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Antes de tomar um medicamento ou um suplemento natural, pode sempre verificar as interações em:
https://reference.medscape.com/drug-interactionchecker
https://www.webmd.com/interaction-checker/default.htm
https://www.drugs.com/drug_interactions.html#
https://www.hep-druginteractions.org/checker
https://www.hiv-druginteractionslite.org/checker
OIPM – Observatório de Interações Planta-Medicamento (uc.pt)
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Um estudo realizado por cientistas chineses refere a hipertermia (calor a 44º) localizada para o tratamento do vírus do papiloma humano (VPH).
O VPH que pode causar verrugas e displasia – e em último caso o cancro cervical – pode ser eliminado através de calor.
O VPH e o cancro cervical são mais comuns nas mulheres que vivem com o VIH do que nas mulheres da população em geral.
O estudo incluiu 53 mulheres que testaram positivo ao VPH com grande risco de cancro cervical. Foi aplicado diretamente no cérvix, através de inserção vaginal, o aparelho que aplicou calor com 44º Celcius, por 30 minutos por dia durante 3 dias, mais 2 sessões adicionais 13 dias depois. Compararam com grupo de controle, com o mesmo procedimento, mas apenas a 37º Celcius.
Três meses depois, as variantes de VPH desapareceram em 85% das 27 mulheres que receberam o tratamento de calor a 44º, e 50% nas 26 mulheres do grupo de controle que receberam tratamento a 37ºC. Não foram reportadas reações adversas.
As atuais recomendações são de manter em observação para analisar eventuais anormalidades citológicas. Mas muitas mulheres preferem o tratamento imediato com receio de transmitir o VPH aos parceiros. O tratamento apresentado nesta pesquisa pode providenciar uma forma segura de o conseguir.
Este estudo requer, contudo, mais pesquisa de confirmação.
Encontre o estudo aqui.
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Alguns desafios que colocam a mulher em risco para o VIH
- discriminação, racismo ou estigma ao VIH podem afetar se as mulheres procuram ou recebem serviços de saúde de qualidade.
- desconhecer os fatores de risco do parceiro, algumas mulheres desconhecem que o seu parceiro masculino usa drogas endovenosas, frequenta trabalhadoras sexuais ou tem relações com homens. E podem não usar preservativos ou PrEP para prevenir o VIH.
- exposição ao risco, porque o sexo receptivo é mais arriscado que o sexo insertivo, as mulheres tendem a adquirir o VIH durante o sexo vaginal ou anal.
- violência por parte do parceiro: as mulheres que já sofreram este tipo de violência tendem a lidar mais com comportamentos de risco ou ser forçadas a ter sexo sem preservativo ou medicamentos que previnem ou tratam o VIH.
Em HIV and Women, Lauren Collins, Grady hospital
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#EndInequalitiesEndAIDS, um novo filme que envia uma poderosa mensagem para xs líderes mundiais: eliminar as desigualdades, eliminar a SIDA
Este novo filme da ONUSIDA (UNAIDS) apela xs lideres mundiais para eliminar as desigualdades e conta com várias celebridades e apoiantes: Directora Executiva da UNAIDS, Winnie Byanyima, e celebridades apoiantes como Kenneth Cole, Toumani Diabaté, Youri Djorkaeff, David Furnish, Sir Elton John, Princess Stéphanie do Monaco, Sheryl Lee Ralph, Stéphanie Seydoux, Charlize Theron, Brigitte Touadera, Yousra e outrxs.
Um relatório recentemente publicado, Global commitments, local action, demonstra que:
- 10.2 milhões das 37.6 de pessoas a viver com VIH ainda aguardam tratamento. O tratamento é essencial para manter a saúde e para não transmitir o VIH.
- Apenas no ano passado, 690.000 pessoas morreram de doenças associadas à SIDA.
- No mundo, o ano passado, existiram mais 1.5 milhões de infeções por VIH.
- Na África subsariana, 4500 jovens mulheres são infetadas por VIH por semana
As pessoas são convidadas a enviar as suas mensagens para xs lideres mundiais nos Mídias sociais utilizando o hashtag #EndInequalitiesEndAIDS ou assinando a carta em endinequalitiesendaids.unaids.org.
Veja o filme aqui. Encontre a noticia aqui.
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As mulheres em risco de infeção pelo VIH e que usam PrEP diariamente podem num futuro próximo usar apenas um comprimido por mês, se uma pesquisa conduzida na África subsariana e em outras partes do mundo for bem-sucedida.
O Islatravir pertence a uma nova classe de inibidor nucleósido da translocação da transcriptase reversa, uma nova classe de antirretrovirais em desenvolvimento pela Merck e para o tratamento e prevenção da infeção por VIH.
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A International AIDS Society (IAS) criou uma série de podcasts para marcar os 40 anos desde que a SIDA foi reportada.
Os podcast HIV unmuted conta com:
– o Episódio 1 onde podemos ouvir o Dr. Fauci: aqui.
– o Episódio 2 com a Professora laureada com o prémio Nobel, Françoise Barré-Sinoussi, aqui.
Neste episódio 2 fala-se dos anos 80, uma década de desespero mas também de descoberta. A professora Françoise Barré-Sinoussi partilha a história de como ela co-descobriu o VIH, o vírus que causa a SIDA. Esta grande descoberta cientifica levou ao tratamento e à esperança.
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A Organização Mundial de Saúde (OMS) em parceria com a British Medical Journal (BMJ) publicaram vários documentos sobre A saúde das Mulheres e Desigualdades de Género, “Women’s Health and Gender Inequalities.”
