
14February
Consumo de cigarros e VIH
O consumo de cigarros é um dos principais factores de risco evitáveis que contribuem para a morbilidade e mortalidade actualmente.
Embora prevalente em muitas populações, fumar é especialmente comum em pessoas com VIH (PVV)o que contribui para uma morbidez e mortalidade significativa.
- As pessoas com VIH que fumam perderam mais anos de vida a fumar do que o VIH; 12,3 anos perdidos associados ao tabaco vs 5,1 anos perdidos associados ao VIH.
- Ao deixar de fumar, uma PVV poderia reduzir o seu risco de morte até 40% em comparação com os PVV que não desistem de fumar.
- O fumo do tabaco contém mais de 4000 compostos nomeadamente compostos que estão presentes na combustão de um automóvel (monóxido de carbono, benzina, chumbo), estradas (alcatrão), pesticidas, insecticidas e venenos (arsénio, cianeto, nicotina), retirar o verniz (acetona), produtos de limpeza (amoníaco), pilhas (chumbo, cádmio), etc.
- As alternativas ao tabaco existentes também são prejudiciais.
- Que doenças se podiam evitar com a cessação do tabaco? 82% das DPOC, 80% dos carcinomas esofágicos, 50% dos carcinomas da bexiga e rim, 21% das doenças coronárias, 18% das doenças cerebrovasculares, 14% das leucemias.
- 12% das mortes em Portugal estão relacionadas com o tabaco. Ou seja, 1 em cada 12 mortes são atribuídas ao tabaco. Em 2019, o tabaco contribuiu para a morte de mais de 13 mil pessoas, das quais 1.771 por exposição ao fumo passivo. (Relatório do Programa Nacional para a Prevenção e Controlo do Tabagismo da Direção-Geral da Saúde)
- Oitenta por cento dos fumadores, da população em geral, que tentam deixar de fumar têm uma recaída no prazo de um mês, e apenas 5% atinge a abstinência a longo prazo. Não há provas que sugiram que é diferente para as PVV.
- As estratégias de redução de danos no tabaco baseiam-se: 1) intervenções comportamentais; 2) utilização de produtos do tabaco inovadores ; 3) redução do consumo de tabaco; 4) farmacoterapia; ou 5) abordagens combinadas.
- Em pessoas com VIH que fumam, combinações de terapia de substituição de nicotina com a terapia comportamental têm demonstrado o maior sucesso. As intervenções frequentes (chamadas ou reuniões) são importantes para aumentar as hipóteses de sucesso. Mesmo com estas abordagens as taxas de sucesso de cessação do tabagismo apenas se aproximam dos 20%.
- Existem muitas barreiras e estas devem ser consideradas para alcançar o sucesso.
Fonte: AAHM