH em mulheres.
Esta notícia é particularmente importante para as mulheres que têm dificuldade em obter ou tomar a profilaxia pré-exposição (PrEP).
Este estudo salienta a importância de incluir mulheres nos estudos científicos relativos ao VIH. As mulheres continuam sub-representadas nestes estudos apesar de constituírem metade das infeções por VIH, no mundo.
O único tratamento aprovado como PrEP é o Truvada que apresenta uma boa eficácia se tomada em conformidade com o prescrito. Mas a boa adesão requerida nem sempre é possível ou existente. Por outro lado, a sua toma a longo prazo pode levar à perda óssea.
Por isso a importância destes resultados pois apresenta mais opções para as mulheres.
Este tratamento ainda não foi aprovado.
Encontre a notícia sobre este estudo aqui.
-
Perante a especulação:
– Estão as pessoas que vivem com VIH protegidas pelos antirretrovirais (ARV)?
- Estudo realizado nos EUA, em 36 instituições, observou não existir associação entre ARVs ou ausência de supressão viral e consequências de infeção por COVID-19. (Dandachi, Clinic Infect Dis. 2020)
- Estudo em Espanha, envolvendo 77.590 pessoas que vivem com VIH (PVV), analisou a incidência e gravidade do COVID em PVV. O risco de diagnóstico por COVID-19 e hospitalização era maior entre os homens e as pessoas com mais de 70 anos (3.7 por 10.000 em PVV comparativamente com 2.1 por 10.000 na população em geral). Este estudo observou também que nenhuma pessoa em Tenofovir/ emtricitabina foi admitida nos cuidados intensivos ou morreu. Mas mais estudos são necessários. (Del Amo, Ann Intern Med. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32589451/)
- O maior estudo foi realizado na África do Sul envolvendo cerca de 3 milhões de pessoas (3.978 PVV com COVID-19). A morte por COVID-19 estava associada ao sexo masculino, idade avançada, diabetes, hipertensão e doença renal crónica. E observou que o rácio de mortalidade por COVID-19 nas pessoas com VIH vs sem VIH foi de 2.39. (Boulle, CID. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32860699/)
- Estudo realizado nos EUA entre os veteranos (VACS) observou não existir maior suscetibilidade ao COVID-19 ou incidência de gravidade de doença entre as PVV infetadas. (Park, AIDS2020, abstract LBPEC23, 2020)
- PVV participaram na pesquisa da vacina, mas não sabemos o número.
- Em estudos maiores, as PVV com estabilidade nos ARV, apresentam resultados semelhantes às pessoas sem VIH, mas os dados sobre mortalidade não são consistentes.
- Uma baixa contagem de CD4 pode piorar os resultados.
- Sobre a mortalidade por COVID-19 entre PVV ver o artigo publicado aqui.
Baseado em artigo do Dr. Paul E. Sax, Director Clínico do Brigham and Women’s Hospital e Professor de Medicina de Harvard Medical School
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O GAT, Grupo de Ativistas em Tratamentos e a Seres (con) viver com o VIH, duas organizações de doentes VIH, apresentam vários estudos que apontam para uma maior mortalidade das pessoas com o VIH face ao COVID-19 aos responsáveis pelo plano de vacinação e autoridades em VIH.
Alguns estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade pela COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH. Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA que não conseguiram encontrar provas de que o VIH é um fator de risco para a COVID-19:
aidsonline, aids2020, tandfonline
Anteriormente, um grande estudo na África do Sul observou também um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação em Portugal.
-
Os estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade por COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH.
Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA não conseguiram encontrar evidências de que o VIH é um fator de risco para o COVID-19:
AIDS online, AIDS2020, Taylor and Francis online
Mas um estudo realizado no Reino Unido, que envolveu 47,592 pacientes, demonstrou que a positividade ao VIH estava associada a um maior risco de morte (47%). Esta diferença na mortalidade era mais evidente nas pessoas com menos de 60 anos. Abaixo desta idade, o estado positivo ao VIH mais do que duplicava o risco de mortalidade.
Encontre o estudo aqui.
No artigo publicado no The Lancet, com estes resultados a interpretação, aponta para que as pessoas com VIH se encontram em maior risco de mortalidade por COVID-19.
Encontre o artigo aqui.
As pessoas com VIH são mais propensas a serem admitidas em hospitais com COVID-19 e a morrer no hospital devido a COVID-19 do que pessoas sem VIH, e pessoas com doença por VIH mais avançada ou carga viral não suprimida eram mais propensas do que outras pessoas com VIH a serem hospitalizadas, conforme uma revisão dos dados de vigilância no estado de Nova Iorque.
Encontre o estudo aqui.
Anteriormente, um largo estudo na África do Sul observou um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Encontre o estudo aqui.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação.
-
Apesar da pandemia, e de todos os condicionalismos, existiram alguns avanços na pesquisa e estudo do VIH e tratamentos.
Nesta página apresentamos os maiores acontecimentos, nesta área, em 2020.
VIH e COVID-19
Estudos realizados em Espanha e nos EUA não conseguiram encontrar evidências de que o VIH é um fator de risco para o COVID-19.
Encontre os estudos aqui, aqui e aqui.
Mas um estudo realizado no Reino Unido, que envolveu 47,592 pacientes, demonstrou que a positividade ao VIH estava associada a um maior risco de morte (47%). Esta diferença na mortalidade era mais evidente nas pessoas com menos de 60 anos. Abaixo desta idade, o estado positivo ao VIH mais do que duplicava o risco de mortalidade.
Encontre o estudo aqui.
a taxa de mortalidade desceu entre as pessoas com VIH
De acordo com o relatório VIH de 2019, do INSA, “na última década regista-se um decréscimo na mortalidade associada à infeção por VIH. … a taxa de mortalidade observada em Portugal é muito superior à observada na União Europeia, à semelhança do já referido para a taxa de novos diagnósticos de infeção e de SIDA.”
De acordo com o relatório VIH de 2020, “o maior número de mortes ocorreu em homens (12366; 81,3%) e em UDI (7417; 48,8%). Na década mais recente registaram-se 3933 óbitos, dos quais 48,4% (n=1902) em casos de transmissão heterossexual, 41,2% (n=1619) em utilizadores de drogas injetadas e 8,3% (n=328) em HSH.” O relatório aqui.
De referir que a esperança de vida entre as pessoas que vivem com VIH (comparativamente com as pessoas sem VIH) desceu de 22 anos durante 2000-2003 para 9 anos durante 2014-2016. Mas o mesmo não se pode dizer quanto a comorbidades. O artigo aqui.
PrEP injetável
A PrEP (profilaxia pré-exposição) tem sido oferecida como comprimido, mas em breve existirá a opção de tomar uma injeção bimensal (a cada 2 meses).
Esta injeção com cabotegravir (CAB) demonstrou ser mais eficaz do que o comprimido, conforme estudos realizados em mulheres cisgénero, mulheres transgénero e HSH. E apesar de existirem efeitos secundários estes não implicaram abandonar esta terapêutica.
Encontre o estudo aqui. E sobre as mulheres aqui. Em HSH e transgénero aqui.
Uma opção para quem tem extensa resistência a TARV, Fostemsavir
A percentagem, de pessoas que vive com VIH, com múltiplas resistências e poucas opções de tratamento antirretroviral (TARV), é pequena.
Mas para essas pessoas o fostemsavir pode ser a salvação. Felizmente a maioria das pessoas nunca necessitará deste tratamento.
Encontre o artigo aqui.
Uma injeção subcutânea de 6 em 6 meses, para pessoas multirresistentes, em estudo
Para quem é multirresistente, o Lenacapavir, pode ser a solução. Mas ainda se encontra em estudo.
O Lenacapavir é uma injeção administrada a cada 6 meses, que demonstrou ser eficaz a baixar ou reduzir a carga viral.
Encontre o artigo aqui.
Aumento de peso, após início de TARV
Os inibidores da integrasse são potentes, com elevada barreira de resistência e normalmente bem tolerados. Mas observou-se um elevado aumento de peso, após a sua iniciação, sobretudo do dolutegravir e do bictegravir.
Segundo, estudo realizado na África do sul, a obesidade afeta as pessoas com VIH, mas, sobretudo as mulheres a tomar estes ARV.
Encontre o estudo aqui.
Anel vaginal
-
- Em Portugal, vivem com o VIH, 17.137 mulheres (valores acumulados 1983 a 2019).
- As mulheres representam 30,7% dos novos casos de infeção (dos 778 casos diagnosticados durante o ano 2019 maiores de 15 anos). De salientar que a via de infeção é sobretudo via heterossexual (92,5%) e nesta categoria as mulheres representam 51% das infeções (221 casos nas mulheres comparativamente a 212 casos em homens).
- A idade à data de diagnóstico situou-se entre os 25 e os 49 anos em 64,8% dos novos casos, enquanto 24,2% foram diagnosticados em indivíduos com idade superior ou igual a 50 anos.
- Nas mulheres, a idade à data de diagnóstico situou-se em 7.1% entre os 15 e 24 anos; 24,1% em mulheres com idade igual ou superior a 50 anos. 64,9% dos novos casos situou-se entre os 25 e os 49 anos. A idade mediana foi de 40 anos.
- Apesar dos novos casos de infeção entre 15-19 anos representar apenas 2,6% do total de casos, em 2019, as raparigas representam 43% dos casos nesta idade.
- 43,9% dos novos casos ocorreu em mulheres oriundas de Africa subsariana.
- “Em 2019 foram diagnosticadas 24 infeções por VIH do tipo 2 (VIH-2). Esses diagnósticos ocorreram maioritariamente em mulheres (83,3%; 20/24), em indivíduos com 50 ou mais anos (66,6%; 16/24) e em nascidos na Guiné-Bissau (75,0%; 18/24).”
- O diagnóstico foi tardio em 46,7% das mulheres e mais frequente nos casos de transmissão heterossexual (56,7%)…atingindo o valor de 68,1% nos casos com idades de 50 ou mais anos.”
- Os novos casos de SIDA ocorrem sobretudo entre heterossexuais (73,8%). As mulheres representam 34,9% dos novos casos de SIDA, sendo mais prevalente entre os 39-49 anos.
- Existiram 197 óbitos por SIDA, em 2019, 52 eram mulheres.
“Portugal foi, durante vários anos, o país da União Europeia com a taxa mais elevada de diagnósticos de SIDA. Desde 2012 ocupa a segunda posição atrás da Letónia, contudo, as taxas anuais observadas têm valores de aproximadamente o quádruplo da taxa média europeia” .
Encontre o relatório INSA, 2020 aqui.
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20.1 milhões de mulheres, no mundo, vivem com VIH
Em Portugal vivem com o VIH, 17.137 mulheres (valores acumulados 1983 a 2019). (INSA, 2020)
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Celebramos, hoje, o Dia Mundial contra a Sida, no decorrer de uma outra pandemia. E celebramos de uma forma diferente, mais intimista, recorrendo a plataformas que nos unem. Celebramos confinadas para que no próximo ano estejamos TODAS e não falte ninguém.
As pessoas que vivem com VIH, e sobretudo as sobreviventes de longa duração, sabem o que é viver uma pandemia. Na década de 80 e 90 do milénio passado, sentimos a discriminação e o estigma, sentimos o medo do desconhecido. E hoje, apesar dos avanços biomédicos, o estigma e a discriminação ainda persistem.
Os grandes avanços biomédicos permitem, que hoje, uma pessoa a viver com VIH, tenha uma esperança de vida similar a qualquer outra pessoa, que possa disfrutar a vida com uma doença crónica, que possam ser mães e pais, que possam viver plenamente. O tratamento como prevenção permite, que hoje se diga, que uma pessoa com VIH, com carga viral indetectável e comprometida no seu tratamento não transmite o VIH. E permite, também, que as pessoas seronegativas ao VIH possam evitar a transmissão através da profilaxia pré-exposição (PrEP). Em breve, tomaremos uma injeção bimensalmente, em lugar da toma diária de comprimidos.
Neste dia mundial da resposta ao VIH/SIDA prestamos homenagem e lembramos todxs xs que partiram, todxs que se sujeitaram a pesquisas médicas e científicas com impacto negativo na sua saúde para beneficiar todxs xs outrxs, todxs que sofreram e sofrem, todxs as que lidam com efeitos secundários das terapias que xs salvam, todxs xs que lutaram e lutam para que muitxs possam viver hoje vidas dignas.
É também um tempo de esperança e de novos começos, de oportunidades. A esperança de uma vacina mas também de um mundo sem estigma, um mundo sem sexismo, sem racismo, sem homofobia, sem os preconceitos que agravam qualquer epidemia. Para isso a ação de todxs é necessária, a minha, a tua a de todxs nós para que vivamos num mundo de solidariedade, de direitos humanos, de amor e compaixão.
Na Seres acreditamos que esse mundo é possível e defendemos, lutamos por uma vida justa, equitativa e com qualidade onde as pessoas com VIH tenham recursos, voz, escolha e oportunidades livres de qualquer estigma e/ou discriminação.
#MaisInformaçãoMenosPreconceito
#PoderiaSerEu
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Mulheres que já se encontram em terapia antirretroviral e que começam a tomar um inibidor da integrase (INSTI) apresentam um aumento maior na hemoglobina A1c (HbA1c) e na tensão arterial do que aquelas que continuam o tratamento para VIH sem um INSTI. Tanto a HbA1c quanto a tensão arterial são indicadores de risco cardiometabólico.
As 1.118 participantes (234 no grupo INSTI, 884 no grupo não INSTI) foram acompanhadas por cerca de dois anos. No início do estudo, 73% estavam com sobrepeso ou obesas.
O aumento da HbA1c e da tensão arterial foi particularmente pronunciado em mulheres que ganharam ≥ 5% do peso após iniciar um INSTI.
Embora as taxas de diabetes incidente (5% no grupo INSTI, 2% no grupo não INSTI) e hipertensão (24% no grupo INSTI, 20% no grupo não INSTI) fossem comparáveis entre os braços do estudo, os aumentos observados ainda aumentam o risco de complicações glicémicas e doenças coronárias das participantes.
Mais estudos são necessários.