Esta série de documentos celebram e interrogam o progresso coletivo em relação à Declaração de Beijing 1995, a Plataforma para Ação em Mulheres como marco na promoção dos direitos humanos das mulheres e raparigas e igualdade de género.
Ao longo destes 25 anos houve importantes progressos em diversas áreas da saúde das mulheres, contudo a discriminação de género e desigualdades na saúde das mulheres persistem. Existem, também novas e emergentes ameaças à saúde da mulher. A pandemia do covid-19 teve um impacto social, económico e na saúde desproporcional nas mulheres, quer imediato como a longo prazo. De salientar o aumento da violência contras a mulheres, o trabalho de cuidadora não remunerado e o facto de as mulheres trabalharem mais em trabalhos inseguros, mal pagos ou informais.
Estes 13 artigos, escritos por 40 autorxs de 15 países exploram o progresso em diversas áreas da saúde da mulher, mas examinam também porque é que nem um único país alcançou a igualdade de género.
- Encontre a coleção: 13 artigos – https://www.bmj.com/gender
- Oiça o primeiro podcast numa campanha para a mudança – https://www.bmj.com/gender
- Veja o trailer: https://bit.ly/who-gender-trailer
- Retweet: https://twitter.com/HRPresearch/status/1409529671834902529
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A 1 e 2 de outubro de 2021 realiza-se o Workshop Vida Saudável com VIH (Workshop on Healthy Living with HIV), organizada por Virology Education e o EATG.
Este workshop anual foca-se na promoção de uma vida saudável para as pessoas que vivem com o VIH, ao longo da sua vida.
O workshop, em inglês, é virtual e gratuito para membros de organizações comunitárias.
Faz a tua inscrição em:
https://virology.eventsair.com/hl2021/registration/Site/Register
Sabe mais em: https://academicmedicaleducation.com/healthy-living-hiv-2021
A Seres apoia este evento (“Endorsers”).
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Desde junho de 2020, que se observa que os casos agudos de COVID-19 tendem a ser sobretudo nos homens com mais de 50 anos, mas quem sofre os efeitos a longo prazo são sobretudo mulheres jovens. A média de idade, destas mulheres, é de 40 anos, e a proporção é de 4 para 1 comparativamente aos homens.
Desde o ano passado, que este enviesamento de género se tem observado no mundo, desde os hospitais no Bangladesh e Rússia ao Reino Unido. As mulheres jovens e de meia idade são desproporcionalmente vulneráveis. Suspeita-se que a proporção de mulheres, com efeitos de longa duração do COVID-19, seja potencialmente de 70-80%.
Este padrão tem sido observado em outros síndromes pós-infeção. Numa clínica de cuidados pós-COVID, em Londres, 66% das pacientes são mulheres. Muitas delas com trabalho a tempo inteiro, com crianças, e agora cerca de um quarto delas estão impossibilitadas de trabalhar porque se sentem mal.
Algumas condições que se pensa com origem infecciosa, como a síndrome da fadiga crônica/encefalomielite miálgica, doença crónica de Lyme afetam sobretudo as mulheres.
E como estas condições afetam sobretudo as mulheres, tendem a ser relegadas para origem psicológica e mesmo consideradas como hipocondria.
Assine a nossa petição para que as mulheres sejam consideradas na medicina aqui.
Pensa-se que as mulheres possuem uma mais robusta resposta imunitária. E por isso tendem a morrer menos na fase aguda do COVID-19 mas existem teorias de que fragmentos do vírus permanecem nos reservatórios, por meses. E que estes reservatórios virais acionam ondas de inflamação crónica levando a sintomas de dor, fadiga e confusão mental (“brain fog”).
Cientistas já começaram a descrever o COVID com efeitos a longo prazo de doença autoimune associada ao estrógeno, apelando para mais pesquisa e tratamentos específicos de género. Se for este o caso, o tratamento pode ser com medicação imunossupressora como esteroides.
Encontre a noticia original em inglês aqui.
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Cada vez mais mulheres que vivem com o VIH (MVV) estão a entrar na menopausa ou a experienciar sintomas da menopausa. Estes sintomas têm impacto na qualidade de vida.
Neste estudo canadiano pretendeu-se determinar a progressão de sintomas nas fases da menopausa das MVV.
- Incluiu MVV na peri ou menopáusicas, cisgénero e com mais de 40 anos, excluindo todas as pessoas com padrões anormais.
- Analisou 5 fases: (períodos irregulares) perimenopausa, 1-2 anos na menopausa (sem menstruação há pelo menos 12 meses), 2-5 anos na menopausa, mais de 5 anos na menopausa.
- As mulheres caracterizavam-se com uma média de 54.7 anos, em tratamento antirretroviral (93%), com carga viral suprimida (88%) e como contagem CD4 superior a 200 (82%).
- A maioria das mulheres vivenciavam sintomas ligeiros ou moderados sendo os mais relatados as dores articulares e musculares (56%), humor depressivo (41%), afrontamentos (35%).
- Os sintomas melhoravam através das fases da menopausa mas em alguns isso não acontecia: queixas cardíacas, sintomas urinários, secura vaginal, dores articulares, depressão.
- Os afrontamentos não diminuíam significativamente até após 5 anos na menopausa.
- A irritabilidade diminuía significativamente ao longo da transição.
Em conclusão
- A maioria das MVV experiência sintomas menopáusicos.
- Os tratamentos para MVV, no âmbito da menopausa, são escassos.
- Os afrontamentos e a irritabilidade são influenciados pela fase da menopausa.
- Os afrontamentos não diminuíam significativamente até após 5 anos na menopausa e aqui a importância das terapias hormonais de substituição.
Fonte: Dr. Elizabeth King, MD, em HIV&Women Workshop 2021