o que significa VIH hoje?
O VIH e SIDA no milénio passado tinham um rosto completamente diferente, mas os avanços biomédicos permitem que hoje presenciemos outra realidade.
Mas que realidade é esta? Quais são as diferenças?
De uma forma simples vamos falar destes grandes passos que permitem que hoje se viva com o VIH de forma significativamente diferente:
– antes as terapias antirretrovirais (medicamentos anti-VIH) eram apenas para as pessoas que viviam com VIH, hoje existe a profilaxia pré-exposição ou PrEP (em alguns países, e esperemos que em breve em todos) e profilaxia pós-exposição. A PrEP consiste num comprimido diário para evitar a infeção, um pouco como por exemplo o anticoncepcional para evitar a gravidez. A profilaxia pós-exposição é o comprimido que se toma depois do comportamento de risco para evitar a infeção, como por exemplo a pilula do dia seguinte. (mais aqui)
– atualmente existe a terapia como prevenção em que as terapias antirretrovirais são usadas nas pessoas que vivem com o VIH para suprimir a sua carga viral e deste modo evitar a transmissão do VIH. Estudos como o PARTNER demonstram a zero transmissão quando em tratamento e com carga viral suprimida. (mais aqui)
– o preservativo já não é o único método de prevenção do VIH como antigamente, atualmente existe a terapia como prevenção (mas este ultimo claro não protege de outras infeções sexualmente transmissíveis)
– a SIDA já não é o ultimo estadio ou fase como antes. Atualmente é uma categoria reversível embora, e se bem que contestado, a ciência ainda diga que quando se adquire SIDA se mantem esse estatuto mesmo que superado, ou seja, por exemplo alguém que foi VIH positiva durante muito tempo sem o saber, quando é diagnosticada tem apenas 150 células CD4. Oficialmente tem SIDA. Mas quando começa o tratamento suprime a carga viral e a contagem de CD4 normaliza para mais de 500 por exemplo. Apesar de não ter SIDA, oficialmente ainda tem. Isto porque supostamente quando se adquire SIDA existem consequências que persistem. Mas este é, hoje, um tema controverso e discutível.
– ter VIH-positivo não significa estar doente. A pessoa pode estar infetada com VIH mas assintomática (ou seja sem sintomas).
– antes uma mulher infetada com VIH podia transmitir o vírus ao seu bebé, atualmente as mulheres estando em tratamento podem ser mães de bebés saudáveis assim como amamentar. (mais aqui)
artigo de Isabel Nunes, Seres