Encontre o estudo aqui.
-
Uma injeção administrada a cada dois meses demonstrou ser mais eficaz que a toma diária de um comprimido, na prevenção do VIH em mulheres.
Esta notícia é particularmente importante para as mulheres que têm dificuldade em obter ou tomar a profilaxia pré-exposição (PrEP).
Este estudo salienta a importância de incluir mulheres nos estudos científicos relativos ao VIH. As mulheres continuam sub-representadas nestes estudos apesar de constituírem metade das infeções por VIH, no mundo.
O único tratamento aprovado como PrEP é o Truvada que apresenta uma boa eficácia se tomada em conformidade com o prescrito. Mas a boa adesão requerida nem sempre é possível ou existente. Por outro lado, a sua toma a longo prazo pode levar à perda óssea.
Por isso a importância destes resultados pois apresenta mais opções para as mulheres.
Este tratamento ainda não foi aprovado.
Encontre a notícia sobre este estudo aqui.
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Perante a especulação:
– Estão as pessoas que vivem com VIH protegidas pelos antirretrovirais (ARV)?
- Estudo realizado nos EUA, em 36 instituições, observou não existir associação entre ARVs ou ausência de supressão viral e consequências de infeção por COVID-19. (Dandachi, Clinic Infect Dis. 2020)
- Estudo em Espanha, envolvendo 77.590 pessoas que vivem com VIH (PVV), analisou a incidência e gravidade do COVID em PVV. O risco de diagnóstico por COVID-19 e hospitalização era maior entre os homens e as pessoas com mais de 70 anos (3.7 por 10.000 em PVV comparativamente com 2.1 por 10.000 na população em geral). Este estudo observou também que nenhuma pessoa em Tenofovir/ emtricitabina foi admitida nos cuidados intensivos ou morreu. Mas mais estudos são necessários. (Del Amo, Ann Intern Med. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32589451/)
- O maior estudo foi realizado na África do Sul envolvendo cerca de 3 milhões de pessoas (3.978 PVV com COVID-19). A morte por COVID-19 estava associada ao sexo masculino, idade avançada, diabetes, hipertensão e doença renal crónica. E observou que o rácio de mortalidade por COVID-19 nas pessoas com VIH vs sem VIH foi de 2.39. (Boulle, CID. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32860699/)
- Estudo realizado nos EUA entre os veteranos (VACS) observou não existir maior suscetibilidade ao COVID-19 ou incidência de gravidade de doença entre as PVV infetadas. (Park, AIDS2020, abstract LBPEC23, 2020)
- PVV participaram na pesquisa da vacina, mas não sabemos o número.
- Em estudos maiores, as PVV com estabilidade nos ARV, apresentam resultados semelhantes às pessoas sem VIH, mas os dados sobre mortalidade não são consistentes.
- Uma baixa contagem de CD4 pode piorar os resultados.
- Sobre a mortalidade por COVID-19 entre PVV ver o artigo publicado aqui.
Baseado em artigo do Dr. Paul E. Sax, Director Clínico do Brigham and Women’s Hospital e Professor de Medicina de Harvard Medical School
-
O GAT, Grupo de Ativistas em Tratamentos e a Seres (con) viver com o VIH, duas organizações de doentes VIH, apresentam vários estudos que apontam para uma maior mortalidade das pessoas com o VIH face ao COVID-19 aos responsáveis pelo plano de vacinação e autoridades em VIH.
Alguns estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade pela COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH. Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA que não conseguiram encontrar provas de que o VIH é um fator de risco para a COVID-19:
aidsonline, aids2020, tandfonline
Anteriormente, um grande estudo na África do Sul observou também um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação em Portugal.
-
Os estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade por COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH.
Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA não conseguiram encontrar evidências de que o VIH é um fator de risco para o COVID-19:
AIDS online, AIDS2020, Taylor and Francis online
Mas um estudo realizado no Reino Unido, que envolveu 47,592 pacientes, demonstrou que a positividade ao VIH estava associada a um maior risco de morte (47%). Esta diferença na mortalidade era mais evidente nas pessoas com menos de 60 anos. Abaixo desta idade, o estado positivo ao VIH mais do que duplicava o risco de mortalidade.
Encontre o estudo aqui.
No artigo publicado no The Lancet, com estes resultados a interpretação, aponta para que as pessoas com VIH se encontram em maior risco de mortalidade por COVID-19.
Encontre o artigo aqui.
As pessoas com VIH são mais propensas a serem admitidas em hospitais com COVID-19 e a morrer no hospital devido a COVID-19 do que pessoas sem VIH, e pessoas com doença por VIH mais avançada ou carga viral não suprimida eram mais propensas do que outras pessoas com VIH a serem hospitalizadas, conforme uma revisão dos dados de vigilância no estado de Nova Iorque.
Encontre o estudo aqui.
Anteriormente, um largo estudo na África do Sul observou um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Encontre o estudo aqui.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação.
-
Apesar da pandemia, e de todos os condicionalismos, existiram alguns avanços na pesquisa e estudo do VIH e tratamentos.
Nesta página apresentamos os maiores acontecimentos, nesta área, em 2020.
VIH e COVID-19
Estudos realizados em Espanha e nos EUA não conseguiram encontrar evidências de que o VIH é um fator de risco para o COVID-19.
Encontre os estudos aqui, aqui e aqui.
Mas um estudo realizado no Reino Unido, que envolveu 47,592 pacientes, demonstrou que a positividade ao VIH estava associada a um maior risco de morte (47%). Esta diferença na mortalidade era mais evidente nas pessoas com menos de 60 anos. Abaixo desta idade, o estado positivo ao VIH mais do que duplicava o risco de mortalidade.
Encontre o estudo aqui.
a taxa de mortalidade desceu entre as pessoas com VIH
De acordo com o relatório VIH de 2019, do INSA, “na última década regista-se um decréscimo na mortalidade associada à infeção por VIH. … a taxa de mortalidade observada em Portugal é muito superior à observada na União Europeia, à semelhança do já referido para a taxa de novos diagnósticos de infeção e de SIDA.”
De acordo com o relatório VIH de 2020, “o maior número de mortes ocorreu em homens (12366; 81,3%) e em UDI (7417; 48,8%). Na década mais recente registaram-se 3933 óbitos, dos quais 48,4% (n=1902) em casos de transmissão heterossexual, 41,2% (n=1619) em utilizadores de drogas injetadas e 8,3% (n=328) em HSH.” O relatório aqui.
De referir que a esperança de vida entre as pessoas que vivem com VIH (comparativamente com as pessoas sem VIH) desceu de 22 anos durante 2000-2003 para 9 anos durante 2014-2016. Mas o mesmo não se pode dizer quanto a comorbidades. O artigo aqui.
PrEP injetável
A PrEP (profilaxia pré-exposição) tem sido oferecida como comprimido, mas em breve existirá a opção de tomar uma injeção bimensal (a cada 2 meses).
Esta injeção com cabotegravir (CAB) demonstrou ser mais eficaz do que o comprimido, conforme estudos realizados em mulheres cisgénero, mulheres transgénero e HSH. E apesar de existirem efeitos secundários estes não implicaram abandonar esta terapêutica.
Encontre o estudo aqui. E sobre as mulheres aqui. Em HSH e transgénero aqui.
Uma opção para quem tem extensa resistência a TARV, Fostemsavir
A percentagem, de pessoas que vive com VIH, com múltiplas resistências e poucas opções de tratamento antirretroviral (TARV), é pequena.
Mas para essas pessoas o fostemsavir pode ser a salvação. Felizmente a maioria das pessoas nunca necessitará deste tratamento.
Encontre o artigo aqui.
Uma injeção subcutânea de 6 em 6 meses, para pessoas multirresistentes, em estudo
Para quem é multirresistente, o Lenacapavir, pode ser a solução. Mas ainda se encontra em estudo.
O Lenacapavir é uma injeção administrada a cada 6 meses, que demonstrou ser eficaz a baixar ou reduzir a carga viral.
Encontre o artigo aqui.
Aumento de peso, após início de TARV
Os inibidores da integrasse são potentes, com elevada barreira de resistência e normalmente bem tolerados. Mas observou-se um elevado aumento de peso, após a sua iniciação, sobretudo do dolutegravir e do bictegravir.
Segundo, estudo realizado na África do sul, a obesidade afeta as pessoas com VIH, mas, sobretudo as mulheres a tomar estes ARV.
Encontre o estudo aqui.
Anel vaginal
-
- Em Portugal, vivem com o VIH, 17.137 mulheres (valores acumulados 1983 a 2019).
- As mulheres representam 30,7% dos novos casos de infeção (dos 778 casos diagnosticados durante o ano 2019 maiores de 15 anos). De salientar que a via de infeção é sobretudo via heterossexual (92,5%) e nesta categoria as mulheres representam 51% das infeções (221 casos nas mulheres comparativamente a 212 casos em homens).
- A idade à data de diagnóstico situou-se entre os 25 e os 49 anos em 64,8% dos novos casos, enquanto 24,2% foram diagnosticados em indivíduos com idade superior ou igual a 50 anos.
- Nas mulheres, a idade à data de diagnóstico situou-se em 7.1% entre os 15 e 24 anos; 24,1% em mulheres com idade igual ou superior a 50 anos. 64,9% dos novos casos situou-se entre os 25 e os 49 anos. A idade mediana foi de 40 anos.
- Apesar dos novos casos de infeção entre 15-19 anos representar apenas 2,6% do total de casos, em 2019, as raparigas representam 43% dos casos nesta idade.
- 43,9% dos novos casos ocorreu em mulheres oriundas de Africa subsariana.
- “Em 2019 foram diagnosticadas 24 infeções por VIH do tipo 2 (VIH-2). Esses diagnósticos ocorreram maioritariamente em mulheres (83,3%; 20/24), em indivíduos com 50 ou mais anos (66,6%; 16/24) e em nascidos na Guiné-Bissau (75,0%; 18/24).”
- O diagnóstico foi tardio em 46,7% das mulheres e mais frequente nos casos de transmissão heterossexual (56,7%)…atingindo o valor de 68,1% nos casos com idades de 50 ou mais anos.”
- Os novos casos de SIDA ocorrem sobretudo entre heterossexuais (73,8%). As mulheres representam 34,9% dos novos casos de SIDA, sendo mais prevalente entre os 39-49 anos.
- Existiram 197 óbitos por SIDA, em 2019, 52 eram mulheres.
“Portugal foi, durante vários anos, o país da União Europeia com a taxa mais elevada de diagnósticos de SIDA. Desde 2012 ocupa a segunda posição atrás da Letónia, contudo, as taxas anuais observadas têm valores de aproximadamente o quádruplo da taxa média europeia” .
Encontre o relatório INSA, 2020 aqui.
-
20.1 milhões de mulheres, no mundo, vivem com VIH
Em Portugal vivem com o VIH, 17.137 mulheres (valores acumulados 1983 a 2019). (INSA, 2020)
-
Celebramos, hoje, o Dia Mundial contra a Sida, no decorrer de uma outra pandemia. E celebramos de uma forma diferente, mais intimista, recorrendo a plataformas que nos unem. Celebramos confinadas para que no próximo ano estejamos TODAS e não falte ninguém.
As pessoas que vivem com VIH, e sobretudo as sobreviventes de longa duração, sabem o que é viver uma pandemia. Na década de 80 e 90 do milénio passado, sentimos a discriminação e o estigma, sentimos o medo do desconhecido. E hoje, apesar dos avanços biomédicos, o estigma e a discriminação ainda persistem.
Os grandes avanços biomédicos permitem, que hoje, uma pessoa a viver com VIH, tenha uma esperança de vida similar a qualquer outra pessoa, que possa disfrutar a vida com uma doença crónica, que possam ser mães e pais, que possam viver plenamente. O tratamento como prevenção permite, que hoje se diga, que uma pessoa com VIH, com carga viral indetectável e comprometida no seu tratamento não transmite o VIH. E permite, também, que as pessoas seronegativas ao VIH possam evitar a transmissão através da profilaxia pré-exposição (PrEP). Em breve, tomaremos uma injeção bimensalmente, em lugar da toma diária de comprimidos.
Neste dia mundial da resposta ao VIH/SIDA prestamos homenagem e lembramos todxs xs que partiram, todxs que se sujeitaram a pesquisas médicas e científicas com impacto negativo na sua saúde para beneficiar todxs xs outrxs, todxs que sofreram e sofrem, todxs as que lidam com efeitos secundários das terapias que xs salvam, todxs xs que lutaram e lutam para que muitxs possam viver hoje vidas dignas.
É também um tempo de esperança e de novos começos, de oportunidades. A esperança de uma vacina mas também de um mundo sem estigma, um mundo sem sexismo, sem racismo, sem homofobia, sem os preconceitos que agravam qualquer epidemia. Para isso a ação de todxs é necessária, a minha, a tua a de todxs nós para que vivamos num mundo de solidariedade, de direitos humanos, de amor e compaixão.
Na Seres acreditamos que esse mundo é possível e defendemos, lutamos por uma vida justa, equitativa e com qualidade onde as pessoas com VIH tenham recursos, voz, escolha e oportunidades livres de qualquer estigma e/ou discriminação.
#MaisInformaçãoMenosPreconceito
#PoderiaSerEu
-
Mulheres que já se encontram em terapia antirretroviral e que começam a tomar um inibidor da integrase (INSTI) apresentam um aumento maior na hemoglobina A1c (HbA1c) e na tensão arterial do que aquelas que continuam o tratamento para VIH sem um INSTI. Tanto a HbA1c quanto a tensão arterial são indicadores de risco cardiometabólico.
As 1.118 participantes (234 no grupo INSTI, 884 no grupo não INSTI) foram acompanhadas por cerca de dois anos. No início do estudo, 73% estavam com sobrepeso ou obesas.
O aumento da HbA1c e da tensão arterial foi particularmente pronunciado em mulheres que ganharam ≥ 5% do peso após iniciar um INSTI.
Embora as taxas de diabetes incidente (5% no grupo INSTI, 2% no grupo não INSTI) e hipertensão (24% no grupo INSTI, 20% no grupo não INSTI) fossem comparáveis entre os braços do estudo, os aumentos observados ainda aumentam o risco de complicações glicémicas e doenças coronárias das participantes.
