A identificação de uma variante de VIH de disseminação rápida alerta para a urgência de travar a pandemia e alcançar todas/os com testes e tratamento
Cerca de 10 milhões de pessoas que vivem com o VIH ainda não estão a fazer terapia antirretroviral
GENEBRA, 7 de Fevereiro de 2022 – Novas pesquisas publicadas na Holanda revelaram a existência de uma variante mais transmissível e prejudicial do VIH.
- As pessoas que vivem com esta nova variante do VIH, recentemente revelado, experimentam o dobro da taxa de declínio do sistema imunitário (contagem de CD4), têm cargas virais de VIH mais elevadas (quantidade de vírus no sangue) e são vulneráveis ao desenvolvimento de SIDA duas a três vezes mais rápidamente após o diagnóstico do que se vivessem com outras estirpes do vírus.
- O estudo, liderado por investigadores do Big Data Institute da Universidade de Oxford, foi o primeiro a descobrir o subtipo-B do vírus.
- O estudo revelou também que a variante tem circulado na Holanda há vários anos e responde bem aos atuais tratamentos do VIH.
- A pandemia do VIH continua a matar uma pessoa a cada minuto e as/os cientistas há muito que se preocupam com a evolução de novas variantes, mais transmissíveis, do VIH. Esta variante recentemente identificada não representa uma grande ameaça para a saúde pública, mas sublinha a urgência de acelerar os esforços para travar a pandemia do VIH.
- “Cerca de dez milhões de pessoas que vivem com o VIH, em todo o mundo, ainda não estão a receber tratamento, fomentando a propagação contínua do vírus e o potencial para mais variantes”, disse Eamonn Murphy, Director Executivo Adjunto, Programa da ONUSIDA, “Precisamos urgentemente de implementar inovações médicas de ponta de forma a atingir as comunidades mais necessitadas. Quer se trate do tratamento do VIH ou das vacinas COVID-19, as desigualdades no acesso estão a perpetuar as pandemias de formas que nos prejudicam a todas/os”.
O VIH continua a ser a pandemia mais mortal da nossa época – estima-se que 79 milhões de pessoas tenham sido infectadas com o vírus, para o qual ainda não existe vacina nem cura. Cerca de 36 milhões de pessoas morreram de doenças relacionadas com a SIDA desde o início da pandemia e 1,5 milhões de pessoas foram recentemente infectadas com o VIH em 2020. Dos 38 milhões de pessoas que vivem actualmente com o VIH, 28 milhões estão a fazer terapia antirretroviral que salva vidas, mantendo-as vivas e de boa saúde e prevenindo a transmissão do vírus.
Fonte: ONUSIDA/UNAIDS