o impacto de fumar nas pessoas com VIH
Estudo de projeção matemática realizado nos Estados Unidos da América (EUA) reflete o impacto do fumar nos anos vida em pessoas VIH positivas.
O tabagismo continua a ser a principal causa evitável de morte e embora fumar reduza a vida em até 10 anos, alguns desses anos perdidos podem ser recuperados se as pessoas deixaram de fumar.
Em Portugal, estima-se que o consumo de tabaco seja responsável por 1 em cada 10 mortes verificadas na população adulta e por cerca de 1 em cada 4 mortes verificadas na população dos 45 aos 59 anos. O consumo de tabaco atinge cerca de 20 a 26% da população, com predomínio de três homens e meio para cada mulher. (WHO/OMS, 2012).
Nos EUA 42% das pessoas adultas VIH positivas fumam, em comparação com 20% das pessoas VIH negativas. Outros 20% dos adultos a viver com VIH são ex-fumadores, indicando que uma proporção considerável de pessoas com VIH positivas deixa de fumar.
Em comparação com as pessoas VIH positivas com 40 anos de idade que nunca fumaram, aquelas que fumam poderiam perder mais de 6 anos de vida devido ao tabagismo. A análise estatística que forneceu essa estimativa também descobriu que as pessoas a viver com VIH com 40 anos de idade que parem de fumar quando começam o tratamento ao VIH, podem salvar 5 ou 6 anos de vida. As pessoas VIH positivas fumadoras com 50 ou 60 anos de idade também ganham anos de vida se deixarem de fumar.
Uma mulher que iniciou o tratamento do VIH aos 40 anos e não deixou de fumar poderia esperar viver até à idade de 68,1. Mas se essa mulher deixasse de fumar quando começou o tratamento ao VIH poderia esperar viver até aos 72,7 (4,6 anos mais do que se não parasse de fumar). E se ela nunca fumasse, poderia esperar viver até aos 74,4 (6,3 anos mais do que uma fumadora que não abandonou o fumo).
Um homem VIH-negativo de 40 anos perde 10,7 anos de vida com o tabagismo, enquanto uma mulher VIH negativa perde 10,6 anos devido ao tabagismo.
Uma mulher VIH-positiva de 40 anos que fuma perde 10,7 anos de vida com o tabagismo, enquanto uma mulher VIH negativa perde 10,6 anos devido ao tabagismo.
Mulheres VIH-positivas de 40 anos de idade que fumam perdem 6,3 anos de vida por fumarem e 8,3 anos devido ao VIH.
O modelo faz previsões diferentes para homens e mulheres de 40 anos com perfeita aderência ao tratamento antirretroviral: os homens neste grupo poderiam esperar perder 8,6 anos por fumar, mas apenas 3,5 anos devido ao VIH. E as mulheres poderiam esperar perder 8,2 anos por fumarem, mas apenas 4,3 anos devido ao VIH. Em outras palavras, as pessoas seropositivas ao VIH que tomam seus antirretrovirais a tempo e comparecem a todas as consultas médicas são menos propensas a morrer do VIH e o tabagismo tem um impacto muito maior em sua esperança de vida do que o próprio VIH. O estudo confirma estudos anteriores que referiam que na Europa e EUA se estimava que as pessoas com VIH perdiam mais anos de vida por fumarem do que devido ao VIH.
Fonte: The Center for AIDS Information & Advocacy
imagem: WebMD