Mais estudos são necessários.
Encontre o estudo aqui.
-
Uma injeção administrada a cada dois meses demonstrou ser mais eficaz que a toma diária de um comprimido, na prevenção do VIH em mulheres.
Esta notícia é particularmente importante para as mulheres que têm dificuldade em obter ou tomar a profilaxia pré-exposição (PrEP).
Este estudo salienta a importância de incluir mulheres nos estudos científicos relativos ao VIH. As mulheres continuam sub-representadas nestes estudos apesar de constituírem metade das infeções por VIH, no mundo.
O único tratamento aprovado como PrEP é o Truvada que apresenta uma boa eficácia se tomada em conformidade com o prescrito. Mas a boa adesão requerida nem sempre é possível ou existente. Por outro lado, a sua toma a longo prazo pode levar à perda óssea.
Por isso a importância destes resultados pois apresenta mais opções para as mulheres.
Este tratamento ainda não foi aprovado.
Encontre a notícia sobre este estudo aqui.
-
Perante a especulação:
– Estão as pessoas que vivem com VIH protegidas pelos antirretrovirais (ARV)?
- Estudo realizado nos EUA, em 36 instituições, observou não existir associação entre ARVs ou ausência de supressão viral e consequências de infeção por COVID-19. (Dandachi, Clinic Infect Dis. 2020)
- Estudo em Espanha, envolvendo 77.590 pessoas que vivem com VIH (PVV), analisou a incidência e gravidade do COVID em PVV. O risco de diagnóstico por COVID-19 e hospitalização era maior entre os homens e as pessoas com mais de 70 anos (3.7 por 10.000 em PVV comparativamente com 2.1 por 10.000 na população em geral). Este estudo observou também que nenhuma pessoa em Tenofovir/ emtricitabina foi admitida nos cuidados intensivos ou morreu. Mas mais estudos são necessários. (Del Amo, Ann Intern Med. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32589451/)
- O maior estudo foi realizado na África do Sul envolvendo cerca de 3 milhões de pessoas (3.978 PVV com COVID-19). A morte por COVID-19 estava associada ao sexo masculino, idade avançada, diabetes, hipertensão e doença renal crónica. E observou que o rácio de mortalidade por COVID-19 nas pessoas com VIH vs sem VIH foi de 2.39. (Boulle, CID. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32860699/)
- Estudo realizado nos EUA entre os veteranos (VACS) observou não existir maior suscetibilidade ao COVID-19 ou incidência de gravidade de doença entre as PVV infetadas. (Park, AIDS2020, abstract LBPEC23, 2020)
- PVV participaram na pesquisa da vacina, mas não sabemos o número.
- Em estudos maiores, as PVV com estabilidade nos ARV, apresentam resultados semelhantes às pessoas sem VIH, mas os dados sobre mortalidade não são consistentes.
- Uma baixa contagem de CD4 pode piorar os resultados.
- Sobre a mortalidade por COVID-19 entre PVV ver o artigo publicado aqui.
Baseado em artigo do Dr. Paul E. Sax, Director Clínico do Brigham and Women’s Hospital e Professor de Medicina de Harvard Medical School
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O GAT, Grupo de Ativistas em Tratamentos e a Seres (con) viver com o VIH, duas organizações de doentes VIH, apresentam vários estudos que apontam para uma maior mortalidade das pessoas com o VIH face ao COVID-19 aos responsáveis pelo plano de vacinação e autoridades em VIH.
Alguns estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade pela COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH. Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA que não conseguiram encontrar provas de que o VIH é um fator de risco para a COVID-19:
aidsonline, aids2020, tandfonline
Anteriormente, um grande estudo na África do Sul observou também um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação em Portugal.
-
Os estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade por COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH.
Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA não conseguiram encontrar evidências de que o VIH é um fator de risco para o COVID-19:
AIDS online, AIDS2020, Taylor and Francis online
Mas um estudo realizado no Reino Unido, que envolveu 47,592 pacientes, demonstrou que a positividade ao VIH estava associada a um maior risco de morte (47%). Esta diferença na mortalidade era mais evidente nas pessoas com menos de 60 anos. Abaixo desta idade, o estado positivo ao VIH mais do que duplicava o risco de mortalidade.
Encontre o estudo aqui.
No artigo publicado no The Lancet, com estes resultados a interpretação, aponta para que as pessoas com VIH se encontram em maior risco de mortalidade por COVID-19.
Encontre o artigo aqui.
As pessoas com VIH são mais propensas a serem admitidas em hospitais com COVID-19 e a morrer no hospital devido a COVID-19 do que pessoas sem VIH, e pessoas com doença por VIH mais avançada ou carga viral não suprimida eram mais propensas do que outras pessoas com VIH a serem hospitalizadas, conforme uma revisão dos dados de vigilância no estado de Nova Iorque.
Encontre o estudo aqui.
Anteriormente, um largo estudo na África do Sul observou um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Encontre o estudo aqui.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação.
-
Apesar da pandemia, e de todos os condicionalismos, existiram alguns avanços na pesquisa e estudo do VIH e tratamentos.
Nesta página apresentamos os maiores acontecimentos, nesta área, em 2020.
VIH e COVID-19
Estudos realizados em Espanha e nos EUA não conseguiram encontrar evidências de que o VIH é um fator de risco para o COVID-19.
Encontre os estudos aqui, aqui e aqui.
Mas um estudo realizado no Reino Unido, que envolveu 47,592 pacientes, demonstrou que a positividade ao VIH estava associada a um maior risco de morte (47%). Esta diferença na mortalidade era mais evidente nas pessoas com menos de 60 anos. Abaixo desta idade, o estado positivo ao VIH mais do que duplicava o risco de mortalidade.
Encontre o estudo aqui.
a taxa de mortalidade desceu entre as pessoas com VIH
De acordo com o relatório VIH de 2019, do INSA, “na última década regista-se um decréscimo na mortalidade associada à infeção por VIH. … a taxa de mortalidade observada em Portugal é muito superior à observada na União Europeia, à semelhança do já referido para a taxa de novos diagnósticos de infeção e de SIDA.”
De acordo com o relatório VIH de 2020, “o maior número de mortes ocorreu em homens (12366; 81,3%) e em UDI (7417; 48,8%). Na década mais recente registaram-se 3933 óbitos, dos quais 48,4% (n=1902) em casos de transmissão heterossexual, 41,2% (n=1619) em utilizadores de drogas injetadas e 8,3% (n=328) em HSH.” O relatório aqui.
De referir que a esperança de vida entre as pessoas que vivem com VIH (comparativamente com as pessoas sem VIH) desceu de 22 anos durante 2000-2003 para 9 anos durante 2014-2016. Mas o mesmo não se pode dizer quanto a comorbidades. O artigo aqui.
PrEP injetável
A PrEP (profilaxia pré-exposição) tem sido oferecida como comprimido, mas em breve existirá a opção de tomar uma injeção bimensal (a cada 2 meses).
Esta injeção com cabotegravir (CAB) demonstrou ser mais eficaz do que o comprimido, conforme estudos realizados em mulheres cisgénero, mulheres transgénero e HSH. E apesar de existirem efeitos secundários estes não implicaram abandonar esta terapêutica.
Encontre o estudo aqui. E sobre as mulheres aqui. Em HSH e transgénero aqui.
Uma opção para quem tem extensa resistência a TARV, Fostemsavir
A percentagem, de pessoas que vive com VIH, com múltiplas resistências e poucas opções de tratamento antirretroviral (TARV), é pequena.
Mas para essas pessoas o fostemsavir pode ser a salvação. Felizmente a maioria das pessoas nunca necessitará deste tratamento.
Encontre o artigo aqui.
Uma injeção subcutânea de 6 em 6 meses, para pessoas multirresistentes, em estudo
Para quem é multirresistente, o Lenacapavir, pode ser a solução. Mas ainda se encontra em estudo.
O Lenacapavir é uma injeção administrada a cada 6 meses, que demonstrou ser eficaz a baixar ou reduzir a carga viral.
Encontre o artigo aqui.
Aumento de peso, após início de TARV
Os inibidores da integrasse são potentes, com elevada barreira de resistência e normalmente bem tolerados. Mas observou-se um elevado aumento de peso, após a sua iniciação, sobretudo do dolutegravir e do bictegravir.
Segundo, estudo realizado na África do sul, a obesidade afeta as pessoas com VIH, mas, sobretudo as mulheres a tomar estes ARV.
Encontre o estudo aqui.
Anel vaginal
-
- Em Portugal, vivem com o VIH, 17.137 mulheres (valores acumulados 1983 a 2019).
- As mulheres representam 30,7% dos novos casos de infeção (dos 778 casos diagnosticados durante o ano 2019 maiores de 15 anos). De salientar que a via de infeção é sobretudo via heterossexual (92,5%) e nesta categoria as mulheres representam 51% das infeções (221 casos nas mulheres comparativamente a 212 casos em homens).
- A idade à data de diagnóstico situou-se entre os 25 e os 49 anos em 64,8% dos novos casos, enquanto 24,2% foram diagnosticados em indivíduos com idade superior ou igual a 50 anos.
- Nas mulheres, a idade à data de diagnóstico situou-se em 7.1% entre os 15 e 24 anos; 24,1% em mulheres com idade igual ou superior a 50 anos. 64,9% dos novos casos situou-se entre os 25 e os 49 anos. A idade mediana foi de 40 anos.
- Apesar dos novos casos de infeção entre 15-19 anos representar apenas 2,6% do total de casos, em 2019, as raparigas representam 43% dos casos nesta idade.
- 43,9% dos novos casos ocorreu em mulheres oriundas de Africa subsariana.
- “Em 2019 foram diagnosticadas 24 infeções por VIH do tipo 2 (VIH-2). Esses diagnósticos ocorreram maioritariamente em mulheres (83,3%; 20/24), em indivíduos com 50 ou mais anos (66,6%; 16/24) e em nascidos na Guiné-Bissau (75,0%; 18/24).”
- O diagnóstico foi tardio em 46,7% das mulheres e mais frequente nos casos de transmissão heterossexual (56,7%)…atingindo o valor de 68,1% nos casos com idades de 50 ou mais anos.”
- Os novos casos de SIDA ocorrem sobretudo entre heterossexuais (73,8%). As mulheres representam 34,9% dos novos casos de SIDA, sendo mais prevalente entre os 39-49 anos.
- Existiram 197 óbitos por SIDA, em 2019, 52 eram mulheres.
“Portugal foi, durante vários anos, o país da União Europeia com a taxa mais elevada de diagnósticos de SIDA. Desde 2012 ocupa a segunda posição atrás da Letónia, contudo, as taxas anuais observadas têm valores de aproximadamente o quádruplo da taxa média europeia” .
Encontre o relatório INSA, 2020 aqui.
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20.1 milhões de mulheres, no mundo, vivem com VIH
Em Portugal vivem com o VIH, 17.137 mulheres (valores acumulados 1983 a 2019). (INSA, 2020)
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Celebramos, hoje, o Dia Mundial contra a Sida, no decorrer de uma outra pandemia. E celebramos de uma forma diferente, mais intimista, recorrendo a plataformas que nos unem. Celebramos confinadas para que no próximo ano estejamos TODAS e não falte ninguém.
As pessoas que vivem com VIH, e sobretudo as sobreviventes de longa duração, sabem o que é viver uma pandemia. Na década de 80 e 90 do milénio passado, sentimos a discriminação e o estigma, sentimos o medo do desconhecido. E hoje, apesar dos avanços biomédicos, o estigma e a discriminação ainda persistem.
Os grandes avanços biomédicos permitem, que hoje, uma pessoa a viver com VIH, tenha uma esperança de vida similar a qualquer outra pessoa, que possa disfrutar a vida com uma doença crónica, que possam ser mães e pais, que possam viver plenamente. O tratamento como prevenção permite, que hoje se diga, que uma pessoa com VIH, com carga viral indetectável e comprometida no seu tratamento não transmite o VIH. E permite, também, que as pessoas seronegativas ao VIH possam evitar a transmissão através da profilaxia pré-exposição (PrEP). Em breve, tomaremos uma injeção bimensalmente, em lugar da toma diária de comprimidos.
Neste dia mundial da resposta ao VIH/SIDA prestamos homenagem e lembramos todxs xs que partiram, todxs que se sujeitaram a pesquisas médicas e científicas com impacto negativo na sua saúde para beneficiar todxs xs outrxs, todxs que sofreram e sofrem, todxs as que lidam com efeitos secundários das terapias que xs salvam, todxs xs que lutaram e lutam para que muitxs possam viver hoje vidas dignas.
É também um tempo de esperança e de novos começos, de oportunidades. A esperança de uma vacina mas também de um mundo sem estigma, um mundo sem sexismo, sem racismo, sem homofobia, sem os preconceitos que agravam qualquer epidemia. Para isso a ação de todxs é necessária, a minha, a tua a de todxs nós para que vivamos num mundo de solidariedade, de direitos humanos, de amor e compaixão.
Na Seres acreditamos que esse mundo é possível e defendemos, lutamos por uma vida justa, equitativa e com qualidade onde as pessoas com VIH tenham recursos, voz, escolha e oportunidades livres de qualquer estigma e/ou discriminação.
#MaisInformaçãoMenosPreconceito
#PoderiaSerEu
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Mulheres que já se encontram em terapia antirretroviral e que começam a tomar um inibidor da integrase (INSTI) apresentam um aumento maior na hemoglobina A1c (HbA1c) e na tensão arterial do que aquelas que continuam o tratamento para VIH sem um INSTI. Tanto a HbA1c quanto a tensão arterial são indicadores de risco cardiometabólico.
As 1.118 participantes (234 no grupo INSTI, 884 no grupo não INSTI) foram acompanhadas por cerca de dois anos. No início do estudo, 73% estavam com sobrepeso ou obesas.
O aumento da HbA1c e da tensão arterial foi particularmente pronunciado em mulheres que ganharam ≥ 5% do peso após iniciar um INSTI.
