15December
VIH e lipodistrofia
Neste mês, o Brasil recebeu a notícia de que um terço das/os brasileiros com VIH rejeita o tratamento: 190 mil pessoas não lutam contra a enfermidade no país. Entre os motivos, um que se destaca são os efeitos secundários dos antirretrovirais. Apesar de as drogas serem cada vez menos tóxicas, ainda não existe, por exemplo, um medicamento que seja absolutamente livre de provocar um dos efeitos mais temidos pelas/os pacientes com VIH: a alteração da distribuição da gordura corporal também chamada de lipodistrofia. Como tem impacto na autoestima, muitas/os sentem-se impelidas/os a abandonar o tratamento, o que dificulta interromper a cadeia de transmissão no país.
Braços, pernas, nádegas e rosto perdem gordura a ponto de, no caso das nádegas, a/o paciente sentir dor para se sentar. As veias ficam aparentes e o abdómen passa a acumular gordura. Homens e mulheres ganham grandes papadas e, em palavras simples, uma corcunda logo abaixo do pescoço denominada gibosidade dorsal. No caso deles, outra mudança corporal é a ginecomastia ou crescimento das mamas.
O incómodo com a mudança na aparência é tão grande que desde 2004 o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece a cirurgia plástica reparadora para as/os pacientes com VIH que sofrem com a lipodistrofia. Em Portugal esta oferta é rara e muito dificultada.
O problema tem influência direta na qualidade de vida com consequências físicas, psicológicas e sociais. Por isso, a adesão ao tratamento tende a diminuir e o resultado é o pior possível: o desenvolvimento de resistência aos antirretrovirais e o aumento da morbimortalidade, ou seja, incidência da doença e taxa de mortalidade na população.
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