Embora as taxas de diabetes incidente (5% no grupo INSTI, 2% no grupo não INSTI) e hipertensão (24% no grupo INSTI, 20% no grupo não INSTI) fossem comparáveis entre os braços do estudo, os aumentos observados ainda aumentam o risco de complicações glicémicas e doenças coronárias das participantes.
Mais estudos são necessários.
Encontre o estudo aqui.
-
Uma injeção administrada a cada dois meses demonstrou ser mais eficaz que a toma diária de um comprimido, na prevenção do VIH em mulheres.
Esta notícia é particularmente importante para as mulheres que têm dificuldade em obter ou tomar a profilaxia pré-exposição (PrEP).
Este estudo salienta a importância de incluir mulheres nos estudos científicos relativos ao VIH. As mulheres continuam sub-representadas nestes estudos apesar de constituírem metade das infeções por VIH, no mundo.
O único tratamento aprovado como PrEP é o Truvada que apresenta uma boa eficácia se tomada em conformidade com o prescrito. Mas a boa adesão requerida nem sempre é possível ou existente. Por outro lado, a sua toma a longo prazo pode levar à perda óssea.
Por isso a importância destes resultados pois apresenta mais opções para as mulheres.
Este tratamento ainda não foi aprovado.
Encontre a notícia sobre este estudo aqui.
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Perante a especulação:
– Estão as pessoas que vivem com VIH protegidas pelos antirretrovirais (ARV)?
- Estudo realizado nos EUA, em 36 instituições, observou não existir associação entre ARVs ou ausência de supressão viral e consequências de infeção por COVID-19. (Dandachi, Clinic Infect Dis. 2020)
- Estudo em Espanha, envolvendo 77.590 pessoas que vivem com VIH (PVV), analisou a incidência e gravidade do COVID em PVV. O risco de diagnóstico por COVID-19 e hospitalização era maior entre os homens e as pessoas com mais de 70 anos (3.7 por 10.000 em PVV comparativamente com 2.1 por 10.000 na população em geral). Este estudo observou também que nenhuma pessoa em Tenofovir/ emtricitabina foi admitida nos cuidados intensivos ou morreu. Mas mais estudos são necessários. (Del Amo, Ann Intern Med. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32589451/)
- O maior estudo foi realizado na África do Sul envolvendo cerca de 3 milhões de pessoas (3.978 PVV com COVID-19). A morte por COVID-19 estava associada ao sexo masculino, idade avançada, diabetes, hipertensão e doença renal crónica. E observou que o rácio de mortalidade por COVID-19 nas pessoas com VIH vs sem VIH foi de 2.39. (Boulle, CID. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32860699/)
- Estudo realizado nos EUA entre os veteranos (VACS) observou não existir maior suscetibilidade ao COVID-19 ou incidência de gravidade de doença entre as PVV infetadas. (Park, AIDS2020, abstract LBPEC23, 2020)
- PVV participaram na pesquisa da vacina, mas não sabemos o número.
- Em estudos maiores, as PVV com estabilidade nos ARV, apresentam resultados semelhantes às pessoas sem VIH, mas os dados sobre mortalidade não são consistentes.
- Uma baixa contagem de CD4 pode piorar os resultados.
- Sobre a mortalidade por COVID-19 entre PVV ver o artigo publicado aqui.
Baseado em artigo do Dr. Paul E. Sax, Director Clínico do Brigham and Women’s Hospital e Professor de Medicina de Harvard Medical School
-
O GAT, Grupo de Ativistas em Tratamentos e a Seres (con) viver com o VIH, duas organizações de doentes VIH, apresentam vários estudos que apontam para uma maior mortalidade das pessoas com o VIH face ao COVID-19 aos responsáveis pelo plano de vacinação e autoridades em VIH.
Alguns estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade pela COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH. Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA que não conseguiram encontrar provas de que o VIH é um fator de risco para a COVID-19:
aidsonline, aids2020, tandfonline
Anteriormente, um grande estudo na África do Sul observou também um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação em Portugal.
-
Os estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade por COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH.
Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA não conseguiram encontrar evidências de que o VIH é um fator de risco para o COVID-19:
AIDS online, AIDS2020, Taylor and Francis online
Mas um estudo realizado no Reino Unido, que envolveu 47,592 pacientes, demonstrou que a positividade ao VIH estava associada a um maior risco de morte (47%). Esta diferença na mortalidade era mais evidente nas pessoas com menos de 60 anos. Abaixo desta idade, o estado positivo ao VIH mais do que duplicava o risco de mortalidade.
Encontre o estudo aqui.
No artigo publicado no The Lancet, com estes resultados a interpretação, aponta para que as pessoas com VIH se encontram em maior risco de mortalidade por COVID-19.
Encontre o artigo aqui.
As pessoas com VIH são mais propensas a serem admitidas em hospitais com COVID-19 e a morrer no hospital devido a COVID-19 do que pessoas sem VIH, e pessoas com doença por VIH mais avançada ou carga viral não suprimida eram mais propensas do que outras pessoas com VIH a serem hospitalizadas, conforme uma revisão dos dados de vigilância no estado de Nova Iorque.
Encontre o estudo aqui.
Anteriormente, um largo estudo na África do Sul observou um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Encontre o estudo aqui.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação.
-
Apesar da pandemia, e de todos os condicionalismos, existiram alguns avanços na pesquisa e estudo do VIH e tratamentos.
Nesta página apresentamos os maiores acontecimentos, nesta área, em 2020.
VIH e COVID-19
Estudos realizados em Espanha e nos EUA não conseguiram encontrar evidências de que o VIH é um fator de risco para o COVID-19.
Encontre os estudos aqui, aqui e aqui.
Mas um estudo realizado no Reino Unido, que envolveu 47,592 pacientes, demonstrou que a positividade ao VIH estava associada a um maior risco de morte (47%). Esta diferença na mortalidade era mais evidente nas pessoas com menos de 60 anos. Abaixo desta idade, o estado positivo ao VIH mais do que duplicava o risco de mortalidade.
Encontre o estudo aqui.
a taxa de mortalidade desceu entre as pessoas com VIH
De acordo com o relatório VIH de 2019, do INSA, “na última década regista-se um decréscimo na mortalidade associada à infeção por VIH. … a taxa de mortalidade observada em Portugal é muito superior à observada na União Europeia, à semelhança do já referido para a taxa de novos diagnósticos de infeção e de SIDA.”
De acordo com o relatório VIH de 2020, “o maior número de mortes ocorreu em homens (12366; 81,3%) e em UDI (7417; 48,8%). Na década mais recente registaram-se 3933 óbitos, dos quais 48,4% (n=1902) em casos de transmissão heterossexual, 41,2% (n=1619) em utilizadores de drogas injetadas e 8,3% (n=328) em HSH.” O relatório aqui.
De referir que a esperança de vida entre as pessoas que vivem com VIH (comparativamente com as pessoas sem VIH) desceu de 22 anos durante 2000-2003 para 9 anos durante 2014-2016. Mas o mesmo não se pode dizer quanto a comorbidades. O artigo aqui.
PrEP injetável
A PrEP (profilaxia pré-exposição) tem sido oferecida como comprimido, mas em breve existirá a opção de tomar uma injeção bimensal (a cada 2 meses).
Esta injeção com cabotegravir (CAB) demonstrou ser mais eficaz do que o comprimido, conforme estudos realizados em mulheres cisgénero, mulheres transgénero e HSH. E apesar de existirem efeitos secundários estes não implicaram abandonar esta terapêutica.
Encontre o estudo aqui. E sobre as mulheres aqui. Em HSH e transgénero aqui.
Uma opção para quem tem extensa resistência a TARV, Fostemsavir
A percentagem, de pessoas que vive com VIH, com múltiplas resistências e poucas opções de tratamento antirretroviral (TARV), é pequena.
Mas para essas pessoas o fostemsavir pode ser a salvação. Felizmente a maioria das pessoas nunca necessitará deste tratamento.
Encontre o artigo aqui.
Uma injeção subcutânea de 6 em 6 meses, para pessoas multirresistentes, em estudo
Para quem é multirresistente, o Lenacapavir, pode ser a solução. Mas ainda se encontra em estudo.
O Lenacapavir é uma injeção administrada a cada 6 meses, que demonstrou ser eficaz a baixar ou reduzir a carga viral.
Encontre o artigo aqui.
Aumento de peso, após início de TARV
Os inibidores da integrasse são potentes, com elevada barreira de resistência e normalmente bem tolerados. Mas observou-se um elevado aumento de peso, após a sua iniciação, sobretudo do dolutegravir e do bictegravir.
Segundo, estudo realizado na África do sul, a obesidade afeta as pessoas com VIH, mas, sobretudo as mulheres a tomar estes ARV.
Encontre o estudo aqui.
Anel vaginal
-
- Em Portugal, vivem com o VIH, 17.137 mulheres (valores acumulados 1983 a 2019).
- As mulheres representam 30,7% dos novos casos de infeção (dos 778 casos diagnosticados durante o ano 2019 maiores de 15 anos). De salientar que a via de infeção é sobretudo via heterossexual (92,5%) e nesta categoria as mulheres representam 51% das infeções (221 casos nas mulheres comparativamente a 212 casos em homens).
- A idade à data de diagnóstico situou-se entre os 25 e os 49 anos em 64,8% dos novos casos, enquanto 24,2% foram diagnosticados em indivíduos com idade superior ou igual a 50 anos.
- Nas mulheres, a idade à data de diagnóstico situou-se em 7.1% entre os 15 e 24 anos; 24,1% em mulheres com idade igual ou superior a 50 anos. 64,9% dos novos casos situou-se entre os 25 e os 49 anos. A idade mediana foi de 40 anos.
- Apesar dos novos casos de infeção entre 15-19 anos representar apenas 2,6% do total de casos, em 2019, as raparigas representam 43% dos casos nesta idade.
- 43,9% dos novos casos ocorreu em mulheres oriundas de Africa subsariana.
- “Em 2019 foram diagnosticadas 24 infeções por VIH do tipo 2 (VIH-2). Esses diagnósticos ocorreram maioritariamente em mulheres (83,3%; 20/24), em indivíduos com 50 ou mais anos (66,6%; 16/24) e em nascidos na Guiné-Bissau (75,0%; 18/24).”
- O diagnóstico foi tardio em 46,7% das mulheres e mais frequente nos casos de transmissão heterossexual (56,7%)…atingindo o valor de 68,1% nos casos com idades de 50 ou mais anos.”
- Os novos casos de SIDA ocorrem sobretudo entre heterossexuais (73,8%). As mulheres representam 34,9% dos novos casos de SIDA, sendo mais prevalente entre os 39-49 anos.
- Existiram 197 óbitos por SIDA, em 2019, 52 eram mulheres.
“Portugal foi, durante vários anos, o país da União Europeia com a taxa mais elevada de diagnósticos de SIDA. Desde 2012 ocupa a segunda posição atrás da Letónia, contudo, as taxas anuais observadas têm valores de aproximadamente o quádruplo da taxa média europeia” .
Encontre o relatório INSA, 2020 aqui.
-
20.1 milhões de mulheres, no mundo, vivem com VIH
Em Portugal vivem com o VIH, 17.137 mulheres (valores acumulados 1983 a 2019). (INSA, 2020)
-
Celebramos, hoje, o Dia Mundial contra a Sida, no decorrer de uma outra pandemia. E celebramos de uma forma diferente, mais intimista, recorrendo a plataformas que nos unem. Celebramos confinadas para que no próximo ano estejamos TODAS e não falte ninguém.
As pessoas que vivem com VIH, e sobretudo as sobreviventes de longa duração, sabem o que é viver uma pandemia. Na década de 80 e 90 do milénio passado, sentimos a discriminação e o estigma, sentimos o medo do desconhecido. E hoje, apesar dos avanços biomédicos, o estigma e a discriminação ainda persistem.
Os grandes avanços biomédicos permitem, que hoje, uma pessoa a viver com VIH, tenha uma esperança de vida similar a qualquer outra pessoa, que possa disfrutar a vida com uma doença crónica, que possam ser mães e pais, que possam viver plenamente. O tratamento como prevenção permite, que hoje se diga, que uma pessoa com VIH, com carga viral indetectável e comprometida no seu tratamento não transmite o VIH. E permite, também, que as pessoas seronegativas ao VIH possam evitar a transmissão através da profilaxia pré-exposição (PrEP). Em breve, tomaremos uma injeção bimensalmente, em lugar da toma diária de comprimidos.
Neste dia mundial da resposta ao VIH/SIDA prestamos homenagem e lembramos todxs xs que partiram, todxs que se sujeitaram a pesquisas médicas e científicas com impacto negativo na sua saúde para beneficiar todxs xs outrxs, todxs que sofreram e sofrem, todxs as que lidam com efeitos secundários das terapias que xs salvam, todxs xs que lutaram e lutam para que muitxs possam viver hoje vidas dignas.
É também um tempo de esperança e de novos começos, de oportunidades. A esperança de uma vacina mas também de um mundo sem estigma, um mundo sem sexismo, sem racismo, sem homofobia, sem os preconceitos que agravam qualquer epidemia. Para isso a ação de todxs é necessária, a minha, a tua a de todxs nós para que vivamos num mundo de solidariedade, de direitos humanos, de amor e compaixão.
Na Seres acreditamos que esse mundo é possível e defendemos, lutamos por uma vida justa, equitativa e com qualidade onde as pessoas com VIH tenham recursos, voz, escolha e oportunidades livres de qualquer estigma e/ou discriminação.
#MaisInformaçãoMenosPreconceito
#PoderiaSerEu
-
Mulheres que já se encontram em terapia antirretroviral e que começam a tomar um inibidor da integrase (INSTI) apresentam um aumento maior na hemoglobina A1c (HbA1c) e na tensão arterial do que aquelas que continuam o tratamento para VIH sem um INSTI. Tanto a HbA1c quanto a tensão arterial são indicadores de risco cardiometabólico.
As 1.118 participantes (234 no grupo INSTI, 884 no grupo não INSTI) foram acompanhadas por cerca de dois anos. No início do estudo, 73% estavam com sobrepeso ou obesas.
O aumento da HbA1c e da tensão arterial foi particularmente pronunciado em mulheres que ganharam ≥ 5% do peso após iniciar um INSTI.
Embora as taxas de diabetes incidente (5% no grupo INSTI, 2% no grupo não INSTI) e hipertensão (24% no grupo INSTI, 20% no grupo não INSTI) fossem comparáveis entre os braços do estudo, os aumentos observados ainda aumentam o risco de complicações glicémicas e doenças coronárias das participantes.
Mais estudos são necessários.
Encontre o estudo aqui.
-
Uma injeção administrada a cada dois meses demonstrou ser mais eficaz que a toma diária de um comprimido, na prevenção do VIH em mulheres.
Esta notícia é particularmente importante para as mulheres que têm dificuldade em obter ou tomar a profilaxia pré-exposição (PrEP).
Este estudo salienta a importância de incluir mulheres nos estudos científicos relativos ao VIH. As mulheres continuam sub-representadas nestes estudos apesar de constituírem metade das infeções por VIH, no mundo.
O único tratamento aprovado como PrEP é o Truvada que apresenta uma boa eficácia se tomada em conformidade com o prescrito. Mas a boa adesão requerida nem sempre é possível ou existente. Por outro lado, a sua toma a longo prazo pode levar à perda óssea.
Por isso a importância destes resultados pois apresenta mais opções para as mulheres.
Este tratamento ainda não foi aprovado.
Encontre a notícia sobre este estudo aqui.
-
Perante a especulação:
– Estão as pessoas que vivem com VIH protegidas pelos antirretrovirais (ARV)?
- Estudo realizado nos EUA, em 36 instituições, observou não existir associação entre ARVs ou ausência de supressão viral e consequências de infeção por COVID-19. (Dandachi, Clinic Infect Dis. 2020)
- Estudo em Espanha, envolvendo 77.590 pessoas que vivem com VIH (PVV), analisou a incidência e gravidade do COVID em PVV. O risco de diagnóstico por COVID-19 e hospitalização era maior entre os homens e as pessoas com mais de 70 anos (3.7 por 10.000 em PVV comparativamente com 2.1 por 10.000 na população em geral). Este estudo observou também que nenhuma pessoa em Tenofovir/ emtricitabina foi admitida nos cuidados intensivos ou morreu. Mas mais estudos são necessários. (Del Amo, Ann Intern Med. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32589451/)
- O maior estudo foi realizado na África do Sul envolvendo cerca de 3 milhões de pessoas (3.978 PVV com COVID-19). A morte por COVID-19 estava associada ao sexo masculino, idade avançada, diabetes, hipertensão e doença renal crónica. E observou que o rácio de mortalidade por COVID-19 nas pessoas com VIH vs sem VIH foi de 2.39. (Boulle, CID. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32860699/)
- Estudo realizado nos EUA entre os veteranos (VACS) observou não existir maior suscetibilidade ao COVID-19 ou incidência de gravidade de doença entre as PVV infetadas. (Park, AIDS2020, abstract LBPEC23, 2020)
- PVV participaram na pesquisa da vacina, mas não sabemos o número.
- Em estudos maiores, as PVV com estabilidade nos ARV, apresentam resultados semelhantes às pessoas sem VIH, mas os dados sobre mortalidade não são consistentes.
- Uma baixa contagem de CD4 pode piorar os resultados.
- Sobre a mortalidade por COVID-19 entre PVV ver o artigo publicado aqui.
Baseado em artigo do Dr. Paul E. Sax, Director Clínico do Brigham and Women’s Hospital e Professor de Medicina de Harvard Medical School
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O GAT, Grupo de Ativistas em Tratamentos e a Seres (con) viver com o VIH, duas organizações de doentes VIH, apresentam vários estudos que apontam para uma maior mortalidade das pessoas com o VIH face ao COVID-19 aos responsáveis pelo plano de vacinação e autoridades em VIH.
Alguns estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade pela COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH. Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA que não conseguiram encontrar provas de que o VIH é um fator de risco para a COVID-19:
aidsonline, aids2020, tandfonline
Anteriormente, um grande estudo na África do Sul observou também um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação em Portugal.
-
Os estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade por COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH.
Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA não conseguiram encontrar evidências de que o VIH é um fator de risco para o COVID-19:
AIDS online, AIDS2020, Taylor and Francis online
Mas um estudo realizado no Reino Unido, que envolveu 47,592 pacientes, demonstrou que a positividade ao VIH estava associada a um maior risco de morte (47%). Esta diferença na mortalidade era mais evidente nas pessoas com menos de 60 anos. Abaixo desta idade, o estado positivo ao VIH mais do que duplicava o risco de mortalidade.
Encontre o estudo aqui.
No artigo publicado no The Lancet, com estes resultados a interpretação, aponta para que as pessoas com VIH se encontram em maior risco de mortalidade por COVID-19.
Encontre o artigo aqui.
As pessoas com VIH são mais propensas a serem admitidas em hospitais com COVID-19 e a morrer no hospital devido a COVID-19 do que pessoas sem VIH, e pessoas com doença por VIH mais avançada ou carga viral não suprimida eram mais propensas do que outras pessoas com VIH a serem hospitalizadas, conforme uma revisão dos dados de vigilância no estado de Nova Iorque.
Encontre o estudo aqui.
Anteriormente, um largo estudo na África do Sul observou um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Encontre o estudo aqui.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação.
-
Apesar da pandemia, e de todos os condicionalismos, existiram alguns avanços na pesquisa e estudo do VIH e tratamentos.
Nesta página apresentamos os maiores acontecimentos, nesta área, em 2020.
VIH e COVID-19
Estudos realizados em Espanha e nos EUA não conseguiram encontrar evidências de que o VIH é um fator de risco para o COVID-19.
Encontre os estudos aqui, aqui e aqui.
Mas um estudo realizado no Reino Unido, que envolveu 47,592 pacientes, demonstrou que a positividade ao VIH estava associada a um maior risco de morte (47%). Esta diferença na mortalidade era mais evidente nas pessoas com menos de 60 anos. Abaixo desta idade, o estado positivo ao VIH mais do que duplicava o risco de mortalidade.
Encontre o estudo aqui.
a taxa de mortalidade desceu entre as pessoas com VIH
De acordo com o relatório VIH de 2019, do INSA, “na última década regista-se um decréscimo na mortalidade associada à infeção por VIH. … a taxa de mortalidade observada em Portugal é muito superior à observada na União Europeia, à semelhança do já referido para a taxa de novos diagnósticos de infeção e de SIDA.”
De acordo com o relatório VIH de 2020, “o maior número de mortes ocorreu em homens (12366; 81,3%) e em UDI (7417; 48,8%). Na década mais recente registaram-se 3933 óbitos, dos quais 48,4% (n=1902) em casos de transmissão heterossexual, 41,2% (n=1619) em utilizadores de drogas injetadas e 8,3% (n=328) em HSH.” O relatório aqui.
De referir que a esperança de vida entre as pessoas que vivem com VIH (comparativamente com as pessoas sem VIH) desceu de 22 anos durante 2000-2003 para 9 anos durante 2014-2016. Mas o mesmo não se pode dizer quanto a comorbidades. O artigo aqui.
PrEP injetável
A PrEP (profilaxia pré-exposição) tem sido oferecida como comprimido, mas em breve existirá a opção de tomar uma injeção bimensal (a cada 2 meses).
Esta injeção com cabotegravir (CAB) demonstrou ser mais eficaz do que o comprimido, conforme estudos realizados em mulheres cisgénero, mulheres transgénero e HSH. E apesar de existirem efeitos secundários estes não implicaram abandonar esta terapêutica.
Encontre o estudo aqui. E sobre as mulheres aqui. Em HSH e transgénero aqui.
Uma opção para quem tem extensa resistência a TARV, Fostemsavir
A percentagem, de pessoas que vive com VIH, com múltiplas resistências e poucas opções de tratamento antirretroviral (TARV), é pequena.
Mas para essas pessoas o fostemsavir pode ser a salvação. Felizmente a maioria das pessoas nunca necessitará deste tratamento.
Encontre o artigo aqui.
Uma injeção subcutânea de 6 em 6 meses, para pessoas multirresistentes, em estudo
Para quem é multirresistente, o Lenacapavir, pode ser a solução. Mas ainda se encontra em estudo.
O Lenacapavir é uma injeção administrada a cada 6 meses, que demonstrou ser eficaz a baixar ou reduzir a carga viral.
Encontre o artigo aqui.
Aumento de peso, após início de TARV
Os inibidores da integrasse são potentes, com elevada barreira de resistência e normalmente bem tolerados. Mas observou-se um elevado aumento de peso, após a sua iniciação, sobretudo do dolutegravir e do bictegravir.
Segundo, estudo realizado na África do sul, a obesidade afeta as pessoas com VIH, mas, sobretudo as mulheres a tomar estes ARV.
Encontre o estudo aqui.
Anel vaginal
-
- Em Portugal, vivem com o VIH, 17.137 mulheres (valores acumulados 1983 a 2019).
- As mulheres representam 30,7% dos novos casos de infeção (dos 778 casos diagnosticados durante o ano 2019 maiores de 15 anos). De salientar que a via de infeção é sobretudo via heterossexual (92,5%) e nesta categoria as mulheres representam 51% das infeções (221 casos nas mulheres comparativamente a 212 casos em homens).
- A idade à data de diagnóstico situou-se entre os 25 e os 49 anos em 64,8% dos novos casos, enquanto 24,2% foram diagnosticados em indivíduos com idade superior ou igual a 50 anos.
- Nas mulheres, a idade à data de diagnóstico situou-se em 7.1% entre os 15 e 24 anos; 24,1% em mulheres com idade igual ou superior a 50 anos. 64,9% dos novos casos situou-se entre os 25 e os 49 anos. A idade mediana foi de 40 anos.
- Apesar dos novos casos de infeção entre 15-19 anos representar apenas 2,6% do total de casos, em 2019, as raparigas representam 43% dos casos nesta idade.
- 43,9% dos novos casos ocorreu em mulheres oriundas de Africa subsariana.
- “Em 2019 foram diagnosticadas 24 infeções por VIH do tipo 2 (VIH-2). Esses diagnósticos ocorreram maioritariamente em mulheres (83,3%; 20/24), em indivíduos com 50 ou mais anos (66,6%; 16/24) e em nascidos na Guiné-Bissau (75,0%; 18/24).”
- O diagnóstico foi tardio em 46,7% das mulheres e mais frequente nos casos de transmissão heterossexual (56,7%)…atingindo o valor de 68,1% nos casos com idades de 50 ou mais anos.”
- Os novos casos de SIDA ocorrem sobretudo entre heterossexuais (73,8%). As mulheres representam 34,9% dos novos casos de SIDA, sendo mais prevalente entre os 39-49 anos.
- Existiram 197 óbitos por SIDA, em 2019, 52 eram mulheres.
“Portugal foi, durante vários anos, o país da União Europeia com a taxa mais elevada de diagnósticos de SIDA. Desde 2012 ocupa a segunda posição atrás da Letónia, contudo, as taxas anuais observadas têm valores de aproximadamente o quádruplo da taxa média europeia” .
Encontre o relatório INSA, 2020 aqui.
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20.1 milhões de mulheres, no mundo, vivem com VIH
Em Portugal vivem com o VIH, 17.137 mulheres (valores acumulados 1983 a 2019). (INSA, 2020)
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Celebramos, hoje, o Dia Mundial contra a Sida, no decorrer de uma outra pandemia. E celebramos de uma forma diferente, mais intimista, recorrendo a plataformas que nos unem. Celebramos confinadas para que no próximo ano estejamos TODAS e não falte ninguém.
As pessoas que vivem com VIH, e sobretudo as sobreviventes de longa duração, sabem o que é viver uma pandemia. Na década de 80 e 90 do milénio passado, sentimos a discriminação e o estigma, sentimos o medo do desconhecido. E hoje, apesar dos avanços biomédicos, o estigma e a discriminação ainda persistem.
Os grandes avanços biomédicos permitem, que hoje, uma pessoa a viver com VIH, tenha uma esperança de vida similar a qualquer outra pessoa, que possa disfrutar a vida com uma doença crónica, que possam ser mães e pais, que possam viver plenamente. O tratamento como prevenção permite, que hoje se diga, que uma pessoa com VIH, com carga viral indetectável e comprometida no seu tratamento não transmite o VIH. E permite, também, que as pessoas seronegativas ao VIH possam evitar a transmissão através da profilaxia pré-exposição (PrEP). Em breve, tomaremos uma injeção bimensalmente, em lugar da toma diária de comprimidos.
Neste dia mundial da resposta ao VIH/SIDA prestamos homenagem e lembramos todxs xs que partiram, todxs que se sujeitaram a pesquisas médicas e científicas com impacto negativo na sua saúde para beneficiar todxs xs outrxs, todxs que sofreram e sofrem, todxs as que lidam com efeitos secundários das terapias que xs salvam, todxs xs que lutaram e lutam para que muitxs possam viver hoje vidas dignas.
É também um tempo de esperança e de novos começos, de oportunidades. A esperança de uma vacina mas também de um mundo sem estigma, um mundo sem sexismo, sem racismo, sem homofobia, sem os preconceitos que agravam qualquer epidemia. Para isso a ação de todxs é necessária, a minha, a tua a de todxs nós para que vivamos num mundo de solidariedade, de direitos humanos, de amor e compaixão.
Na Seres acreditamos que esse mundo é possível e defendemos, lutamos por uma vida justa, equitativa e com qualidade onde as pessoas com VIH tenham recursos, voz, escolha e oportunidades livres de qualquer estigma e/ou discriminação.
#MaisInformaçãoMenosPreconceito
#PoderiaSerEu
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Mulheres que já se encontram em terapia antirretroviral e que começam a tomar um inibidor da integrase (INSTI) apresentam um aumento maior na hemoglobina A1c (HbA1c) e na tensão arterial do que aquelas que continuam o tratamento para VIH sem um INSTI. Tanto a HbA1c quanto a tensão arterial são indicadores de risco cardiometabólico.
As 1.118 participantes (234 no grupo INSTI, 884 no grupo não INSTI) foram acompanhadas por cerca de dois anos. No início do estudo, 73% estavam com sobrepeso ou obesas.
O aumento da HbA1c e da tensão arterial foi particularmente pronunciado em mulheres que ganharam ≥ 5% do peso após iniciar um INSTI.
Embora as taxas de diabetes incidente (5% no grupo INSTI, 2% no grupo não INSTI) e hipertensão (24% no grupo INSTI, 20% no grupo não INSTI) fossem comparáveis entre os braços do estudo, os aumentos observados ainda aumentam o risco de complicações glicémicas e doenças coronárias das participantes.
Mais estudos são necessários.
Encontre o estudo aqui.
-
Uma injeção administrada a cada dois meses demonstrou ser mais eficaz que a toma diária de um comprimido, na prevenção do VIH em mulheres.
Esta notícia é particularmente importante para as mulheres que têm dificuldade em obter ou tomar a profilaxia pré-exposição (PrEP).
Este estudo salienta a importância de incluir mulheres nos estudos científicos relativos ao VIH. As mulheres continuam sub-representadas nestes estudos apesar de constituírem metade das infeções por VIH, no mundo.
O único tratamento aprovado como PrEP é o Truvada que apresenta uma boa eficácia se tomada em conformidade com o prescrito. Mas a boa adesão requerida nem sempre é possível ou existente. Por outro lado, a sua toma a longo prazo pode levar à perda óssea.
Por isso a importância destes resultados pois apresenta mais opções para as mulheres.
Este tratamento ainda não foi aprovado.
Encontre a notícia sobre este estudo aqui.
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Perante a especulação:
– Estão as pessoas que vivem com VIH protegidas pelos antirretrovirais (ARV)?
- Estudo realizado nos EUA, em 36 instituições, observou não existir associação entre ARVs ou ausência de supressão viral e consequências de infeção por COVID-19. (Dandachi, Clinic Infect Dis. 2020)
- Estudo em Espanha, envolvendo 77.590 pessoas que vivem com VIH (PVV), analisou a incidência e gravidade do COVID em PVV. O risco de diagnóstico por COVID-19 e hospitalização era maior entre os homens e as pessoas com mais de 70 anos (3.7 por 10.000 em PVV comparativamente com 2.1 por 10.000 na população em geral). Este estudo observou também que nenhuma pessoa em Tenofovir/ emtricitabina foi admitida nos cuidados intensivos ou morreu. Mas mais estudos são necessários. (Del Amo, Ann Intern Med. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32589451/)
- O maior estudo foi realizado na África do Sul envolvendo cerca de 3 milhões de pessoas (3.978 PVV com COVID-19). A morte por COVID-19 estava associada ao sexo masculino, idade avançada, diabetes, hipertensão e doença renal crónica. E observou que o rácio de mortalidade por COVID-19 nas pessoas com VIH vs sem VIH foi de 2.39. (Boulle, CID. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32860699/)
- Estudo realizado nos EUA entre os veteranos (VACS) observou não existir maior suscetibilidade ao COVID-19 ou incidência de gravidade de doença entre as PVV infetadas. (Park, AIDS2020, abstract LBPEC23, 2020)
- PVV participaram na pesquisa da vacina, mas não sabemos o número.
- Em estudos maiores, as PVV com estabilidade nos ARV, apresentam resultados semelhantes às pessoas sem VIH, mas os dados sobre mortalidade não são consistentes.
- Uma baixa contagem de CD4 pode piorar os resultados.
- Sobre a mortalidade por COVID-19 entre PVV ver o artigo publicado aqui.
Baseado em artigo do Dr. Paul E. Sax, Director Clínico do Brigham and Women’s Hospital e Professor de Medicina de Harvard Medical School
-
O GAT, Grupo de Ativistas em Tratamentos e a Seres (con) viver com o VIH, duas organizações de doentes VIH, apresentam vários estudos que apontam para uma maior mortalidade das pessoas com o VIH face ao COVID-19 aos responsáveis pelo plano de vacinação e autoridades em VIH.
Alguns estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade pela COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH. Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA que não conseguiram encontrar provas de que o VIH é um fator de risco para a COVID-19:
aidsonline, aids2020, tandfonline
Anteriormente, um grande estudo na África do Sul observou também um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação em Portugal.
-
Os estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade por COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH.
Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA não conseguiram encontrar evidências de que o VIH é um fator de risco para o COVID-19:
AIDS online, AIDS2020, Taylor and Francis online
Mas um estudo realizado no Reino Unido, que envolveu 47,592 pacientes, demonstrou que a positividade ao VIH estava associada a um maior risco de morte (47%). Esta diferença na mortalidade era mais evidente nas pessoas com menos de 60 anos. Abaixo desta idade, o estado positivo ao VIH mais do que duplicava o risco de mortalidade.
Encontre o estudo aqui.
No artigo publicado no The Lancet, com estes resultados a interpretação, aponta para que as pessoas com VIH se encontram em maior risco de mortalidade por COVID-19.
Encontre o artigo aqui.
As pessoas com VIH são mais propensas a serem admitidas em hospitais com COVID-19 e a morrer no hospital devido a COVID-19 do que pessoas sem VIH, e pessoas com doença por VIH mais avançada ou carga viral não suprimida eram mais propensas do que outras pessoas com VIH a serem hospitalizadas, conforme uma revisão dos dados de vigilância no estado de Nova Iorque.
Encontre o estudo aqui.
Anteriormente, um largo estudo na África do Sul observou um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Encontre o estudo aqui.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação.
-
Apesar da pandemia, e de todos os condicionalismos, existiram alguns avanços na pesquisa e estudo do VIH e tratamentos.
Nesta página apresentamos os maiores acontecimentos, nesta área, em 2020.
VIH e COVID-19
Estudos realizados em Espanha e nos EUA não conseguiram encontrar evidências de que o VIH é um fator de risco para o COVID-19.
Encontre os estudos aqui, aqui e aqui.
Mas um estudo realizado no Reino Unido, que envolveu 47,592 pacientes, demonstrou que a positividade ao VIH estava associada a um maior risco de morte (47%). Esta diferença na mortalidade era mais evidente nas pessoas com menos de 60 anos. Abaixo desta idade, o estado positivo ao VIH mais do que duplicava o risco de mortalidade.
Encontre o estudo aqui.
a taxa de mortalidade desceu entre as pessoas com VIH
De acordo com o relatório VIH de 2019, do INSA, “na última década regista-se um decréscimo na mortalidade associada à infeção por VIH. … a taxa de mortalidade observada em Portugal é muito superior à observada na União Europeia, à semelhança do já referido para a taxa de novos diagnósticos de infeção e de SIDA.”
De acordo com o relatório VIH de 2020, “o maior número de mortes ocorreu em homens (12366; 81,3%) e em UDI (7417; 48,8%). Na década mais recente registaram-se 3933 óbitos, dos quais 48,4% (n=1902) em casos de transmissão heterossexual, 41,2% (n=1619) em utilizadores de drogas injetadas e 8,3% (n=328) em HSH.” O relatório aqui.
De referir que a esperança de vida entre as pessoas que vivem com VIH (comparativamente com as pessoas sem VIH) desceu de 22 anos durante 2000-2003 para 9 anos durante 2014-2016. Mas o mesmo não se pode dizer quanto a comorbidades. O artigo aqui.
PrEP injetável
A PrEP (profilaxia pré-exposição) tem sido oferecida como comprimido, mas em breve existirá a opção de tomar uma injeção bimensal (a cada 2 meses).
Esta injeção com cabotegravir (CAB) demonstrou ser mais eficaz do que o comprimido, conforme estudos realizados em mulheres cisgénero, mulheres transgénero e HSH. E apesar de existirem efeitos secundários estes não implicaram abandonar esta terapêutica.
Encontre o estudo aqui. E sobre as mulheres aqui. Em HSH e transgénero aqui.
Uma opção para quem tem extensa resistência a TARV, Fostemsavir
A percentagem, de pessoas que vive com VIH, com múltiplas resistências e poucas opções de tratamento antirretroviral (TARV), é pequena.
Mas para essas pessoas o fostemsavir pode ser a salvação. Felizmente a maioria das pessoas nunca necessitará deste tratamento.
Encontre o artigo aqui.
Uma injeção subcutânea de 6 em 6 meses, para pessoas multirresistentes, em estudo
Para quem é multirresistente, o Lenacapavir, pode ser a solução. Mas ainda se encontra em estudo.
O Lenacapavir é uma injeção administrada a cada 6 meses, que demonstrou ser eficaz a baixar ou reduzir a carga viral.
Encontre o artigo aqui.
Aumento de peso, após início de TARV
Os inibidores da integrasse são potentes, com elevada barreira de resistência e normalmente bem tolerados. Mas observou-se um elevado aumento de peso, após a sua iniciação, sobretudo do dolutegravir e do bictegravir.
Segundo, estudo realizado na África do sul, a obesidade afeta as pessoas com VIH, mas, sobretudo as mulheres a tomar estes ARV.
Encontre o estudo aqui.
Anel vaginal
-
- Em Portugal, vivem com o VIH, 17.137 mulheres (valores acumulados 1983 a 2019).
- As mulheres representam 30,7% dos novos casos de infeção (dos 778 casos diagnosticados durante o ano 2019 maiores de 15 anos). De salientar que a via de infeção é sobretudo via heterossexual (92,5%) e nesta categoria as mulheres representam 51% das infeções (221 casos nas mulheres comparativamente a 212 casos em homens).
- A idade à data de diagnóstico situou-se entre os 25 e os 49 anos em 64,8% dos novos casos, enquanto 24,2% foram diagnosticados em indivíduos com idade superior ou igual a 50 anos.
- Nas mulheres, a idade à data de diagnóstico situou-se em 7.1% entre os 15 e 24 anos; 24,1% em mulheres com idade igual ou superior a 50 anos. 64,9% dos novos casos situou-se entre os 25 e os 49 anos. A idade mediana foi de 40 anos.
- Apesar dos novos casos de infeção entre 15-19 anos representar apenas 2,6% do total de casos, em 2019, as raparigas representam 43% dos casos nesta idade.
- 43,9% dos novos casos ocorreu em mulheres oriundas de Africa subsariana.
- “Em 2019 foram diagnosticadas 24 infeções por VIH do tipo 2 (VIH-2). Esses diagnósticos ocorreram maioritariamente em mulheres (83,3%; 20/24), em indivíduos com 50 ou mais anos (66,6%; 16/24) e em nascidos na Guiné-Bissau (75,0%; 18/24).”
- O diagnóstico foi tardio em 46,7% das mulheres e mais frequente nos casos de transmissão heterossexual (56,7%)…atingindo o valor de 68,1% nos casos com idades de 50 ou mais anos.”
- Os novos casos de SIDA ocorrem sobretudo entre heterossexuais (73,8%). As mulheres representam 34,9% dos novos casos de SIDA, sendo mais prevalente entre os 39-49 anos.
- Existiram 197 óbitos por SIDA, em 2019, 52 eram mulheres.
“Portugal foi, durante vários anos, o país da União Europeia com a taxa mais elevada de diagnósticos de SIDA. Desde 2012 ocupa a segunda posição atrás da Letónia, contudo, as taxas anuais observadas têm valores de aproximadamente o quádruplo da taxa média europeia” .
Encontre o relatório INSA, 2020 aqui.
-
20.1 milhões de mulheres, no mundo, vivem com VIH
Em Portugal vivem com o VIH, 17.137 mulheres (valores acumulados 1983 a 2019). (INSA, 2020)
-
Celebramos, hoje, o Dia Mundial contra a Sida, no decorrer de uma outra pandemia. E celebramos de uma forma diferente, mais intimista, recorrendo a plataformas que nos unem. Celebramos confinadas para que no próximo ano estejamos TODAS e não falte ninguém.
As pessoas que vivem com VIH, e sobretudo as sobreviventes de longa duração, sabem o que é viver uma pandemia. Na década de 80 e 90 do milénio passado, sentimos a discriminação e o estigma, sentimos o medo do desconhecido. E hoje, apesar dos avanços biomédicos, o estigma e a discriminação ainda persistem.
Os grandes avanços biomédicos permitem, que hoje, uma pessoa a viver com VIH, tenha uma esperança de vida similar a qualquer outra pessoa, que possa disfrutar a vida com uma doença crónica, que possam ser mães e pais, que possam viver plenamente. O tratamento como prevenção permite, que hoje se diga, que uma pessoa com VIH, com carga viral indetectável e comprometida no seu tratamento não transmite o VIH. E permite, também, que as pessoas seronegativas ao VIH possam evitar a transmissão através da profilaxia pré-exposição (PrEP). Em breve, tomaremos uma injeção bimensalmente, em lugar da toma diária de comprimidos.
Neste dia mundial da resposta ao VIH/SIDA prestamos homenagem e lembramos todxs xs que partiram, todxs que se sujeitaram a pesquisas médicas e científicas com impacto negativo na sua saúde para beneficiar todxs xs outrxs, todxs que sofreram e sofrem, todxs as que lidam com efeitos secundários das terapias que xs salvam, todxs xs que lutaram e lutam para que muitxs possam viver hoje vidas dignas.
É também um tempo de esperança e de novos começos, de oportunidades. A esperança de uma vacina mas também de um mundo sem estigma, um mundo sem sexismo, sem racismo, sem homofobia, sem os preconceitos que agravam qualquer epidemia. Para isso a ação de todxs é necessária, a minha, a tua a de todxs nós para que vivamos num mundo de solidariedade, de direitos humanos, de amor e compaixão.
Na Seres acreditamos que esse mundo é possível e defendemos, lutamos por uma vida justa, equitativa e com qualidade onde as pessoas com VIH tenham recursos, voz, escolha e oportunidades livres de qualquer estigma e/ou discriminação.
#MaisInformaçãoMenosPreconceito
#PoderiaSerEu
-
Mulheres que já se encontram em terapia antirretroviral e que começam a tomar um inibidor da integrase (INSTI) apresentam um aumento maior na hemoglobina A1c (HbA1c) e na tensão arterial do que aquelas que continuam o tratamento para VIH sem um INSTI. Tanto a HbA1c quanto a tensão arterial são indicadores de risco cardiometabólico.
As 1.118 participantes (234 no grupo INSTI, 884 no grupo não INSTI) foram acompanhadas por cerca de dois anos. No início do estudo, 73% estavam com sobrepeso ou obesas.
O aumento da HbA1c e da tensão arterial foi particularmente pronunciado em mulheres que ganharam ≥ 5% do peso após iniciar um INSTI.
Embora as taxas de diabetes incidente (5% no grupo INSTI, 2% no grupo não INSTI) e hipertensão (24% no grupo INSTI, 20% no grupo não INSTI) fossem comparáveis entre os braços do estudo, os aumentos observados ainda aumentam o risco de complicações glicémicas e doenças coronárias das participantes.
Mais estudos são necessários.
Encontre o estudo aqui.
-
Uma injeção administrada a cada dois meses demonstrou ser mais eficaz que a toma diária de um comprimido, na prevenção do VIH em mulheres.
Esta notícia é particularmente importante para as mulheres que têm dificuldade em obter ou tomar a profilaxia pré-exposição (PrEP).
Este estudo salienta a importância de incluir mulheres nos estudos científicos relativos ao VIH. As mulheres continuam sub-representadas nestes estudos apesar de constituírem metade das infeções por VIH, no mundo.
O único tratamento aprovado como PrEP é o Truvada que apresenta uma boa eficácia se tomada em conformidade com o prescrito. Mas a boa adesão requerida nem sempre é possível ou existente. Por outro lado, a sua toma a longo prazo pode levar à perda óssea.
Por isso a importância destes resultados pois apresenta mais opções para as mulheres.
Este tratamento ainda não foi aprovado.
Encontre a notícia sobre este estudo aqui.
-
Perante a especulação:
– Estão as pessoas que vivem com VIH protegidas pelos antirretrovirais (ARV)?
- Estudo realizado nos EUA, em 36 instituições, observou não existir associação entre ARVs ou ausência de supressão viral e consequências de infeção por COVID-19. (Dandachi, Clinic Infect Dis. 2020)
- Estudo em Espanha, envolvendo 77.590 pessoas que vivem com VIH (PVV), analisou a incidência e gravidade do COVID em PVV. O risco de diagnóstico por COVID-19 e hospitalização era maior entre os homens e as pessoas com mais de 70 anos (3.7 por 10.000 em PVV comparativamente com 2.1 por 10.000 na população em geral). Este estudo observou também que nenhuma pessoa em Tenofovir/ emtricitabina foi admitida nos cuidados intensivos ou morreu. Mas mais estudos são necessários. (Del Amo, Ann Intern Med. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32589451/)
- O maior estudo foi realizado na África do Sul envolvendo cerca de 3 milhões de pessoas (3.978 PVV com COVID-19). A morte por COVID-19 estava associada ao sexo masculino, idade avançada, diabetes, hipertensão e doença renal crónica. E observou que o rácio de mortalidade por COVID-19 nas pessoas com VIH vs sem VIH foi de 2.39. (Boulle, CID. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32860699/)
- Estudo realizado nos EUA entre os veteranos (VACS) observou não existir maior suscetibilidade ao COVID-19 ou incidência de gravidade de doença entre as PVV infetadas. (Park, AIDS2020, abstract LBPEC23, 2020)
- PVV participaram na pesquisa da vacina, mas não sabemos o número.
- Em estudos maiores, as PVV com estabilidade nos ARV, apresentam resultados semelhantes às pessoas sem VIH, mas os dados sobre mortalidade não são consistentes.
- Uma baixa contagem de CD4 pode piorar os resultados.
- Sobre a mortalidade por COVID-19 entre PVV ver o artigo publicado aqui.
Baseado em artigo do Dr. Paul E. Sax, Director Clínico do Brigham and Women’s Hospital e Professor de Medicina de Harvard Medical School
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O GAT, Grupo de Ativistas em Tratamentos e a Seres (con) viver com o VIH, duas organizações de doentes VIH, apresentam vários estudos que apontam para uma maior mortalidade das pessoas com o VIH face ao COVID-19 aos responsáveis pelo plano de vacinação e autoridades em VIH.
Alguns estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade pela COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH. Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA que não conseguiram encontrar provas de que o VIH é um fator de risco para a COVID-19:
aidsonline, aids2020, tandfonline
Anteriormente, um grande estudo na África do Sul observou também um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação em Portugal.
-
Os estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade por COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH.
Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA não conseguiram encontrar evidências de que o VIH é um fator de risco para o COVID-19:
AIDS online, AIDS2020, Taylor and Francis online
Mas um estudo realizado no Reino Unido, que envolveu 47,592 pacientes, demonstrou que a positividade ao VIH estava associada a um maior risco de morte (47%). Esta diferença na mortalidade era mais evidente nas pessoas com menos de 60 anos. Abaixo desta idade, o estado positivo ao VIH mais do que duplicava o risco de mortalidade.
Encontre o estudo aqui.
No artigo publicado no The Lancet, com estes resultados a interpretação, aponta para que as pessoas com VIH se encontram em maior risco de mortalidade por COVID-19.
Encontre o artigo aqui.
As pessoas com VIH são mais propensas a serem admitidas em hospitais com COVID-19 e a morrer no hospital devido a COVID-19 do que pessoas sem VIH, e pessoas com doença por VIH mais avançada ou carga viral não suprimida eram mais propensas do que outras pessoas com VIH a serem hospitalizadas, conforme uma revisão dos dados de vigilância no estado de Nova Iorque.
Encontre o estudo aqui.
Anteriormente, um largo estudo na África do Sul observou um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Encontre o estudo aqui.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação.
-
Apesar da pandemia, e de todos os condicionalismos, existiram alguns avanços na pesquisa e estudo do VIH e tratamentos.
Nesta página apresentamos os maiores acontecimentos, nesta área, em 2020.
VIH e COVID-19
Estudos realizados em Espanha e nos EUA não conseguiram encontrar evidências de que o VIH é um fator de risco para o COVID-19.
Encontre os estudos aqui, aqui e aqui.
Mas um estudo realizado no Reino Unido, que envolveu 47,592 pacientes, demonstrou que a positividade ao VIH estava associada a um maior risco de morte (47%). Esta diferença na mortalidade era mais evidente nas pessoas com menos de 60 anos. Abaixo desta idade, o estado positivo ao VIH mais do que duplicava o risco de mortalidade.
Encontre o estudo aqui.
a taxa de mortalidade desceu entre as pessoas com VIH
De acordo com o relatório VIH de 2019, do INSA, “na última década regista-se um decréscimo na mortalidade associada à infeção por VIH. … a taxa de mortalidade observada em Portugal é muito superior à observada na União Europeia, à semelhança do já referido para a taxa de novos diagnósticos de infeção e de SIDA.”
De acordo com o relatório VIH de 2020, “o maior número de mortes ocorreu em homens (12366; 81,3%) e em UDI (7417; 48,8%). Na década mais recente registaram-se 3933 óbitos, dos quais 48,4% (n=1902) em casos de transmissão heterossexual, 41,2% (n=1619) em utilizadores de drogas injetadas e 8,3% (n=328) em HSH.” O relatório aqui.
De referir que a esperança de vida entre as pessoas que vivem com VIH (comparativamente com as pessoas sem VIH) desceu de 22 anos durante 2000-2003 para 9 anos durante 2014-2016. Mas o mesmo não se pode dizer quanto a comorbidades. O artigo aqui.
PrEP injetável
A PrEP (profilaxia pré-exposição) tem sido oferecida como comprimido, mas em breve existirá a opção de tomar uma injeção bimensal (a cada 2 meses).
Esta injeção com cabotegravir (CAB) demonstrou ser mais eficaz do que o comprimido, conforme estudos realizados em mulheres cisgénero, mulheres transgénero e HSH. E apesar de existirem efeitos secundários estes não implicaram abandonar esta terapêutica.
Encontre o estudo aqui. E sobre as mulheres aqui. Em HSH e transgénero aqui.
Uma opção para quem tem extensa resistência a TARV, Fostemsavir
A percentagem, de pessoas que vive com VIH, com múltiplas resistências e poucas opções de tratamento antirretroviral (TARV), é pequena.
Mas para essas pessoas o fostemsavir pode ser a salvação. Felizmente a maioria das pessoas nunca necessitará deste tratamento.
Encontre o artigo aqui.
Uma injeção subcutânea de 6 em 6 meses, para pessoas multirresistentes, em estudo
Para quem é multirresistente, o Lenacapavir, pode ser a solução. Mas ainda se encontra em estudo.
O Lenacapavir é uma injeção administrada a cada 6 meses, que demonstrou ser eficaz a baixar ou reduzir a carga viral.
Encontre o artigo aqui.
Aumento de peso, após início de TARV
Os inibidores da integrasse são potentes, com elevada barreira de resistência e normalmente bem tolerados. Mas observou-se um elevado aumento de peso, após a sua iniciação, sobretudo do dolutegravir e do bictegravir.
Segundo, estudo realizado na África do sul, a obesidade afeta as pessoas com VIH, mas, sobretudo as mulheres a tomar estes ARV.
Encontre o estudo aqui.
Anel vaginal
-
- Em Portugal, vivem com o VIH, 17.137 mulheres (valores acumulados 1983 a 2019).
- As mulheres representam 30,7% dos novos casos de infeção (dos 778 casos diagnosticados durante o ano 2019 maiores de 15 anos). De salientar que a via de infeção é sobretudo via heterossexual (92,5%) e nesta categoria as mulheres representam 51% das infeções (221 casos nas mulheres comparativamente a 212 casos em homens).
- A idade à data de diagnóstico situou-se entre os 25 e os 49 anos em 64,8% dos novos casos, enquanto 24,2% foram diagnosticados em indivíduos com idade superior ou igual a 50 anos.
- Nas mulheres, a idade à data de diagnóstico situou-se em 7.1% entre os 15 e 24 anos; 24,1% em mulheres com idade igual ou superior a 50 anos. 64,9% dos novos casos situou-se entre os 25 e os 49 anos. A idade mediana foi de 40 anos.
- Apesar dos novos casos de infeção entre 15-19 anos representar apenas 2,6% do total de casos, em 2019, as raparigas representam 43% dos casos nesta idade.
- 43,9% dos novos casos ocorreu em mulheres oriundas de Africa subsariana.
- “Em 2019 foram diagnosticadas 24 infeções por VIH do tipo 2 (VIH-2). Esses diagnósticos ocorreram maioritariamente em mulheres (83,3%; 20/24), em indivíduos com 50 ou mais anos (66,6%; 16/24) e em nascidos na Guiné-Bissau (75,0%; 18/24).”
- O diagnóstico foi tardio em 46,7% das mulheres e mais frequente nos casos de transmissão heterossexual (56,7%)…atingindo o valor de 68,1% nos casos com idades de 50 ou mais anos.”
- Os novos casos de SIDA ocorrem sobretudo entre heterossexuais (73,8%). As mulheres representam 34,9% dos novos casos de SIDA, sendo mais prevalente entre os 39-49 anos.
- Existiram 197 óbitos por SIDA, em 2019, 52 eram mulheres.
“Portugal foi, durante vários anos, o país da União Europeia com a taxa mais elevada de diagnósticos de SIDA. Desde 2012 ocupa a segunda posição atrás da Letónia, contudo, as taxas anuais observadas têm valores de aproximadamente o quádruplo da taxa média europeia” .
Encontre o relatório INSA, 2020 aqui.
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20.1 milhões de mulheres, no mundo, vivem com VIH
Em Portugal vivem com o VIH, 17.137 mulheres (valores acumulados 1983 a 2019). (INSA, 2020)
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Celebramos, hoje, o Dia Mundial contra a Sida, no decorrer de uma outra pandemia. E celebramos de uma forma diferente, mais intimista, recorrendo a plataformas que nos unem. Celebramos confinadas para que no próximo ano estejamos TODAS e não falte ninguém.
As pessoas que vivem com VIH, e sobretudo as sobreviventes de longa duração, sabem o que é viver uma pandemia. Na década de 80 e 90 do milénio passado, sentimos a discriminação e o estigma, sentimos o medo do desconhecido. E hoje, apesar dos avanços biomédicos, o estigma e a discriminação ainda persistem.
Os grandes avanços biomédicos permitem, que hoje, uma pessoa a viver com VIH, tenha uma esperança de vida similar a qualquer outra pessoa, que possa disfrutar a vida com uma doença crónica, que possam ser mães e pais, que possam viver plenamente. O tratamento como prevenção permite, que hoje se diga, que uma pessoa com VIH, com carga viral indetectável e comprometida no seu tratamento não transmite o VIH. E permite, também, que as pessoas seronegativas ao VIH possam evitar a transmissão através da profilaxia pré-exposição (PrEP). Em breve, tomaremos uma injeção bimensalmente, em lugar da toma diária de comprimidos.
Neste dia mundial da resposta ao VIH/SIDA prestamos homenagem e lembramos todxs xs que partiram, todxs que se sujeitaram a pesquisas médicas e científicas com impacto negativo na sua saúde para beneficiar todxs xs outrxs, todxs que sofreram e sofrem, todxs as que lidam com efeitos secundários das terapias que xs salvam, todxs xs que lutaram e lutam para que muitxs possam viver hoje vidas dignas.
É também um tempo de esperança e de novos começos, de oportunidades. A esperança de uma vacina mas também de um mundo sem estigma, um mundo sem sexismo, sem racismo, sem homofobia, sem os preconceitos que agravam qualquer epidemia. Para isso a ação de todxs é necessária, a minha, a tua a de todxs nós para que vivamos num mundo de solidariedade, de direitos humanos, de amor e compaixão.
Na Seres acreditamos que esse mundo é possível e defendemos, lutamos por uma vida justa, equitativa e com qualidade onde as pessoas com VIH tenham recursos, voz, escolha e oportunidades livres de qualquer estigma e/ou discriminação.
#MaisInformaçãoMenosPreconceito
#PoderiaSerEu
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Mulheres que já se encontram em terapia antirretroviral e que começam a tomar um inibidor da integrase (INSTI) apresentam um aumento maior na hemoglobina A1c (HbA1c) e na tensão arterial do que aquelas que continuam o tratamento para VIH sem um INSTI. Tanto a HbA1c quanto a tensão arterial são indicadores de risco cardiometabólico.
As 1.118 participantes (234 no grupo INSTI, 884 no grupo não INSTI) foram acompanhadas por cerca de dois anos. No início do estudo, 73% estavam com sobrepeso ou obesas.
O aumento da HbA1c e da tensão arterial foi particularmente pronunciado em mulheres que ganharam ≥ 5% do peso após iniciar um INSTI.
Embora as taxas de diabetes incidente (5% no grupo INSTI, 2% no grupo não INSTI) e hipertensão (24% no grupo INSTI, 20% no grupo não INSTI) fossem comparáveis entre os braços do estudo, os aumentos observados ainda aumentam o risco de complicações glicémicas e doenças coronárias das participantes.
Mais estudos são necessários.
Encontre o estudo aqui.
-
Uma injeção administrada a cada dois meses demonstrou ser mais eficaz que a toma diária de um comprimido, na prevenção do VIH em mulheres.
Esta notícia é particularmente importante para as mulheres que têm dificuldade em obter ou tomar a profilaxia pré-exposição (PrEP).
Este estudo salienta a importância de incluir mulheres nos estudos científicos relativos ao VIH. As mulheres continuam sub-representadas nestes estudos apesar de constituírem metade das infeções por VIH, no mundo.
O único tratamento aprovado como PrEP é o Truvada que apresenta uma boa eficácia se tomada em conformidade com o prescrito. Mas a boa adesão requerida nem sempre é possível ou existente. Por outro lado, a sua toma a longo prazo pode levar à perda óssea.
Por isso a importância destes resultados pois apresenta mais opções para as mulheres.
Este tratamento ainda não foi aprovado.
Encontre a notícia sobre este estudo aqui.
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Perante a especulação:
– Estão as pessoas que vivem com VIH protegidas pelos antirretrovirais (ARV)?
- Estudo realizado nos EUA, em 36 instituições, observou não existir associação entre ARVs ou ausência de supressão viral e consequências de infeção por COVID-19. (Dandachi, Clinic Infect Dis. 2020)
- Estudo em Espanha, envolvendo 77.590 pessoas que vivem com VIH (PVV), analisou a incidência e gravidade do COVID em PVV. O risco de diagnóstico por COVID-19 e hospitalização era maior entre os homens e as pessoas com mais de 70 anos (3.7 por 10.000 em PVV comparativamente com 2.1 por 10.000 na população em geral). Este estudo observou também que nenhuma pessoa em Tenofovir/ emtricitabina foi admitida nos cuidados intensivos ou morreu. Mas mais estudos são necessários. (Del Amo, Ann Intern Med. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32589451/)
- O maior estudo foi realizado na África do Sul envolvendo cerca de 3 milhões de pessoas (3.978 PVV com COVID-19). A morte por COVID-19 estava associada ao sexo masculino, idade avançada, diabetes, hipertensão e doença renal crónica. E observou que o rácio de mortalidade por COVID-19 nas pessoas com VIH vs sem VIH foi de 2.39. (Boulle, CID. 2020: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32860699/)
- Estudo realizado nos EUA entre os veteranos (VACS) observou não existir maior suscetibilidade ao COVID-19 ou incidência de gravidade de doença entre as PVV infetadas. (Park, AIDS2020, abstract LBPEC23, 2020)
- PVV participaram na pesquisa da vacina, mas não sabemos o número.
- Em estudos maiores, as PVV com estabilidade nos ARV, apresentam resultados semelhantes às pessoas sem VIH, mas os dados sobre mortalidade não são consistentes.
- Uma baixa contagem de CD4 pode piorar os resultados.
- Sobre a mortalidade por COVID-19 entre PVV ver o artigo publicado aqui.
Baseado em artigo do Dr. Paul E. Sax, Director Clínico do Brigham and Women’s Hospital e Professor de Medicina de Harvard Medical School
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O GAT, Grupo de Ativistas em Tratamentos e a Seres (con) viver com o VIH, duas organizações de doentes VIH, apresentam vários estudos que apontam para uma maior mortalidade das pessoas com o VIH face ao COVID-19 aos responsáveis pelo plano de vacinação e autoridades em VIH.
Alguns estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade pela COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH. Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA que não conseguiram encontrar provas de que o VIH é um fator de risco para a COVID-19:
aidsonline, aids2020, tandfonline
Anteriormente, um grande estudo na África do Sul observou também um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação em Portugal.
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Os estudos realizados, em diferentes países, demonstraram uma maior mortalidade por COVID-19, entre as pessoas que vivem com o VIH.
Existem também diversos estudos realizados em Espanha e nos EUA não conseguiram encontrar evidências de que o VIH é um fator de risco para o COVID-19:
AIDS online, AIDS2020, Taylor and Francis online
Mas um estudo realizado no Reino Unido, que envolveu 47,592 pacientes, demonstrou que a positividade ao VIH estava associada a um maior risco de morte (47%). Esta diferença na mortalidade era mais evidente nas pessoas com menos de 60 anos. Abaixo desta idade, o estado positivo ao VIH mais do que duplicava o risco de mortalidade.
Encontre o estudo aqui.
No artigo publicado no The Lancet, com estes resultados a interpretação, aponta para que as pessoas com VIH se encontram em maior risco de mortalidade por COVID-19.
Encontre o artigo aqui.
As pessoas com VIH são mais propensas a serem admitidas em hospitais com COVID-19 e a morrer no hospital devido a COVID-19 do que pessoas sem VIH, e pessoas com doença por VIH mais avançada ou carga viral não suprimida eram mais propensas do que outras pessoas com VIH a serem hospitalizadas, conforme uma revisão dos dados de vigilância no estado de Nova Iorque.
Encontre o estudo aqui.
Anteriormente, um largo estudo na África do Sul observou um maior risco de mortalidade entre as pessoas que vivem com VIH.
Encontre o estudo aqui.
Perante todos estes resultados é importante que existam medidas direcionadas para lidar com este risco acrescido, nomeadamente a inclusão das pessoas que vivem com VIH na segunda fase deste plano de vacinação.
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Apesar da pandemia, e de todos os condicionalismos, existiram alguns avanços na pesquisa e estudo do VIH e tratamentos.
Nesta página apresentamos os maiores acontecimentos, nesta área, em 2020.
VIH e COVID-19
Estudos realizados em Espanha e nos EUA não conseguiram encontrar evidências de que o VIH é um fator de risco para o COVID-19.
Encontre os estudos aqui, aqui e aqui.
Mas um estudo realizado no Reino Unido, que envolveu 47,592 pacientes, demonstrou que a positividade ao VIH estava associada a um maior risco de morte (47%). Esta diferença na mortalidade era mais evidente nas pessoas com menos de 60 anos. Abaixo desta idade, o estado positivo ao VIH mais do que duplicava o risco de mortalidade.
Encontre o estudo aqui.
a taxa de mortalidade desceu entre as pessoas com VIH
De acordo com o relatório VIH de 2019, do INSA, “na última década regista-se um decréscimo na mortalidade associada à infeção por VIH. … a taxa de mortalidade observada em Portugal é muito superior à observada na União Europeia, à semelhança do já referido para a taxa de novos diagnósticos de infeção e de SIDA.”
De acordo com o relatório VIH de 2020, “o maior número de mortes ocorreu em homens (12366; 81,3%) e em UDI (7417; 48,8%). Na década mais recente registaram-se 3933 óbitos, dos quais 48,4% (n=1902) em casos de transmissão heterossexual, 41,2% (n=1619) em utilizadores de drogas injetadas e 8,3% (n=328) em HSH.” O relatório aqui.
De referir que a esperança de vida entre as pessoas que vivem com VIH (comparativamente com as pessoas sem VIH) desceu de 22 anos durante 2000-2003 para 9 anos durante 2014-2016. Mas o mesmo não se pode dizer quanto a comorbidades. O artigo aqui.
PrEP injetável
A PrEP (profilaxia pré-exposição) tem sido oferecida como comprimido, mas em breve existirá a opção de tomar uma injeção bimensal (a cada 2 meses).
Esta injeção com cabotegravir (CAB) demonstrou ser mais eficaz do que o comprimido, conforme estudos realizados em mulheres cisgénero, mulheres transgénero e HSH. E apesar de existirem efeitos secundários estes não implicaram abandonar esta terapêutica.
Encontre o estudo aqui. E sobre as mulheres aqui. Em HSH e transgénero aqui.
Uma opção para quem tem extensa resistência a TARV, Fostemsavir
A percentagem, de pessoas que vive com VIH, com múltiplas resistências e poucas opções de tratamento antirretroviral (TARV), é pequena.
Mas para essas pessoas o fostemsavir pode ser a salvação. Felizmente a maioria das pessoas nunca necessitará deste tratamento.
Encontre o artigo aqui.
Uma injeção subcutânea de 6 em 6 meses, para pessoas multirresistentes, em estudo
Para quem é multirresistente, o Lenacapavir, pode ser a solução. Mas ainda se encontra em estudo.
O Lenacapavir é uma injeção administrada a cada 6 meses, que demonstrou ser eficaz a baixar ou reduzir a carga viral.
Encontre o artigo aqui.
Aumento de peso, após início de TARV
Os inibidores da integrasse são potentes, com elevada barreira de resistência e normalmente bem tolerados. Mas observou-se um elevado aumento de peso, após a sua iniciação, sobretudo do dolutegravir e do bictegravir.
Segundo, estudo realizado na África do sul, a obesidade afeta as pessoas com VIH, mas, sobretudo as mulheres a tomar estes ARV.
Encontre o estudo aqui.
Anel vaginal
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- Em Portugal, vivem com o VIH, 17.137 mulheres (valores acumulados 1983 a 2019).
- As mulheres representam 30,7% dos novos casos de infeção (dos 778 casos diagnosticados durante o ano 2019 maiores de 15 anos). De salientar que a via de infeção é sobretudo via heterossexual (92,5%) e nesta categoria as mulheres representam 51% das infeções (221 casos nas mulheres comparativamente a 212 casos em homens).
- A idade à data de diagnóstico situou-se entre os 25 e os 49 anos em 64,8% dos novos casos, enquanto 24,2% foram diagnosticados em indivíduos com idade superior ou igual a 50 anos.
- Nas mulheres, a idade à data de diagnóstico situou-se em 7.1% entre os 15 e 24 anos; 24,1% em mulheres com idade igual ou superior a 50 anos. 64,9% dos novos casos situou-se entre os 25 e os 49 anos. A idade mediana foi de 40 anos.
- Apesar dos novos casos de infeção entre 15-19 anos representar apenas 2,6% do total de casos, em 2019, as raparigas representam 43% dos casos nesta idade.
- 43,9% dos novos casos ocorreu em mulheres oriundas de Africa subsariana.
- “Em 2019 foram diagnosticadas 24 infeções por VIH do tipo 2 (VIH-2). Esses diagnósticos ocorreram maioritariamente em mulheres (83,3%; 20/24), em indivíduos com 50 ou mais anos (66,6%; 16/24) e em nascidos na Guiné-Bissau (75,0%; 18/24).”
- O diagnóstico foi tardio em 46,7% das mulheres e mais frequente nos casos de transmissão heterossexual (56,7%)…atingindo o valor de 68,1% nos casos com idades de 50 ou mais anos.”
- Os novos casos de SIDA ocorrem sobretudo entre heterossexuais (73,8%). As mulheres representam 34,9% dos novos casos de SIDA, sendo mais prevalente entre os 39-49 anos.
- Existiram 197 óbitos por SIDA, em 2019, 52 eram mulheres.
“Portugal foi, durante vários anos, o país da União Europeia com a taxa mais elevada de diagnósticos de SIDA. Desde 2012 ocupa a segunda posição atrás da Letónia, contudo, as taxas anuais observadas têm valores de aproximadamente o quádruplo da taxa média europeia” .
Encontre o relatório INSA, 2020 aqui.
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20.1 milhões de mulheres, no mundo, vivem com VIH
Em Portugal vivem com o VIH, 17.137 mulheres (valores acumulados 1983 a 2019). (INSA, 2020)
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Celebramos, hoje, o Dia Mundial contra a Sida, no decorrer de uma outra pandemia. E celebramos de uma forma diferente, mais intimista, recorrendo a plataformas que nos unem. Celebramos confinadas para que no próximo ano estejamos TODAS e não falte ninguém.
As pessoas que vivem com VIH, e sobretudo as sobreviventes de longa duração, sabem o que é viver uma pandemia. Na década de 80 e 90 do milénio passado, sentimos a discriminação e o estigma, sentimos o medo do desconhecido. E hoje, apesar dos avanços biomédicos, o estigma e a discriminação ainda persistem.
Os grandes avanços biomédicos permitem, que hoje, uma pessoa a viver com VIH, tenha uma esperança de vida similar a qualquer outra pessoa, que possa disfrutar a vida com uma doença crónica, que possam ser mães e pais, que possam viver plenamente. O tratamento como prevenção permite, que hoje se diga, que uma pessoa com VIH, com carga viral indetectável e comprometida no seu tratamento não transmite o VIH. E permite, também, que as pessoas seronegativas ao VIH possam evitar a transmissão através da profilaxia pré-exposição (PrEP). Em breve, tomaremos uma injeção bimensalmente, em lugar da toma diária de comprimidos.
Neste dia mundial da resposta ao VIH/SIDA prestamos homenagem e lembramos todxs xs que partiram, todxs que se sujeitaram a pesquisas médicas e científicas com impacto negativo na sua saúde para beneficiar todxs xs outrxs, todxs que sofreram e sofrem, todxs as que lidam com efeitos secundários das terapias que xs salvam, todxs xs que lutaram e lutam para que muitxs possam viver hoje vidas dignas.
É também um tempo de esperança e de novos começos, de oportunidades. A esperança de uma vacina mas também de um mundo sem estigma, um mundo sem sexismo, sem racismo, sem homofobia, sem os preconceitos que agravam qualquer epidemia. Para isso a ação de todxs é necessária, a minha, a